Curtindo
a arte musical da cantora estadunidense Joan
La Barbara.
LITERÓTICA: AS PERNAS DE MARYNA – Compenetrado nas minhas escrituras, a cigarra tocou. Não
esperava ninguém àquela hora, quem seria, não sei. Abro a porta e o aroma de
mulher invade o ambiente. Nada melhor que a surpresa. Era ela: Maryna sedutora,
maneirosa, decotada, obscena, deliciosa. Ah, como é bom vê-chegar assim
irresponsável, safada, matreira. Ao entrar empurrou-me incontinente, até
sentar-me à cadeira da escrivaninha. Meus olhos fixos nela, quanta gostosura. Tirou
o salto alto lentamente, descalça, o busto saltava do decote, o corpo enchia
minha vista, a boca cheia d’água diante da sua apetitosa emanação. Trouxe o pé
desnudo ao meu ventre, massageando delicadamente meu pênis já emergente. O corte
da sia expôs suas esculturais pernas, a coxa roliça, permitia a visão da
calcinha guardando seu ventre abundante: a fogueira para minha heresia priápica.
Manhosamente enleava, convidava-me à sua safadeza sensual. Ela jogou a cabeça
para trás, respirando fundo, mãos aos cabelos e as minhas aos seus fartos seios.
Desabotoei os primeiros botões do vestido, invadi por baixo do sutiã, sua pele
acetinada, minha ardente lasciva. Respirava com dificuldade pelo prazer
abrasador das minhas mãos na sua carne perfeita para amar e gozar. Livrando-se
do vestido, tirou a calcinha e sutiã, virou-se de quatro e me expôs as suas
nádegas magistrais, ah, lauto banquete, fausto monumento. Passei a língua na
sua vagina úmida e ela murmurava felina, porquanto submissa, apetitosa,
propícia. Meus dedos percorriam suas ancas, acariciando seu ânus e clitóris, a
sua carne viçosa, ah Vênus calipígica nua, suas pernas eram duas torres
aprazíveis em que eu esfregava meu sexo duro e babento, a sua respiração
suspensa, e eu mais lambia aquela fonte deliciosa de prazer. É por ali que eu
devia seguir sem inibição e como uma ovelha desgarrada, levantei-me e aprumei
meu pau rijo ns sua correnteza copiosa, a gemer com a minha estocada, disse-me:
Ah, flauta mágica, a verdadeira. E nela trepei, empurrei, meus urros
indecorosos, mais pedia, mais estocava, mais gemia, mais me acumulava entre
suas coxas e gozava loucamente ao meu gozo estonteante. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja
mais aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS – As palavras têm
sua propria firmeza. A palavra na página não pode revelar (pode esconder) a
flacidez da mente que a concebeu. Todos os pensamentos são evoluções – ganham mais
clareza, definição, autoridade ao serem impressos – ou seja, descolados da pessoa
que os pensa. A escrita é uma pequena porta. Algumas fantasias, feito grandes
peças de mobiliário, não passarão por ela. Pensamento da escritora e
crítica estadunidense Susan Sontag
(1933-2004). Veja mais aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: A castidade é a
mais anormal das perversões sexuais. Adoro católicos. Se não insistissem tanto
em misturar-se aos cristãos, já teria me convertido a eles. Pensamento do
escritor inglês Aldous Huxley
(1894-1963). Veja mais aqui.
ARTE & COMUNICAÇÃO: LIBERDADE DE
EXPRESSÃO – A obra Arte e comunicação
(AGIR/MEC, 1972), do jornalista, escritor, teatrólogo, professor, historiador e
crítico de arte Celso Kelly (1906-1979), trata sobre arte e sociedade, o
fato estético, a arte e o tempo, a criação artística, fundamentos estéticos da
comunicação, artes plásticas e mensagens visuais, o espetáculo e a comunicação
direta, uma nova linguagem, imagem e som, as novas linguagens e o espetáculo
indireto, comunicação e literatura, linguagens poéticas, jornalismo e a
publicidade na conjuntura da comunicação. Na obra ele expressa: [...] A liberdade de expressão que se reivindica nas
comunicações em geral tem seu fundamento na necessidade de assegurar
autenticidade às comunicações, de inspirar a mais sagrada confiança do público,
de atingir originalidade na criação (inclusive no anúncio) e de garantir à sua
clientela os benefícios da circulação e da audiência. Só bem utilizada, a
liberdade de expressão proporciona aos veículos a penetração de público a q eue
eles aspiram e a força de opinião que eles pretendem. Veja mais aqui.
JUVENTUDE: UMA NARRATIVA – [...] O mundo nada mais era que
uma imensidão de enormes ondas espumantes nos perseguindo, sob um céu baixo o
bastante para tocarmos as mãos, e negro como um teto fumegante. [...] Havia uma completude, algo sólido como um
princípio e dominante como um instinto – uma revelação de algo secreto -,
aquele algo escondido, aquela dádiva boa ou má que faz a diferença racial, que
molda o destino das nações. [...] as
faíscas voavam para cima como o homem gera seu próprio sofrimento [...] Juventude! Tudo pela juventude! A tola,
encantadora, bela juventude! [...] o
primeiro suspiro do Oriente em meu rosto. Jamais esquecerei isto. Era impalpável
e escravizador, como um feitiço, uma promessa sussurrada de prazer misterioso.
[...] O oriente misterioso estava diante
de mim, perfumado como uma flor, silencioso como a morte, escuro como um
túmulo. [...] o Oriente falou comigo, mas foi numa voz ocidental. Uma torrente de palavras jorrava no silêncio
enigmático e fatal; palavras estrangeiras, zangadas, misturadas com palavras e
mesmo frases inteiras em bom inglês, menos estranhas, mas por isso mesmo mais
surpreendentes. A voz xingava e amaldiçoava violentamente; ela cifrava a paz
solene da baía com uma saraivada de ofensas [...]. Trecjos extraídos da
obra Juventude: uma narrativa (Paz e Terra, 2003), do escritor
britânico Joseph Conrad (1857-1924). Veja mais aqui.
LES ÉROTIQUES DU REGARD
Imagens da obra Les
érotique du regard (Balland, 1968), do fotógrafo Marc Attali.
TODO DIA É DIA DA MULHER
Leitora Tataritaritatá!