A PLENITUDE DA VIDA - Imagem: art
by Nicomedes Gomez - Ainda ontem, já
era tarde. Não mais. Nada mais resta do que fiz ou deixei de fazer, do que amei
e não quis mais amar, do que adiei quando mais precisava. Longe os anos se
foram e tudo passou, quanta urgência no caminho das importâncias, quanta
ocupação pra disfarçar o viver, tudo era só dar vencimento ao menos às cotas
das tarefas diárias, enfrentar as surpresas do imediato que pegavam de peito
aberto, a pressão das emergências daquilo que era pra ontem, os desafios das
dificuldades, cair, levantar, sacudir a poeira, seguir, capengar e protelar,
procrastinar, adiar o viver. Hoje, chegou a hora. Esta, a horagá. Já. O que
tenho é só a mim, não mais. Não posso esperar que façam por mim o que é da
minha estrita responsabilidade, ninguém deve fazer por mim o que eu mesmo
deveria ter feito ou tenho a fazer, muito menos devo responsabilizar ninguém
pelo que não fiz, nem por meus fracassos, nem por minha própria
irresponsabilidade. Hoje, agora, quantos espelhos, a minha efígie refletida:
afinal, tenho sido mais feliz agora do que nunca fora antes. Agora o Sol dança
no assoalho e convida meu coração para bailar na vida, esqueço o que me
deprime: a esmagadora ignorância das trevas humanas. Sorrio, apesar de tudo ser
tão triste, vou do infortúnio que insistia sempre presente em todas as minhas
horas pra felicidade que vem da alvorada no horizonte. Agora a ressurreição: a
sensação da inércia me faz sofrer, sou vida e quero mais é viver. Antes era
fácil parar ou desistir do que continuar, quantas decisões tomadas sem que nada
de ação se fizesse, ah, deixava pra lá, não via pra quê tanto esforço. Agora
sou outro, ergo a face, malgrado o mundo desabado ao redor, só escombros na
noite obscura. Dentro de mim pulsa a satisfação da plenitude anímica na paz de
quem sabe superar, sigo adiante, passo a passo, mais cedo ou mais tarde tudo
haverá passado, porque sei liberto da prostração com o alvorecer. Hoje sei que
sou pedra bruta que aguarda a revelação da arte nela escondida: a arte de
viver, viver o amor. Agora faço e já, faço agora! Meus olhos pra vida e meus
pés no chão. Sou firme na roda da vida pelos Sete Globos, pelos Sete Períodos,
assim na Terra como no Céu, a plenitude da vida na fraternidade universal
humana. © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
COLÉGIO ESTADUAL ELISEU PEREIRA DE MELO
Atendendo
convite das professoras Janeide e Romina, estarei no próximo dia 12/09, a
partir das 14hs, no Colégio Estadual
Eliseu Pereira de Melo, realizando a palestra/espetáculo Cordel Biblioteca
Eliseu: Ética, Cidadania & Meio Ambiente, pros alunos da instituição
escolar. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA – Esforce-se para ser paciente ao suportar os
defeitos dos que o cercam, porque você também tem muitos, e eles precisam ser
suportados pelos outros. Se você não é como gostaria de ser, como pode
pretender encontrar alguém que seja totalmente do seu agrado: Trecho
extraído da obra A imitação de Cristo,
do monge e escritor alemão Thomas de Kempis
(1379-1471).
SOMOS NA VIDA ADULTA O QUE FOMOS NA INFÂNCIA – [...]
a vida como ela é, dominada por
incoerências, dúvidas e realizações, problemas humanos que sempre constituíram
pra mim preocupações constantes desde a infância. Somos na vida adulta o que
fomos na infância. Sonhei continuamente com um mundo melhor, onde houvesse
amor, afeto e compreensão entre os homens, um mundo onde a natureza continuasse
viva, com seus solos, rios, lagos, mares, árvores e seres de todas as espécies.
Mas infelizmente, desde a adolescência venho assistindo à destruição maciça dos
recursos naturais, à alteração da paisagem, ao acirramento da luta entre os
homens com manifestações de agressividade crescente. Assim, meus sonhos foram
se desvanecendo; doem-me o desrespeito à Ecologia, a quebra dos elos do
ecossistema, a existência de um mundo de vendas e compras, um verdadeiro “mundo
cão”. Nas horas de meditação, relembro os caminhos percorridos durante longos
anos, sempre animado por uma chama criadora, mas sentido, já no fim da jornada,
o sabor amargo da decepção. Sonhei com uma universidade melhor, com bom padrão
de ensino, e motivada pela chama da investigação científica e, ao mesmo tempo,
ligada aos interesses da sociedade e da Região. [...] A previsão de Einstein foi confirmada: a fome chegou e teria solução se
fosse respeitada a “lei das leis”, ou seja, de que “não é possível a felicidade
e a segurança de quem quer que seja se não houver o mínimo de felicidade entre
todos”. É uma fome diferente das que sempre assolaram o planeta e foram
registradas pelos historiadores. [...] É
a fome criada pela civilização, pela ambição e egoísmo do homem atual, mais
máquina do que homem; e a fome da Revolução Industrial e da supertecnologia,
que originou a tecnocracia, uma grave doença dos tempos modernos, em vista da
qual os tecnocratas ignorantes, mas semideuses arrogantes, mataram a imaginação
e a criatividade, pensando apenas no desenvolvimento econômico avaliado
exclusivamente pelo Produto Nacional Bruto (PNB), na expansão industrial e na
comercialização, deixando de lado o próprio homem; é a fome decorrente do
desequilíbrio econômico crescente, que cria, de um lado, o grupo dos ricos e
opulentos e, do outro, uma grande maioria de pobres, entre os quais proliferam
os miseráveis; é a fome amoral, da pobreza extrema, da sociedade de consumo
caracteriza pela compra e pela venda, inspirada no lucro a qualquer preço,
estimulada por uma propaganda agressiva, angustiada e que apela para os psicotrópicos
e drogas, na qual o homem desceu de sua posição excepcional na escala zoológica
na direção do bruto, das feras; é, finalmente, uma fome que arrasta consigo
outros problemas, como a doença, a deliquência infanto-juvenil, a
agressividade, o crime, a apatia, antieducação. [...]. Trechos extraídos da
obra Fome, criança e vida (Massangana, 1982), do cientista e médico nutrólogo Nelson Chaves (1906-1982). Veja mais
aqui e aqui.
A
CANA-DE-AÇÚCAR - A vida nem sempre é doce
como a cana ou macia como o algodão. O homem domesticou muitas plantas, mas
poucas influenciaram tanto o rumo da história da humanidade quanto a
cana-de-açúcar. Até parece exagero de pernambucano, agarrado a uma boa fatia de
bolo de rolo. [...] É só ir
desenrolando o fio da história que as revelações começam a acontecer. A doçura
entra cotidianamente em nossas e nem sempre paramos para pensar sobre o
percurso histórico-geográfico e o rastro de mudanças ocorridas em torno dessa
espécie vegetal. Quando alertada sobre isso, a pessoa pode até sacar seus
conhecimentos enciclopédicos sobre a questão. Mesmo assim os dados parecerão
turvos em algum quadrante, tamanha é a abrangência e complexidade do assunto. O
fato é que o cultivo da cana foi impulsionando transformações, tanto na
realidade quanto no imaginário, pelos lugares por onde passou. [...]. Trechos
do artigo Enquanto se brinca a história
se faz, de Marcondes Lima, extraído da obra Algodão doce para teatro (Cubzac, 2015) de Carla Denise. Veja mais
aqui e aqui.
POLÍTICA
& A COISA PÚBLICA - [...] A moral política não pode cair do céu; ela não esta inscrita na natureza
humana. Apenas uma real política da Razão e da Moral pode contribuir para
implementar a instauração de um universo no qual todos os agentes e seus atos
estariam submetidos - especialmente pela crítica - a uma espécie de teste de
universalisabilidade permanente, instituído praticamente na pr6pria lógica do
campo: não há ação política mais realista (pelo menos para os intelectuais) que aquela que,
dando forma política a crítica ética, pudesse contribuir para 0 advento de
campos políticos capazes de favorecer, pelo seu pr6prio funcionamento, os
agentes dotados das disposições lógicas e éticas mais universais. Em resumo, a
moral não tem nenhuma possibilidade de ocorrer, especialmente na política, a não
ser que trabalhemos para criar os meios institucionais de uma política da
moral. A verdade oficial do oficial, 0 culto do serviço público e do
devotamento ao bem comum não resistem a crítica da suspeição que descobre em
toda parte corrupção, clientelismo ou, no melhor dos casos, 0 interesse privado em servir ao
bem público. Devotados ao que Austin chama de passagem de "impostura legítima",
os homens públicos são homens privados socialmente legitimados e encorajados a
se tomar por homens públicos, logo a se pensar e a se apresentar como
servidores devotados do público e do bem público. Uma política da moral deve
ter presente esse fato: por um lado, esforçando-se por entender os oficiais no seu pr6prio jogo, isto e, na chamada da definição oficial de suas funções oficiais. Mas também, e sobretudo, trabalhando sem parar para aumentar 0
custo do esforço de dissimulação necessária para mascarar a distância entre 0 oficial e 0 oficioso, 0
palco e a coxia da vida política. Esse trabalho de desvendamento, de
desencantamento, de desmistificação não tem nada de desencantador: de fato, ele só
pode se realizar em nome dos próprios valores que estão na base da eficiência
crítica do desvendamento de uma realidade em contradição com as normas oficialmente professadas, igualdade,
fraternidade e, sobretudo, no caso especifico, sinceridade, desinteresse, altruísmo,
em resumo, tudo 0 que define a virtude civil. E não ha nada de desesperador - a
não ser para as "almas puras" - no fato de que aqueles incumbidos
desse trabalho - jornalistas em busca de escândalo, intelectuais dispostos a
adotar causas universais, juristas dedicados a defender e estender 0 respeito
ao direito, pesquisadores obstinados em desvendar 0 oculto, como 0 sociólogo -
só podem, eles próprios, contribuir para criar as condições de instauração do reino da virtude civil se a lógica de seus campos respectivos lhes
assegurar os lucros do universal que são 0 princípio de sua libido virtutis. Trecho extraído da obra Razões práticas: sobre a teoria da ação (Papirus, 2008), do
sociólogo francês Pierre Bourdieu
(1930-2002). Veja mais aqui.
ENSINO & APRENDIZAGEM - Vivemos um momento
de revisão da educação escolar, de seu papel e seu alcance. Juntamente com
isso, vem o desafio da construção de um perfil profissional para o professor
com base no seu trabalho em sala de aula, mas que se amplia para o
desenvolvimento do projeto educativo da escola, para a produção, sistematização
e socialização de conhecimentos pedagógicos e para a participação em discussões
da comunidade educacional. Diante desta complexidade, fica evidente que não há
regras para organizar e descrever a atuação deste profissional que precisa, ao
mesmo tempo, ter clareza de objetivos e de sua intervenção pedagógica, mas também
flexibilidade e sensibilidade. Por isso, a formação docente é hoje compreendida
como um processo permanente de desenvolvimento profissional: estudos,
atualizações, discussões e trocas de experiências. [...]. Trecho extraído
da obra O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem (Ática, 2000), de Telma Weisz com Ana Sanchez. Veja mais aqui,
aqui e aqui.
SEXO & SEXUALIDADE - O sexo desempenha
papel importante e básico em nossas vidas. As relações sexuais permitem a
reprodução e esta, a perpetuação da espécie. Mas para o ser humano a atividade
sexual não se restringe à reprodução. Ela é fonte de prazer; um dos maiores,
talvez o maior dos prazeres. A sexualidade é algo fundamental para nós, pois
estar bem consigo mesmo é indispensável fator de felicidade e, para tanto, é
preciso estar bem coma própria sexualidade. A maneira pela qual uma pessoa é
capaz de viver sua sexualidade e o modo pelo qual a ela se ajusta vão
determinar muitos dos seus traços de personalidade. Vão definir seu caráter e
assegurar ou não sua autoconfiança; vão interferir decisivamente no bom ou mau
relacionamento com seu semelhante. A sexualidade não é, necessariamente, prazer
sexual; mas grande parte da sexualidade diz respeito às funções sexuais. Desde
o nascimento buscamos nossos prazeres; a busca do prazer acompanha o homem por
toda sua vida. [...]. Trecho extraído da obra Sexo, sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis (Moderna,
1995), da sanitarista e professora Ruth de Gouvêa Duarte.Veja mais aqui, aqui,
aqui e aqui.
HISTÓRIA DO ESPETÁCULO – [...] O homem,
afinal de contas, sempre sentiu o desejo de transfigurar-se, de transformar-se
em outra coisa que não seja ele mesmo. Neste sentido, possui um instinto
teatral inato, estudado minuciosamente por um teórico russo, Nicolas Evreinoff.
Ele diz, entre outras coisas, que “o homem possui um instinto com relação ao
qual, a despeito de sua inesgotável vitalidade, nem os historiadores nem os
psicólogos nem os que se ocupam da estética disseram jamais até aqui, a menor
palavra; [...] Isto significa que o
teatro sempre existiu, mesmo sob a forma inconsciente. [...] Trechos da
obra História do espetáculo (O
Cruzeiro, 1968), do escritor, dramaturgo, tradutor e advogado Hermilo
Borba Filho. (1917-1976). Veja mais aqui, aqui aqui e aqui.
Com
alunos do Instituto Educacional São
Francisco de Assis – Santo Onofre – Palmares-PE, e professoras Rozilda e
Natalie, na Biblioteca Pública Municipal Fenelon Barreto.
Veja
mais sobre:
&
PALMARES, A MINHA CIDADE, DE RICARDO ONORATO
A minha querida Palmares
Terra de cultura e de grandeza
Tu és a minha morada
Admiro a tua beleza
As tuas lindas palmeiras
Também me faz refletir
As águas que desce do rio Una
Cruza com o rio Pirangi
Cidade com belas praças
Arrodeadas de jardins
Com flores, gramados e rosas
Que bordam e cheiram a jasmim
As plantações de cana de açúcar
Tenho o prazer de ainda ver
Caminhões carregados
Na usina pra moer
Dos antigos acadêmicos
Com grande capacidade,
Exortou, Silva Jardim
A terra dos poetas é Palmares
Agora finalizando
O que eu vou te falar
Quem se banha no rio Una
Poeta também será.
Poema de
Ricardo Onorato da Silva, estoquista
e poeta cordelista, autor do cordel Ascenso
Ferreira, o poeta dos Palmares. Veja mais aqui.