sexta-feira, abril 21, 2017

HANNAH ARENDT, EGOROV, HANLEY & AGANOCÊ

AGANOCÊ: O POEMA FEITO PROSA DE AMOR – Imagem: arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez. - Sou coração na mão, carne esquartejada, andarilho errante na noite pavorosa dos dias imensos, a mendigar pousada para minhas andanças no seu coração nu deitado ao Sol. Ouço em voz alta a respiração dos segredos que delineiam seu corpo e me provocam arguto sedutor, a perseguir cada mínimo fluir de sua fruição provocante, a me fazer descarga além da vontade de viver desembaraçado por seus entornos, que me fazem viandante ao eterno retorno do que sou em você. Uma vez e mais vezes tantas fui o primeiro a tocar a pele do seu poema vivificante e nele revivi a embriaguês do vinho nobre na satisfação de entontecer e celebrar a mais lúcida das alucinadas sensações de viver e amar, para rastejar novamente do fim ao ponto inicial de cada ato indispensável. Instantes eternizados na minha fome e sede, fizeram de você a estrela que se deseja por guia e a perseguir noitedia as tantas veredas que me levam ao futuro prometido de aportar no cais de sua morada eterna. Nela é tudo começo e recomeço com idas e voltas à porteira do mundo e refaço contumaz a vez primeira pela milésima vez, como se não bastasse apenas ter de ir ou ficar, mas ir e vir para reviver o novo de sempre e a novidade da revisita. Tudo é extremamente inigualável, por ter sido o que foi e é no que será cada vez provado, cada vez sentido, cada vez saboreado como um novo gosto na mesma tigela sedutora e inesgotável. Emerso, restauro o fôlego para tibungar afoito recorrente no paroxismo dos seus versos transbordantes que saltam da sua boca, seios, ventre, e me enredam nas suas aconchegantes súplicas e inescapáveis seduções. Inteiro e firme sou aquele que chegou para ficar e fazer morada pra sair e voltar pela calada da noite dos seus murmúrios e me aninhar pelas manhãs saltitantes de sua euforia receptiva e surpreendente. Renovando a vida a cada dia no que sou em você, perfilados, meu sexo no seu, somos agá, a ponte entre o presente e a entrega, onde aprendo a pôr pedras para edificar o abrigo onde achei o que perdi, juntando meus pedaços a se completar no seu ser de mar aberto. O que ganho não se perde, a fonte perene de sua carne recrudesce a minha língua entre seus lábios e meu falo revivendo no seu fogo e flama, inexplicáveis e vivificantes e arrebatadoras sensações de infinitude e amplidão. Meu coração das minhas mãos pro seu, vai longe suas entranhas para ser reinação e festa no que de seu me pertence para devolver mutuamente até não saber mais o que é de meu e seu por ser minha. Vai mais e longe além porque meus braços envolvem sua esplendorosa feitura torsal, deslizando sua magnânima sinuosidade dorsal, a desconhecerem o que perto ou longe se faz entre o querer e o prazer. Ouço sua voz e a poesia é viva em meu ser, porque cada palavra brota de novos versos e reversos de sua manifestação mais íntima para se realizar no que de mim é mais que sentimento. Cada verso renovado e o cheiro de sua flor, cada sílaba e o perfume do seu roseiral, cada palavra que me chega e o suor de sua magnífica exalação, recompõe meu ser e me faz seu poema transformado em beijos que lhe distribuo aos montes. E teimoso requerente eu refaço trajeto no que é de seu pra mim, com zilhões de novos beijos, ternura antiga e zis afetos para sermos festa a toda hora e o dia todo, vivendo a nossa orgia viva e transbordante. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história.
Pensamento da filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906-1975). Veja mais aqui, aqui e aqui.

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