Ao som do Live
concert (2024) e do álbum First Prize (Contrastes Music, 2023), da
premiada violonista russa Vera Danilina.
O sorriso no enredo
das reminiscências... - Tudo se repete e é como se cada
vez fosse inaugural. Ora dum jeito, ora de outro no álbum de fotografias
empoeiradas, a divagar pela meninice dos quase 10 anos: um sorriso largo, mãos
aos quartos e a pose do olho de peixe. E era tudo fascínio pelas águas pretas
do brejo dos avós, ou no terreiro de casa com o cardume inquieto na beira do
rio. Não podia mexer em nada dos móveis da casa, nem saber dos segredos de
família, as cenas inexplicáveis, as músicas do rádio, de gente que teimava em
não morrer e jogavam terra na cova dos que se foram e, cá comigo, o que os adultos
faziam uns aos outros – e me assombravam como se fossem corvos criados para
arrancar meus olhos e eu morresse na escuridão com cada uma delas. Era sempre quase
e nem ligava, ia para algum lugar, só tinha o quintal e ali o mundo e os
invisíveis se tornavam reais, a tagarelar inventando hestórias da imaginação
tirada dos livros. E me deixava levar pelo ditado aprendendo novas palavras,
soletrando as sílabas e fazendo força para que tudo sorrisse apesar dos pesares
e das botas marchando pelo corredor da casa. Era de verdade e fazia de conta, pronto
pra voar do primeiro galho pelos olhos de Maisie na mirada aguda da órfã Ana de
Cria Cuervos, quando a gente só queria brincar com Machuca pelas ruas de
Santiago do Chile. E parava o tempo arrancando os ponteiros do relógio louco
dos pais e fugíamos pelos zis dias de noites intermináveis. Quantas vezes essa
criança despregava de mim fugindo perdida pelas trevas imensas, não sabia o que
dizer e o que era a inocência escapava sobrevivente a cada novo infortúnio marcado
nos cabelos grisalhos em desalinho. Depois do desespero solitário reencontrava
a me abraçar como se fosse o menino do Guardador de Rebanhos e era o que
me dava a plenitude da eterna ressurreição. Até mais ver.
Millôr Fernandes: O dinheiro é a mais violenta das invenções humanas... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
Graça
Machel: É o significado
da minha vida desde a juventude: tentar lutar pela dignidade e pela liberdade
do meu próprio povo... Veja mais aqui.
Teresa
Cárdenas: O pior tipo de
escravidão, hoje, dispensa algemas e cativeiros: é a que impomos a nós mesmos... Veja mais
aqui.
UM RIO CORRE POR ELE
Imagem: Acervo ArtLAM.
O rio é um nascer do
sol de peixes voadores. (Isto é um presente.) Mas há dias em que o rio entrega
uma mensagem contaminada, ou nenhuma mensagem: nenhuma linguagem para a estrada
que flui, nenhum peixe escuro para acalmar a velocidade. (Isto também é um
presente.) Havia algo aqui, antes de algo estar aqui? Ninguém responde. Mais
cedo ou mais tarde, todas as coisas convergem, e o rio as leva, saltando sobre
as rochas, para o porão ondulante da eternidade.
Poema da premiada
escritora e tradutora argentina María Negroni. Veja mais aqui.
CRIATURAS NOTURNAS
– [...] Mamãe costumava me dizer que
sangue é tudo, mas acho que estamos todos aqui desaprendendo esse sentimento,
esfregando os joelhos e pedindo a estranhos para nos consertar. [...] A ideia de afogamento não me incomoda, no entanto, já que
somos feitos de água de qualquer maneira. É como se seu corpo transbordasse de
si mesmo. [...] Ela é o fundo do
oceano, onde toda a magia se esconde sob muitas camadas de escuridão, água e
sal. [...] a arte é a maneira como nos imprimimos no mundo, então não há
como nos apagar [...] O silêncio nos mata de fome, chile. Alimente-se.
[...] Estou dizendo a ela como essas ruas nos abrem e removem a parte de nós
que mais vale a pena manter: a criança que resta em nós. [...] A escola
tem tantos buracos quanto as ruas, sempre lascando, sempre nos fazendo tropeçar.
[...] Estamos sempre mostrando nossas mãos às pessoas como se fosse uma
prova de que somos humanos. [...]. Trechos
extraídos da obra Nightcrawling (Random House, 2022), da escritora
estadunidense Leila Mottley.
EFEITO TELÔMERO &
REJUVENESCIMENTO LONGEVO & SAUDÁVEL– [...] Até certo ponto que nos surpreendeu e ao resto da
comunidade científica, os telômeros não simplesmente executam os comandos
emitidos pelo seu código genético. Seus telômeros, ao que parece, estão ouvindo
você. Eles absorvem as instruções que você lhes dá. A maneira como você vive
pode, na verdade, dizer aos seus telômeros para acelerar o processo de
envelhecimento celular. Mas também pode fazer o oposto [...] Não seja muito tímido ou exigente com
suas ações. Toda a vida é uma experiência. Quanto mais experimentos você fizer,
melhor. [...] As extremidades dos nossos cromossomas podem alongar-se e,
como resultado, o envelhecimento é um processo dinâmico que pode ser acelerado
ou retardado e, em alguns aspectos, até mesmo revertido. [...] Foi
demonstrado que diversas técnicas de mente e corpo, incluindo meditação e
Qigong, reduzem o estresse e aumentam a telomerase, a enzima que repõe os
telômeros.[...] Ruminação é um ciclo de pensamentos repetitivos e
improdutivos sobre algo que está incomodando você. Se você não tem certeza de
quantas vezes rumina, agora você pode começar a notar. A maioria dos gatilhos
de estresse tem vida curta, mas nós, humanos, temos a notável capacidade de dar
a eles uma vida vívida e prolongada na mente, deixando-os preencher nosso
espaço mental muito depois que o evento passou. Ruminação, também conhecida
como melancolia, pode escorregar para um estado mais sério conhecido como ruminação
depressiva, que inclui pensamentos negativos sobre si mesmo e seu futuro. Esses
pensamentos podem ser tóxicos. [...]. The Telomere Effect: A Revolutionary
Approach to Living Younger, Healthier, Longer (Grand Central, 2017), da bióloga Prêmio Nobel australiana, Elizabeth
Blackburn, que ao ser demitida do Conselho Presidencial em Bioética, pela
Administração Bush, ela assinalou que: Há uma grande sensação de que a
pesquisa científica – a qual, acima de tudo, é definida como uma busca pela
verdade – está sendo manipulada para fins políticos. Há evidências de que tal
manipulacão vem sendo realizada a partir da sobreposição de membros nos
conselhos consultivos e do atraso e da deturpação de seus relatórios. Hoje ela é membro da Science Advisory Board of the
Regenerative Medicine Foundation. Veja mais aqui.
A POESIA DE SOLANO TRINDADE
Eu ia fazer um poema para você \ mas me falaram
das crueldades \ nas colônias inglesas \ e o poema não saiu \ ia falar do seu
corpo \ de suas mãos \ amada \ quando soube que a polícia espancou um
companheiro \ e o poema não saiu \ ia falar em canções \ no belo da natureza \
nos jardins \ nas flores \ quando falaram-me em guerra \ e o poema não saiu \
perdão amada \ por não ter construído o seu poema \ amanhã esse poema sairá \
esperemos.
Poema do escritor, pintor, ator, teatrólogo,
cineasta, folclorista e ativista Solano Trindade (1908-1974). Veja mais
aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
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