A CHEGADA DELA
INCENDIANDO A PAIXÃO - Nada melhor
que a sua chegada no mormaço da tarde: carne fresca e trêmula de Luisa
Micheletti suspirando desejo dentro do vestido. E eu enamorado pelo decote
valho nada mais que menos de R$ 1,99 porque viro a sua criptonita e babo
canibal pronto pro repasto delicioso que palpita e seduz entre as suas coxas no
saiote que me fazem Goya no seu olhar Natalie Portman quando sou mais que Lobão
na cobiça do seu remexido sensual de Vanessa da Mata. É aí que ela se rende,
vendida, inheta de manha e cheia de munganga como quem desfila em trajes
mínimos pela praia do Janga a me chamar de banguelo na rua, na chuva, na
fazenda, ah! Cobiçada prenda que faz ao vivo o que sabe e eu a ela, dois
bicudos, dou meu recado e topa tudo autografando a foto e eu D2 carburando na
sua fogueira, pronto para incendiar o mundo e o universo. É aí que vou Gustave
Courbet enquanto ela Catherine Deneuve nua Séverine no devaneio do meu coração
Luis Buñuel me provocando pra que eu seja o motorboy mandando ver na lambreta,
levando na maior toda a máquina indomável que nua, linda, implacável vai se
insinuando e vou pastorando com jeito e jinga até não resistir sem qualquer
empecilho. É quando ela mexe os cílios, desenfreada, finda emo com toda aura
domada pela minha certeira ferveção que espragata os tomates, descasca banana,
chupa laranja - minha língua vira solo de guitarra Kisser Sepultura
reverberando nas entranhas como o meu mergulho na Ponta Verde do seu corpo. Ela
ronrona, resmunga, fala feito hap e eu repente como o sol na pele lavando a
alma e a jega na sua graça e sanha, porque sou vilão sem papas na língua nem
escrúpulo nem nada, sou Nelinho mandando o canudo nela goleira vazada com
prazer bola na caçapa, gol, sou goleada, sou passe certo na jogada, ela de
voleio e eu gozando na jangada com minha tocha viva e ela sádica porque sou
campeão e ganho a taça e o premio Nobel, porque tudo se arregaça, tudo é
ignóbil e tudo me dá e tudo dou pra ela, sem piedade nem noção, porque tudo
finda dela nua e dada numa gravura tatuada no meu coração. © Luiz
Alberto Machado. Veja mais aqui, aqui e aqui. 
DITOS &
DESDITOS - Um adversário é um inimigo legítimo, um
inimigo com quem temos em comum uma adesão partilhada aos princípios ético-políticos da democracia. Pensamento da cientista política pós-marxista belga Chantal Mouffe, autora de Democracia, cidadania
e a questão
do pluralismo
(Política & Sociedade, 2003), do qual destaco o trecho: [...] Tal privilégio ao consenso é, na minha
visão, prejudicial à democracia porque tende a
silenciar vozes dissidentes, e é por isso que acredito que uma
abordagem que
revele a impossibilidade de estabelecer um consenso
sem exclusão é de fundamental importância para a
política democrática. Ao nos alertar contra a ilusão de que uma
democracia plena poderia ser instaurada, ela nos força a manter viva a
contestação democrática.
Uma abordagem democrática “agonística” reconhece a natureza real das suas fronteiras
e as formas de exclusão que elas englobam, ao invés de
tentar
disfarçá-las sob o véu da racionalidade e da moralidade.
[...]. 
ALGUÉM FALOU: O que você pode imaginar depende do que você
sabe. O segredo da felicidade é: Encontre algo mais importante do que você e
dedique sua vida a isso. Pensamento do filósofo estadunidense Daniel
Dennett, que desenvolve a filosofia da mente relacionada à ciência
cognitiva e da biologia, representante do Novo Ateísmo, identificando o "teatro
cartesiano" como sendo um local no cérebro onde se processa a consciência
e que não existe, pois admitir isto seria concordar com uma noção de intencionalidade
intrínseca. Para ele a consciência não se dá em uma área especifica do cérebro,
como já dito, mas em uma sequência de inputs e outputs que formam
uma cadeia por onde a informação se move. Ele é autor do livro A ideia perigosa
de Darwin (Rocco, 1998).
DOCUMENTO – [...] O documento não é qualquer coisa que fica por
conta do passado, é um produto da sociedade que o fabricou segundo as relações
de forças que aí detinham o poder. Só a análise do documento enquanto monumento
permite à memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo cientificamente,
isto é, com pleno conhecimento de causa. [...]. Trecho extraído da
obra História e Memória (EdUNICAMP, 2003), do historiador
francês Jacques Le Goff (1924-2014).
O OUTRO, LEMBRAR
& FUTURO – [...] Pois se é justo se lembrar do futuro e
da injunção de se lembrar, isto é, a injunção arcôntica de proteger e recolher
o arquivo, não é menos justo lembrar dos outros, os outros outros, e os outros
em si e que os outros povos pudessem dizer o mesmo de outra maneira. E que todo
outro é totalmente outro. [...]. Trecho extraído da obra Mal de arquivo: Uma impressão freudiana (Relume Dumará, 2001), do
filósofo francês Jacques Derrida (1930-2004). Veja mais aqui e aqui.
UM ANEL DA TIFFANY – [...] Concentre-se em si mesmo - faça o que quiser,
quando quiser, sem ter que considerar a agenda de ninguém. [...] Algumas maçãs podres não é motivo para não
visitar o pomar. [...]. Trechos extraídos da obra A Ring From Tiffany (Goldmann Verlag, 2009),
da escritora estadunidense Lauren Weisberger, contando história
de três amigas que decidem por um pacto para mudar de vida. 
UM POEMA - Quando
eu choro / sobre o mundo / me faz ver o punhado / de pássaros aleijados / que
sustentam meu peito / Cavar um buraco / na matéria / através da ponte das /
plantas e da linha pura / Permita-me morrer no / centro onde / as cores que
suspendem / a luz se cruzam a noite / Delimitar uma buraco / que me solda / e
me enche com o som / da coisa imóvel / Arme-me de ar para / ver o ar / Arme-me
com fogo para / ver o fogo / Arme-me com terra para / ver a terra / Arme-me com
água para ser / o olho da água / Ensina-me / aqueles que golpeiam a terra / e a
balança que sustenta / meu pé descalço / Eu sou o norte do cérebro / eu sou o
sul da perna / sou o centro / da mão e da língua / sou o leste-oeste / da
árvore iminente / que brota na / morta / sou a direção / quinta da voz / Vamos
ao país / do nosso bisavô / nas montanhas / onde moram / Black / Deer White /
Deer e Blue Deer / Lá onde o peiote é / uma rosa / no topo do Leunar / chupando
a formiga vertical. Poema do poeta
francês Serge Pey. Veja mais aqui.
PROGRAMA
DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo
Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário
de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio
Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição deste 05/08 do programa Domingo
Romântico, uma produção da radialista e poeta Meimei Correa e apresentado por Luiz Alberto Machado, além de comemorar 2
mil membros parceiros no Grupo do Facebook, está com uma programação especial
pra você, confira as atrações: Oskar Merikanto, Simon & Garfunkel, Airto
Moreira & Flora Purim, Moacir Santos, Guy de Maupassant, José
Cândido de Carvalho, Chico Buarque, Paulinho Nogueira, Carmen Miranda, Xisto Bahia, Louis Armstrong, Caetano Veloso, Adoniran Barbosa, Luis
Gonzaga, Zelia Duncan, Diogo Nogueira & Verônica
Ferriani, Gal Costa e Demonios da Garoa, Quinteto Violado, Rita Lee, Maria
Bethania, Jorge Amado, Lenine, Cristina Motta, Falcão, Dominguinhos &
Fagner, Yoná Magalhães, Paralamas do Sucesso, Fafá de Belém, Irene Ravache, Ney Matogrosso, Sonia
Mello, Carlos Careqa, Banden Powell, Nathália Timberg, Milton Nascimento,
Nana Caymmi, Taiguara, Eliezer Setton, Vera Holtz, Jorge Vercilo, Altay Veloso,
Lucinda Prado & Mano Men, Glaucia Nahsser, Mirianês Zabot, Elaine Kundera,
Milane Hora & muito mais. Veja mais aqui. 





