terça-feira, agosto 07, 2012

RUTH JHABVALA, LOUISE DE VILMORIN, CATHERINE MOORE, DOROTHEA DIX, ZANETTI, SEXUALIDADE & LITERÓTICA

 

A arte da artista visual ucraniana Samira Yanushkova. Veja mais abaixo.

 

PARÊNTESIS LUXURIOSOS - III - (... Eros & Tanatos... carpe diem... Eros chegara às seis horas matinais: a guapira da minha vida. Tanatos, o meu dragão indestrutível que sempre vem para me afrontar e ampliar minha tormenta. Essa a minha corda bamba. Contudo, as primeiras imagens da manhã me fascinam, principalmente no verão quando, depois das quatro e meia, já vem se insinuando no firmamento os primeiros raios do dia, aquela explosão mágica de vida: eu quero aurora dos meus olhos viver a eclosão dia... aquele afogueamento do céu, espetáculo inenarrável de beleza. Aquele parto diário: o olheiro do meu curso, meu destino. E, naquele dia, o amanhecer fora mais que lindo, quando eu renascia diariamente, palingenesias instantâneas dos muitos eus e de mim mesmo. Sempre gostei de contemplar a alvorada, a mãe-d’água. Dava de pensar no meio daquela metamorfose, uma turbilhão de ideias: a cópula, a reprodução, a gestação, a morada na placenta, os nove meses, o rebento... era Perséfone que se manifestara logo à primeira impressão: luz imensa. Ali estava a partir da hora em que rebentara a porteira do mundo. Via-lhe na claridade estonteante. Ela assestava em minha direção, sequiosa, impingindo a vida em mim e se mostrava sob diversas faces e heteronomias, persecutória, uma máscara para cada ocasião. Daquela vez fora de luz. Opífera, como se eu fosse Zeus.; ela, Hera.; levou-me jupiteriana para atravessar os pórticos de Osíris, as perigosas fronteiras de Duat, o reino de Seth, inferno da danação eterna.; e Amenti, reino dos mortos renascidos. Guiou-me pela sombra de Khaibit, pelo domicílio de Ba, até que mostrou-me Ib, o pássaro de cabeça humana. E Ib era Ba e Ba era Ib, alma e coração, apontando-me Eros, Caritas e Agape, as diversas formas do amor. Se não me ensinasse o Bardo Thödol eu não teria atravessado o Bardop, aquela flutuação para reencarnar, e alcançado o Sidpa Bardo e renascido nesta vida... ou era a serpente Nachásh, como um símbolo dos uroboros - a serpente mítica mordendo sua própria cauda -, causando-me pânico pelo perigo numa procissão solene de mulheres entre fálus, farsas e jogos de feira: os komoi, bandos de jovens que vão pelas ruas cantando e dançado, com ditos chistosos nos lábios, de uma fantasia desenfreada.; odres cheios e escorregadios untados de óleo. Ou era a bica: mulheres escorregavam no ventre de seus homens. Elas sentavam-se nuas no tobogã, arreganhavam-se toda e escorriam até alcançá-los com as pernas envolvendo-lhes a cintura. A serpente se ouriçava mordiscando a vagina delas, enquanto sustentavam a velha estátua de Atena em madeira de oliveira revestida com o seu peplo, para tomar um banho sagrado no mar do amor. Nachásh se introduzia quase que por inteiro nas profundezas ventrais das mulheres causando-lhes bocejos intermináveis. E ela se transformava em meu próprio pênis que se dirigia ao meio daquelas sedutoras mulheres, sonsas e nuas, onde eu gozava múltiplas sensações nas roçadas isquíacas, no seu ouro alvino, festeiras e lépidas, quescolheiras com seu jeito ginete, bulideiras turíferas e especiosas, facilitando a minha enterrada nas gageiras oiagalés da minha inelutável sede de copular. Depois disso, recebi a primeira visita: era Pandora, a primeira mulher com a sua boceta. Eu ficava absorto vendo-lhe a nudez ao banho, a sua carne branca, o seu jeito materno. Ela que foi feita no céu com a contribuição de cada um dos deuses para aperfeiçoá-la.; que recebera de Vênus a beleza.; de Mercúrio, a persuasão.; de Apolo, a música.; assim dotada, foi mandada à terra e oferecida a Epimeteu, como presente de Júpiter. Agora era minha trincadeira sensual, gulosa que viera reboladeira, cadenciada, slow motion, para se apoderar do meu falo como seu biró, ah tesouro oriforme, do feitiço na ponta da língua e nos belfos erióstomos, num beijo com sabor de trufas, mousses, cremes achocolatados e com a maior ataraxia. Minha nossa! A felação das deusas levando-me à ejaculação do meu Etna! Ah! Aaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Eu morria e renascia sem a menor noção...) ©Luiz Alberto Machado. Direitos Reservados. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - De todas as calamidades a que a humanidade é sujeita, nenhuma é tão terrível insanidade... Toda a experiência mostra que a insanidade tratada é tão curável quanto um resfriado ou febre. Pensamento da ativista estadunidense Dorothea Dix (1802-1887), defensora dos indigentes com problemas mentais por meio de um programa vigoroso para criação da primeira geração de manicômios. Ela também atuou como superintendente dos Enfermeiros do Exército, durante a Guerra Civil.

 

ALGUÉM FALOU: Nada que eu já escrevi recebeu a menor deliberação. Estava lá na máquina de escrever e saiu, um desvio total do cérebro. Pensamento da escritora estadunidense Catherine Lucille Moore (C. L. Moore - 1911-1987),

 

TEOTIHUACÁN, A CIDADE DOS DEUSES“Quando ainda era noite, quando não havia dia, quando não havia luz, reuniram-se, convocaram-se os deuses em Teotihuacán. Disseram, falaram entre si: - Vinde cá, ó deuses! Quem toma sobre si, quem se encarregará para que haja dias, para que haja luz?” Assim os textos indígenas do século XVI narram a história da fundação de Teotihuacán, a cidade dos deuses, onde tem origem a arte que se irá difundir por todas a zona central do México: na arquitetura, as pirâmides, praças e palácios; na pintura, os fabulosos murais; na escultura, a cerâmica e os trabalhos em obsidiana e em jade. Segundo o mito do nascimento de Teotihuacán, dois deuses dispõem-se a oferecer suas vidas para que em troca delas surja a luz. Uma fogueira é preparada para o sacrifício. O primeiro deus, Tecuciztéctal, tenta por quatro vezes lançar-se às chamas, mas fracassa devido ao medo. Nanahatzin, o segundo deus, lança-se ao fogo sem vacilar e depressa é consumido: o destino transforma-o em Sol. Desesperado, o primeiro deus cria coragem e joga-se também na fogueira, transformando-se em Lua. Sol e Lua brilham juntos no céu e isso não agrada aos deuses. Um deles lança um dardo contra a Lua, para que ela se afaste e brilhe somente à noite. Contudo ainda resta um problema. Nem Sol nem Lua podem se mover. “Como faremos viver as gentes? Não se move o Sol! Qur por nosso meio se alimente o Sol, sacrifiquemo-nos todos!” Os deuses morrem, para que possam viver as gentes. O Sol começa a se mover, surgem os dias e as noites, começa a vida dos homens em Teotihuacán. Esse antigo mito, base religiosa da cidade, influencia profundamente a cultura e a arte. O povo sente-se na obrigação de agradecer aos deuses sua própria existência. Os mesmos textos falam da construção das pirâmides: “Logo se estabeleceram principados e todos fizeram oratórios (pirâmides) ao Sol e à Lua, onde faziam cultos”. Veja mais da história dos Astecas aqui e aqui.

 

HEAT AND DUST - [...] O resto do tempo Olivia estava sozinha em sua casa grande com todas as portas e janelas fechadas para evitar o calor e a poeira. [...] Pouco antes da monção, o calor torna-se muito intenso. Diz-se que quanto mais intenso se torna, mais abundantemente atrairá as chuvas, por isso queremos que seja o mais quente possível. E a essa altura a pessoa já aceitou - não se acostumou, mas aceitou; e, além disso, cansado demais para lutar contra ela, submete-se a ela e persevera [...] A paisagem que, algumas semanas antes, havia sido obscurecida pela poeira agora estava enevoada de umidade. [...]. Trechos extraídos da obra Heat and Dust ( Counterpoint LLC,1999), da escritora alemã Ruth Prawer Jhabvala (1927-2013).

 

DOIS POEMAS - FLORES - Flores de promessas, buquê em seus braços, / flores caídas como os parênteses de uma pegada, ninguém / sabe quem trouxe as flores de inverno / espalhadas na praia? / Areias de teus beijos, flores de ardor desbotado, / seus belos olhos são cinzas e na lareira / um coração enfeitado de gritos / queima com fogo sagrado. ADEUS - As palavras foram ditas, as peças foram feitas, / todas as cores, todas as medidas, / o perigo pegou seu buquê selvagem. / Aos penhascos desta aventura / nunca mais voltarei. / Adeus chapéu de capitão. / Adeus meadas alegres de vento, / estrela do norte, éclat vão, / seu beijo está no céu / sobre o jardim em que estou perdido. / Adeus navios de dias derrotados, / chegou a hora esperada; / o amor me escolheu minhas dores. / Para aquele caminho de viúva de doce aflição / eu nunca mais subirei. Poemas da escritora e jornalista francesa Louise Lévêque de Vilmorin (1902-1969).

 

A arte da artista visual ucraniana Samira Yanushkova. Veja mais abaixo.

 

 MITOS E TABUS DA SEXUALIDADE HUMANA - O livro Mitos e tabus da sexualidade humana: subsídios ao trabalho em educação sexual, de Jumena Furiani, aborda temas como mitos sexuais do corpo perfeito, da diferença do prazer entre teorias, orgasmo, tamanho do pênis, sexo vaginal, estimulação clitoidiana, esterilidade, pílula anticoncepcional, preservativo, ginecomastia, atividade sexual, alcool, iniciação sexual, casamento, adultério, incesto, sexo na terceira idade, pratica sexual, sexo com animais, sexo anal, sexo oral, sexo grupal, lojas eróticas, masturbação, virgindade, menstruação, homessexualidade e bissexualidade. A autora conclui no seu estudo que “É preciso romper com os mecanismos opressores que legitimam mitos e tabus sexuais. É preciso, independentemente de qualquer vivência sexual, dizer não a toda e qualquer forma de preconceito, segregação ou exclusão social. É preciso posicionar-se claramente contra a contraditória hipocrisia social que dá mais valor às práticas sexuais hegemônicas do que o valor humano das qualidades e caráter pessoal. É preciso ter a coragem para tornar a escola e a universidade, locais de critica latente e de pensamentos de resistência, buscando através de uma educação sexual sistemática, a superação de estereótipos e de todas as formas de preconceito. É preciso vislumbrar a entrada de um terceiro milênio, com uma postura mais digna e corajosa de defesa dos direitos humanos e, portanto, politicamente engajada na busca de uma cidadania real, sexualmente plena e feliz”. REFERÊNCIA: FURIANI, Jumena. Mitos e tabus da sexualidade humana: subsídios ao trabalho em educação sexual. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Veja mais aqui.


AÇÃO POPULAR – Para realizar um trabalho acadêmico sobre ação popular e sua função de garantia da vigilância e participação no trata com a coisa pública e prática da cidadania, faz-se necessário abordar as origens do instituto por meio de uma evolução histórica, considerando o Direito Romano, a Idade Média, a modernidade e a evolução no Brasil, as características gerais, diferenciações necessárias, conceito, natureza jurídica, tipo de processo, requisitos, objeto, finalidade, legitimidade passiva e ativa, posicionamento do Ministério Público, aspectos processuais, competência, procedimento, provas e prazos, sentença e a coisa julgada, remessa obrigatória, recursos, execução e prescrição. Veja mais aquiaqui.

NEUROPSICOLOGIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS – O livro Neuropsicologia dos transtornos mentais (Artmed, 2007), de Marcelo caixeta, Fernando Cesar Oliveira Costa, Leonardo Caixeta, Magno da Nóbrega e Marcelo Hanna, aborda as bases para o exame neuropsicológico, os fundamentos neuropsicológicos, a neuropsicologia dos transtornos psiquiátricos, a psicopatologia da personalidade, esquizofrenia e outras psicoses, transtornos ansiosos, síndrome de Tourette, transtornos afetivos, psicopatologia de transtornos cerebrais lesionais, epilepsia, depressão, distimia, mania, transtornos de conduta e sexuais, transtornos de ansiedade e obsessivo, psicose referencial, psicoses agudas e delirantes, psicoses imaginativa, parafrenia, transtorno da personalidade, transforto factício, dismorfofobia, neuropsicologia do alcoolismo, neurobiologia, entre outros assuntos. Veja mais aquiaqui.

QUALIDADE NA GESTÃO ESCOLAR – Para tratar sobre esse tema evidencia-se a necessidade de se abordar inicialmente a gestão, conceitos e definições, a gestão organizacional, a introdução da qualidade na gestão, a gestão na organização escolar, os processos de gestão escolar, infraestrutura da dimensão escolar e, por consequência, pode-se realizar um estudo de caso envolvendo uma escola pública que compreenda uma pesquisa de campo que envolva professores e aluno por meio de instrumento questionário para se avaliar a realidade da qualidade na gestão escolar. Veja mais aquiaqui.

GESTÃO DE ARQUIVOS – Para desenvolver um trabalho acadêmico a respeito deste tema, faz-se necessário efetuar uma revisão da literatura acerca da abordagem histórica e fundamentação conceitual de arquivo e documento, a natureza e a classificação dos arquivos e documentos, os arquivos públicos e privados, a legislação e a gestão de arquivos e documentos na organização. Veja mais aqui.

ARTHUR ZANETTI  –  O atleta paulista de 22 anos, Arthur Zanetti, é o primeiro brasileiro a conquista medalha olímpica nas categorias do seu esporte. Esta não é a primeira da sua carreira, tendo conquistado o primeiro lugar no pódium durante a Universíada de 2011, na China, e nos Jogos Sul-Americanos de Medellin, em 2010, na Colombia, sendo também segundo colocado no Mundial de Tóquio, no Japão, e nos Jogos Pan-americanos de Guadalajara, em 2011. Aqui nossas homenagens e aplausos: Arthur Zanetti é ouro do Brasil.


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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
 
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PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

  Imagem: Foto AcervoLAM . Ao som do show Transmutando pássaros (2020), da flautista Tayhná Oliveira .   Lua de Maceió ... - Não era ...