sábado, outubro 24, 2015

ZIRALDO, LYGIA TELLES, JANUZELLI, NILZA MENEZES, BERIO, VIOLÊNCIA, STORYTELLING & APRENDENDO A JOGAR!

VAMOS APRUMAR A CONVERSA? VIVENDO E APRENDENDO A JOGAR (Imagem: charge de Dálcio) - Pelo que você já viu, deu pra notar que nunca fui muito achegado a jogar nada. Quer dizer, achegado fui, mas nunca me dei bem ou gozei da vitória. Talvez seja por isso que nunca gostei de andar militando em política partidária, preferindo minha atitude política por outros meios e recursos, como nos escritos, nos dizeres, nas expressões que são as minhas grandes merdas. Votar, sim, sempre votei, voto e votarei. Nunca me negarei a esse direito da cidadania. No entanto, devo dizer mais uma vez, a bem da verdade, que quando era menino me esgueirava atrás de uma bola, me achando mais que um Rivelino, um Pelé, um craque qualquer, quando, na vera, nada mais era que um perna-de-pau incorrigível de levar rasteira até de aleijado. Verdade. Foi que certa vez, na maior correria - esta era a minha única habilidade no trato com a bola: empurrá-la pra frente e sair pé na bunda atrás que nem louco -, dei de inventar a driblar o que não sabia e, aproveitando da deficiência do zagueiro, tentei dar um toque daquele da vaca. O cabra mais sabido que eu, passou a rasteira com a moleta na maior cama-de-gato, e estuporei o joelho na quina dum paralelepído rebentado num esgoto limítrofe do campinho de barro batido. Resultado: sangreiro espirrou na lata, uma pisa da gota porque estava todo limpinho de banho tomado e jogando bola, e uma lavagem com álcool, vinagre e creolina para tirar as impurezas adquiridas com o fato. Berreiro triste, o meu. Minha mãe ali, braba: - Vou costurar esse talho com linha de vara-de-pescar, seu desgraçado! Ôxe, aí é que eu me escondia para não ver nem médico nem enfermeira, só mertiolate e mercúrio, assoprando que nem doido para não doer tanto como doía. Mais nada. Por esta razão abandonei o futebol aos onze anos de idade e juro que seria um atleta renomado não fossem minhas presepadas de mangar de todo mundo, levando chapuletada a cada ironia. Também não vou negar que de meninote até aborrecente não tenha virado tabuleiros com cartas de baralho, pedras de dominó, tacos de sinuca e tentar adivinhar uma vez na vida o palpite na porrinha. Confesso, era péssimo: não distinguia valete de rei, copas de pau ou ouros. Não sabia armar direito uns toques quando possuía uma trinca de sena e o cara adversário mais batido que trem atrasado, ainda, eu perder a partida do dominó. Também era contemplado com uma imperícia pura no taco, não distinguindo as cores e o valor das bolas na sinuca, perdendo mais pelos finos de cego que por ausência de encaçapá-las. Muito menos havia comido bosta de cigano para adivinhar com quantos palitos o sujeito viria num blefe de carregado quando o indistinto vinha de lona. Ora, mau jogador que se preze, recolhe seus muafos e parte para outra. Nada, inventei de aprender xadrez. Tá, esse eu gostei, muito embora nunca tenha conseguido dar nenhum xeque mate em qualquer principiante que mal saiba o nome das pedras. Mas gostei e perdura até hoje essa mania de perder tempo mexendo com bispos, rainhas, reis, cavalos e torres, como se fosse um sabichão de tão ultrajante imodéstia. Só nas raríssimas horas vagas e de brincadeira, só. Com os outros tipos de jogo tenho verdadeiro horror. Assim, também, na política partidária. Primeiro que percebi que os outros acham a gente com cara de besta. Segundo, só eles possuem a razão de tudo. E eu só via golpe na zona abaixo da cintura. Nem no futebol do meu tempo lá no interior das grotas, onde a perna começava do pescoço pra baixo e a gente só via nego com a língua de fora, pedindo penico. Isso sem contar com a tuia de faca, canivete e desaforos, no maior arranca-rabo quando acabava a partida. Pois é, começava na risadagem e findava no maior quebra-pau, um intrigado do outro. Piormente vi a política partidária na provinciazinha e, depois, nas de âmbito nacional. É cada golpe baixo, tanta sujeira, meio-mundo de hipocrisia, nego armando falcatrua e mentindo deslavadamente e aparecendo mais que vagalume na escuridão com paparicado vergonhoso, intrigas despropositais, front de oportunismos, oposições de conveniências, patifarias amoitadas, pilantragens sórdidas, nossa! Foi quando um amigo meu doido de pedra me disse: - Política é feito cozinhar feijão! O que é bom desce. E o que não presta aparece! Ai veio uma raposa profissional me dizendo que a militância só serve para se eleger. Porque para governar só com ajeitado dos adversários. Babau, perdi a noção de tudo. Maquiavel já ensinava. Ora, com tudo isso, eu que sempre fui um mau jogador, nunca que poderia entrar nessa não. E da vez que ventilei me afiliar nalgum partido, este mesmo amigo me disse: - Quer botar a família na roda, entre pra política! Você vai ver como é que se degenera fácil qualquer sujeito decente! E eu? Um cachorro-do-rabo-fino prezando a mãe (que Deus a tenha no melhor dos seus cômodos!), jamais poderia entrar nessa enrascada, né não? Principalmente porque um dos simpatizantes insistia que o cara entrava na política probo e saía mais sujo que bueiro de esgoto! É só ver a cara-de-pau dos sujeitos negando o fisiologismo clientelista. Tá cá gota! Verdade. Considere, então, num país como o nosso onde tudo é enrolada! Tô fora dessa embrulhada, meu! Vejo quem pergunta: - Em quem acreditar, afinal? Digo: no discernimento. A gente só não pode dar uma de abestalhado e nunca reempossar defenestrados sem-vergonha que já foram banidos em nome da moral e da lei e que pela insistência no uso do óleo de peroba na cara-de-pau, ainda posam de vítimas do sistema nocivo que eles próprios criaram. É de lascar mesmo! A briga é só pelo poder, ninguém está preocupado com quem pintou a zebra! Ainda tem quem acredite nesses melepeiros. Sabe como eles findam? Esconjurados, milhões de palmos inferno adentro enfiados. Basta o que a gente passou de 1500 até agora: um replay. Então, por enquanto vou enfiando as mãos pelas pernas, dando pirueta pra arranjar o ganha-pão e cheio de nó pelas costas remoendo os desatinos do Brasil. E vamos aprumar a conversa aqui e aqui.

 Imagem: Nude Woman at Sunset #1, da artista plástica, ilustradora e designer gráfica britânica Christine Lau.


Curtindo o álbum da Sinfonia Ekphrasis (Deutsche Grammophon, 2005), do compositor do vanguardismo musical italiano Luciano Berio (1925-2003), com a Orquestra Sinfónica de Gotemburgo & Péter Eötvös.

A VIOLÊNCIA - No livro Retorno da deusa (Summus, 1991), do psicoterapeuta da psicologia junguiana e homeopata MD Edward C. Whitmont (1912-1998), destaco o trecho destinado à violência: [...] No passado, a violência era contida com melhores resultados pelos canais sociais competentes. Não era, como acontece agora, vista quase sempre como errada. Uma vez que havia limites para a sua manifestação legitima, sua proibição dentro do organismo social também podia ser imposta. O herói de antigamente combinava bravura física e espiritualidade com habilidade muscular para destroçar o adversário. Aquiles, Sansão, o cavaleiro medieval são exemplos desse tipo de herói. Hoje encontramo-nos numa situação esquizofrênica: apesar de protestos conscientes, ainda vemos inconscientemente, a violência, a agressão, a exploração ambiciosa, como feitos admiráveis. Analisemos a mídia atual. A televisão e os filmes glorificam a violência, o horror e o sexo explicito a ponto de esses desempenhos se tornarem praticamente ritualizados. O apelo de tais imagens parece derivar do efeito catártico do drama. Esses violentos dramas contemporâneos são, na verdade, secularizações decadentes e caricaturais das solenes representações da tragédia da antiguidade. Em grego, trag-odia significa “o canto do bode”, numa referencia a Dioniso. Originalmente, tratava-se de uma apresentação catártica do surgimento, da destruição violenta e da glorificação do protagonista humano que incorpora o destino de Dioniso, o bode do sacrifício, o poder vital que morre e renasce eternamente, a criança necessitada e o deus que se imola. A tragédia da vida era apresentada como um embate inexorável, conquanto cvão, contra o destino imposto po deus, que decretava a destruição em prol do renascimento, ou como punição pela hubris. Enquanto a agressão e a violência foram consideradas uma manifestação do poder de uma divindade tutelas (como Dioniso, Áries, Shiva, Thyr, Sekmet e Morrigan) ou serviram à gloria maior do imperador, da Igreja ou da pátria, foiram integradas num sistema moral e ético. Por pertencerem a uma divindade, a violência e a agressão podiam ser vistas como componentes de um sistema cultural auto-regulador dotado de um equilíbrio intrínsecos. [...] Junto com a extinção de Deus de nossa era contemporânea, o último traço de respeito pela ordem imposta pelos antigos deuses também desapareceu. A lei e as regras já não nos protegem contra a violência. A raiva, o ódio, a agressão, a cobiça e a violência são oficialmente consideradas incondicionalmente mas. Ao mesmo tempo, tornaram-se prerrogativa do eggo moderno, podendo ser acionada do modo mais arbitrário a serviço de propósitos egoicos, sem qualquer consideração pelas forças abolidas. [...] Ao discutir a relevância do comportamento animal para a psicologia humana, Konrad Lorenz, o etologista, postula que os animais agem como humanos emotivos que não têm ou usam muita inteligência. [...] Lorenz diferencia a agressão intra-especifica da agressão predatória ou de defesa. A primeira acontece entre animais da mesma espécia, como luta ou competição entre parentes próximos. Ele assinala que animais de espécies diferentes costumam deixar-se relativamente em paz. Isto é surpreendente, uma vez que seria de esperar que parentes próximos se amassem e se protegessem e que a agressão fosse direcionada para fora, contra outras espécies. a constatação seguinte é ainda mais surpreendente. A capacidade de formar algo semelhante a um vinculo pessoal e de prestar apoio reciproco ocorre em razão direta do grau de agressão intra-especifica. O vinculo e a agressão fazem parte do mesmo padrão. [...] Ele era um homem muito agressivo, independente, autoconfiante e excessivamente racional. Esperava que toda situação e todas as pessoas se submetessem à sua vontade e insistia em fazer tudo de seu jeito. Embora fosse bem-sucedido nos negócios, era pobre de sentimentos, de relações pessoais e, em particular, carecia de qualquer orientação no tocante a um significado mais elevado de vida. O sonho evidenciava ainda que era vulnerável sua postura heroica, derivada de sua necessidade de fortificar a posição egoica apoiando-se em uma coragem agressiva [...] um homem e uma mulher, viviam digladiando, não importava qual fosse o assunto em discussão, pareciam totalmente incapazes de chegar à raiz de seu antagonismo ou de resolvê-lo. [...] O homem começou a arrastar-se na direção da mulher. Ela ficou paralisada em seu lugar. À medida que ele ia chegando mais perto, ela começou a mexer o corpo numa dança sinuosa, altamente convidativa. Quando ele estava suficientemente perto para alcança-la, ela parou de repente e deu-lhe as costas. Ao ver que ele tentava, muito desajeitado, virá-la de frente para ele à força, ela voou para a garganta dele como se quisesse estrangulá-lo. No mesmo instante, entraram num combate violento, engalfinhando-se e rolando pelo chão. Depois disseram que aquela briga cheia de raiva estava repleta de nítidas implicações eróticas. Diante da descoberta dessa ambivalência, pararam e começaram a examinar o que tinha acontecido. [...] Ela se arriscava à violência, e talvez até mesmo a desejasse, para poder ser notada como mulher. Sentia-se negligenciada e inferior como mulher e precisava provar para si mesma que conseguia atrair os homens, pelo menos fisicamente. No entanto, quando teve sucesso nessas manobras, não estava mais disposta (na verdade, sentia-se incapaz) a encarar as consequências de sua provocação. Queria que a notassem como pessoa, e não apenas como corpo e a aproximação física direta que ela provocava constantemente (embora de modo inconsciente) só intensificava seus sentimentos de inferioridade e a deixava cada vez mais irada. Aquele homem, por sua vez, tinha medo das mulheres. Sentia-se inferior em virtude de sua noção de que os homens eram heróis conquistadores, modelo que se sentia incapaz de copiar. Achava que devia ser um conquistador emérito de mulheres. Consequentemente, vivia testando sua masculinidade através de demonstrações de uma força crua, até mesmo brutal. Essa sua resposta de macho, no entanto, era só um frágil disfarce para seu sentimento de inferioridade, que explodia numa fúria desesperada quando se ele se sentia seduzido, logrado e ludibriado pelas artimanhas femininas. Então os papes foram invertidos. Agora a mulher era o macho desajeitado; e o homem, a mulher vamp. Agora ele sentia que a atitude dela encontrava eco dentro de si. Ao desempenhar o papel dela, ele descobriu que, embora à revelia, gostava de alguma coisa ali. Começou a ver sua própria necessidade de seduzir e seu desejo desesperado de chamar a atenção. Por sua vez, a mulher descobriu e integrou a brutalidade de sua postura julgadora, que decretava a inferioridade dos valores femininos e que a fazia considerar-se especialmente destituída de valor. Tudo isto ela até então projetara nos homens, sem perceber que realmente provinha de seu próprio superego muito severo. Ao reconhecerem o que tinha acontecido em suas experiências e feedbacks mútuos, ambos puderam ver os próprios problemas e começar a entender o outro, a simpatizar com ele. Abriu-se para eles um caminho de comunicação e de ajuda recíproca onde antes só tinha havido mútuos ressentimentos [...]. Veja mais aqui, aqui e aqui.

EU ERA MUDO E SÓ – No livro Antes do baile verde (José Olympio, 1973), da premiada escritora Lygia Fagundes Telles, destaco os trechos do conto Eu era mudo e só: [...] Penso agora como ela ficaria espantada se me visse aqui nesta sala que mais parece a página de uma dessas revistas da arte de decorar, bem vestido, bem barbeado e bem casado, solidamente casado com uma mulher divinamaravilhosa: quando borda, o trabalho parece sair das mãos de uma freira e quando cozinha!... Verlaine em sua boca é aquela pronúncia, a voz impostada, uma voz rara. E se tem filho então, tia Vicentina?! A criança nasce uma dessas coisas, entende?... Tudo tão harmonioso, tão perfeito. [...] Ou a mulher fica aquele tipo de amigona e etc. e tal ou fica de fora. Se fica de fora, com a famosa sabedoria da serpente misturada à inocência da pomba, dentro de um tempo mínimo conseguirá indispor a gente de tal modo com os amigos que quando menos se espera estaremos distantes deles as vinte mil léguas submarinas. No outro caso, se ficar a tal que seria nosso amigo se fosse homem, acabará gostando tanto dos nossos amigos, mas tanto, que logo escolherá o melhor para se deitar. Quer dizer, ou vai nos trair ou chatear. Ou as duas coisas... [...] Era o círculo eterno sem começo nem fim. [...] A perplexidade do moço diante de certas considerações tão ingênuas, a mesma perplexidade que um dia senti. Depois, com o passar do tempo, a metamorfose na maquinazinha social azeitada pelo hábito: hábito de rir sem vontade, de chorar sem vontade, de falar sem vontade, de fazer amor sem vontade... O homem adaptável, ideal. Quanto mais for se apoltronando, mais há de convir aos outros, tão cômodo, tão portátil. [...] Tive então uma vontade absurda de me levantar e ir embora, sumir para sempre, sumir. Largar ali na sala o senador com suas máquinas, Fernanda com suas baladas, adeus, minha noiva, adeus! Tão forte a vontade de fugir que cheguei a agarrar os braços da poltrona para me levantar de um salto. A música, o conhaque, o pai e a filha, tudo, tudo era da melhor qualidade, impossível mesmo encontrar lá fora uma cena igual, uma gente igual. Mas gente para ser vista e admirada do lado de fora, através da vidraça. Acho que cheguei mesmo a me levantar. [...] Fiquei. Fui relaxando os músculos, sentei-me de novo, bebi mais um pouco e fiquei. Veja mais aqui, aqui e aqui.

SINA & FRUTA AZEDA COM SAL – A poeta, pesquisadora e historiadora paranaense radicada em Rodonia, Nilza Menezes, é autora de diversos livros, entre os quais, Fruta azeda com sal (Blocos, 1997), destaco o poema: Coloco o sapato vermelho / que você mais gosta, / a blusa do nosso primeiro encontro, / e a calça que você me deu / no nosso aniversário de casamento. / Resgato cada pedaço da nossa relação / e com pose para foto do álbum de família, / no canto da sala escuto Roberto. / Enfeitada, adormeço, / só pra você me levar pra cama. Na antologia Saciedade dos poetas vivos XII: Eros e Psique (Blocos, 1997), organizada por Urhacy Faustino e Leila Míccolis, destaco o poema sem título da autora: Vadio / vagueia meus sonhos, / meu sono / esse desejo de te desnudar. / Vadio / viaja meu sangue / esse desejo / de vadiar pelo teu corpo. / deixo meu olhar / prender-se ao seu / hipnotizada, / e, você, meu predador natural / me conduz ao espaço vazio / de mim mesma / desconsertada. Também este poema: O que ele me fez / ficou escrito nas páginas / de um velho diário. / O que ele me fez / ficou marcado no pensamento / e de vez em quando vem / como fotografia. / O que ele me fez / ficou aqui e ali / no desarranjo, no cheiro da pele. / Ficou no prato preferido, / numa canção / e bem fundo do coração. Ainda o poema: bate no peito / emoções novas, loucas / excita o sangue nas veias. / amando assim, / errada como todas as marias / dos dias, das filas, dos sonhos / e das poesias. / como todas as marias / das noites sem dias / de alma vazia. / eu amo você. Do seu livro Sina: troco ou vendo em bom estado (Blocos, 1999): Teu beijo, / sem gosto, / saliva fria / engasgando, / entrando, / emaranhando línguas e dentes. / Estranho o cheiro da tua pele / e fecho os poros / para não transpirar esse pavor. Por fim, o seu poema Meu corpo se resguarda do pecado: Tenho medo do inferno / e a todo momento me policio / para não cair em tentação. / Santos me fiscalizam desde criança / ameaçando meu corpo / que se transformará em pó. / Pela vida tem sido possível / não matar, não roubar / mas meus pensamentos e sentimentos / tem superado / o que me foi delimitado. Veja mais aqui, aqui e aqui.

O SISTEMA STANISLAVSKI – No livro Aprendizagem do ator (Ática, 1986), do diretor, advogado, ator, professor, pesquisador das práticas do ator e criador da Cia. Simples de Teatro, Antonio Januzelli – Janô, destaco o trecho O sistema e seus caminhos: do sistema e dos objetivos: O sistema de Stanislavski, que para seu criador significava apenas um livro de referencia, solicitando a aprendizagem de regras elementares, estabelece-se como uma proposta de encontrar atitudes lógicas em relação ao treinamento de atores, só aceitando leis incontestáveis como base de seu conhecimento e da sua prática. As experiências aí expostas foram postas à prova no palco, durante várias décadas, sempre numa prática coletiva. O sistema propõe estudar as bases, métodos e técnicas da criatividade por meio de um encadeamento de exercícios regulares e da sua revisão constante na busca de melhores caminhos. O programa de trabalho, consciencioso e cotidiano, vai exigir que o ator tenha muita força de vontade, determinação e resistência, e tem por objetivos: preparar um terreno favorável à criação do ator, ao dedicar-se àquilo que está nos domínios do controle humano consciente; ajudar o ator a descobrir quais são os seus obstáculos e aprender a lidar com eles; levar o ator a sentir o que está aprendendo por meio de um exemplo pratico vivo, para depois chegar à teoria; despertar no ator a consciência de suas próprias necessidades pessoais e das potencialidades dos instrumentos técnicos de sua arte: capacidades intelectuais, físicas, emocionais e espirituais; induzir as mais sutis forças criativas da natureza, que não estão sujeitas ao cálculo, a agirem por meios normais e naturais; conscientizar o ator a arrancar, sem dó, qualquer tendência à atuação mecânica, exagerada, abrindo mão de truques e professando um agudo senso de verdade através do treino da atenção e concentração; e preservar a liberdade do artista criador. Veja mais aqui, aqui e aqui.

STORYTELLING – O filme Storytelling (Histórias Proibidas, 2001), dirigido e roteirizado pelo cineasta estadunidense Todd Solondz, com música de Nathan Larson, reúne três histórias, a primeira Ficção, a segunda Não-Ficção, e a terceira Autobiography. A primeira história conta sobre um grupo de estudantes universitário em uma classe de escrita criativa, ministrada por um professor que possui estreitos relacionamentos com seus alunos, tendo como pano de fundo disfunções e turbulências pessoais. A segunda trata de uma filmagem de uma família suburbana disfuncional com seu filho adolescente que passa por processo de aplicação na faculdade. A terceira história fala de homossexualidade, contando a respeito de problemático jogado de futebol que se envolve em uma cena de sexo explícito com seu parceiro. Esta última parte foi cortada da versão final. Contudo, a exemplo de outros filmes do diretor, ele trabalha para extrair o lodo fétido da vida, mostrando mesquinharia, maldade, a pequenez do homem, a maldade e a crueldade mentais humanas. O destaque do filme vai para a versátil e bela atriz de teatro, cinema e televisão estadunidense Selma Blair. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia das Mulheres do escritor, chargista e quadrinista Ziraldo. Veja mais aqui e aqui

Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do programa Noite Romântica, a partir das 21 horas (horário de verão), com apresentação sempre especial e apaixonante de Meimei Corrêa. Em seguida, o programa Mix MCLAM, com Verney Filho e na madrugada Hot Night, uma programação toda especial para os ouvintes amantes. Para conferir online acesse aqui .


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HIRONDINA JOSHUA, NNEDI OKORAFOR, ELLIOT ARONSON & MARACATU

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Refúgio (2000), Duas Madrugadas (2005), Eyin Okan (2011), Andata e Ritorno (2014), Retalho...