DITOS & DESDITOS - A
aprendizagem – que nos alarga o entendimento, que nos torna seres compassivos,
em comunhão com os demais –, muitas vezes só se dá por meio das perdas. Pensamento
do escritor e professor João Anzanello Carrascoza, autor dos livros
Amores mínimos (2011), Espinhos e alfinetes (2010), O volume do silêncio
(2006), Dias raros (2004), Meu amigo João (2004), Duas tardes (2002), O vaso
azul (1998), Hotel solidão (1994), entre outros. Veja mais aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: Reformemos
as nossas escolas, e não teremos que reformar grande coisa nas nossas prisões.
Pensamento do escritor, crítico de arte e crítico social britânico John
Ruskin (1819-1900) que também expressou: Somente quando encontramos o amor, é que descobrimos o que nos faltava
na vida. Veja mais aqui.
O BEIJO DO DEUS NEGRO – [...] As coisas que construíram o túnel não poderiam ter sido humanas. Ela
não tinha o direito de esperar homens aqui. Ela ficou um pouco atordoada ao
encontrar céu aberto tão longe no subsolo, embora fosse inteligente o
suficiente para perceber que, por mais que viesse, ela não estava no subsolo
agora. [...]. Tudo sobre ela, tão
repentinamente quanto o despertar de um sonho, o nada se abriu em distâncias
inimagináveis. [...]. Trechos extraídos da obra Black God's Kiss (Paizo Inc, 2007), da escritora
estadunidense Catherine Lucille Moore (1911-1987), mais conhecida
pelo pseudônimo C. L. Moore. Veja mais aqui.
POR
QUE ELE ESTAVA SORRINDO? - Alguém joga um ovo / cru (também pode ser
por água), / para a zona das montanhas, muito altas, / bem no lugar da neve
eterna. / Esse gesto é trivial, tão cruel (quase) / como o gesto do assassino
que atira / corpos para o oceano / mas que, por alguma razão do acaso, é visto
/ nos olhos da vítima, que lhe sorri. / Ah, todos os dias, todas as noites, / a
mesma pergunta inconcebível: / por que ele estava sorrindo? / ou ainda: por que
ele estava sorrindo para mim? / E toda vez / o carrasco fecha os olhos, aperta
os ouvidos / como aquelas crianças atormentadas por gritos / de uma mãe ainda
inexplorada, e morde / os lábios. / -Você não precisa aceitar a pergunta- ele
pensa. / Ele não diz a ninguém o que pensa. / Enquanto a frase não sai da boca
dele / ninguém (ninguém) vai contar a história. / Agora (às vezes é sempre), / a
dignidade da montanha / desliza junto com a gema. / Há pontos de luz. / A noite
é preto e branco: / como não saber se é dia / ou a montanha foi quebrada. / Nenhum
jar para salvar um golpe / de neve, nem colo. / Se algum terno, tesouro, / deformado
(eu, você?) / Eu olharia lá, eu diria, / entre lágrimas, é claro, / - como fica
assim? casca, gema, / montanha. / A queda de que carta, ou paisagem / sem
hesitação / Ah, mas o tempo não para. Soprar. Poema extraído da obra Bailen
las estepes (Ediciones de la Flor, 1999), da escritora argentina Susana
Szwarc.