SOU DA TERRA E A ELA ME DOU - Sou
desta Terra-mãe, em cada gota de orvalho na flor da manhã e em cada paisagem
dos pontos cardeais, porque planto o futuro a cada momento em que vivo e sou
feito pra cumprir a missão. Eu colho o presente ao nascer o dia, distribuo a
colheita de mão em mão e em todas as mãos eu sou pra todos porque assim também
eu serei, porque sou cada semente que brota na festa da vida. E se em mim
amanheço pra tudo alcançar e se também anoiteço pra que possa me guiar na
escuridão, é porque sou corrente na rota do rio pra que eu seja mar e tudo de
mim e de todos, e sou o vento da tarde alisando o cabelo nas faces pro sorriso
emanando de cada ser nas noites & dias de cada estação. Assim eu sou chão
das raízes pra todas as folhas e flores, todos os pés que perseguem os rumos
distantes, pros dedos que apontam todas as direções, pra que eu seja mais
desenvolto de invernos a verões. Assim eu sou erupção vulcânica no fogo de amar
pra que tudo seja amor em dar e receber, em olhar e perceber a maravilha que é
dar conta de todo milagre que é nascer e viver. Assim sou dia de feita na vez
do labor, sou todo domingo festejando a semana porque tudo que nasce provém do
amor, sou todas as preces de gratidão, pra que eu seja cada pedra, pra que eu
seja cada respirante, na mais completa comunhão do que sou. Por isso sou desta
Terra e a ela me dou. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja
mais aqui.
RÁDIO
TATARITARITATÁ: 24 HORAS NO AR!!!
Hoje na Rádio
Tataritaritatá:
especiais Poema on Guitar, Jazz Samba & Afro-Samba, do
músico e compositor Baden Powell de
Aquino (1937-2000); o Concer to the memorian on the Angel Berg, Violin Bach
& Ysaÿes Sonata nº 3 Balade com a violinista russa Alina
Ibragimova; o Concert Chello Elga e
concertos do violoncelista Antônio Meneses com a pianista Maria João Pires e a
Orquestra Jovem de São Paulo; e Variations Goldberg Bach, Bethoven op. 26 e
Sonata KV 279 de Mozart com a pianista taiwanesa Pi-Hsien Chen. Para conferir é só ligar o som e curtir.
NÓS, EU & TU – [...] O
homem não é uma coisa entre coisas ou formado por coisas quando, estando EU
presente diante dele, que já é meu TU, endereço-lhe a palavra-princípio. Ele
não é um simples ELE ou ELA limitado por outros ELES ou ELAS, um ponto inscrito
na rede do universo de espaço e tempo. Ele não é uma qualidade, um modo de ser,
experienciável, descritível, um feixe flácido de qualidades definidas. Ele é
TU, sem limites, sem costuras, preenchendo todo o horizonte. Isto não significa
que nada mais existe a não ser ele, mas que tudo o mais vive em sua luz. Assim
como a melodia não se compõe de sons, nem os versos de vocábulos ou a estátua
de linhas - a sua unidade só poderia ser reduzida a uma multiplicidade por um
retalhamento ou um dilaceramento - assim também o homem a quem EU digo TU.
Posso extrair a cor de seus cabelos, o matiz de suas palavras ou de sua
bondade; devo fazer isso sem cessar, porém ele já não é mais meu TU. Assim como
a prece não se situa no tempo mas o tempo na prece, e assim como a oferta não
se localiza no espaço mas o espaço na oferta - e quem alterar essa relação
suprimirá a atualidade, do mesmo modo o homem a quem digo TU não encontro em
algum tempo ou lugar. EU posso situá-lo, sou, aliás, sou obrigado a fazê-lo constantemente,
mas então, ele não é mais um TU e sim um ELE ou ELA, um ISSO. Enquanto o
universo do TU se desdobra sobre minha cabeça, os ventos da causalidade
prostram-se a meus calcanhares e o turbilhão da fatalidade se coagula. Eu não
experiencio o homem a quem digo TU. EU entro em relação com ele no santuário da
palavra-princípio. Somente quando saio da! posso experienciá-lo novamente. A
experiência é distanciamento do TU. A relação pode perdurar mesmo quando o
homem a quem digo TU não o percebe em sua experiência, pois o TU é mais do que
aquilo de que o ISSO possa estar ciente. O TU é mais operante e acontece-lhe
mais do que aquilo que o ISSO possa saber. Aí não há lugar para fraudes: aqui
se encontra o berço da verdadeira vida. Eis a eterna origem da arte: uma forma
defronta-se com o homem e anseia tornar-se uma obra por meio dele. Ela não é um
produto de seu espírito, mas uma aparição que se lhe apresenta exigindo dele um
poder eficaz. Trata-se de um ato essencial do homem: se ele a realiza, proferindo
de todo o seu ser a palavra-princípio EU-TU à forma que lhe aparece, aí então
brota a força eficaz e a obra surge. Esta ação engloba uma oferta e um risco.
Uma oferta: a infinita possibilidade que será imolada no altar da forma. Tudo
aquilo que ainda há pouco se mantinha em perspectiva deverá ser eliminado,
pois, nada disso poderá penetrar na obra; assim exige a exclusividade própria
do “face-a-face”. Um risco: a palavra-princípio não pode ser proferida senão
pelo ser em sua totalidade, isto é, aquele que a ISSO se entrega não deve
ocultar nada de si, pois a obra não tolera como a árvore ou o homem, que EU
descanse entrando no mundo do ISSO. É ela que domina; se EU não a servir
corretamente ela se desestrutura ou ela me desestrutura. Eu não posso experienciar
ou descrever a forma que vem ao meu encontro; só posso atualizá-la. E, no
entanto, EU a contemplo no brilho fulgurante do face-a-face, mais
resplandecente que toda clareza do mundo empírico, não como uma coisa no meio
de coisas inferiores ou como um produto de minha imaginação mas como o presente.
Se for submetida ao critério da objetividade, a forma não está realmente “ai”;
entretanto, o que é mais presente do que ela? Eu estou numa autêntica relação
com ela; pois ela atua sobre mim assim como EU atuo sobre ela. Fazer é criar,
inventar é encontrar. Dar forma é descobrir. Ao realizar EU descubro. EU
conduzo a forma para o mundo do ISSO. A obra criada é uma coisa entre coisas,
experienciável e descritível como uma soma de qualidades. Porém àquele que
contempla com receptividade ela pode amiúde tornar-se presente em pessoa. [...].
Trecho extraído da obra Eu e Tu (Moraes, 1974), do filosofo, escritor e
pedagogo israelita Martin Buber (1878-1965). Veja mais aqui e aqui.
INCLUSÃO ESCOLAR – [...] Embora possa assustar pelo grande número de mudanças e
pelo teor de cada uma delas, a inclusão é, como muitos a apregoam, “um caminho
sem volta”. Nunca é demais, contudo, reafirmar as condições em que essa
inovação acontece, marcando, grifando na consciência dos educadores o seu
valor, para que nossas escolas atendam à expectativa de seus alunos, do ensino infantil
à universidade. A escola prepara o futuro e, de certo que, se as crianças
aprenderem a valorizar e a conviver com as diferenças nas salas de aula, serão
adultos bem diferentes de nós, que temos de nos empenhar tanto para entender e
viver a experiência da inclusão! O movimento inclusivo, nas escolas, por mais
que ainda seja muito contestado, pelo caráter ameaçador de toda e qualquer
mudança, especialmente no meio educacional, convence a todos pela sua lógica e
pela ética de seu posicionamento social. Ao denunciar o abismo existente entre
o velho e o novo na instituição escolar brasileira, a inclusão é reveladora dos
males que o conservadorismo escolar tem espalhado pela nossa infância e
juventude estudantil. Penso que o futuro da escola inclusiva depende de uma
expansão rápida dos projetos verdadeiramente imbuídos do compromisso de transformar
a escola, para se adequar aos novos tempos. Se ainda hoje esses projetos se
resumem a experiências locais, estas estão demonstrando a viabilidade da
inclusão, em escolas e redes de ensino brasileiras, porque têm a força do óbvio
e a clareza da simplicidade. A aparente fragilidade das pequenas iniciativas
tem sido suficiente para enfrentar, com segurança e otimismo, o poder da velha
e enferrujada máquina escolar. A inclusão é um sonho possível! Trecho do livro Inclusão
escolar: O que é? Por quê? Como fazer? (Moderna, 2003), da Professora da Unicamp, Maria Teresa Eglér Mantoan. Veja mais
sobre o tema aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
PROJETO ACESSIBILIDADE DA
BIBLIOTECA FENELON BARRETO - Participação na reunião do
Projeto Acessibilidade/Inclusão da Biblioteca Municipal Fenelon Barreto, no
último dia 14/09/2017, com o diretor da Biblioteca, João Paulo Araújo, e as
professoras Rute Costa da SEMED-Palmares & Silvana Neves – Coordenadora do
Programa de Educação Inclusiva da SEMED-Palmares. Esta reunião é o resultado de
uma outra ocorrida no último dia 31/08, resultando na esquematização de ações
que propiciem o envolvimento de alunos com
deficiência visual, auditiva e cadeirantes para visita à Biblioteca no sentido
de levantar as dificuldades encontradas por esse público-alvo, bem como a
realização de Seminário sobre Acessibilidade envolvendo órgãos públicos,
escolas, associações de classe, autoridades, estudantes, familiares de pessoas
com deficiência e sociedade em geral, além da realização da parceria com o IFPE
para apresentação de filmes sobre o tema e a apresentação das normas da ABNT
9050 & 15599, que tratam sobre a acessibilidade em edificações,
mobiliários, espaços e equipamentos urbanos e a comunicação na prestação de
serviços, respectivamente. Veja mais aqui.
COLÉGIO DIMENSÃO NA
BIBLIOTECA FENELON BARRETO
Participação do Professor Jadson Alexandre com alunos do Colégio
Dimensão nos eventos promovidos pela Biblioteca Pública Municipal Fenelon
Barreto. Veja mais aqui.
Veja
mais:
A música
de Baden Powell de Aquino aqui.
A música
do violoncelista Antonio Meneses aqui.
A música
da pianista Pi-Hsien Chen aqui.
Faça seu
TCC sem Traumas: livro, curso & consultas aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.
TU & EU DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO
Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Em não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
– que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Em não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
– que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.
Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albiônico.
Tu,fão.
Eu, fônico.
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albiônico.
Tu,fão.
Eu, fônico.
És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu, ropeu.
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu, ropeu.
Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu, multo.
Eu, carístico.
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu, multo.
Eu, carístico.
És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu, clidiano.
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu, clidiano.
Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.
Poema
extraído da obra Poesia numa hora dessas? (Objetiva, 2002),
n do
escritor, cartunista, tradutor, roteirista e autor teatral Luis Fernando
Veríssimo. Veja mais aqui e aqui.