
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio
Tataritaritatá especial
com a música da cantora, compositora, poeta e produtora Consuelo de Paula: Negra,
Dança das Rosas, Coletãnea, Samba, seresta & Baião & muito mais nos mais de 2
milhões & 600
mil acessos ao
blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para
conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais dela aqui, aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS – [...] No
meio do reino temível das forças e no meio do reino sagrado das leis, o
instinto de criação estética vai construindo, sem que dêem por ele, um terceiro
reino, feliz, do jogo e da aparência, no qual tira ao ser humano os grilhões de
todas as relações e o desliga de quanto seja coação tanto no físico como no
moral. [...]. do poeta, dramaturgo, filósofo e historiador alemão Friedrich Schiller (1759-1805). Veja
mais aqui.
DE ANTES & HOJE - [...] Os nossos ancestrais caçadores-coletores que, ao longo de
milhares de anos, desenvolveram as técnicas da pedra e, depois, elaboraram as
do ouro e do metal, dispuseram e usaram, nas suas estratégias de conhecimento e
de ação, um pensamento empírico/lógico/racional; produziram, acumulando e
organizando, um formidável saber botânico, zoológico, ecológico, tecnológico,
uma verdadeira ciência. Contudo, esses mesmos seres arcaicos acompanhavam todos
os atos técnicos com ritos, crenças, mitos, magias; por isso, antropólogos do
começo do século XX chegaram a crer que, fechados num pensamento mítico/mágico,
esses “primitivos” ignoravam toda racionalidade. [...] Antropólogos simplistas incapazes de
conceber que os seus “primitivos” moviam-se nos dois pensamentos, completamente
sem confundi-los! [...] Também, ainda que nossos espíritos sejam muito diferentes
daqueles dos arcaicos ou dos medievais, ainda que os dois pensamentos tenham se
tornado antagônicos, vivemos não somente nessa oposição, mas também na
cohabitação, na interação e nas trocas clandestinas e diárias entre eles. O problema
dos dois pensamentos não é, pois, um problema original e histórico
ultrapassado, mas o problema de todas as civilizações, inclusive as
contemporâneas: um problema antropossocial fundamental. [...].
Trechos extraídos da obra O método 4 – as
ideias (Sulina, 2005), do antropólogo, sociólogo e filósofo francês Edgar
Morin.
Veja mais aqui.
O SOM & A FÚRIA - [...] Ela
estava molhada. A gente estava brincando no riacho e Caddy se agachou e molhou
o vestido e Versh disse: “Tua mãe vai te bater por causa que você molhou o
vestido.” “Vai me bater coisa nenhuma.” disse Caddy. “Como é que você sabe.”
disse Quentin. “Sei porque sei.” disse Caddy. “Como é que você sabe.” “Porque
ela falou que vai.” disse Quentin. “Além disso eu sou mais velho que você.” “Eu
tenho sete anos.” disse Caddy. “Então eu sei.” “Eu tenho mais de sete.” disse
Quentin. “Eu já estou na escola. Não é, Versh.” “Ano que vem eu também vou pra
escola.” disse Caddy. “Quando chegar a hora. Não é, Versh.” “Você sabe que ela
te bate quando você molha o vestido.” disse Versh. “Não está molhado não.”
disse Caddy. Ficou em pé dentro d’água e olhou para o vestido. “Eu tiro.” disse
ela. “Aí ele seca.” “Duvido que você tira.” disse Quentin “Tiro sim.” disse
Caddy. “Melhor não tirar.” disse Quentin. Caddy veio para perto de mim e Versh
e virou de costas. “Desabotoa, Versh.” disse ela. “Não faz isso não, Versh.”
disse Quentin. “O vestido não é meu.” disse Versh. “Desabotoa, Versh.” disse
Caddy. “Senão eu conto pra Dilsey o que você fez ontem.” Então Versh
desabotoou. “Quero ver você tirar o vestido.” disse Quentin. Caddy tirou o
vestido e o jogou na margem. Ela estava só de corpete e calcinha, e Quentin deu um tapa nela e ela
escorregou e caiu na água. Quando se levantou ela começou a espirrar água em Quentin, e Quentin espirrou água em Caddy.
Caiu um pouco de água em mim e em Versh e Versh me pegou e me pôs na margem.
Ele disse que ia contar o que Caddy e Quentin fizeram, e então Quentin e Caddy
começaram a espirrar água em Versh. Ele ficou atrás de uma moita. “Eu vou
contar pra mamãe o que vocês estão fazendo.” disse Versh. Quentin subiu para a
margem e tentou pegar Versh, mas Versh fugiu e Quentin não conseguiu. Quando
Quentin voltou Versh parou e gritou que ia contar para a mãe. Caddy disse que
se ele não contasse eles deixavam ele voltar. Então Versh disse que não ia
contar, e eles deixaram ele voltar. “Agora você está satisfeita, não é.” disse
Quentin. “Nós dois vamos apanhar agora.” “Eu não ligo.” disse Caddy. “Eu vou
fugir.” “Vai fugir nada.” disse Quentin. “Vou fugir pra não voltar nunca mais.”
disse Caddy. Comecei a chorar. Caddy se virou e disse: “Não chora.” Então eu
parei. Então eles brincaram no rio. Jason estava brincando também. Estava
sozinho separado dos outros. [...]. Trecho extraído da obra O som e a fúria (Com panhia das Letras, 2017),
do escritor estadunidense e ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1949, William Faulkner (1897-1962). Veja mais
aqui.
O MAR PRA ONDE FOI - O
mar, pra onde foi? – me despedindo, aqui estou / O meu mar azul, pra onde foi?
/ Com todos os seus barcos, velozes, singrando / Com suas livres brisas e
bandeiras. / Saudades daquela voz de ondas, a primeira que / Da minha infância
alegria despertou; / Do toque do sino a hora certa – do trovejar súbito – / Meu
mar azul, pra onde foi? / Na serra do pastor um som de flauta ouço – / Da
árvore o murmúrio ouço; - / De minha alma, emudecidos, os ecos – / Meu mar
azul, pra onde foi? / Oh! Por mais profunda que seja a tua Murta, / Por mais
suave e suave que teus ventos sejam, / Em mim, o coração enfermo de bater
cessou – / Meu mar azul, pra onde foi? Poema da poeta britânica Felicia Hemans (1793-1835). (Tradução
de Cunha e Silva Filho).
A ARTE DE LILIANE DARDOT
A arte da pintora, desenhista, gravadora e professora Liliane
Dardot.
AGENDA
&
&
Poetastro mete as catanas sem entender do
riscado, William Faulkner, Roberto
Piva, Pierre Bourdieu, Vitor da Fonseca, Alice Viveiros de Castro,
Frank Furedi, Lia Chaia & Amanda
Duarte, Socorro Durán, Gonzaguinha, Rachel Podger,
Bia Sion & Mano Melo aqui.