SEXTA-FEIRA – Olhos amanhecidos na frieza do mundo e não
fosse ontem feito de mormaço, não teria eu tantas horas de sentimentos vários,
dor e compaixão. Não fosse o amor o termômetro da vida, não teria eu nada para
dizer agora: as palavras me escondem, jamais quisera, outro era o sonho. Só os
ingênuos, quiçá, na minha alucinação; sonhadores até, sei lá, cultuarão
qualquer hora do entardecer que se fez noite e se perdeu na escuridão da
madrugada. De longe a montanha ao sol-posto, de onde faz sombra esfriando o meu
coração erradio. E eu um relês mortal, aos olhos o monograma do Cristo, voo
pela noite no mar da solidão. Na boca da noite, todas as evidências levaram a
nada: fui benzido de copas, a felicidade no descarte, o doce mel que se derrama
em grande profusão. Eu perdi, açoitado pelo ronco da onça suçuarana que nunca
existiu, virei mundo no Rabicho da Geralda e me perdi, não sei, na quentura que
se alastra. Mandei boas novas e escrevi aos familiares, nunca esperei ser
louvado por virgens de vestais ou qualquer estima, consideração. Enterrei o
trevo de paus na volta do cruzeiro, era o que podia fazer. Ao vencedor, salve,
um laço de fita no braço, palmas e saravá. Quantas imagens, labaredas,
sensaboria, defecções. Desde que me tenho por gente, vivo a morrer de sede e o
que me resta. Deixo aqui nada mais que tenho, um aceno qualquer, outra direção,
um adeus. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS: [...] O amor é
como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo. Não há disfarce que possa
esconder por muito tempo o amor quando este existe, nem simulá-lo quando este
não existe. Todas as paixões nos levam a cometer erros, mas o amor faz-nos
cometer os mais ridículos. A ausência apaga as pequenas paixões e fortalece as
grandes. Nos ciúmes existe mais amor-próprio do que verdadeiro amor. O
verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu.
Há pessoas desagradáveis apesar das suas qualidades e outras encantadoras
apesar dos seus defeitos. As pessoas fracas não podem ser sinceras. Quem vive
sem loucura não é tão sábio como pensa. A verdadeira coragem está em fazermos
sem testemunha o que seríamos capazes de fazer diante de todo mundo. Nada é tão
contagioso como o exemplo. O primeiro dos bens, depois da saúde, é a paz
interior. Pensamento do escritor e
moralista francês François, Duque de La Rochefoucauld
(1613-1680).
ALGUÉM FALOU: [...] Toda família tem
algum segredo, mas Flora Waring descobre que o da sua é devastador. Aos vinte e
dois anos, fica sabendo que tem uma irmã gêmea idêntica, Rose, que vive com a
mãe, de quem ela não tem a menor lembrança. E quando Flora se vê obrigada a
assumir o papel da irmã numa trama de mentiras, descobre o quanto esse
fingimento poderá lhe custar caro. Ao decidir acompanhar o noivo de Rose ao
encontro da avó na Cornualha, acaba se apaixonando pela família Armstrong... e
por um homem maravilhoso. Ao mesmo tempo, terá que se defrontar com os segredos
chocantes de Rose e assumir o risco de ver a felicidade escapar de suas mãos...
[...]. Trecho extraído da obra Sob o signo de gêmeos (Bertrand Brasil,
1998), da escritora inglesa Rosamunde Pilcher (1924-2019). Veja mais aqui.
A POESIA DE SILVIA
MOTA
ESCALA EM (SOU) MAIOR: Ressequido LÁ DÓ(i) em
MI(m) teu FA(lo) erguido... Erótica RÉ(stia) de SOL deste(MI)da (co)MI(da) em
MI(m) por MI(m) (SI)mplesmente exótica...
RECOLHI TEUS POEMAS: Espalhaste teus poemas pelas ruas do destino;
revestiste os meus temas, com tuas nuvens de menino. Quedei ébria aos dilemas e
um anjo libertino, de ciúmes traçou lemas, esparziu teu dom divino... Puro,
terno ou celestino, teus poemas, agridoces, se espalharam... desatino! Recolhi
verso por verso... belos, mansos... versos doces, neles sou teu Universo!
SAGRADA CLAUSURA Pranteio às algemas dos
versos que me prendem livre para livre atar-me aos teus beijos. Soluço às
correntes dos delírios que me desejam pura e pura envergo-me ao teu corpo.
Beijo-te os pés numa súplica de amor. Sacias-me de quatro à tua paixão
SILVIA MOTA – Poemas da escritora, advogada, professora e
pesquisadora humanista e revolucionária, Silvia Mota, que é idealizadora do Portal Sociocultural e Interdisciplinar PEAPAZ – Poetas e Escritores do Amor e da Paz, além de ser mestre em Direito Civil pela UERJ, cônsul dos Poetas Del
Mundo para Cabo Frio (Rio de Janeiro), associada à Rede de Escritoras Brasileiras
(REBRA), membro Efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras e membro da
Sociedade Brasileira de Bioética, e da Associação Brasil Soka Gakkai
Internacional. Veja mais aqui & aqui.
A ARTE DE ANA MENDIETA
Eu
tenho criado um diálogo entre a paisagem e o corpo feminino (baseado em minha
própria silhueta). Acredito que tenha sido resultado direto de atormentada
pátria (Cuba) durante minha adolescência. Sou sobrecarregada do sentimento de
ser escalada desde o ventre (da natureza) para a luta. Minha arte é a maneira
que eu reestabeleço os ossos que me unem ao universo. É o retorno a procura
material. É crucial para mim ser parte de todos os
meus trabalhos de arte. Como resultado de minha participação, minha visão
torna-se realidade e parte das minhas experiências.
da pintora, escultora, performer e vídeo artista cubana Ana
Mendieta (1948–1985). Veja mais aqui & aqui.
A OBRA DE T. S. ELIOT
A poesia não é um modo de libertar a emoção, mas uma fuga da emoção; não
é uma expressão da própria personalidade, mas uma fuga da personalidade.
A obra
do poeta, dramaturgo e crítico literário britânico-estadunidense Thomas Stern Eliot (1888-1965) aqui,
aqui, aqui, aqui & aqui.
&
AMIGOS DA BIBLIOTECA
Realizou-se
nesta quinta, reunião de andamento do grupo associativo Amigos da Biblioteca,
reunindo interessados no desenvolvimento de ações em prol de preservação, promoção
e manutenção de acervos, grupos de leitura e pesquisa, formação de leitor e políticas
pro livro, da Biblioteca Pública Fenelon Barreto e bibliotecas públicas,
escolares e comunitárias de Palmares e região Mata Sul pernambucana. Participaram
desta reunião, o diretor da Biblioteca Fenelon Barreto, João Paulo Araújo, o
poeta e compositor Zé Ripe, Basílio dos Palmares, Carlos Calheiros, Iolanda Dayo, o poeta Ricardo Cordel & Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui, aqui,
aqui, aqui & aqui.