sexta-feira, março 25, 2016

O PRÊMIO DO AMOR

O PRÊMIO DO AMOR (Imagem: Pink Lady, da artista plástica belga Christine Comyn) –  É ela o meu prêmio e rendo meu preito em seu culto, quando ela Iaravi, no céu sereno do seu dia, me faz Fiietó, mais que guerreiro viril no seu rito, mais que cacique na sua tribo, mais que pajé na sua devoção. E sou quase um deus no panteão onde habita, quando ela valquíria Freya, no furor do seu doce orvalho noturno, me faz seu Odur mais que possante autoridade, mais que potente deidade na escuridão do seu inverno, nos olores da sua primavera, nas flores do seu outono, no viço do seu verão. E sou mais que festa nos seus olhos de Sol fulgurante, que estampam na sua face adorável a minha mais plena realização de amante. Sou o seu campeão que sobeja o suor que lhe banha a tez, toda vez que ela beija com sua boca vermelha estouvada, a gemer de prazer, fogosa, estabanada, e eu a sorver da sua magia que vem da sua voz lasciva e vadia, a venerar o meu gládio em seus trêmulos lábios no doce misterio de seus delírios febris. E com seus mais ousados ardis, no meu altar erguida e abrasada, me aposso da musa altiva na minha toada, adunca e pendida com seus palpitantes e intusmecentes seios, carregados de vida no enleio dos cantos da minha lira e sou o recheio que a sua mão afaga e seus braços enlaçam, reclinada, quando ateia seu fogo e me indendeia, enroscada ao meu tronco e sem ameias, estremece crepitando as labaredas que nos endoidece e enrijecem as veias, pra que eu ria no seu amoroso riso, e meu poema na sua poesia, a minha canção na sua melodia, e vou depressa, pra que não seja tarde a remessa, por que em nós arde o furor do seu doce orvalho em fervor. E sou firme em seu dorso altivo, debruçada às nossas juras, reclinada com sua fervura, a me queimar com as chamas do ventre divino. E seu corpo esbelto felino, me faz cativo do seu talhe formoso de bacante adorável, firmada ao meu braço, amorável, até ser rendida em meu regaço, porque faço e refaço, sou bom remador na sua onda airosa, a pisar descalça e nua pela viração em polvorosa, e bendita ela é na seiva que reluz e toda se espalha e o tempo dissipa e a vida passa, e a gente se agita nas almas que uma só serão, juntas num só abraço de imortal paixão, aos milhões de beijos, zilhões de abraços, o mais encantado amor firmado em nosso laço, e eu lhe dou a minha vida e mais se quiser e mais eu tiver porque tudo é seu, viver é amar. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui

 Imagem: a arte da artista plástica belga Christine Comyn.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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