REPENTEANDO ATÉ COM UM OLHO
SÓ! – Imagem:
Cantador, do artista plástico,
ilustrador e xilogravura de Ciro Fernandes. - Repentear é meu ofício, meu modo
de poetar, quem quiser que puxe o mote que tô pronto pra glosar. É laralá,
lheguelhé, tiriri, quiprocó e buruçu! Se o mundo todo vai de pernas pro ar, não
sou sozinho quem vai lá pra consertar. E se está troncho ou mesmo desfigurado,
é que o que é redondo viram logo pra quadrado. Se está feia a coisa aos
tremeliques, eu tô medonho pra traçar meus limeriques. Se aos sopapos vai tudo
samba de breque, fico na minha pra valer meus pechisbeques. E ratatá, o que é
que é, o quiquqi, o trololó, o trubufu. Se o planejado gorou feio na culatra,
tente traveiz, não pique mula pra Sumatra. Se for golpe do destino atrás da
porta, vá a galope desfazer qualquer marmota. Se só há o desmantelo pra danar,
não vá fugir, melhor mesmo é encarar. Se a coisa é indomável só pro desembesto,
puxe na marra a rédea desse cabresto. Se a dita anda dura qual madrasta, bote
moral e mande ver nessa vergasta. Quem a véspera tem medo de antemão, é porque a
covardia na leseira faz plantão. Se o tempo é solto reboliço na gangorra, dê
fora ao malefício e mande tudo pra porra. Se enfiar os pés num redemoinho, mande
tudinho pra tonga da mironga e lá e fé aqui e só e tu. E patatá, e lelelé, e
piriri, e pororó e urutú. Se na varada a rima pobre der um nó,
vou estribilho pro refrão com um olho só. E sarava e evoé e patati e tororó e
murundu. De repente eu vou rente e arrepio no repente. © Luiz Alberto Machado.
Veja mais aqui.
TABOADA DE AZULÃO
Com dois eu começo o verso
Com quatro eu aumento a trova
Com seis eu não levo sova
Com oito eu fiquei disperso
Com dez eu não sou perverso
Com doze faço um zumzumzum
Catorze eu faço jejum
Dezesseis não me reprove
Quinze, treze, onze, nove,
Sete, cinco, três e um.
Taboada pequena, composição em forma de décima com a
obrigação de determinar com refrão, em setessílabo, inventada por Sebastião
Cândido dos Santos, o cantador Azulão
(Recolhida da Cartilha do Cantador –
Recife, 1985, de Aleixo Leite Filho). Veja mais aqui e aqui.
Veja
mais sobre:
Repente
qualquer jeito para ver como é que fica, A vida antes do homem de Margaret Atwood, A servidão
humana de Baruch de Espinoza, A tecnologia
na arte de Edmond Couchot, a música
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Corradini & Nikolai Endegor aqui.
E mais:
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pintura de Paul-Émile Bécat & Berenice Barreto, Quadrigrafias
& a arte de Elaine Pauvolid aqui.
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Durkheim, o cartoon de Luiz Fernando Veríssimo, o cinema de Mel Smith
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de Charlie Chaplin, a música de Edson
Natale & a pintura de Henri
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Literatura
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de Rimsky-Korsakov, a poesia de Menotti
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desamparo no descompromisso social, Cidadania de Evelina Dagnino, Quadrinho de História de Gláucia
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Caro & Keisha Castle-Hughes, a
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coletiva de Maurice Halbwachs, A
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Dabdab, a arte de Marcos Carrasquer, a coreografia de Sandro Borelli, o cinema de Álex de La Iglesia & Rosie Perez, a escultura de Johann Heinrich von Dannecker, as gravuras de Eugene Reunier, Lume Teatro &
O poeta chora aqui.
Só a
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& Quando Tomé mostrou ao que veio aqui.
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voz alta, A mulher
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Catarina Vieira, a entrevista de Frederico Barbosa, a arte de Mozart Fernandes,
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&
As
mulheres do arquiteto, fotógrafo e xilogravador Joacir.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra: Rumores de guerra em tempos de paz
(2001), xilogravura de Samico.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.