terça-feira, maio 05, 2020

MERYL STREEP, NELLIE BLY, KATHARINA HEISE, PATRÍCIA FRANÇA & FECAMEPA


O FECAMEPA ENTRE EMPERRO & MÁ-VONTADE - OS ZÉS NA FILA DOS 600 DO COISO - Pitoco também é Zé e feliz, pelo menos é o que ele diz, o primeiro da fila. Atrás dele uma multidão. Ele esperava desde ontem de tarde ali, montando guarda, abrir a porta e saber se podia pegar o que lhe era devido. Ele, como outros tantos Zés, o Imperador, Cravo, Bestão, Corninho, Bilola, Bunito, Dinaldo, Gogo, Fulano, muitos anônimos da silva e todos Josés da mesma sina. Afora Marias e desconhecidos Joões e Manoés de serão, em cima da ocasião. Ali os pariceiros, longe um do outro, alguns de máscara e outros nem tanto, peiticavam tirando onda, maior mangação: cara dum cu de outro. Todos esperavam sua vez de ser atendido e, depois, correr para o caixa automático e sacar o auxílio emergencial prometido. Parecia festa. Com a demora, as insatisfações. Como é mesmo, hem? Essa grana sai ou não sai? Rapaz, já me cadastrei e ainda está em análise. Eu mesmo quero saber direito por que ainda não recebi! Eu vim para me cadastrar. Oxe, não é aqui não, besta. Pronto. Eu já dei três viagens aqui e arrastei a mala, quero só ver hoje! Tu és um pé-frio desgraçado! Sou não. É. Agora deu. DORO EMBANANA TUDO – O Doro não era um Zé de nome, mas como se fosse mais um na vida. Lá no rabinho da fila, gritou patacoadas botando os outros da laia que estavam mais adiante. Era gente como a praga. Doro conferiu: Pelo jeito num chegará hoje a minha vez. Armou da sua: Tossiu uma, duas vezes; todo mundo virou-se pra ele, fez que não viu. Espirrou escandalosamente. Pronto, lugar mais limpo. Sabia que seria providencial e rumou para o interior do estabelecimento. Lá dentro, entupido. Deu outra espirrada. Quase foi levado porta afora no meio da correria. Ao se aproximar do caixa automático, chega a polícia mascarada, apontaram para ele: É aquele ali. Foi arrastado pelo cós da calça: atentado à saúde pública. Motivo? Uns três morreram do coração, duas mulheres tiveram um troço e um incontável número de pessoas que ainda passavam mal do lado de fora. Três dias depois ele passava. E aí, Doro, recebeu? Agora, só para o ano. ZÉ PEIUDO SE APROVEITAVA DA SITUAÇÃO – Tudo restabelecido, organizado. Zunzunzum. O que esse cara está fazendo por aqui? Oxe, Zé Peiúdo aproveitava e prometia disso e daquilo para todos. Não escondia sua ganância anunciando um queima brabo nos estoques que todos sabiam mais que cediço, ora, ora. Quem não sabia do seu pano de amostra é que caía na esparrela. Lá ia ele no maior papo furado, engalobando e furando a fila. Aos apupos, conseguiu chegar ao caixa e ao inserir o cartão o sistema saiu do ar. Teve gente que ficou ali plantado mais de três horas e nada. Via-se na face fechada de todos que restava apenas uma revolta incontida no peito de cada um. Só amanhã no Fecamepa. E eu também, até. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: O que, exceto a tortura, poderia gerar insanidade mais rápido do que este tratamento? Aqui uma classe de mulheres foi enviada para ser curada. Gostaria que os médicos especialistas, que me condenaram por minhas ações, que provaram suas habilidades, que peguem mulheres perfeitamente saudáveis e sãs, que calem suas bocas e as façam sentar das seis da manhã às 8 da noite em bancos duros, que não deixem que elas falem ou se movam durante essas horas, sem dar-lhes nada para ler ou conhecimento sobre o mundo lá fora, dando-lhes comida de péssima qualidade e um tratamento brutal, e vejam quanto tempo levará para que elas se tornem loucas. Dois meses as destruiriam mental e fisicamente. Pensamento da jornalista, inventora, escritora e voluntária estadunidense Nellie Bly (pseudônimo de Elizabeth Cochran Seaman – 1864-1922), que foi a pioneira nas reportagens investigativas, fingindo insanidades para estudar uma instituição para tratamento de doentes mentais. É autora do livro Ten Days in a Mad-House (1877), baseado em artigos escritos por ela e publicados pelo New York World, que inspirou o filme Fuga do hospício: A história de Nellie Bly (2015), dirigido por Timothy Hines e estrelado por Caroline Barry no papel título. Outra versão cinematográfica, Escaping the Madhouse: The Nellie Bly story (2019), estrelado por Christina Ricci e dirigido por Karen Moncrieff. A versão teatral, Ten Days in a Mad-House (2018), foi escrita por Tony Bezner. Ela também viajou por 72 dias simulando a ficção de Júlio Verne: Eu quero dar a volta ao mundo em 80 dias ou menos. Eu acho que posso vencer o recorde de Phileas Fogg. Posso tentar? Durante toda sua vida foi marcada por brigas com homens para provar a sua capacidade. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

MERYL STREEP
O desrespeito estimula o desrespeito. A violência incita a violência. E, quando os poderosos usam sua posição para intimidar os outros, todos nós perdemos.
MERYL STREEP - A arte da premiadíssima atriz estadunidense, Meryl Streep, que estreou profissionalmente na peça teatral Trelawny of the Wells (1975), no Vassar Drama Department, e na televisão no telefilme The Deadliest Season (1977). Estreou no cinema com o filme Julia (1978) e, em seguida atuou no Kramer vs. Kramer (1979) seguidos de tantos outros de sua grandiosa carreira. Ela ganhou o Oscar por três vezes, acumulando 8 Globo de Ouro, 3 Emmys, 2 Screen Actors Guild Awards, melhor atriz no Festival de Cannes e de Berlim, 5 New York Films Critics Circle Award, 2 BAFTA, dois Australian Film Institut Award, entre outros prêmios. Ao longo de sua carreira lançou dez álbuns com as trilhas sonoras de filmes ou com músicas para crianças, afora 17 audiobooks de clássicos da literatura. Apoia instituições como o Centro para Saúde e o Meio Ambiente Global, da Harvard Medical Scholl, o Scenic Hudson, a Coalizão pela Saúde Infantil, o Equality Now, o National Women's History Museum, o The Public Theatre, e a grife Gucci que encampa campanhas para empoderamento das mulheres em todo planeta. Veja mais aqui, aqui e aqui.

A ESCULTURA DE KATHARINA HEISE
A arte da escultora e ilustradora alemã Katharina Heise (1891-1964), que durante a tomada do poder nazista, sua arte foi declarada degenerada e banida de museus, sendo que grande parte de sua arte pública foi destruída. Ela também foi proibida de participar de exposições ou de comissões. Depois que seu estúdio foi destruído por um bombardeio aliado, ela voltou para a casa dos pais em Bad Salzelmen e continuou trabalhando isoladamente. Imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, ela criou obras comemorativas das vítimas do fascismo, incluindo um busto de Anne Frank. Veja mais aqui.

PERNAMBUCULTURARTES
O que eu sei é que o cinema pernambucano é um dos melhores do mundo. Tenho muito orgulho. Mas ninguém me chama. Não sei o que é. Acho que foi uma praga da Bruxa da Branca de Neve (risos). Nunca me chamaram nem para a Paixão de Cristo, que convida atores do Rio de Janeiro, figuras importantes, mas nunca me chamaram. Mágoas à parte, destacaria que temos muita cultura. Preciso entender que tenho o rosto e o corpo de uma mulher de 40 e poucos anos. Mas ainda fico muito bolada. Acho cruel olhar para mim mesma e me ouvir. Falo para quem está do lado: “Olha o meu pescoço, cheio de ossinhos!”, “Veja só: um lado está maior que o outro” (risos).
A arte da premiada atriz Patrícia França, que começou sua carreira no teatro ainda criança, levando a uma duradoura carreira no cinema e na televisão.
Maxambimbas e maracatus, do jornalista, escritor e professor Mario Sette (1886-1950) aqui.
A música do premiado cantor, compositor, arranjador, instrumentista, poeta e professor Armando Lôbo aqui.
A literatura da escritora Lourdes Sarmento aqui.
A arte da poeta, ilustradora, fotógrafa e designer Ayssa Bastos aqui.
Artistas de Pernambuco aqui.
A mora de ferro aqui.


PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

  Imagem: Foto AcervoLAM . Ao som do show Transmutando pássaros (2020), da flautista Tayhná Oliveira .   Lua de Maceió ... - Não era ...