terça-feira, janeiro 23, 2018

HILDA HILST, VITAL FARIAS, FRITJOF CAPRA, ENRIQUE LEFF, MARIA TERESA MADEIRA, LUIS FERNANDO VERÍSSIMO, FRANCIS PICABIA & HELMUT NEWTON

AMARRADO EM NOME DE JESUSIS, CRUIZES! – Imagem: Our Heads Are Round so Our Thoughts Can Change (1930), do pintor e poeta francês Francis Picabia (1879-1953). - Tomé é um ineivado: cinquentão que não parecia ter mais de quarenta e nove, católico batizado, crismado e casado, de fazer parte do Terço dos Homens e de comungar regularmente quando não todo dia, se for preciso. Afora ser boca de ponche, não bebe, não fuma, nem achegado a nenhuma excentricidade: tudo metido e contado nos miúdos, metodicamente planejado e conferido. Casado – muito bem casado, segundo ele -, como são as coisas: dizem que o casal botou catinga em bosta. Até onde eu sei, nem fedem, nem cheiram. Pois bem. Acontece que Vitalina, a senhora madame dele, um dia desse, arrastando um tamanco com um chambre cor de rosa bufento do tempo do ronca e armada dum penteado carregado de bobe, chamou na grande: queria ser evangélica. Ih! Antes porém, balançou-se pras banda da Universal – aquilo é um bando de loucos, dizia ela revoltada com a experiência -, depois pela Graça do Sílvio Santos Soares, refugou. Tanto sassaricou que findou numa dessas evangélicas e, ao assistir o primeiro culto, foi logo reclamando pro pastor: Deus não é surdo! E fez campanha, armando o maior desconforto pra arrancar os altofalantes da rua. Nessa hora o marido, sobretudo porque ele não é de negar fogo pra patroa, queria era se atirar da janela. Sem saída, resolveu buscar a dádiva da providência, mantendo-se inconsolável até o milagre acontecer dela tirar aquilo da quizilia, virando-se pras bandas do halterofilismo. Danou-se! Agora deu! Essa mulher tem cada pantim! E ela: alguém tem que fazer, ora! E meteu-se com ginásticas e fisioterapias de conferir o muque todo dia nas ventas dele: Tais vendo só, tá crescendo, logo a gente vai pra quebra de braço pra ver quem é quem manda aqui em casa. E ele: Não esquente, sempre disse que aqui quem manda é você mesmo. Com muito tato Tomé conseguiu demovê-la da arenga, mantendo-se em paz com os irmãos, dízimo em dia, e ele como saco de pancadas, tanto pros murros, como pra ser culpado por tudo que ocorresse ou desse errado. Aí, um dia lá que andava de férias das broncas, virou-se pra mim com um convite: Jesuisis tá lhe chamando! Eu? Escute a voz dele no seu coração, sou o intermediário! Você? Eu sou a voz de Jesuisis. Vamos ao culto hoje? Ah, tá. Expliquei pra ele que já havia passado do nível religioso, dedicando-me à espiritualidade. Vai ou não vai, rapaz? Tenho outros compromissos, Tomé, fica pra próxima. Aí, ele virou-se pra mim e sapecou: A-rá! Cruz-credo! Você é ateu descarado e está amarrado em nome de Jesuisis. Vade retro, satanás! Fez um trejeito qualquer e danou-se rua afora, caí na gargalhada. Esse Tomé vem com cada uma, veja mais abaixo o desdito amor desse casal. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá é dia de especial com a música do cantor e compositor Vital Farias: Sagas brasileiras, Taperoá & solo; a pianista Maria Teresa Madeira interpretando Ary Barroso & Recital; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir.

PENSAMENTO DO DIA – [...] Vivemos hoje um mundo de complexidade, no qual se amalgamam a natureza, a tecnologia e a textualidade. Tempos de hibridização do mundo – a tecnologização da vida e a economização da natureza -, de mestiçagem de culturas, de diálogos de saberes, de dispersão de subjetividades. Tempos em que emergem novos valores e racionalidades que reorientam a construção do mundo. [...] Extraído da obra Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder (Vozes, 2008), do economista e sociólogo ambientalista mexicano, Enrique Leff. Veja mais aqui, aqui & aqui.

A SOCIEDADE ATUAL - A sociedade [...] é totalmente voltada para o trabalho, os lucros e o consumo de bens materiais. O objetivo principal das pessoas é ganhar o máximo de dinheiro possível para comprarem toda essa parafernália que associam a um padrão de vida elevado. Ao mesmo tempo, sentem-se bons cidadãos porque estão contribuindo para a expansão da economia nacional. Não percebem, porém, que a maximização dos lucros leva à constante deterioriação dos bens que adquirem. Por exemplo, a aparência visual dos produtos alimentares é considerada importante para incrementar os lucros, ao passo que a qualidade dos alimentos continua se deteriorando devido a todos os tipos de manipulação [...] efeitos parecidos poder ser observados nas roupas, nas casas, nos carros e em várias mercadorias. Embora ganhem cada vez mais dinheiro, eles não estão enriquecendo; pelo contrário, tornam-se cada vez mais pobres. A expansão da economia destrói a beleza das paisagens naturais com edifícios medonhos, polui o ar, envenena os rios e os lagos. Mediante um condicionamento psicológico implacável, ela rouba das pessoas o seu senso de beleza, enquanto gradualmente destrói aqui que há de belo em seu meio ambiente. [...]. Trechos de Futuros alternativos, extraído da obra Sabedoria incomum: conversa com pessoas notáveis (Cultrix, 1995) do físico e escritor Fritjof Capra. Veja mais aqui, aqui & aqui.

PAIXÕES - [...] Como o amor acaba é outro mistério. A Joyce e o Paquette, por exemplo. Namoram anos, noivaram, casaram e tudo acabou numa noite. Acabou numa frase. Os dois estavam numa discoteca, sentados lado a lado, vendo os mais jovens se contorcendo na pista de dança, e o Paquette gritou: - Viu a música que está tocando? E a Joyce: - O quê? – A música. Estão tocando a nossa música. Lembra? – Hein? – Estão tocando a nossa música! – O quê? – A música. Do nosso noivado. Lembra? – Eu não consigo ouvir nada com essa porcaria de música! – Esquece. Extraído da obra O melhor das comédias da vida privada (Objetiva, 2004), do escritor, cartunista, tradutor, roteirista e autor teatral Luis Fernando Veríssimo. Veja mais aqui.

DO AMORXLIX: Costuro o infinito sobre o peito. / E no entanto sou água fugidia e amarga. / E sou crível e antiga como aquilo que vês: / Pedras, frontões no Todo inamovível. / Terrena, me adivinho montanha algumas vezes. / Recente, inumana, inexpremivel / costuro o infinito sobre o peito / como aqueles que amam. Extraído da obra Do amor (Massao Ohno, 1999), da poeta, dramaturga e ficcionista Hilda Hilst (1930-2004). Veja mais aqui.

ARTE DE FRANCIS PICABIA
A arte do pintor e poeta francês Francis Picabia (1879-1953).

Veja mais:
O desditoso amor de Tomé & Vitalina aqui, aqui, aqui  aqui e aqui.
Para quem quer, basta ser!, o pensamento de John Masefield, Gilvanícila, a música de Karin Fernandes & a pintura de Berthe Morisot aqui.
A mulher na antiguidade, Max Planc, Edgar Allan Poe, Louise Glück, Daniel Goleman, a música de Shirley Horn, Mark Twain, a pintura de Edouard Manet, a gravura de Johann Theodor de Bry, Ana Paula Arósio, Demi Moore & Alessandra Cavagna aqui.
Mário Quintana, François Truffaut, Voltaire, a comunicação de Juan Diaz Bordenave, o folclore de Luís da Câmara Cascudo, a música de Daniela Spielmann, o teatro de Sérgio Roveri & Tuna Dwek, a arte de Jeanne Moreau, a pintura de Hans Temple & Anita Malfatti, Gerusa Leal & Todo dia é dia da mulher aqui.
Helena Blavatsky, João Ubaldo Ribeiro, Stendhal, a pintura de Édouard Manet, a música de Vital Farias, Cacá Diégues & Jeanne Moreau aqui.
Proezas do Biritoaldo: quando risca fogo, o rabo inflamável sofre que só sovaco de aleijado aqui.
Invasão da América aos sistemas penais de hoje, Joan Nieuhof, Décio Freitas & Palmares, Pesquisa em História, Guerra dos Cabanos, Luta Camponesa & História do Brasil aqui.
Hannah Arendt, Eric Hobsbawm, Fundamentos da História do Direito, Fernand Braudel & a História, Abraham Kaplan & A Conduta na Pesquisa aqui.
Das quedas, perdas & danos aqui.
Violência contra a mulher, Heleieth Saffioti, Marta Nascimento & Poetas do Brasil aqui.
O Feminismo & a História da Mulher, Masculino & Feminino, Psicologia Escolar & Educacional, Pluralidade de Família & União Estável aqui.
Jacques Lacan, Direito de Família, Alimentos Gravídicos & Realacionamentos Pós-Modernos aqui.
A aprendizagem observacional de Albert Bandura & Direito Autoral aqui.
Pierre Lévy, Cibercultura, Capitalismo Global, Linguagens Líquidas & Narrativas Midiáticas Contemporâneas aqui.
Poetas do Brasil: Ari Lins Pedrosa, Ana Paula Fumian, Frederico Spencer & Suzana Za’za Jardim aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
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Agenda de Eventos 35 anos de arte cidadã aqui.

ARTE DE HELMUT NEWTON
A arte do fotógrafo alemão Helmut Newton (1920-2004). Veja mais aqui.

PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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