FECAMEPA: POR QUE BRASIL, HEM? - O FECAMEPA - Festival de cagadas melando o país, o mais afuleirado genérico do legendário Febeapá -, passando a limpo tudo daqui, resolve, então, saber: por que Brasil, hem? Isso mesmo: por que Brasil? Bem, pelo menos se propõe a esclarecer a origem, razão e significado do nome, ou não, sempre levado pelo estímulo da doctilóquia sentença chacrínica: vim para confundir e não para explicar. De antemão, eita, parece que esta é mais uma lorota danada, daquelas só para provar que tudo aqui ou não se deve levar realmente a sério, ou como tudo que planta dá, sem ter mesmo razão de ser ou jeito, melhor deixar como estar, num é? É, mas vamos lá! Para começar, melhor esclarecer a origem do nome Brasil. Ih, depois que botei as ventas na direção de tão nobre empreitada, de uma coisa, precavido, eu me certifiquei: nossa, é uma confusão dos diabos. E olhe que quase que me arrependo desde o dia que nasci quando me deparei com todo nó-cego ajudado pela empáfia e esquisitice dos pesquisadores e pedantes de sempre. Foi mesmo, é que esses caras se empolgaram tanto, mas tanto tanto que hoje a gente sabe que tem muita fuleragem e precisa checar direitinho, conferir no amiudado. Mas olhe só, nem esquente. Tudo isso se deu porque várias cordas de guaiamum puxaram cada uma das teorias para a sua banda, coisa bastante comum, né não? Inclusive e indubitavelmente é isso que caracteriza tudo daqui, num é mesmo? Apois, então. De antemão, uma coisa eu confesso: o buruçu é tão de tão que não sei como tudo num se estraçalha de vez na puxada. A corda só agüenta porque o arrumadinho é tão levado no empinado do nariz e na empolgação que, no ajeitado da pinóia, tudo vira carnaval, maior mangação. Pois bem, para se ter idéia, de primeira, uns assinalam ser o Brasil de origem celta, breasail, significando príncipe. Eita, será? Hum, sei não. Vamos nessa. Outros acham que veio do sânscrito bradshita, palavra que não se deve repetir porque pode dar um nó na língua, xá pra lá. Ou do grego brázein, que signfica ferver (hum... tá esquentando!). Ou também do baixo latim brasile que significa pegando fogo, em brasa mesmo (eita, tá melhorando!). Ou ainda do toscano verzino, representando pequenas lascas ou cavacos de pau-brasil, na expressão verzino di brasili e do vêneto berzi (hum.... sei não!). Achando pouco, remexem dizendo que não é nada disso, pois que veio do genovês brazil ou brezill que significa coisa fragmentada (ah, agora vai!). Para esculhambar tudo e muito mais, dizem que procede do germânico bras, que quer dizer carvão ardente (lascou, tição!). Moendo mais ainda empestam tudo alegando ser oriundo do aríaco parasil, que significa terra grande (êta, mundo véio, arrevirado e de porteira escancarada, sô! Talqualzinho mermo, oxente!). Para embananar mais, arrotam ser mesmo proveniente da expressão Hy-Brazail, uma ilha do Atlântico povoada pelos índios vermelhos, referida pelos antigos irlandeses (ah, agora sim!). Mas estão pensando que findou a remoeta toda, é? Nada, para ainda mais aumentar o cu-de-boi todo, vem os que defendem ser o nome vindo do tupi ibira-ciri (que significa pau eriçado, ôpa! pau arrepiado, eita!), isso por causa da Caesalpina echinata, uma madeira vermelha mais popularmente conhecida como pau-brasil que, por sinal, também é cheia de espinhos e eriçada. E, também, porque a citada madeira servia para a fabricação de corantes de tinturaria, nada mais raiz carnavalesca, né? Também insistem mesmo assim ainda ser do tupi-guarani, paraci, que significa mãe do mar, mãe da água. É mole? E não bastando mesmo, tudo sem considerar as lengalengas de Pindorama, Vera Cruz e Terra de Santa Cruz. Ufa, enfim, o que existe na verdade é uma porrada de hipóteses que ninguém sabe mesmo de onde é que vem o raio de nome. Para deixar tudo às claras, é importante frisar, portanto, que tudo no nome gira em torno de pau, ou de arrepiado ou de vermelho, fato que é considerável tendo em vista que quando o brasileiro não bota o pau nos outros, significa que eventualmente é enrabado. De outra, o que fica de mesmo, para mim, é que vem de Hy Breazil, a lendária ilha do Atlântico, porque li não sei onde nem me pergunte, que Brasil sempre trouxe a idéia de paraíso terrestre por causa da crença de que todos viviam felizes na misteriosa e paradisíaca ilha. E é natural enfatizar isso porque os europeus já sabiam muito antes de Cabral & Cia., do topônimo Brasil. E também é pertinente porque os maiorais da nação sempre tiverem quizília com qualquer relação avermelhada na nossa vida, por isso os aborígines da ilha em referência serem escanteados daqui: são conhecidos como os vermelhos, fato que enfurecia, enraivece e agoniará de chapa a mania anti-comunista daqui (como se a nossa índole anarquista desse nisso um dia). E para acabar com a confusão, eu digo duas coisas: a primeira, na maior, é que o bom dessa zorra toda é a misturada dando caldo grosso na sopa apetitosa daqui. E, a segunda, digo sem perder a piada na bucha: que é mais preferível admitir que o nome Brasil surgiu mesmo, digamos assim, como de costume, pela mesma circunstância que ele foi descoberto, colonizado, virou republica, eternizou a zona e é conduzido até hoje: por uma cagada da porra! É ou num é? Pronto, vamos aprumar a conversa & tataritaritatá. E ponto final. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Croniqueta publicada na antologia Guardados e contextos, organizada por Clarisse Maia-Guedes. Rio de Janeiro: Guarajás, 2005. Veja mais Fecamepa!
PENSAMENTO
DO DIA –Se o
homem persistisse em sua loucura, tornar-se-ia sábio. Pensamento do poeta,
tipógrafo e pintor inglês William Blake (1757-1827). Veja mais aqui.
O EU
& O OUTRO – [...] Não tomo consciência de mim mesmo senão
através dos outros, é deles que eu recebo as palavras, as formas, atonalidade que
formam a primeira imagem de mim mesmo. Só me torno consciente de mim mesmo,
revelando-me para o outro, através do outro e com a ajuda do outro. [...]. Trecho
extraído da obra Marxismo e filosofia da linguagem (Hucitec, 1995), do
filósofo e pensador russo teórico da cultura e das artes Mikhail Bakhtin
(1895-1975). Veja mais aqui e aqui.
MULHERES
ATUAIS - [...] Em
uma variedade de formas, os meios de comunicação ajudaram a nos tornar esquizofrênicos
culturais que somos hoje em dia, as mulheres que se rebelam contra isso ainda
se submetem às imagens dominantes sobre como deveria ser uma mulher desejável,
que vale a pena [...] A mídia gerou
em muitas mulheres um tipo de crise de identidade cultural. Estamos ambivalentes
em relação à feminilidade por um lado e em relação ao feminismo, por outro. Pressionadas
em direções opostas, disseram que éramos consideradas iguais, mas disseram que
éramos subordinadas; disseram que poderíamos mudar a história, mas disseram que
ficamos presas pela história, ganhamos as curvas em uma tenra idade, nunca nos
livramos delas. [...] Trecho extraído da obra Onde estão as meninas: virando mulher com os meios de comunicação de
massa (Three Rivers, 1994), da professora, crítica cultural e colunista
feminista estadunidense, Susan Douglas.
Veja mais aqui.
A
CAMINHO DE WIGAN – [...]
Nossa civilização... está edificada em
carvão, mais completamente do que se percebe até que pare para pensar nisso. As
máquinas que nos mantêm vivos, e as máquinas que fazem máquinas, são
dependentes direta ou indiretamente de carvão. No metabolismo do mundo
ocidental, o mineiro é o segundo em importância apenas para o homem que lavra a
terra. Ele é uma espécie de cariátide encardida sobre cujos ombros quase tudo
que não é encardido é suportado. Por essa razão o processo real pelo qual o
carvão é extraído vale apenas ser observado, caso você tenha oportunidade e
esteja disposto a se dar o trabalho [...]. Trecho extraído da obra A caminho de Wigan (Nova Fronteira, 1986),
do escritor e jornalista britânico George Orwell (Eric
Arthur Blair – 1903-1950). Veja mais aqui.
NA TASCA – Dentro,
na esconsa mesa, onde fervia / fulvo enxame de moscas sussurrantes, / num raio
escasso e trêmulo do dia, / espanejando as asas faiscantes, / vi-o: — bêbado
estava, e inebriantes / e capitosos vinhos mais bebia, / e em tédio, como os
fartos ruminantes, / a larga boca, estúpido, movia... / E eu pensativo, eu
pálido, eu descrente, / aproximei-me do ébrio, com tristeza, / sem ele quase o
pressentir sequer; / e vi: — seu dedo, aos poucos, lentamente, / no vinho
esparso, que ensopava a mesa, / ia traçando um nome de mulher... Poema
do poeta francês François Copée
(1842-1908).
LITERATURA EM QUADRINHOS – O livro Domínio público:
literatura em quadrinhos (Ragu, 2006), organizado por Christiano Mascaro,
João Lin e Mário Hélio, reúne obras, tais como A casa do juiz, de Bram Stoker;
A estrada de Brighton, de Richar Middleton; O lobo e a garça, de Esopo; O
horla, de Guy Maupassant; O pecado de Jesus, de Isaac Babel; e O terremoto do
Chile, de Heinrick von Kleist, aos quadrinistas Gabriel Goes, Samuel Casal,
Mascaro, João Lin, Fernando Lopes e Guazzelli. Veja mais aqui e aqui.
A VERDADE DO OVO DE COLOMBO – Não foi Colombo quem descobriu a maneira de equilibrar o ovo sobre um
dos extremos, foi Brunelleschi, o célebre arquiteto italiano, que com este
exemplo confundiu seus adversários, quando lhe perguntaram como podia suster-se
a cúpula que ele pensava erigir como remate da soberba catedral de Florença.
VEJA MAIS:
Por um novo dia, Pietro Ubaldi, Eça de Queiroz, Molière, Joni Mitchell, Bernardo Bertolucci, Giovanni Battista Tiepolo & Thandie Newton aqui.
Deleuze e Guattari, Sophia de Mello Breyner Anderson, Peter Gabriel, Catarina Eufémia, Vicente Caruso, Sam Mendes, Mena Suvari, Janne Eyre Melo Sarmento & Sandra Fayad aqui.
Carl Gustav Jung, Raimundo Carrero, Charles
Baudelaire, Aristóteles, Eric Rohmer, Pat Metheny, Jacqueline Saburido
Garcia, Leopold Schmutzler
& Florence Darel aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá