O QUE SEI DO QUE
APRENDI - Imagem: Aviso em dois, do pintor russo Wassily Kandinsky (1866-1944) - Há muito tempo que eu estudo, gosto de estudar desde
menino quando atravessei a porta da escola pela primeira para o ensino
primário. Quando meus pais me levaram ainda menino para estudar, era eu quem já
queria estar lá, aliás, eu que peiticava para ir e me diziam que eu não tinha
idade ainda. Um dia lá, finalmente, me disseram: vamos pra escola. E quando vi
a professora Hilda ministrando suas aulas, meus olhos estavam vidrados e eu me
encantei de viver encantado até hoje, querendo entender o mundo e instigado às
descobertas. Queria saber tudo, coisa de menino. E nada foi sufuciente para
aplcar minha sede por conhecimentos. Foi no ginasial que este encanto entrou em
baixa, estava precoce adolescente, a escola não respondia às minhas indagações
e outras eram as minhas curiosidades, coisas que corroboraram, talvez, as más
escolhas, o que o seria de mim sem elas, erros são lições inestimáves, e mesmo
desmotivado com asala de aula, nunca perdi a vontade de sempre querer aprender
e construir meus saberes, afinal, todos nós precisamos de referências para o
alcance de conhecimentos. E foram nos estágios compreendidos entre o ginasial, o
colegial e a faculdade que conheci professores e professores, muitos, uma
relação entre apreço e raiva, amor e ódio, alguns simpaticíssimos, dedicados,
outros chatos de galocha, terroristas, ditatoriais, muitos; os que eram apenas
transmissores, outros simples comunicadores, como aqueles que sabiam pra si e
usavam do proselitismo dos insensíveis com a sua soberba, tornando a aula
repetitiva e maçante, depositando seus saberes como verdade absoluta, fazendo
da gente meros reprodutores da sua superficialidade. Estes, quase nem lembro,
sumiram na fumaça do tempo. Outros não, conheci os que usavam da magia e do
encanto, equilibrando a firmeza e a ternura, com a sua inquebrantável devoção entre
lampejos intuitivos, informalidade, sempre visionários, contagiantes, estes os
que marcaram e muito para o meu desenvolvimento e aprendizagem, estes que
despertaram em mim o contínuo processo de resgate das dimensões humanas, da
superação dos meus medos, ensinaram-me o respeito ao outro e a cultuar a paz, a
medida equilibrada entre o sim e o não, ah, estes nunca esqueci, até tornei-me
amigo por estarem sempre dispostos a me orientar e a debater comigo minhas
inquietações e questionamentos. Pois é, existem professores e professores,
todos importantes para minha formação. Todos me ensinaram que a escola é o
mundo: o laboratório onde tudo acontece, tudo se constroi e se desconstroi, tudo
é feito e desfeito, tudo segue adiante. Por isso, o mundo sempre foi o meu foco
de estudo, buscando compreender a causa das coisas acontecerem, o porquê dos
acontecimentos, problematizando como as contradições levam sempre a buscar e
encontrar saídas. Fui aluno, tornei-me professor e resolvi ser eternamente
discípulo para um dia, quiçá, alcançar a sabedoria do mestre. Nesse trâmite, vou
aprendendo, inclusive, a aprender, enquanto isso, aprendi que ensinar é fazer
uso da arte e da técnica do diálogo, conversar, debater, levantar problemas,
questioná-los, pesquisá-los por zis metodologias de investigação, utdo para que
o ensino se configure juntamente com a pesquisa e, sobretudo, engajado com a
extensão: flagrando no mundo o material para meus estudos e salas de aula. Eterno
aprendiz, porque para mim o melhor de aprender é o êxtase da descoberta! © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial a voz da cantora Gal Costa & show ao vivo do cantor, compositor e
milti-instrumentista Beto Guedes. Para conferir é só ligar o som e curtir.
PENSAMENTO DO DIA – Por
ti mesmo, não te violentes e respeita em ti as oscilações do sentimento, de acordo
com a tua vida e a tua natureza. Alguém, mais sábio do que tu, as fez assim.
Pensamento do filósofo, poeta e crítico suíço Henri-Frédric Amiel (1821-1881).
PERSPECTIVISMO AMERÍNDIO - [...] a concepção, comum a muitos povos do
continente, segundo a qual o mundo é habitado por diferentes espécies de
sujeitos ou pessoas, humanas e não-humanas, que o apreendem segundo pontos de
vista distintos. [...] eles se
dispõem, a bem dizer, de modo exatamente ortogonal à oposição entre relativismo
e universalismo. Tal resistência do perspectivismo ameríndio aos termos de
nossos debates epistemológicos põe sob suspeita a robustez e a
transportabilidade das partições ontológicas que os alimentam. Em particular,
como muitos antropólogos já concluíram (embora por outros motivos), a distinção
clássica entre Natureza e Cultura não pode ser utilizada para descrever
dimensões ou domínios internos a cosmologias não-ocidentais sem passar antes
por uma crítica etnológica rigorosa. [...] não
devemos esquecer que, se as pontas do compasso estão separadas, as hastes se
articulam no vértice: a distinção entre Natureza e Cultura gira em torno de um
ponto onde ela ainda não existe. [...] Trechos extrapidos da obra A inconstância da alma selvagem (Cosac
& Naify, 2002), do antropólogo e professor Viveiros de Castro, também autor da obra O perspectivismo ameríndio não é uma cosmologia, mas “um corolário
(etno)epistemológico do animismo (Mana, 1996), no qual o autor derruba o senso comum de que os povos indígenas são marcados pelo atraso em
relação ao mundo ocidental, uma vez que essas sociedades sempre foram descritas
como “primitivas” por carecerem de instituições modernas – como o Estado e a
ciência.
CAETÉS – O município de Caetés surgiu de um povoado que se chamava São
Caetano, até 1918. O topônimo mudou para Caetés por influência do jornalista,
historiador e publicista da língua tupi, Mário Melo, alegando ser caetés uma
corruptela de caá-etê, significando "mato real ou verdadeiro, mata
virgem". Emancipou-se como município em 13 de dezembro de 1963,
desmembrando-se do município de Garanhuns. Está incluído na área geográfica de
abrangência do semiárido brasileiro, definida em 2005. É formado pelo distrito
sede e pelos povoados de Ponto Alegre, Atoleiro, Barriguda, Bastiões, Vila
Araçá, Várzea Comprida, Várzea Suja e Queimada Grande. Hoje tem se tornado um pólo na
geração de energia eólica no país. Veja mais aqui.
UMA SOMBRA NA PAREDE - [...] Dou por mim andando por estas ruas estreitas, entre alas de velhas
casas que o tempo preservou, e sinto que me reencontro, muitos anos depois de
ter partido daqui para longes terras. De mim, para mim, repito o poeta que
viveu emoção análoga à que estou vivendo agora, nesta volta ao chão natal: Pois
do que por fora vi, / a mais querer minha terra / e a minha gente aprendi.
Tenho novamente vinte anos, as mesmas namoradas, os velhos amigos, os mesmos
sonhos, e este gosto de recriar a vida com minhas histórias, meus personagens e
minhas emoções. [...] Nunca o vi tão
feliz nem tão realizado. Ambos eufóricos, como desinteressados do tempo e da
idade, cada qual com o seu mistério mal guardado, e sempre sobre as bênçãos do
bom Deus, que continua a proteger-nos como seus filhos, até mesmo quando dá a
impressão de que nos esquece, ou que estende até nós a piedade de sua
indiferença. Trechos do romance do escritor, jornalista,
professor e teatrólogo Josué Montello
(1917-2006). Veja mais aqui.
O BICHO - Vi
ontem um bicho / na imundície do pátio / catando comigo entre os detritos. /
Quando achava alguma coisa, / não examinava nem cheirava: / engolia com
voracidade. / O bicho não era um cão, / não era um gato, / não era um rato. / O
bicho, meu Deus, era um homem. Poema do poeta,
tradutor, critico literário e de arte, Manuel Bandeira (1886-1968). Veja
mais aqui e aqui.
IV CONFERÊNCIA ESTADUAL DE
CULTURA DE PERNAMBUCO
Participando da IV Conferência
Estadual de Cultura de Pernambuco, no auditório da Faculdade de Pesquisas
Aplicadas, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na última terça feira,
12 de dezembro, com o poeta e multiartista Fábio de Carvalho & do poeta e compositor Zé Ripe.
Veja mais:
&
A ARTE DE MINAMI
KEIZI
A arte do quadrinista, jornalista e desenhista nipo-brasileiro Minami
Keizi (1945-2009).