A arte
da artista performática italiana Vanessa Beecroft. Veja mais aqui.
LITERÓTICA: NAQUELA NOITE TODAS AS NOITES - Naquele
dia a gente navegou por nossas fronteiras mais arraigadas e se curtiu o dia
todo, era o aniversário dela. Logo de manhã eu saboreei sua delícia na cozinha:
a comida da comida. De tarde, namoramos todos os mormaços. E quando a noite
chegou, eu acendi todas as estrelas com o prêmio da sua língua lua na varanda.
Era a festa total, como se todas as noites estivessem nesta noite na rodada de
sua saia estampada, mãos na cabeça e sussurros de vontades. Ali, de nós dois,
todas as posses e bens despojados varridos pela nossa dança na sala, no quarto,
nuvens e céus. Foi quando ela me agarrou com seu beijo Maragogi e me afogou nas
ondas do seu corpo. Foi quando ela engatinhou faminta, engolidora de espadas e
devoradora de desejos incendiando o meu sexo iluminado que a fazia rodopiar, se
entreter e esfomear na cena explícita de nossa explosão pornô e na minha
hipofixilia agoniada de gozo. Com a minha explosão ela me deu seu sorriso que
dinamitou de vez todas as minhas neuras, traumas, frustrações. Ofegantes na
cama, nossos corpos vencidos. Aí eu levitei com o aperto de seu abraço Porto
Calvo. O seu beijo molhado fez o mundo girar mais depressa e caímos lentamente
no Passo e bailamos nus na Matriz de Camaragibe. Eu sou seu par e ela se
debruça na cama e me puxa com força sobre as costas lanhadas para que eu vença
seus montes e sua carne rendida. Foi aí que venci a sua Paripueira, usurpei o
seu Sonho Verde, venci a sua Guaxuma até fazer no seu corpo o Riacho Doce. Coração
saindo pela boca, nosso suor lavou a minha vitória. E venci urrando de gozo
sobre sua carne varada e servida sobre a bandeja do meu domínio. O meu peso
sobre a rendição de sua maravilha dorsal. Os meus braços no seu corpo: o banho
da noite. A água iluminava a sua pele nua na minha língua que percorria a sua
Cruz das Almas, o seu Mata-Garrote, Jatiuca, Ponta Verde, Pajuçara até enfiá-la
na mina do seu Pontal e ela me deu a Madalena do Francês rebolando na Barra, se
espremendo no Gunga, se ajeitando na praia de Jequiá, enlouquecendo no Pontal
de Coruripe, até rebolar seu Piaçabuçu na curva do Penedo que assaltou a minha
loucura profana e a fez chorar de satisfação. O trem do meu tesão seguia os
seus trilhos. E ela tributária de tudo se valia dos nossos nervos que reagiam
na luta dos quereres mais safados. Não havia como saltar fora, soltar agora
toda libidinagem visceral. Foi quando ela, frango assado, escancarou todos os
segredos desvelando toda sua alma perversa. Ela Amanda Peet premiando o meu
apetite. E se deitando no céu como se fosse um presente de natal, como se fosse
toda folia de carnaval, como se fosse maior fungado de São João, como se fosse
as bênçãos de ano novo, todas as festas juntas, todas as noites nessa noite. Era
aniversário dela e por isso me olhava com seu jeito azul de me beijar a
virilidade, quando eu enlouquecido sugava no seu ventre como quem bebe
gasolina, gerando a todo vapor a nossa putaria, pele na pele nua e eu me
apoderando de sua carne com a fúria dos gritos de quem ama aquilo tudo e muito
mais. E insistia alisando a sua carne tocando cada milímetro de sua feitura,
como se num walkaround com toda força vital. Ah, minha vulnerável Lois Lane que
quando eu um simples Clark me fazia de Superman. E foi: todas as noites nessa
noite. E sobreviventes, emergimos enquanto mergulhávamos um no outro. Aí, lá e
loa. Ah, coisa tão boa. A gente mandava bem sem sossegar o facho, maior
repasto. Foi quando ela então vira Madonna ousada e sacana e tudo outra vez e
de novo. Puxa! Todas as noites nessa noite quando eu sonho nossas entregas que
fazem viver. © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS – [...] A morte é
uma dignitária que deve ser recebida com manifestações formais de respeito,
quando se anuncia ainda pelos que lhe são mais familiares. [...]. Trecho do
conto Uma ocorrência na ponte de Owl
Creek (Ediouro, 2004), do escritor, jornalista e crítico satírico
estadunidense Ambrose Bierce que, em
1913, deixou sua cidade, partindo para o México e não se soube mais do seu
paradeiro. Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: [...] O escritor real tem, muitas vezes, apenas uma ferida cujo
nome ele desconhece, mas que lhe concede silêncio
e uma palavra gaga e balbuciante.
[...]. Pensamento extraído de Como fracassar em Literatura (Pausa, jun. 2013),
do psicólogo, filósofo e professor Juliano
Pessanha. Veja mais aqui.
GUERRA & PAZ – [...] Um passo
para além daquela linha que lembra a que separa os vivos dos mortos e eis-nos
no mundo desconhecido do sofrimento e da morte. E lá adiante que é que está? Lá
adiante, para além deste campo e desta árvore e daquele telhado iluminado pelos
raios do Sol? Ninguém sabe e ninguém o deseja saber. Toda a gente tem medo de
transpor aquela linha e ao mesmo tempo há como que uma tentação de o fazer; e o
certo é que todos sabem que mais tarde ou mais cedo haverá que transpô-la e que
conhecer o que lá existe, do outro lado da linha, exatamente como é inevitável
virmos a saber o que fica do outro lado da morte. E no entanto todos nós nos sentimos
fortes, saudáveis, cheios de vida. [...] Trecho da obra Guerra e paz (Círculo do Livro, 1974), do escritor russo Liev Tolstoi (1828-1910), no qual
desenvolveu uma teoria fatalista da História, onde o livre-arbítrio não teria
mais que uma importância menor e todos os acontecimentos só obedecem a um
determinismo histórico irrelutável. Com esta obra o autor criou um novo gênero de
ficção, quebrando os códigos do romance da época. Há que se frisar que em suas
obras, o autor sustenta um fundo filosófico de suas novelas, a ideia
fundamenral da não resistência ao mal, o amor incondicional à verdade, o império
necessário da castidade, efendendo que o mal só pode ser combatido com o bem,
pois opor o mal ao mal é aumentar a quantidade mal que há no mundo. Só aumentando
a quantidade de bem, até que seja dominante, asfixiará o mal que desaparecerá
da alma do homem. A violência é um mal e, portanto, a injustiça não deve ser
combatida com a violência. A verdade triunfará por si mesma, em idêntico sentido,
pela desaparição progressiva da quantidade de mentira que sombreia o mundo,
motivo por que se deverá sempre respeitá-la, em todas as circunstancias e por
qualquer preço e aumenta-la assim neste mundo, não deixando que morram todas as
verdades parciais que venham a ser descoberta. Veja mais aqui & aqui.
POEMA – Não há
mais sublime sedução do que saber esperar alguém. / Compor o corpo, os objectos
em sua função, sejam eles / A boca, os olhos, ou os lábios. Treinar-se a
respirar / Florescentemente. Sorrir pelo ângulo da malícia. / Aspergir de
solução libidinal os corredores e a porta. / Velar as janelas com um suspiro
próprio. Conceder / Às cortinas o dom de sombrear. Pegar então num / Objecto
contundente e amaciá-lo com a cor. Rasgar / Num livro uma página
estrategicamente aberta. / Entregar-se a espaços vacilantes. Ficar na dureza / Firme.
Conter. Arrancar ao meu sexo de ler a palavra / Que te quer. Soprá-la para
dentro de ti / até que a dor alegre recomece. Poema recolhido da obra o começo de um livro é precioso (Assírio &
Alvim, 2003), da escritora e tradutora portuguesa Maria Gabriela Llansol (1931-2008).
COLECIONAR ARTE CONTEMPORÂNEO – A obra Colecionar
arte contemporâneo (Collecting
Contemporary Art - Taschen,
2006), do autor, colunista, colecionador e autoridade em arte e design
contemporâneos, Adam
Lindemann, trata sobre os sete protagonistas do mercado de arte, o
artista, o crítico de arte, o marchante, o assessor artístico, o colecionista,
el experto de casas de subastas, o profissional de museu, com um glossário
parcial dos termos e um índice para localização dos artistas publicados, tudo
sobre mercado de arte contemporânea.
A arte
da artista performática italiana Vanessa Beecroft. Veja mais aqui.
DIREITOS HUMANOS
TODO DIA É DIA DA MULHER
Leitora Tataritaritatá!
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