terça-feira, abril 09, 2019

ALAN WATTS, BAUDELAIRE, CONSTANZA MAYO, OFF THE MAP & CRÔNICA DE OUTRO ABRIL


CRÔNICA DE OUTRO ABRIL - Havia o dia e isso já era o que podia ocorrer de melhor. Alguém não viu e era eu, as coisas todas acontecem ao mesmo tempo e a todo momento: aqui, ali, acolá a luz acendeu, a noite se foi, um grão germinou, o mato floresceu, o rio a correr, a flor a brotar, o bicho escondeu, segundos que se vão, minutos sem contas; o olho piscou, o instante se foi e escorreu entre os dedos, sem se dar conta o que a água inundou, o que mudou de lugar ou pereceu, o que o tempo engoliu ou espalhou, o que sumiu ou apareceu, o tanto de difuso que esborra e não dá para abarcar: chiados, estalidos, pegadas, idas e voltas. Assim se processa e a gente percebe uma coisa de cada vez, nem dá para saber de tantos, alhures. Muitas coisas mas muitas mesmo acontecem ao nosso redor, espontaneamente, imagine lá longe, quanto mais distante. Para quem sabe de fora para dentro, quanto de suficiente dará dimensão a coligir adequadamente de todos os lados e direções, de todas as alturas e distâncias, qual hora certa ou exata para a decisão. Ouve-se: aqui se faz, aqui se paga; olho por olho, dente por dente. Ah, a distração e uma outra cena entre outras nem se percebeu. Quem há-de escapar entre coisas e seres o imponderável, o inefável, o intangível. Olho e posso não ver; ouço e posso não ouvir, tocar e não sentir de cheiros, avisos, sabores. Mesmo de olhos fechados, até o que se tem por inexistente. Se cai ou tropeça, tudo já foi, passou; se atrasa, lá vem outra vez. Às costas, não sei. De dentro para fora tudo é verdadeiro, resta aprender o desconhecido, soltar as rédeas e voar duas polegadas acima do solo: o que posso viver além do vivido. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] O mundo é visto como separado porque a pessoa projeta nele o seu próprio estado de confusão e ignorância; assim, em cada um de nós há essa mente que observa as circunstâncias criadas por ela mesma e, de acordo com a natureza particular da expressão dessa mente nos indivíduos, são criados os ambientes que os envolvem. [...] com os olhos focalizados no horizonte, não vemos o que está aos nossos pés. [...] no momento em que compreende, absoluta e finalmente, que a vida não pode ser captada, ele a solta, percebendo num átimo de segundo que tolo ele tem sido ao tentar retê-la como se fosse sua. Assim, nesse momento, ele alcança a liberdade do espírito, pois compreende o sofrimento inerente à tentativa humana de guardar o vento numa caixa, de manter viva a vida sem deixar que ela viva. [...].
Trechos extraídos da obra O Espírito do zen (Cultrix ‘1988), do filósofo e escritor inglês Alan Wilson Watts (1915-1973). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

A ESCULTURA DE CONSTANZA MAYO
A arte da escultora chilena Constanza Mayo. Veja mais aqui.

OFF THE MAP
O drama Off the map (Fora do mapa, 2003), dirigido pelo diretor estadunidense Campbell Scott, com roteiro da atriz e autora Joan Ackerman, conta a história de uma família excêntrica vive uma existência separada daquela do mundo exterior, que continua a prosperar e a sobreviver autonomamente. Na trama, uma garota que mora no sítio fora do mato, acompanha o drama de seu pai abalado pela depressão, enquanto recria seu mundo conforme suas fantasias. Destaque para atuação da premiada atriz estadunidense Joan Allen. Veja mais aqui & aqui.
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Como foi a imaginação que criou o mundo, ela governa-o. A imaginação é positivamente aparentada com o infinito.
A obra do escritor, tradutor, crítico de arte e poeta francês, Charles Baudelaire (1821 - 1867) aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.



PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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