VAMOS
APRUMAR A CONVERSA? – Tenho
estudado e produzido trabalhos acadêmicos nas áreas de Psicologia, Direito e
Educação, sobre a temática do Abuso Sexual. Essa prática se realiza por meio de
um jogo em que o agente abusador impõe geralmente à criança ou adolescente, por
meio de persuasão, indução, ameaça e violência física para prática e satisfação
sexuais. Tais práticas são traumáticas, causando danos físicos e psicológicos.
Já recolhi diversos depoimentos a respeito, dando conta de que a vítima carrega
essa marca por toda vida, desenvolvendo, por consequência, comportamentos
patológicos desde a avesão a parceiros, como a promiscuidade e sexualidade
descontoladas, entre outros. Curiosamente, a grande maioria dos fatos ocorre
dentro do próprio lar da vítima, até com conivência dos genitores. Como em
nosso país a prática preventiva é colocada em último lugar e a educação passa
por uma calamidade que se soma à nossa tragédia, o abuso sexual se mantém nos
altos índices estatísticos. Não se pode aceitar que o Estado e as autoridades continuem
omissos em tais casos, precisa-se de participação de cada um para que possamos
coibir tal prática. Você também é responsável. E vamos aprumar a conversa aqui,
aqui e aqui.
Imagem: Trois etudes pour autoportrait (1976) & Tríptico (1974-77), do artista plástico anglo-irlandês de pintura figurativa Francis Bacon (1909-1992).
Curtindo o álbum conceitual de rock progressivo Criminal Record (1977), do músico e compositor britânico, integrante da banda Yes, Rick Wakeman. Veja mais aqui e aqui.
TORNAR-SE
PESSOA – O livro Tornar-se pessoa (Martins Fontes, 2007),
do psicólogo norte-americano e criador
da abordagem psicoterapeuta Terapia Centrada na Pessoa, Carl Ransom Rogers (1902-1987), aborda temas como algumas hipóteses com relação à facilitação do cres cimento pessoal, as características de uma
relação de ajuda, o que se sabe da psicoterapia objetiva e subjetivamente, o processo de tornar-se pessoa, as ciências do
comportamento e a pessoa, o poder crescente das ciências comportamentais,
uma filosofia da pessoa, o lugar
do indivíduo no mundo novo das ciências do comportamento, uma teoria da criatividade, entre outros assuntos.
Da obra destaco o seguinte trecho: [...] Como poderei ajudar os outros? Por mais de vinte e cinco anos venho tentando responder a esse tipo de
desafio. Isso fez com que recorresse a todos os elementos de minha formação
profissional: os rigorosos métodos de medição de personalidade que aprendi pela
primeira vez no Teacher’s Coliege, Colúmbia; os insights e métodos psicanalíticos freudianos do Instituto para
Orientação da Criança, onde trabalhei como interno; os desenvolvimentos
contínuos na área de psicologia clínica, com a qual estou estreitamente
associado; a exposição mais breve ao trabalho de Otto Rank, aos métodos de
trabalho social psiquiátrico, e outros recursos demasiado numerosos para serem mencionados.
Porém, mais do que tudo, isto significou um aprendizado contínuo a partir de
minhas próprias experiências e daquela de meus colegas do Centro de
Aconselhamento, à medida que tentamos descobrir por nós mesmos meios eficazes
de trabalhar com pessoas perturbadas. Gradualmente, desenvolvi uma maneira de trabalhar
que se origina dessa experiência, e que pode ser testada, refinada e remodelada
por experiências e pesquisas adicionais. Uma
hipótese geral: Uma maneira breve de descrever a mudança que se efetuou
em mim seria dizer que nos primeiros anos de minha carreira profissional eu me
fazia a pergunta: Como posso tratar ou curar, ou mudar essa pessoa? Agora eu
enunciaria a questão desta maneira: Como posso proporcionar uma relação que
essa pessoa possa utilizar para seu próprio crescimento pessoal? Foi quando
cheguei a colocar a questão desta segunda maneira que percebi que o que quer
que tenha aprendido é aplicável a todos às minhas relações humanas, não só ao
trabalho com clientes com problemas. É por esta razão
que sinto ser possível que os aprendizados que tiveram significado para mim em
minha experiência podem ter algum significado para você em sua experiência, já
que todos nós estamos envolvidos em relações humanas. Talvez devesse começar
por um aprendizado negativo. Fui me dando conta de maneira gradual de que não
posso oferecer ajuda a esta pessoa perturbada por meio de qualquer procedimento
intelectual ou de treinamento. Nenhuma abordagem que se baseie no conhecimento,
no treinamento, na aceitação de algo que é ensinado, se mostra útil. Estas abordagens parecem tão
tentadoras e diretas que, no passado, fiz uso de muitas delas. É possível
explicar uma pessoa a si mesma, prescrever passos que devem conduzi-la para
frente, treiná-la em conhecimentos sobre um modo de vida mais satisfatório.
Porém tais métodos se mostram, em minha experiência, fúteis e inconsequentes. O
máximo que podem alcançar é alguma mudança temporária, que logo desaparece, deixando
o indivíduo mais do que nunca convencido de sua inadequação. O fracasso de
quaisquer destas abordagens através do intelecto me forçou a reconhecer que a mudança
parece surgir por meio da experiência em uma relação. Dessa forma, estou
tentando afirmar de forma muito breve e informal, algumas das hipóteses
essenciais relativas a uma relação de ajuda que pareceu angariar confirmação
crescente tanto a partir de experiência quanto de pesquisa. Posso enunciar a
hipótese geral em uma sentença, como se segue. Se posso proporcionar um certo tipo
de relação, a outra pessoa descobrirá dentro de si a capacidade de utilizar
esta relação para crescer, e mudança e desenvolvimento pessoal ocorrerão. A relação: Mas o que estes termos
significam? Deixe-me tomar separadamente as três frases principais nesta sentença
e indicar algo do significado que elas encerram para mim. Qual é esse certo
tipo de relação que gostaria de proporcionar? Descobri que quanto mais
conseguir ser genuíno na relação, mais útil esta será. Isso significa que devo
estar consciente de meus próprios sentimentos, o mais que puder, ao invés de apresentar
uma fachada externa de uma atitude, ao mesmo tempo em que mantenho uma outra
atitude em um nível mais profundo ou inconsciente. Ser genuíno também envolve a
disposição para ser e expressar, em minhas palavras e em meu comportamento, os
vários sentimentos e atitudes que existem em mim. É somente dessa maneira que o
relacionamento pode ter realidade, e
realidade parece ser profundamente importante como uma primeira condição. É
somente ao apresentar a realidade genuína que está em mim, que a outra pessoa
pode procurar pela realidade em si com êxito. Descobri que isto é verdade mesmo
quando as atitudes que sinto não são atitudes com as quais estou satisfeito, ou
atitudes que parecem conducentes a uma boa relação. Parece extremamente
importante ser real. Como uma
segunda condição, acho que quanto mais aceitação e apreço sinto com relação a
esse indivíduo, mais estarei criando uma relação que ele poderá utilizar. Por
aceitação, quero dizer uma consideração afetuosa por ele enquanto uma pessoa de
autovalia incondicional —de valor, independente de sua condição, de seu comportamento
ou de seus sentimentos. Significa um respeito e apreço por ele como uma pessoa
separada, um desejo de que ele possua seus próprios sentimentos à sua própria
maneira. Significa uma aceitação de suas atitudes no momento ou consideração
pelas mesmas, independente de quão negativas ou positivas elas sejam, ou de
quanto elas possam contradizer outras atitudes que ele sustinha no passado.
Essa aceitação de cada aspecto flutuante desta outra pessoa constitui para ela
uma relação de afeição e segurança, e a segurança de ser querido e prezado como
uma pessoa parece ser um elemento sumamente importante em uma relação de ajuda.
Também acho que a relação é significativa na medida em que sinto um desejo
contínuo de compreender —uma empatia sensível com cada um dos sentimentos e
comunicações do cliente como estes lhe parecem no momento. Aceitação não significa
muito até que esta envolva a compreensão. É somente à medida que compreendo os sentimentos e
pensamentos Como poderei ajudar os
outros? que parecem tão terríveis para você, ou tão fracos, ou tão
sentimentais, ou tão bizarros —é somente quando eu os vejo como você os vê, e
os aceito como a você, que você se sente realmente livre para explorar todos os
cantos recônditos e fendas assustadoras de sua experiência interior e
freqüentemente enterrada. Essa liberdade
constitui uma condição importante da relação. Aqui está implicada uma
liberdade para explorar a si próprio tanto com níveis conscientes quanto
inconscientes, o mais rápido que se puder embarcar nessa busca perigosa. Há
também uma liberdade completa de qualquer tipo de avaliação moral ou diagnóstica,
já que todas estas avaliações são, a meu ver, sempre ameaçadoras. Dessa forma,
a relação que considerei útil é caracterizada por um tipo de transparência de
minha parte, onde meus sentimentos reais se mostram evidentes; por uma
aceitação desta outra pessoa como uma pessoa separada com valor por seu próprio
mérito; e por uma compreensão empática profunda que me possibilita ver seu
mundo particular através de seus olhos. Quando essas condições são alcançadas,
torno-me uma companhia para o meu cliente, acompanhando-o nessa busca
assustadora de si mesmo, onde ele agora se sente livre para ingressar. Nem
sempre sou capaz de alcançar esse tipo de relacionamento com o outro, e algumas
vezes, mesmo quando sinto tê-lo alcançado em mim mesmo, a outra pessoa pode estar
demasiado assustada para perceber o que lhe está sendo oferecido. Mas eu diria
que quando sustenho em mim o tipo de atitude que descrevi, e quando a outra
pessoa pode até certo grau vivenciar estas atitudes, então eu acredito que a
mudança e o desenvolvimento pessoal construtivo ocorrerão invariavelmente e eu incluo a palavra
“invariavelmente” apenas após longa e cuidadosa consideração. Veja mais
aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
PORQUE NÃO SOU CRISTÃO – O livro Porque não sou cristão e outros ensaios sobre religião e assuntos
correlatos (Exposiçaõ do Livro, 1972), do filósofo e matemático britânico Bertrand Russel (1872-1970), trata
sobre análise das contribuições úteis da religião à civilização, sobrevivência
à morte, céticos católicos e protestantes, a vida na Idade Média, o destino de
Thomas Paine, a ética sexual, a liberdade e os Colleges, a existência de Deus,
o poder da religião na cura das preocupações humanas, religião e moral, entre
outros assuntos. Da obra destaco o trecho: [...] Multa gente nos diz que sem crença em Deus o homem
não poderá ser feliz nem virtuoso. Quanto à virtude, posso apenas falar por
observação, e não por experiência pessoal. Quanto à felicidade, nem a
experiência, nem a observação, me levaram a pensar que os crentes são mais felizes
ou infelizes, em média, do que os que não crêem. Costuma-se encontrar “grandes”
razões para a infelicidade, porque é mais fácil à gente sentir-se orgulhoso de
poder atribuir a própria miséria à falta de fé do que colocar a razão disso em
nosso próprio fígado. Quanto ao que concerne à moralidade, depende muito de
como se compreende esse termo. De minha parte, penso que as virtudes
importantes são a bondade e a inteligência. A inteligência encontra obstáculo
em qualquer credo, não importa qual – e a bondade é inibida pela crença no
pecado e castigo (crença que, digase de passagem, é a única que o governo
soviético tomou do cristianismo ortodoxo). Há, na prática, vários modos pelos
quais a moralidade tradicional interfere com o que é socialmente desejável. Um
deles, é a prevenção das doenças venéreas. Mais importante é a limitação da
população. Progressos verificados na medicina tomaram este assunto muito mais importante
do que jamais o foi antes. Se as nações e as raças que ainda são tão prolíficas
como eram os ingleses de há cem anos não mudarem seus hábitos a este respeito,
não há esperança alguma para a humanidade, exceto guerra e miséria. Todo
estudante inteligente sabe disso, mas não o reconhecem os teólogos dogmáticos. Não
creio que uma decadência da crença dogmática possa produzir outra coisa senão o
bem. Apresso-me a admitir que os novos sistemas de dogmas, tais como os dos
nazistas e dos comunistas, são ainda piores do que os velhos sistemas, mas
jamais teriam podido dominar o espírito dos homens, se hábitos dogmáticos
ortodoxos não tivessem sido instilados na juventude. A linguagem de Stalin é
cheia de reminiscências do seminário teológico em que ele foi educado. O que o
mundo precisa não é de dogma, mas de uma atitude de investigação científica,
aliada à crença de que a tortura de milhões de indivíduos não é coisa
desejável, quer seja infligida por Stalin ou por uma Deidade imaginada à
semelhança daquele que acredita. Veja mais aqui.
MEDEIA – Imagem Medeia, do pintor do
Romantismo francês Eugène Delacroix
(1798-1863). A tragédia Medeia, do poeta
trágico grego Eurípedes (480-406aC),
conta o drama de uma
mulher que deixou tudo para trás, sua pátria e família para seguir ao lado de
um grande amor, até ser traída por ele. Jasão, líder dos argonautas, parte para
Cólquida em busca do Velocino de Ouro, missão que lhe é imposta para que
consiga retomar o trono de Iolco. No caminho conhece e se apaixona por Medéia
que, embora filha de rei, ela usa seus poderes de feiticeira para ajudar Jasão
a vencer os obstáculos impostos por seu pai. Saem vitoriosos, porém Medéia é
traída pelo marido que a abandona para se casar com a filha do rei Creonte. Injustiçada e furiosa, a
feiticeira não poupa esforços para vingar-se de Jasão. Mata os filhos que teve
com o marido e lança sobre ele terrível maldição. Da obra destaco o trecho:
[...] MEDEIA - Ó Zeus, ó Justiça, filha de Zeus, e luz do Sol68,
vitoriosos estamos agora, ó amigas, sobre os nossos inimigos, e entramos já no
caminho. Agora há esperança de fazer justiça sobre os nossos inimigos. Porque
este homem, quando penávamos na maior aflição, apareceu como um porto de abrigo
das minhas decisões. A eles prenderemos as amarras da popa69, dirigindo-nos
para a fortaleza e cidade de Palas. Os meus planos, já tos vou dizer todos. Mas
não recebas as minhas palavras a título de deleite. A Jasão alguém mandarei,
dentre os meus servidores, pedindo-lhe que compareça à minha presença. E,
quando ele chegar, dir-lhe-ei palavras brandas, de como também eu sou desse
parecer, que estão bem as núpcias reais, que traindo-me, ele celebra, e que
belo é o partido e bem calculado. Pedirei que os meus filhos fiquem , não para
os deixar em terra hostil, a fim de serem mal tratados pelos inimigos, mas para
tratar ardilosamente a filha do rei. Mandálos-ei então com presentes nas
mãos71, um peplos sutil e uma coroa de ouro lavrado. E quando ela pegar nesses
enfeites e os cingir ao seu corpo, terá uma morte horrorosa, assim como todo
aquele que tocar na donzela. Tais serão os venenos com que eu hei de ungir os
presentes. Mas neste ponto eu suspendo as minhas palavras. Gemo ao pensar na
ação que em seguida tenho de praticar. Porque eu vou matar os meus filhos. Não
há quem os possa livrar. E, depois de ter derrubado toda a casa de Jasão, saio
do país, fugindo do assassínio dos meus filhos adorados, eu, que ousei a mais
ímpia das ações. É que não se pode tolerar que os inimigos escarneçam de nós, ó
amigas. Vamos. De que me vale viver? não tenho pátria, não tenho casa, não tenho
refúgio para esta calamidade. Errei uma vez, quando abandonei a casa paterna,
confiada nas palavras de um grego, que, com a ajuda do deus, sofrerá a nossa
justiça. Porque não tornará a ver com vida, daqui por diante, os filhos que de
mim teve, nem gerará nenhum da noiva recém casada, porque será forçoso que essa
má tenha má sorte com os meus venenos. Ninguém me suponha fraca ou débil, nem
sossegada; outro é o meu caráter: dura para os inimigos, benévola para os
amigos. Porque de tais pessoas a vida é gloriosíssima [...] Veja mais aqui e aqui.
CASA
PELÉ – Acontecerá entre
os dias 18 e 23 de maio, em Três Corações (MG), a 13ª Semana Nacional de Museus
- 2015, na Casa Pelé, sobre o tema deste ano será “Museus para uma sociedade
sustentável”. Trata-se de uma promoção do Instituto Brasileiro de Museus/IBRAM,
para comemorar o Dia Internacional de Museus (18 de maio), ocasião em que
museus, Casas de Cultura e Centros Culturais, convidados pelo instituto
desenvolvem programação especial alusiva à data. Confira detalhes aqui.
HORIZONTE
PERDIDO – O livro Horizonte perdido (Lost Horizont, 1933),
do escritor britânico James Hilton (1900-1954), conta a história de um grupo de pesoas que, fugindo da
guerra, é sequestrado para uma longínqua montanha do Tibete, Shangri-lá. De
acesso quase impossível para quem não conhecesse perfeitamente o caminho, as
pessoas, que lá chegavam não tinham a mínimia possibilidade de voltar. Foram
maravilhosamente recebidos, mas na realidade estavam prisioneiros. Na pequena
aldeia havia um mosteiro, fundado por um francês. E, como os que lá habitavam
tinham uma vida muito longa, ele ainda era o Lama Superior. Pressentindo que
seu fim se aproximava, escolhera o líder do grupo sequestrado para ser seu
sucessor. Mas este se vê forçado a levar seus companheiros de volta. Da obra
destaco o trecho: [...] Falamos por
algum tempo sobre a guerra e seus efeitos em diversas pessoas, e finalmente ele
continuou: — Mas há ainda um pormenor a que devo referirme... e talvez, em
muitos sentidos, o mais estranho de todos. Veio-me ao conhecimento quando fazia
indagações no hospital da missão. Todos fizeram o possível para me auxiliar,
como deve supor, mas não podiam recordar muita coisa, sobretudo porque naquela
ocasião tinham estado muito ocupados com uma febre epidêmica. Uma das questões que
procurei esclarecer desde logo foi o modo como Conway havia chegado ao hospital
— se se apresentara por si mesmo ou se, tendo sido encontrado doente, fora trazido
ali por alguma pessoa. Não se lembravam bem — afinal de contas, fazia tanto
tempo! —, mas de repente, quando eu já ia desistir do interrogatório, uma das
freiras observou incidentalmente que "parecia ter ouvido do doutor que ele
fora trazido por uma mulher". Era tudo o que me podia dizer, e como o
doutor já houvesse deixado a missão, nenhuma confirmação era possível obter no
momento. Mas, tendo eu já chegado tão longe, é claro que não estava disposto a
suspender minhas investigações. Soube que esse doutor se transferira para um
hospital mais importante, em Xangai, de modo que me informei sobre o seu endereço
e fui até lá, na intenção de me avistar com ele. Foi logo depois dos reides
aéreos dos japoneses e o aspecto da cidade era sinistro. Já conhecia esse
médico, com quem travara relações durante minha primeira visita a Chung-Kiang.
Foi muito polido, mas naquele momento estava terrivelmente ocupado — sim,
terrivelmente é a palavra porque, acredite-me, os vôos dos alemães sobre
Londres nada foram, comparados com o que os nipônicos fizeram nas zonas nativas
de Xangai. "'Oh! sim', disse sem hesitar, 'lembro-me do caso daquele inglês
que perdeu a memória". 'É verdade que ele foi trazido ao hospital da
missão por uma mulher?', perguntei. 'Sim, sim, por uma mulher, uma chinesa.'
'Lembra-se de alguma coisa a respeito dela?' 'Nada', respondeu, 'salvo que la
também estava atacada de febre e veio a morrer quase em seguida..."Nesse
instante houve uma interrupção. Trouxeram um grupo de feridos e as padiolas
atravancaram os corredores, pois as enfermarias já estavam repletas. Eu não
podia tomar o tempo do homem, tanto mais que troavam os canhões em Woosung,
advertindo-lhe que teria ainda muito que fazer. Quando voltou para junto de
mim, com uma expressão animada apesar de todos aqueles horrores, só lhe fiz uma
derradeira pergunta, que você com certeza adivinha qual fosse. " 'E essa
mulher chinesa', disse eu, 'era jovem?' " Rutherford sacudiu nervosamente
as cinzas do charuto, como se a narrativa o tivesse excitado tanto quanto
esperava fazê-lo a mim. Depois continuou: — O doutorzinho olhou-me por um
momento com ar solene e então respondeu, nesse inglês comicamente truncado que
os chineses educados usam: " 'Oh! não, ela era muito velha, a mulher mais
velha que vi até hoje.' [...] Foi adaptado
para o cinema em 1937, pelo cineasta italiano Frank Capra (1897-1991), premiado com o Oscar (1938). Veja mais
aqui.
IMAGEM DO DIA
Imagem do periódico Movimento que circulou entre os anos de
1975-1981, com o seu conselho editorial formado por Hermilo Borba Filho, Chico
Buarque, Alencar Furtado, Orlando Villas-Boas, Audálio Dantas, Edgar da Mata
Machado e Fernando Henrique Cardoso.
Veja mais sobre:
Credibilidade da imprensa brasileira, a literatura de Cervantes, a História
da imprensa de Nelson Werneck Sodré, a Imprensa de Millôr
Fernandes, a música de Eduardo Gudin, Beijo no asfalto
de Nelson Rodrigues & a arte da jornalista Enki Bracaj aqui.
E mais:
Todo dia o Sol se põe para uma nova
alvorada..., O homem
unidimensional de Herbert Marcuse, a literatura de Amos Oz & Machado de
Assis, a poesia de Safo, a música de Händel & Caroline Dale, o cinema de
Blake Edwards & Audrey Hepburn, a arte de Keith Haring, o humor de Ronald
Golias, a pintura de Frederic Edwin Church & François Gerard aqui.
Luís Vaz de Camões, aaqui. Jean de La Fontaine, O cartesianismo
científico de Paulo Cesar Sandler, A lenda do Cavalo sem cabeça de Luís da
Câmara Cascudo, Hécuba de Eurípedes, a Esther
Góes, o cinema de Woody Allen, Tiradas do Doro, a Gustave Courbet
Brincarte do Nitolino, a literatura de Nélida Piñon, a música
de Igor Stravinski, a poesia de Augusto dos Anjos, O antiteatro de Eugène
Ionesco, o cinema de Graeme Clifford & Jessica Lange, a arte de Frances
Farmer, a pintura de Joan Miró, As emoções de Suely Ribella, Papel no Varal
& Ricardo Cabus aqui.
Freyaravi & o circo dos prazeres, Cultura de consumo pós-moderna de Mike Featherstone, Os contos brasileiros de Julieta de
Godoy Ladeira, O kama sutra de Vātsyāyana, a música de Marisa
Monte, a fotografia de Ralf Mohr, a pintura de Crystal Barbre & Luciah Lopez aqui.
Lualmaluz, De segunda a um ano de John Cage,
Técnica e ciência de Jürgen Habermas. a História da literatura de Nelson Werneck Sodré, a música de Sally Seltmann, a performance de Marni Kotak, a pintura de Théodore
Géricault, a escultura de George Kurjanowicz, a arte
de Moisés Finalé & Luciah Lopez aqui.
Quando tudo é manhã do dia pra noite, A agonia da noite de Jorge Amado, a
música de Bizet & Adriana Damato, o Folclore musical de
Wagner Ribeiro, a pintura de Aleksandr Fayvisovich,
Postuman bodies de r Judith Halbertam & Ira Livingstone, a
fotografia de Christian Coigny & Bryan Thompson, a
arte de Mirai Mizue & Luciah Lopez aqui.
Uma coisa quando outra, o pensamento de Marshall Berman, a
literatura de Adolfo Casais Monteiro, Arquiteturas líquidas de Marcos Novak, a
música de Tom Jobim & Maucha Adnet, Adriana Garambone, a pintura de Renie Britenbucher, a arte de Alyssa Monk
& Luciah Lopez aqui.
Feliz
aniversário: resiliência,
perspectivas & festas, o
pensamento de Paulo Freire, a literatura de Octavio Paz, A resiliência de Makilim Nunes Baptista, a música de Midori
Goto, a pintura de Luis Crump, Babi Xavier, a
arte de Fabrice Du Welz & Luciah Lopez aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Art by Ísis
Nefelibata
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.
VAMOS APRUMAR A CONVERSA?