UM LONGO CAMINHO
PARA A LIBERDADE - Imagem: Mandela,
da pintora de faca francesa Françoise
Nielly. - No inventário da humanidade, algumas
personalidades merecem ser destacadas de tempos em tempos por sua trajetória.
Principalmente pelo fato de que neste ano se comemora o centenário de
nascimento do advogado, líder rebelde, Presidente
da África do Sul e Prêmio Nobel da Paz de 1993, Nelson
Mandela (1918-2013), considerado o mais importante líder
africano e pai da moderna nação sul-africana, nomeado popularmente como Tata
(Pai) ou relacionado ao seu clã, Madiba. Ter durante a sua vida sacrificado a
relação familiar e passar um longo período aprisionado em nome de uma causa,
faz com que seja pertinente senão relevante a menção de registro. Ao se tornar
advogado dos direitos humanos e líder da resistência não-violenta da juventude,
após haver recusado a chefia da nobreza familiar tribal, seguindo para
Joanesburgo para sua militância, tendo por consequência ser denunciado como
terrorista comunista, até ser julgado por traição em 1962, tornando-se prisioneiro
por 27 anos pelo regime de segregação racial do Apartheid, o sistema racista
oficializado em 1948, naquele país. Libertado em 1990, manteve a luta e, por
isso mesmo, passou a ser considerado modelo mundial de resistência. Por conta
disso, foi agraciado por seu ativismo de mais de 250 prêmios e condecorações,
além de ter sido contemplado pela Organização das Nações Unidas (ONU),
dedicando o dia 18 de julho, como o Dia Internacional de Nelson Mandela,
homenagem à luta mundial pela liberdade, pela justiça e pela democracia. Em sua
autobiografia Um longo caminho para a
liberdade (Planeta, 2012), ele dizia que Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor de sua pele, da sua
origem ou da sua religião. Para odiar, é preciso aprender. E, se podem aprender
a odiar, as pessoas também podem aprender a amar. Essa uma das suas
célebres frases cultuadas. Além disso, nessa obra ele fala da infância rural e
de suas atividades em Joanesburgo, o despertar para o combatente da liberdade,
a luta da sua vida, a traição, a Pimpinela Negra, Rivónia, os anos negros e o
despontar da esperança em Roblen Island, as conversações com o inimigo e, por
fim, a liberdade, parte na qual ele assim se expressa: [...] A minha
vida, como a da maioria dos xossas desse tempo, foi moldada pelos costumes,
pelos rituais e pelos tabus. Eram o alfa e o ómega da nossa existência e nunca
se punham em questão. Os homens percorriam o trilho que os antepassados tinham
aberto; as mulheres levavam uma existência em tudo semelhante à que tinham
vivido as suas mães. Sem que ninguém me explicasse, depressa aprendi as regras
complexas que governam as relações entre os homens e as mulheres. Descobri que
um homem não pode entrar numa casa onde uma mulher deu recentemente à luz e que
uma mulher recém‑casada não pode entrar no kraal onde passará a viver sem antes
se submeter a uma cerimónia pormenorizada. Aprendi também que negligenciar os
antepassados traz má sorte e uma vida infeliz. Se alguém desonrasse os seus
antepassados, a única maneira de assumir a necessária contrição passava pela
consulta a um curandeiro tradicional ou a um ancião, o qual entrava em contacto
com os antepassados para lhes apresentar as desculpas do faltoso. Para mim,
todas estas crenças eram inteiramente naturais. [...]. Esta obra foi levada ao cinema, em 2013, dirigido
por Justin Chadwick e roteiro de William Nicholson, retratando o longo caminho
percorrido por Mandela, sua vida, seus enfrentamentos, o Massacre de Shaperville,
o abandono de sua resistência pacífica partindo para a luta armada e da Lança
da Nação, braço armado do Congresso Nacional Africano (ANC), toda luta pelos
direitos do povo negro e a prisão em regime fechado. Decerto há que se levar em
consideração o seu sacrifício e, ao mesmo tempo, o sofrimento que estavam ao
seu lado e que foram, em nome da causa, também sacrificados. A História tem nos
mostrado exemplos dessa natureza, lições que deveriam fazer parte do nosso
presente. E se assim não o é, significa que devemos aprender com o passado para
construirmos o futuro agora. Salve, salve, Mandela! © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais
com Canto de Amor e Paz, Sinfonia nº 5 e Concerto para
Pianoforte e Orquestra nº 1, do compositor e maestro Cláudio Santoro; As
quatro estações de Vivaldi & Trio Villa-Lobos da violinista sérvia Marija
Mihajlovic & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog. Para conferir é só
ligar o som e curtir.
PENSAMENTO DO DIA - [...] minha oposição à guerra é uma
oposição à essência da guerra na tecnologia, na sociedade, na filosofia da
tecnologia, etc [...] Minha oposição não é
uma oposição aos homens [...] não tenho reflexo racista. [...] Não
sou contra os militares como as pessoas são contra os padres; sou contra a
inteligência da guerra que escapa do político. [...] Creio que, de agora em diante se quisermos continuar com a tecnologia
(e não penso que haverá uma regressão neolítica), precisamos pensar
‘instantaneamente’ a substância e o acidente. [...] hoje todo mundo deve trabalhar na tentativa de interpretação do enigma da
tecnologia! Não acredito que cientistas encontrem a solução. É na autonomia de
cada homem que essa reinterpretação das máquinas [...] deve se exercer – com risco de morte, porque não há tempo. Esta é minha
posição. [...]. Trechos extraídos da obra Guerra pura: a militarização do cotidiano (Brasiliense,
1984), do
filosofo, arquiteto, urbanista, pesquisador e polemista francês Paul Virilio. Veja mais aqui.
O SER HUMANO &
A TÉCNICA - [...] Hoje, o pensamento
da lógica binária implode novamente e é encontrado em transmissões de programas
de perguntas e respostas – que acabam trazendo de reboque os noticiários –, nos
exames escolares e, até mesmo, na universidade. Nem se aplica a alegação de que
a técnica é boa ou ruim de acordo com o uso que dela se faz, porque o que nos
modifica não é o bom ou mau uso, mas o simples fato de usarmos. O uso nos
modifica. Falar com nossos amigos através de um chat significa sofrer uma
transformação no modo de se relacionar, porque falar via chat é diferente de um
encontro face a face. Se os nossos filhos veem televisão quatro ou mais horas
por dia é inevitável que o seu modo de pensar, de sentir, mude. E isso,
independentemente da qualidade dos programas, se bons ou ruins. Basta a
exposição prolongada. [...] Mais uma vez sentimos que técnica não é um meio à
disposição do homem, mas é o próprio ambiente no interior do qual o homem sofre
modificações, no qual ela pode marcar aquele ponto absolutamente novo na
história, talvez irreversível, onde a questão não é mais: “O que podemos fazer
com a técnica”, mas “O que a técnica poderá fazer conosco”. Trechos extraídos
da obra O ser humano na era da
técnica (Unisinos, 2015), do filósofo,
psicanalista e professor universitário Umberto
Galimberti.
TEORIA GERAL DO
QUASE - [...] Há mais de vinte
anos, prometi a mim mesmo que, acontecesse o que acontecesse, aquele seria o
último. Nada mais teria a dizer – se é que cheguei a dizer alguma coisa. Daí a
repugnância em considerar este Quase memória como romance. Falta-lhe, entre
outras coisas, a linguagem. Ela oscila, desgovernada, entre a crônica, a
reportagem e, até mesmo, a ficção. Prefiso classificá-lo como “quase-romance” –
que de fato o é. Além da linguagem, ospersonagens reais e irreais se misturam,
improvavelmente, e, para piorar, alguns deles com os próprios nomes do registro
civil. Uns e outros são fictícios. Repetindo o anti-herói da história, não
existem coincidências, logo, as semelhanças, por serem coincidências, também
não existem. No quase-quase de um quase-romance de uma quase-memória, adoto um
dos lemas do personagem central deste livro, embora às avessas: amanhã não
farei mais essas coisas. Trecho extraído da obra Quase memória,
quase-romance (Companhia das Letras, 1995), do escritor,
jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras, Carlos Heitor Cony. Veja mais aqui e aqui.
PREÂMBULO DA SUPREMA FELICIDADE - Sou plebéia e pelos campos vou / descansa. /
Acabo de rezar um terço, / tenho dez filhos e um homem / um único / cheio de
vento e pudor. / Cada manhã me refaço / e simplesmente passo: / tanto verde,
tanta cor! / Etéreos sonhos me infringem a consciência, / tétrica solidão eu
expulso de mim mesma / gota a gota, todas as lágrimas me abandonam. / e eu
simplesmente passo / por onde vou. Poema da poeta e jornalista Andréa Borba.
ARTE DE GUSTAV KLIMT
Veja mais:
O que é
de sonho quando real, a literatura de Yukio Mishima, a pintura de
David Alfaro Siqueiros & a música de Marisa Rezende aqui.
O amor –
Crônica de amor por ela, Rabindranath Tagore, Johannes
Brahms, Virgilio, Thomas Hardy, Wong Kar-Wai, Marin Alsop,
Maggie Cheung, Corina Chirila, Lenilda Luna, Antonio Rocco, Cultura Pós-Moderna
& Commedia dell’arte aqui.
Nefertiti & Todo dia é dia da mulher aqui.
Keith
Jarret, Carlos Saura, Christian Bernard, Isaac Newton, Casimiro de Abreu, Julio
Hübner, Mia Maestro & A lenda criação no gênese africano aqui.
Por um
novo dia, Herminio Bello de Carvalho, Ismael Nery, Brian Friel, Paolo
Sorrentino, Julia Lemertz, J. R. Duran, Rachel Weisz, Iremar Marinho, Bruno Steinbach, O papel do professor e a sua
formação na prática pedagógica aqui.
Paul
Ricoeur & Fenomenologia, O Tao da Educação, Milton Nascimento, Psicodrama,
Adriano Nunes, Roney Bunn, Direito & Trabalho aqui.
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ARTE CONCEITUAL
DE MILO MOIRÉ
A arte conceitual da artista suíça Milo Moiré. Veja mais aqui.