MANUELA DO LIBERTADOR – Somos um e seremos, sempre: humanos, América.
Não se trata de uma quimera; ao contrário, um decreto do destino. Se não há
concórdia, é porque o que sou está diante da calamidade pública: fraqueza e
ignorância, Cada qual, seus interesses. Mais que dúvidas ao pisar a terra: entre
o heroico e o ridículo, apenas um passo. Nenhum temor a enfrentar: se a tirania
é lei, a rebelião é um direito. É preciso ter coragem. Sempre tive comigo que a arte de vencer se aprende nas derrotas.
Não me dei por vencido, a liberdade é a única salvação digna do sacrifício
humano, mesmo que nem todos ou quase ninguém saiba realmente o que é ser livre.
Aprende-se: se é noite o tempo todo, cabe inventar o dia. Vencer traz outros
fracassos. Ao comemorar a vitória não sabia que inaugurava outras guerras.
Jamais guerrearia se não houvesse injustiça. O que sei de triunfante, é que me
apaixonei pela heroína de Lima, a linda mulher que estava estonteantemente bela
em Quito, atirando-me uma flor pela Batalha de Pichincha, e se tornou a
militante que me seguiu a Bogotá para todo o sempre. E tornou-se mais que o meu
amor e minha amada: membro do Estado Maior do Exército da Libertação, por ser a
libertadora que me salvou pela janela de orquestrado ataque. E muito mais.
Mesmo com todas as incompreensões do meu povo, mesmo morrendo desprezado,
cativo de infinitas amarguras, vítima de intensa dor, proscrito, detestado
pelos que são meus, mesmo quando me vi sozinho, com quase todos os amigos
mortos ou desertados, apenas ela, inarredável, com meus três fiéis comparsas de
luta, seguiu-me incansável e vigilante, os passos libertários da minha causa. Ela
não me abandonou, mesmo que pedisse, comigo seguiu e não me deixou só. Ah,
amada Manuela! Foi nos seus cabelos revoltos de ativista incansável que aprendi
que o lucro do triunfo passa pela indispensável senda dos sacrifícios. Foram seus
vivos olhos que me ensinaram a singrar do Atlântico ao Pacífico, do Panamá ao
Cabo Horn, onde tomei a ciência de que um povo ignorante é instrumento cego
para sua própria destruição. Foi no seu sorriso que traguei da vitória de todas
as contendas, com a lição do seu nascimento de mãe crioula que olhos hipócritas
desqualificavam maldita mácula escandalosa e espúria. Foram seus mágicos lábios
de tantos beijos que jurei por Deus, por meus pais e por minha honra de jamais
descansar enquanto viver, até que tenha libertado a minha pátria do jugo
estrangeiro. Foram seus braços e abraços que me levaram ao Páramo de Pisba e me
deu a força de encarar o terremoto que dizimou meus compatriotas reencarnados
na minha luta interminável. Foi nos seus seios que me abriguei desconsolado
para perseverar até tê-la Ordem do Sol. Foi no seu ventre que rompi os limites
de Boyacá, Carabobo e Ayacucho até os confins do mundo, e nos seus quadris
contornei todos os limites dos Andes e no seu sexo venci todas as batalhas passadas
e vindouras. Foram suas coxas e pernas que me ensinaram a ser águia em voo. Foi
aos seus pés que me rendi definitivamente, mesmo sem nunca ter curvado diante
de qualquer autoridade, sem reconhecer nenhuma deidade, só você, minha deusa e
rainha, que me fez seu deus e permaneceu ao meu lado mesmo com a minha
crucificação no sonho de ver unidos todos os americanos. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS: [...] Tudo o
que queremos é isso: ao invés de sobretaxar nosso cérebro para aprender a fala
de homens há muito mortos, devemos usar aquela dos homens vivos. Ao invés de
tratarmos a língua como um objeto excepcional, devemos escrever no vernáculo
facilmente compreensível […]. Trecho extraído da obra China silenciosa (Selected Works -
Beijing/Foreing, 1980), do escritor chinês Lu
Xun (1881-1936), que em outra obra sua, Literatura
e suor (Selected Works – Beijing/Foreing, 1980), expressa que: [...] Símios
antropóides, homem-macaco, homem primitivo, homem antigo, homem moderno, o
homem do futuro... Se criaturas vivas podem de fato evoluir, então a natureza
humana não pode permanecer inalterada.[...]. e, em outra mais, Pensamentos aleatórios (Selected Works
– Beijing/Foreing, 1980), revela que: [...] Um amigo meu disse mais apropriadamente, ‘se
queremos preservar nossas características nacionais, precisamos ter certeza
primeiro de que elas podem nos preservar. Certamente, autopreservação vem
primeiro. Tudo o que perguntamos é se algo tem o poder de nos preservar, não se
é uma característica ou não. [...].
ALGUÉM FALOU: [...] o
amor sempre vence mesmo depois da vida, mesmo após a morte [...] No começo! Oh meu amor desejado... eu tive
que fazer de mulher, de secretária, de balconista, soldado húzar, de espiã, de inquisidora
como intransigente. Eu ponderei os planos. Sim, eu os consultei com ele, quase
os impôs; mas ele se deixou levar pela minha loucura de amante, e havia tudo lá
[...] Dei àquele exército o que era
necessário: coragem para todos: tente! E Simon o mesmo. Ele fez mais para me
vencer. Eu não parecia uma mulher. Eu era louca por liberdade, que era sua
doutrina [...] Seria difícil para mim
dizer por que joguei minha vida cerca de dez vezes. Pela pátria livre? Por que
Simon? Pela glória? Por mim mesma? [...]. Trechos de correspondências da
revolucionária peruana Manuela Sáenz Thorne (1727-1856), que lutou pela
independência das colônias sul-americanas da Espanha e a grande paixão do
libertador e líder político sul-americano Simon
Bolívar (1783-1830), extraído da obra Os cartões mais bonitos de
amor entre Manuela e Simón acompanhados pelos Diários de Quito e Paita,
além de outros documentos (MP/PGP, 2007), de Hugo Rafael Chávez Frías et
al. O romance entre ambos foi tema de diversas publicações estudos, entre eles:
Do discurso de amor: correspondência de Simon Bolívar e Manuela Sáenz (Revista
Landa, 2018), da professora e pesquisadora Silvia L. Lopez; da obra For
Glory and Bolívar The Remarkable Life of Manuela Sáenz (Published, 2006), de Pamela Murray;
da obra The Four Seasons Of
Manuela A
Biography The Love Story Of Manuela Saenz And Simon Bolivar, de Victor
W. Von Hagen; da obra História
e memória histórica das mulheres: Manuela
Sáenz desafia Simón Bolívar 1822-1830 (Revista Europeia de Estudos da
América Latina e Caribe, 2012), da
professora e pesquisadora Maria José Vilalta; da obra Simon Bolívar y Manuela Saenz: la libertadora del libertador
(EdBooks, 2010), de Jazmin Saenz; e Bolívar
1783-1830 (Três, 1973), de Moacyr Werneck de Castro. Veja mais aqui.
TUPAC AMARU
Era perigosíssimo
rebelar-se contra o governo espanhol na América do Sul. Em 1781, quando Tupac
Amaru tentou libertar o Peru, o governador espanhol mandou cortar-lhe a língua
e depois o obrigou a assistir ao trucidamento de sua esposa e de seu filho, os
quais foram atados pelos membros a quatro cavalos que os puxaram em direções
opostas, despedaçando-lhes os corpos. No fim do espetáculo, a ele próprio foi
dado o mesmo tratamento.
TUPAC AMARU – Tupac Amaru (1545-1572), o supa inca, foi o quarto e último imperador
inca de Vilcabamba. Perseguido por soldados espanhóis, Tupac seguia com sua
esposa grávida, quando foi aprisionado. Foi julgado e condenado a decapitação
pelo assassinato de sacerdotes em Urcos, dos quais era provavelmente inocente.
Clérigos convencidos de sua inocência, imploraram de joelhos ao vice-rei. No
entanto, o inca foi conduzido pelas ruas, com suas mãos atadas, até o
cadafalso, sobre o qual ele expressou; “Mãe
Terra, testemunha como meus inimigos derramaram meu sangue”. Veja mais
aqui.
A ARTE DE DAPHNE MADEIRA
A arte da bailarina e professora Daphne Madeira que possui licenciatura plena em Dança pela Faculdade Angel Vianna (2004), mestrado em Artes Visuais (EBA-UFRJ) e atua como professora na UFRJ. Veja mais aqui.
A arte da bailarina e professora Daphne Madeira que possui licenciatura plena em Dança pela Faculdade Angel Vianna (2004), mestrado em Artes Visuais (EBA-UFRJ) e atua como professora na UFRJ. Veja mais aqui.
A OBRA
DE WILLIAM
FAULKNER
Ontem só acabará amanhã, e amanhã começou há dez mil anos. Em tempo de guerra se vive no presente. O ontem já se foi e o amanhã talvez não venha.
Ontem só acabará amanhã, e amanhã começou há dez mil anos. Em tempo de guerra se vive no presente. O ontem já se foi e o amanhã talvez não venha.
A obra do
escritor estadunidense e ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1949, William Faulkner (1897-1962) aqui &
aqui.