BRINCAPRENDENSINAR,
NOVEDUCAÇÃO – Muito se fala da educação brasileira,
pudera. Começa pelo reducionismo de que ela é escolarização, aí tome gente
quantitativamente enclausurada em insalubres situações de ensino-aprendizado,
em detrimento de relações humanas qualitativas. O que se fala a respeito, quando
muito, soletra, nada mais que isso, o decorado art. 205 da Constituição
vigente, de que ela é direito de todos, dever do Estado e da família, promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade (!?), visando o pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. Tá. Há quem invoque da boca pra fora o art. 2º da
LDB 9394/96 de que ela é inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais da
solidariedade humana, com a finalidade constitucional, sendo cravado no artigo
anterior que ela abrange os processos formativos que envolvem a vida familiar,
a convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais, como se ela fosse vinculada ao mundo do trabalho e à prática social.
Ah, é? Tá. Peraí, com base nessas previsões legais, ou estão fazendo tudo
errado, ou isso de lei não é no Brasil. Tire a prova dos 9 e veja por si mesmo!
Das duas, uma. E se a gente olhar direitinho, sem microscópio ou telescópio
mesmo, na verdade não passa de instituição modelada como se hoje fosse o mesmo
do que foi dito antes de Jesus e encerrada ao propósito mecanicista-positivista
de séculos atrás, sem considerar que estamos em pleno século 21. Nada mais
obsoleto, não é? Somente liquidando a fatura: no Brasil ninguém gosta de ler,
muito menos de estudar. Poderia ser diferente? Se não fosse um horror, seria na
base do vai lá que seja. Seja lá o que for, basta passar a vista na tragédia
para encontrar uma rede pública exaurida e ineficiente que se tornou reino da discórdia,
violência e descaso – o Estado não cumpre a sua parte -, como uma rede
particular que mais parece um quartel-sanatório no fabrico de ciborgues prontos
e moldados para o mercado, religiões e homogeneidade da estupidez. Aí quando
alguém diz que a educação brasileira é emburrecedora, não se esboça a mínima indignação
por aí, só discurso naturalizado e prato feito nas inflamadas conversas das
esquinas e salões. Da mesma forma, é senso comum atribuir a qualquer problema
do país a solução na educação, sobretudo flagrado na fala de autoridades e
políticos, com o argumento de que ela um dia se tornar prioridade na pauta das
gestões, resolverá tudo que atrapalha a vida dos brasileiros e das brasileiras.
De boca em boca, ora, ora. À primeira vista, uma coisa parece líquida e certa: que
a prática educativa desconhece ou ignora o universo relativístico-quântico, ou
seja, não há liga entre o que pratica e os dias atuais, apesar do uso
indiscriminado das tecnologias que nos certifica a participação num mundo em
rede e serial em cenários instáveis e alterados por associações e justaposições,
com mudanças incessantes e uma variedade de rearranjos na dispersão de sentidos
múltiplos e dinâmicos, criando uma ponte entre o científico-racional e o estético-emocional e vice-versa, avalie. Parece que está tudo muito equivocado
ou o mecanicismo-positivista causou danos brabos para incapacitação de uma
leitura real do mundo ao redor. Parece? Prefiro brincaprendensinar, uma
noveducação. E vamos aprumar a conversa! © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS:
[...] A única maneira de descobrir os princípios
sobre os quais algo deve ser construído é considerar o que vai ser feito com
aquilo que foi construído, depois que foi construído. [...] O objeto de uma representação não pode ser
nada além de uma representação, da qual a primeira representação é o
interpretante [...] De fato, não é
nada além da representação, ela mesma concebida como despida de vestimentas
irrelevantes. Mas estas vestimentas nunca podem ser completamente despidas;
apenas podem ser trocadas por algo mais diáfano. [...]
Trechox
extraídos da obra Escritos coligidos
(Abril Cultural, 1974), do filósofo, pedagogista, cientista, linguista e
matemático estadunidense Charles Sanders Peirce (1839-1914), criador da
Semiose que é o processe de significação e a produção de significados, sendo identificada
como uma ação ininterrupta de uma cadeia sígnica infinita de mediações, da
natureza da continuidade, onde imprecisão e indeterminação constituem o próprio
arcabouço da sua lógica. Contraditório e controvertido, seus escritos contribuíram
para a história da filosofia sem, no entanto, conseguir comunicar-se com alunos
ou público: “Minha obra destina-se a
pessoas que desejam perquirir; os que desejam filosofia mastigada, podem buscar
outro rumo; há botequins filosóficos em todas as esquinas, graças a Deus”. Veja
mais aqui
A ARTE DE MARIA LUÍSA
MENDONÇA
A arte
da premiada e belamente charmosa atriz, apresentadora de TV e diretora Maria Luísa Mendonça, que atua no
teatro, cinema e televisão. No teatro ela estreou com a peça Vestida de Noive
(1987) e, em seguida, Os gigantes da montanha (1991), Romeu e Julieta (1993),
Valsa nº 6 (1994), Futebol (1995), Os sete afluentes do rio Ota (2002), Na
selva das cidades (2011), Zulmira e a falecida (2012), entre outras. No cinema ela estreou no filme Corazón iluminado
(1998), Carandiru (2003), entre outros longas, curtas e documentários. Na
tevê, entre outros trabalhos, apresentou o programa Contos da meia noite
(2004), na TV Cultura e o programa Revista do Cinema Brasileiro, na TV
Brasil. Ela também é artista visual e realizou a exposição Eu me registrarei sob um nome falso, em 2016. Veja mais aqui e aqui.
A FOTOGRAFIA DE ARAKI NOBUYOSHI
A arte
do fotógrafo japonês Araki Nobuyoshi, autor dos livros Sentimental
Journey (Jornada Sentimental), Winter Journey (Jornada de Inverno), Tokyo
Lucky Hole, Shino e mais de outros 350 livros, sendo considerado um
dos artistas mais produtivos do mundo. Sobre suas obra foi realizado o
documentário Arakimentari, de Travis Klose, em 2005. Veja mais aqui e aqui.
&
A OBRA DE RALPH WALDO EMERSON
A
literatura é o esforço do homem para se indenizar pelas imperfeições da sua
condição. A natureza e os livros pertencem aos olhos que os vêem. A natureza
está constantemente a misturar-se com a arte.
A obra do
escritor e filósofo estadunidense Ralph Waldo Emerson (1803-1882) aqui,
aqui, aqui e aqui.