Imagem: Canavial, de Cândido
Portinari
SALMO DA CANA (Luiz Alberto
Machado)
Trabalhar a cana
sempre nos olhos do amanhã
Trabalhar a cana
sempre no breu da barriga
Havendo luz ou sol
sempre e o adubo perfeito
Cogitando nas mãos
para a cana florescer
A cana e a febre se
confundem nas docas
Como canção de
cambiteiros que cantam solar
O suor e a cana
atravessada no peito
Como tortura de
sangue na terra de ninguém
A casa e a cana divisam
seu sonho
Transformam a fome em
nó de espingarda
O trabalho perfeito
justinho nas sementes
Que floram no verde
de sangue escondido
Trabalhar a cana
sempre nos olhos do amanhã
Enquanto a roupa já
se esqueceu de viver
O cangaço a carcaça o
trabuco já se faz ofegante
Não suja a cabeça nem
trai coração
Sem horizonte sem
festa sem ninar
Trabalhar a cana
sempre no breu da barriga
Fazendo crescer a
desdita risonha
De quem nem na cana
pega pra chupar
Trabalhar a cana
esmolando um sorriso
À beira da penúria de
quem já se foi
Enterrado entre a
cana e o bocejo
Trabalhar a cana
sempre nos olhos do amanhã
Ilhando a cidade o
ventre e o coração
O lacre dos sinos de
ventos felizes
São campos de ares
senis
A cana. E o ventre já
não se refaz
A cara a mesma a cana
a mesma
O sol o mesmo a luz e
o luar
Somente a cana não
pode mudar.
Imagem: a escultura A Porta do Inferno - em gesso. 576 x 380 x 130 cm, (séculos XIX-XX). Museu Rodin, Paris, do escultor francês Auguste Rodin (1840-1917). Veja mais aqui.
Ouvindo a antológica Construção & todo premiado álbum duplo Chico ao Vivo (1999, disco de ouro) de Chico Buarque. Veja mais aqui, aqui e aqui.
OS DOZE TRABALHOS – O poema épico Heracleia (600-aC), do escritor Peisândro de Rodes, conta uma série de episódios que submeteu o herói grego Hércules ou Herácles à penitência na realização de um ciclo de doze trabalhos para Eristeu, representante de Hera – também descritos nas métopes do Templo de Zeus, em Olímpia. Conta que Hércules, filho de Zeus e da princesa de Alcmena, era odiado por Hera, irmã e esposa de Zeus. Quando o herói casou-se com a princesa tebana Mégara, a deusa por causa disso, fez com que ele enlouquecesse e ateasse fogo em sua casa, matando mulher e filhos. Recuperando a razão, foi ter com o oráculo de Delfos, no qual tomou ciência de que ele deveria servir ao seu primo Eristeu, o rei de Argos, na realização de doze trabalhos. O primeiro deles, consistiu em matar o leão de Nemeia, com o qual ele passou a usar como armadura a pele resistente do leão. O segundo, matar a serpente de sete cabeças venenosas, a Hidra de Lerna, queimando seis das suas cabeças e enterrando a que era imortal, como também usando do veneno para as suas flechas. O terceiro era capturar o javali de Erimanto. O quarto, capturar a corsa de Cerinéia, que tinha os cascos de bronze e os chifres de ouro. O quinto, expulsar as aves do lago Estinfale, na Arcádia. O sexto, limpar os estábulos do rei Augias, da Élida, em um só dia, vez que os mesmos estavam muito sujos, tendo o herói de desviar o curso de dois rios para passarem por dentro deles para realização desse trabalho. O sétimo, capturar o touro selvagem de Minos, rei dos cretenses. O oitavo, capturar os cavalos devoradores de homens do rei Diomedes da Trácia, matando esse rei e distribuindo sua carne aos cavalos. O nono, obter o cinto de Hipólita, rainha das Amazonas, as mulheres guerreiras. O décimo, buscar o gado do monstro Gerião, que vivia além das colunas do Estreito de Gibraltar. O décimo primeiro, levar as maçãs de ouro – os frutos da Árvore da Vida - do jardim das Hespérides para Eristeu. E o décimo segundo, capturar Cérbero, o cão de três cabeças que representava a morte e que guardava o Hades, e mostrá-lo a Eristeu. Com a realização dos três últimos trabalhos, ele alcançou a imortalidade. Certa feita, em viagem com a sua esposa Dejanira, permitiu que o centauro Nesso a carregasse na travessia de um rio; nessa travessia, o centauro tentou violentá-la, levando Hércules a mata-lo com uma flecha envenada e, morrendo avisou Dejanira que guardasse seu sangue como filtro do amor. Assim ela o fez. Tempos depois, o herói apaixonou-se por uma prisioneira de nome Iole, provocando ciúmes na esposa que depositou uma túnica no sengue de Nesso e deu-lhe para vestir, queimando a sua carne, o que o levou a solicitar dos amigos que o colocasse numa pira funerária, sendo, pois carbonizado e levado para a morada dos deuses, o Olimpo (fonte: GRIMAL, Pierre. A mitologia grega. São Paulo: Brasiliense,1987). Veja mais aqui.
OS TRABALHOS E OS DIAS – O poema épico Os trabalhos e os dias (Segesta, 2012), do poeta oral grego Hesíodo que viveu entre os anos 750-650aC., em seus oitocentos e vinte e oito versos trata do mundo dos mortais e sua organização sob os temas do trabalho e da justiça, enfocando o período clássico da Grécia Antiga. Destaco na obra o trecho Uma ética do trabalho: Eu falarei com a melhor das intenções, ó Perses, grande tolo: miséria aos montes te é possível tomar facilmente: plano é o caminho, e ela mora bem perto. Mas na frente da prosperidade colocaram o suor os deuses imortais, e longa e íngreme é a estrada para ela, e espinhosa no início; quando chega-se ao alto, em seguida já é fácil, por difícil que seja. Este é o homem de todo excelente: quem tudo compreende por si só, pensando no futuro e nas coisas que levam a um fim melhor.Também é nobre quem é convencido por quem diz boas coisas; mas quem nem compreende por si só nem, ouvindo a outro, coloca no espírito seus conselhos, esse é um homem inútil. Mas tu, sempre lembrado do meu conselho, trabalha, Perses, ó divina prole, para que a Fome te odeie, e te ame Deméter de bela coroa, a venerável, e encha o teu celeiro de alimento. A Fome é em tudo a companheira do homem ocioso; deuses e homens se indignam com quem ocioso vive, semelhante em caráter aos zangões sem ferrão, que consomem o esforço das abelhas, ociosos a comer; para ti seja caro organizar os trabalhos regrados, de modo que os teus celeiros se encham de alimento no tempo certo. Com trabalho os homens tornam-se ricos em rebanhos e opulentos, e trabalhando serás muito mais querido dos imortais e dos mortais: muito eles odeiam os ociosos. O trabalho não é nenhuma desonra; desonra é não trabalhar. E se trabalhares, logo o ocioso procurará igualar tua riqueza: ao rico acompanham mérito e prestígio. Qualquer que seja tua fortuna, trabalhar é preferível, se o teu louco espírito dos bens alheios desvias para o trabalho e atentas para a subsistência, como te ordeno. A vergonha não é boa para cuidar de um homem necessitado, a vergonha, que aos homens muito prejudica e beneficia: a vergonha liga-se à pobreza tal como a audácia à prosperidade. Bens não são para roubar: os presentes dos deuses são bem melhores. Pois se alguém pela força do braço grande fortuna conquista, ou a arrebata pela língua, coisas que muitas vezes acontecem, toda vez que a cobiça engana a inteligência dos humanos, e a Impudência expulsa a Reverência, facilmente os deuses enfraquecem tal homem e rebaixam sua casa, e a prosperidade o acompanha por pouco tempo. O mesmo acontece a quem maltratar um suplicante ou um hóspede, ou subir à cama de seu próprio irmão para os abraços clandestinos da esposa deste, ato sem cabimento, ou quem impensadamente ofender teus filhos órfãos, ou quem ao pai idoso no malvado limiar da velhice injuriar, dirigindo-se a ele com palavras duras. Contra eles indigna-se o próprio Zeus, e no fim dá uma dura resposta às ações injustas. Tu, porém, delas afasta por completo o louco espírito. De acordo com tua capacidade faz sacrifícios aos deuses imortais de modo limpo e puro, e queima brilhantes coxas; outras vezes torna-os favoráveis com libações e incenso, tanto ao te deitares como quando a sagrada luz do dia chegar, de forma que eles tenham coração e espírito para ti favoráveis, e tu compres a gleba dos outros, não os outros a tua [...]. Veja mais aqui, aqui e aqui.
GERMINAL – O romance Germinal (1885 - Abril, 1979), é o décimo terceiro volume da série Les Rougon-Macquart, do escritor do Naturalismo francês Émile Zola (1840-1902), narra a greve provocada pelos trabalhadores das extrações minerais pela redução dos salários e condições de vida nos agrupamentos de trabalho, descrevendo o princípio da organização política e sindical da classe operaria. Da obra destaco os trechos: Na planície rasa, sob a noite sem estrelas, de uma escuridão e espessura de tinta, um homem caminhava sozinho pela estrada real que vai de Marchiennes a Montsou, dez quilômetros retos de calçamento cortando os campos de beterraba. A sua frente, não enxergava nem mesmo o solo negro e somente sentia o imenso horizonte achatado através do sopro do vento de março, rajadas largas como sobre um mar, geladas por terem varrido léguas de pântanos e terras nuas. Nem sombra de árvore manchava o céu; a estrada desenrolava-se reta como um quebra-mar em meio à cerração ofuscante das trevas. [...] E, sob seus pés, continuavam as batidas cavas, obstinadas, das picaretas. Todos os companheiros estavam lá no fundo; ouvia-os seguindo-o a cada passo. Não era a mulher de Maheu sob aquele canteiro de beterrabas, curvada, com uma respiração que chegava até ele tão rouca, fazendo acompanhamento ao ruído do ventilador? A esquerda, à direita, mais adiante, julgava reconhecer outros, sob os trigais, as cercas vivas, as árvores novas. Agora, em pleno céu, o sol de abril brilhava em toda a sua glória, aquecendo a terra que germinava. Do flanco nutriz brotava a vida, os rebentos desabrochavam em folhas verdes, os campos estremeciam com o brotar da relva. Por todos os lados as sementes cresciam, alongavam-se furavam a planície, em seu caminho para o calor e a luz. Um transbordamento de seiva escorria sussurrante, o ruído dos germes expandia-se num grande beijo. E ainda, cada vez mais distintamente como se estivessem mais próximos da superfície, os companheiros cavavam. Sob os raios chamejantes do astro rei, naquela manhã de juventude, era daquele rumor que o campo estava cheio. Homens brotavam, um exército negro, vingador, que germinava lentamente nos sulcos da terra, crescendo para as colheitas do século futuro, cuja germinação não tardaria em fazer rebentar a terra. Veja mais aqui e aqui.
O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO – O poema O operário em construção (Rio de Janeiro, 1959), do poeta, dramaturgo, jornalista, compositor e diplomata brasileiro Vinicius de Moraes (1913-1980), traz a narrativa do cotidiano de um operário da construção civil que não percebe a importância do seu trabalho para a sociedade, expondo a necessidade de tomada de consciência social na função produtiva social e da percepção das condições de vida: Era ele que erguia casas / Onde antes só havia chão. / Como um pássaro sem asas / Ele subia com as asas / Que lhe brotavam da mão./ Mas tudo desconhecia / De sua grande missão: / Não sabia por exemplo/ Que a casa de um homem e' um templo / Um templo sem religião / Como tampouco sabia ;/ Que a casa quer ele fazia/ Sendo a sua liberdade / Era a sua escravidão./ De fato como podia / Um operário em construção / Compreender porque um tijolo / Valia mais do que um pão? / Tijolos ele empilhava / Com pá, cimento e esquadria / Quanto ao pão, ele o comia / Mas fosse comer tijolo! / E assim o operário ia / Com suor e com cimento / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamento / Alem uma igreja, à frente / Um quartel e uma prisão: / Prisão de que sofreria / Não fosse eventualmente / Um operário em construção. / Mas ele desconhecia / Esse fato extraordinário: / Que o operário faz a coisa / E a coisa faz o operário. / De forma que, certo dia / `A mesa, ao cortar o pão / O operário foi tomado / De uma súbita emoção / Ao constatar assombrado / Que tudo naquela mesa / - Garrafa, prato, facão / Era ele quem fazia / Ele, um humilde operário / Um operário em construção. / Olhou em torno: a gamela / Banco, enxerga, caldeirão / Vidro, parede, janela / Casa, cidade, nação! / Tudo, tudo o que existia / Era ele quem os fazia / Ele, um humilde operário / Um operário que sabia / Exercer a profissão. / Ah, homens de pensamento / Não sabereis nunca o quanto / Aquele humilde operário / Soube naquele momento / Naquela casa vazia / Que ele mesmo levantara / Um mundo novo nascia / De que sequer suspeitava. / O operário emocionado / Olhou sua propria mão / Sua rude mão de operário / De operário em construção / E olhando bem para ela / Teve um segundo a impressão / De que não havia no mundo / Coisa que fosse mais bela. / Foi dentro dessa compreensão / Desse instante solitário / Que, tal sua construção / Cresceu tambem o operário / Cresceu em alto e profundo / Em largo e no coração / E como tudo que cresce / Ele nao cresceu em vão / Pois alem do que sabia / - Exercer a profissão - / O operário adquiriu / Uma nova dimensão: / A dimensão da poesia. / E um fato novo se viu / Que a todos admirava: / O que o operário dizia / Outro operário escutava. / E foi assim que o operário / Do edificio em construção / Que sempre dizia "sim" / Começam a dizer "não" / E aprendeu a notar coisas / A que não dava atenção: / Notou que sua marmita / Era o prato do patrão / Que sua cerveja preta / Era o uisque do patrão / Que seu macacão de zuarte / Era o terno do patrão / Que o casebre onde morava / Era a mansão do patrão / Que seus dois pés andarilhos / Eram as rodas do patrão / Que a dureza do seu dia / Era a noite do patrão / Que sua imensa fadiga / Era amiga do patrão. / E o operário disse: Não! / E o operário fez-se forte / Na sua resolução / Como era de se esperar / As bocas da delação / Começaram a dizer coisas / Aos ouvidos do patrão / Mas o patrão não queria / Nenhuma preocupação. / - "Convençam-no" do contrário / Disse ele sobre o operário / E ao dizer isto sorria. / Dia seguinte o operário / Ao sair da construção / Viu-se subito cercado / Dos homens da delação / E sofreu por destinado / Sua primeira agressão / Teve seu rosto cuspido / Teve seu braço quebrado / Mas quando foi perguntado / O operário disse: Não! / Em vão sofrera o operário / Sua primeira agressão / Muitas outras seguiram / Muitas outras seguirão / Porem, por imprescindivel / Ao edificio em construção / Seu trabalho prosseguia / E todo o seu sofrimento / Misturava-se ao cimento / Da construção que crescia. / Sentindo que a violência / Não dobraria o operário / Um dia tentou o patrão / Dobra-lo de modo contrário / De sorte que o foi levando / Ao alto da construção / E num momento de tempo / Mostrou-lhe toda a região / E apontando-a ao operário / Fez-lhe esta declaração: / - Dar-te-ei todo esse poder / E a sua satisfação / Porque a mim me foi entregue / E dou-o a quem quiser. / Dou-te tempo de lazer / Dou-te tempo de mulher / Portanto, tudo o que ver / Será teu se me adorares / E, ainda mais, se abandonares / O que te faz dizer não. / Disse e fitou o operário / Que olhava e refletia / Mas o que via o operário / O patrão nunca veria / O operário via casas / E dentro das estruturas / Via coisas, objetos / Produtos, manufaturas. / Via tudo o que fazia / O lucro do seu patrão / E em cada coisa que via / Misteriosamente havia / A marca de sua mão. / E o operário disse: Não! / - Loucura! - gritou o patrão / Nao vês o que te dou eu? / - Mentira! - disse o operário / Não podes dar-me o que é meu. / E um grande silêncio fez-se / Dentro do seu coração / Um silêncio de martirios / Um silêncio de prisão. / Um silêncio povoado / De pedidos de perdão / Um silencio apavorado / Com o medo em solidão / Um silêncio de torturas / E gritos de maldição / Um silêncio de fraturas / A se arratarem no chão / E o operário ouviu a voz / De todos os seus irmãos / Os seus irmãos que morreram / Por outros que viverão / Uma esperança sincera / Cresceu no seu coração / E dentro da tarde mansa / Agigantou-se a razão / De um homem pobre e esquecido / Razão porem que fizera / Em operário construido / O operário em construção. Veja mais aqui e aqui.
INFÂNCIA, IMAGEM & LITERATURA – Realizou-se
nesta quinta, 30 de abril, mais uma reunião ordinária do Projeto de Extensão Infância,
Imagem e Literatura: uma experiência
psicossocial na comunidade do Jacaré – AL, realizado pelos graduandos dos cursos de Psicologia,
Jornalismo e Publicidade do Centro Universitário Cesmac, sob a coordenação do
Professor Ms Cláudio Jorge Gomes de Morais. Veja detalhes aqui.
INFORME DE BRODIE – O livro O informe de Brodie (Globo, 1976), do escritor, tradutor, crítico
literário e ensaísta argentino Jorge
Luis Borges (1899-1986), traz onze narrativas em que predominam os temas
tema da religião da coragem, do culto do valor desinteressado e da perspectiva
do fantástico como ressonância que ultrapassam a mera realidade. Da obra
destaco a narrativa homônima, na tradução do escritor Hermilo Borba Filho:
[...] da região infestada pelos
homens-macacos (Apemen) têm sua morada os Mlch, que chamarei Yahoos, para que
meus leitores não esqueçam sua natureza bestial e porque uma transliteração
exata é quase impossível, dada a ausência de vogais em sua áspera linguagem
[...] Outro costume da tribo são os poetas. Ocorre a um homem ordenar seis ou
sete palavras, geralmente enigmáticas. Não se pode conter e grita-as, de pé, no
centro de um circulo que formam, estendidos por terra, os feiticeiros e a
plebe. Se o poema não excita, nada acontece, mas se as palavras do poeta os
comovem, todos se separam dele, em silêncio, sob o mando de um horror sagrado
(under a holy dread). Sentem que o espírito o tocou; ninguém falará com ele nem
o olhará, nem mesmo a sua mãe. Já não é um homem mas um deus e qualquer um pode
mata-lo. O poeta, se puder, buscará refúgio nos areais do Norte [...]. Veja
mais aqui e aqui.
TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA – A peça teatral Toda nudez será castigada (1966), do escritor, dramaturgo e
jornalista Nelson Rodrigues
(1912-1980), traz a história de viúvo que pertence a uma família conservadora
de beatas e que recebe pedido do filho órfão de um juramento de nunca mais
casar-se, quando, apresentado pelo irmão insolvente, é apresentado a uma
prostituta porque se apaixona perdidamente e, consequentemente, se casa. No seio
da família, a esposa passa se envolver com o enteado que deseja acabar com o
casamento do pai para manter uma relação livre com a madrasta. A obra foi
adapatada para o cinema em 1972, pelo cineasta Arnaldo Jabor, com música
composta por Astor Piazzolla, sendo premiado com o Urso de Prata no Festival de
Berlim, dois Kikitos – melhor filme, melhor atriz e menção especial pela trilha
sonora – no Festival de Gramado, ambos em 1973, e, também, a melhor cenografia
no Troféu APCA de 1974. Destaque meritório de aplausos para a atriz Darlene Glória interpretando o papel da
Geni, protagonista da história. Veja mais aqui, aqui e aqui.
TEMPOS MODERNOS – O filme Modern Times (Tempos Modernos,
1936), do ator, diretor, escritor, comediante, músico, roteirista e compositor
britânico Charlie Chaplin (1889-1977), no qual ele atuou, dirigiu, escreveu o
roteiro e musicou, traz o personagem Carlito,
o vagabundo - notabilizado pelo cinema mudo com uso de mímica e da comédia
pastelão -, na tentativa de sobreviver em um mundo industrializado e moderno, fazendo
uma crítica forte ao capitalismo, ao stalinismo, ao nazifascimos, ao fordismo e
ao imperialismo, além de uma crítica aos maus tratos impostos aos empregados
durante a Revolução Industrial, tornando-se um escravo que é substituído pela
máquina, vitimando-se por um colapso nervoso. O momento mais singelo do filme é
o surgimento do amor do vagabundo pela menina de rua órfã que se encontra
realizando pequenos furtos para sobreviver e é perseguida pela polícia para
adoção. Imperdível. Veja mais aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
A charge de As aventuras do homem
assalariado, uma foto da mulher no trabalho & Carnival of human bondage de
Magda Mraz. Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
Mãe é mãe & Deus proteja a minha, a
sua, a nossa & o da mãe-joana & e das mães (do guarda, do juiz de
futebol e dos políticos) que são coitadas!, Inteligência emocional de John Gottman, o teatro de Máximo
Gorki, a poesia de Jorge Tufic, a música de Caetano
Veloso, Travessuras de mãe de Denise Fraga, a arte de Luciah Lopez , a pintura
de Gustav Klimt & Lena Gal aqui.
E mais:
A literatura de Aníbal Machado, Teoria da
alienação de István Mészarós, Semiologia da representação de André Helbo, o
cinema de Roberto Rossellini & Anna Magnani, a música de Keith Jarret,
Erótica pornográfica de J. J. Sobral, a pintura de Jean-Léon Gérome.&
Almeida Junior aqui.
Direitos humanos fundamentais aqui.
A arte de Dhara - Maria Alzira Barros aqui.
Exercício de admiração de Emil Cioran.
Abril despedaçado de Ismail Kadaré, O teatro de arte de Meyerhold, Fridha
Khalo, A música de Badi Assad, A pintura de Karel Appel, Carlota Joaquina &
Clube Caiubi de Compositores aqui.
Brincarte do Nitolino, Tratado lógico-filosófico de Ludwig
Wittgenstein, o teatro futurista de Filippo Marinetti, a literatura de Azar
Nafisi, a música de Nelson Freire, a pintura de Eugène Delacroix, Augustine de
Charcot, a arte de SoKo, a fotografia de John De Mirjian, a cangaceira Dadá
& O eco da trombeta de Maria Iraci Leal aqui.
A sina de Agar, A nascente de Ayn Rand, o teatro de
Jean-Louis Barrault, Mundos oscilantes de Adalgisa Nery, a literatura de Anita
Loos, a música de Cláudia Riccitelli & The Bossa Nova exciting Jazz
Samba Rhythms, a pintura de Jose Gutierrez de la Vega & Amor como
princípio de Delasnieve Daspet aqui.
Canto de circo de Osman Lins, a arte de
Paul Éluard, a música de Paulo César Pinheiro, o teatro de Adolphe Appia, a
poesia de Alberto de Oliveira, o cinema de Pedro Almodóvar & Penélope Cruz,
a pintura de Francesco Hayez & José Malhoa, A travessia poética de Valéria
Pisauro & Programa Tataritaritatá aqui.
Três poemas & a dança revelou o
amor... aqui.
A dança dos meninos, a poesia de Manuel Bandeira & João
Cabral de Melo Neto, A dançarina de Yasunari Kawabata, A dança poética de Amiri
Baraka, A dançarina do Kama Sutra de Kama Sutra, de Vatsyayana, a música de
Isabel Soveral & António Chagas Rosa, a pintura de Jose Manuel Abraham, Pas
de Deux & a fotografia de M. Richard Kirstel, Dança Alagoas & Ary
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adoradores de cabras de Gianni Guadalupi & Alberto Manguel, a música de
Duke Ellington, o cinema de Lars von Trier & Nicole Kidman, a arte de
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do Silêncio de Rô Lopes aqui.
O dono da razão, a poesia de Murilo Mendes, Identidade e
etnia de Carlos Rodrigues Brandão, Fundamentos da educação de Maria
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Zúñiga & a música de Ju Martins aqui.
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Sarraute, a música de Galina Ustvolskaya, a fotografia de Takashi Aman, o ativismo de Emmeline Parnkhurst, o cinema
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De la Barra, a arte de Daniele Lunghin & Dave
Stevens aqui.
Eita! Vou por ali no que vem e que vai, a literatura de Ítalo Calvino, Os
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Glück, Neurofilosofia & Neurociências, a música de Edson Zampronha, Betina
Muller & Mike Edwards, a arte de Laszlo Moholy-Nagy
& Anke Catesby aqui.
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Sodré, a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, Tecnologias: memórias e
esquecimentos de Maria Cristina Franco Ferraz, a fotografia de Alexander
Yakovlev, a arte de William Mulready & Doris Savard, a pintura de Angelo
Hasse, a música de Asaph Eleutério, Ricardo
Loureiro & Rádio Estrada 55 aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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Gonzalez
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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