VAMOS
APRUMAR A CONVERSA? – ESPERA:
A vida levando, sombria esperança. / Os dias tato tontos servindo estranheza. /
A utopia de ser existente. / O fácil vazio que só arrefece em praça tolhida, / Em
ser condução: / Esperando Pinheiros no Largo da Paz. / Eu não sei agonia se espero
amanhã. / O fato existe em não ser amanhã. / Sem tempo presente, imediato, um
átimo sensível / De não se expressar. / Eu não sei ironia se já anoitece. /Se
bem que meu peito nem amanhecia. / A pedra está por todos os lugares. / E a
solidão de um banco de praça / É fruto do ermo em sensação. / E reveste meu
corpo em chuva fininha / Que aglutina e já é temporal / Sequer o ônibus Pinheiros, sequer, / Apontou no
Eldorado. / Minha praça vazia, meu coração. / Todos os outros pegaram seu rumo /
Esqueceram a poeira no cansaço marcado. / Já não posso molhar meu corpo na
chuva. / Nele só cabe o mormaço da vida. /Esperando Pinheiros no Largo da Paz.
(Primeira Reunião: Bagaço, 1992). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
Imagem: Female Nude with Grapes, do pintor francês Carl Larsson (1853-1919)
Curtindo Three percussion concerti by the legendary Japanese composer, homemade instruments (Inovva Recording, 2011), do compositor de música erudita contemporânea japonesa Maki Ishii (1936-2003), performance do percussionista canadense Ryan Scott & Esprit Orchestra, conductor Alex Pauk.
GLOSAS
CRÍTICAS – A obra Glosas Críticas Marginais ao Artigo "O Rei da Prússia e a Reforma
Social". De um Prussiano (1844 – Expressão Popular, 2009), dp economista, filósofo, historiador,
jornalista e teórico político alemão Karl Marx (1818-1883), aborda o
fundamento ontológico do ser social e que o trabalho é o fundamento ontológico
do ser social, tratando acerca da tensão entre Estado e sociedade civil,
defendendo que tanto o Estado como a política devem ser extintos numa sociedade
comunista, enun ciando a polarização entre a emancipação humana e a emancipação
política. Da obra destaco os trechos seguintes na tradução de Ivo Tonet: [...]
O intelecto político é político
exatamente na medida em que pensa dentro dos limites da política [...] Gostaríamos de confidenciar ao
"prussiano" o que é "uma revolução social com uma alma
política"; com isso também lhe revelamos o segredo de porque ele não
consegue, mesmo nos seus torneios estilísticos, elevar-se para além do limitado
ponto de vista político. Uma revolução "social" com uma alma política
ou é um completo absurdo, se o "prussiano entende por revolução
"social" uma revolução "social" contraposta a uma revolução
política e apesar de tudo confere à revolução social uma alma política, além de
social, ou, então, uma "revolução social com uma alma política" não é
mais do que uma paráfrase do que já se chamou uma "revolução
política" ou "simplesmente uma revolução". Toda revolução
dissolve a velha sociedade; neste sentido é social. Toda revolução derruba o
velho poder; neste sentido é política. Que o "prussiano" escolha
entre a paráfrase e o absurdo! Contudo, se é parafrásico ou absurdo uma
revolução social com uma alma política, é racional, ao contrário, uma revolução
política com uma alma social. A revolução em geral - a derrocada do poder
existente e a dissolução das velhas relações - é um ato político. Por isso, o
socialismo não pode efetivar-se sem revolução. Ele tem necessidade desse ato político
na medida em que tem necessidade da destruição e da dissolução. No entanto,
logo que tenha início a sua atividade organizativa, logo que apareça o seu
próprio objetivo, a sua alma, então o socialismo se desembaraça do seu
revestimento político. Toda essa prolixidade foi necessária para rasgar o
tecido de erros que se esconde em apenas uma coluna de jornal. Nem todos os
leitores podem ter a cultura e o tempo necessários para perceber uma tal
charlatanice literária. Não tem, portanto, o "prussiano", diante do
público leitor, o dever de renunciar momentaneamente a qualquer atividade de escritor no campo político e social, bem como às
declamações sobre a situação da Alemanha, e de começar um consciencioso exame
da sua própria situação? Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
SÓROR
SAUDADE – A obra poética
Livro de Sóror Saudade (1923 –
Estampa, 2012), da poeta portuguesa Florbela
Espanca (1894-1930), reúne trinta e seis de seus sonetos que compreendem a
refundição dos seus livros Livro do Nosso Amor e Claustro de Quimeras, expondo
seus sentimentos vivos do amor e da paixão às quais ela se entrega totalmente,
reforçando a importância do motivo do beijo, marcando a presença do romantismo
de fim de século acompanhado de um erotismo. Do volumo destaco Fanatismo: Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida. / Meus
olhos andam cegos de te ver. / Não és sequer razão do meu viver / Pois que tu
és já toda a minha vida! / Não vejo nada assim enlouquecida... / Passo no
mundo, meu Amor, a ler / No mist'rioso livro do teu ser / A mesma história
tantas vezes lida!... / "Tudo no mundo é frágil, tudo passa...” / Quando
me dizem isto, toda a graça / Duma boca divina fala em mim! / E, olhos postos
em ti, digo de rastros: / "Ah! podem voar mundos, morrer astros, / Que tu
és como Deus: princípio e fim!...". Também meritório de destaque Os
versos que te fiz: Deixa dizer-te os
lindos versos raros / Que a minha boca tem pra te dizer! / São talhados em
mármore de Paros / Cinzelados por mim pra te oferecer. / Têm dolências de
veludos caros, / São como sedas brancas a arder... / Deixa dizer-te os lindos
versos raros / Que foram feitos pra te endoidecer! / Mas, meu Amor, eu não tos
digo ainda... / Que a boca da mulher é sempre linda / Se dentro guarda um verso
que não diz! / Amo-te tanto! E nunca te beijei... / E, nesse beijo, Amor, que
eu te não dei / Guardo os versos mais lindos que te fiz! Por fim O nosso
mundo: Eu bebo a Vida, a Vida, a longos
tragos / Como um divino vinho de Falerno! / Poisando em ti o meu amor eterno / Como
poisam as folhas sobre os lagos... / Os meus sonhos agora são mais vagos... / O
teu olhar em mim, hoje, é mais terno... / E a Vida já não é o rubro inferno / Todo
fantasmas tristes e pressagos! / A vida, meu Amor, quer vivê-la! / Na mesma
taça erguida em tuas mãos, / Bocas unidas hemos de bebê-la! / Que importa o
mundo e as ilusões defuntas?... / Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
/ O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!... Veja mais aqui e aqui.
TEATRO
PEDAGÓGICO – O livro Teatro pedagógico: bastidores da iniciação
médica (Ágora, 1992), Do médico com doutorado em Psiquiatria e Psicodrama Arthur Kaufman, aborda temas como
educação médica, socionomia, teatro pedagógico, passeio pelos bastidores,
questionamento produtivo do próprio ensino médico, mudança nas expectativas de
papel de professor e de aluno, diagnóstico institucional e proposta profilática
das situações vividas, elucidação do papel de aluno em situação, inicio da
descoberta do próprio papel médico, legitimação do aprendizado, integração de
papéis, repercussão favorável na relação médico-paciente, criação de novas
técnicas, proposta de conceituação, entre outros assuntos. Da obra destaco o
trecho: [...] A abordagem socionômica é
uma forma de abordagem especifica que pode apresentar excelentes resultados isoladamente
ou combinada a outros modos de ensinar. O teatro pedagógico é um método que
utiliza como instrumento a interpretação ou desempenho de papéis, apresentando
as seguintes vantagens médicas: amplificação da percepção dos estudantes através
do jogo de papéis – amplia-se a percepção dos papéis sociais, sobretudo os de
médico e seus complementares; maior iluminação no campo [...] aumento da força de coesão do grupo – e por
conseguinte da união, receptividade e continência na relação entre os
participantes [...] que o teatro
pedagógico seja conceituado como um método educacional que utiliza combinação
das técnicas de teatro espontâneo, role-playng, jogos dramáticos e sociodrama.
Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
TEORIA
DA MUSICOTERAPIA – O
livro Teoria da musicoterapia:
contribuição ao conhecimento do contexto não-verbal (Summus, 1988), do
músico e psiquiatra argentino Rolando
Benezon, trata de temas como termos de música, complementos sonoros e
som-ser e humano-som, princípios fundamentais, princípio ISO, significado
gestáltico, imprinting, objeto intermediário, musicoterapia didática, locais de
trabalho, instrumental, corporal, natureza, natatórios, conceito de regressão,
História de Marcelito, sessão de musicoterapia, reflexão em torno do contexto
não-verbal, técnica, avaliação neurosonora-musical, tratamento musicoterápico
do afásico, contribuição para neurosonorologia musical, entre outros assuntos.
Da obra destaco os trechos: Na
musicoterapia, procura-se o êxito em diferentes objetivos terapêuticos. Um
grupo desses objetivos está relacionado com a percepção e expressão de emoções.
[...] A musicoterapia é uma técnica de
comunicação que utiliza o som, a música e o movimento como objetos
intermediários; e que esses elementos pré-verbais e não-verbais permitem
retroceder a comunicação a estados muito regressivos, que nos facultam
reelaborar uma aprendizagem do paciente. [...] O primeiro grupo de objetivos está relacionado com a expressão de
emoções e compreende: comunicação, reforço do sentido de identidade, contato
com a realidade sua percepção, contato com o corpo como meio de expressão,
contato com os próprios sentimentos, percepção e expressão da mensagem verbal.
O segundo grupo de objetivos está relacionado com a linguagem falada e são
imagem vocal, ritmo da palavra, relação melodia e palavra. O terceiro grupo de
objetivos está relacionado com a estimativa psicomotora em geral e é focalizado
a partir da percepção, memória, reprodução. [...] Os critérios de agrupamento levam em consideração: a capacidade de
comunicação verbal e nã0-verbal do paciente; sua capacidade de perceber e
interpretar a realidade; sua tolerância das tensões que surgem à raiz da sua
afasia e dos sintomas que podem acompanha-la (exemplo hemoplegia); suas defesas
egoicas ante as mobilizações produzidas pelas perdas que implicam a sua
enfermidade. [...] Veja mais aqui.
ÁGATA
E LA TEMPESTA – A
comédia romântica Ágata e La Tempesta
(Ágata e a tempestade, 2004), dirigida por Silvio Soldini, com roteiro do
próprio diretor com Doriana Leondeff e Francesco Piccolo, e trilha sonora de Giovanni
Venosta, conta a história de uma bela mulher que é livreira e que só oferece na
livraria boa literatura e que se apaixona por um homem casado. Num clima de ambiguidade
e redescobertas, ela põe à prova seus conceitos e sua atitude diante da vida. Trata-se
de uma caricatura do diretor sobre a sua antipatia pela auto-ajuda e sobre
crise de identidade da massa italiana, denunciando gurus e fórmulas mágicas de
felicidade. Na película o destaque vai para versátil atris de teatro, cinema e
dança Licia Maglietta. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
Hoje é dia do saudoso atleta
medalhista olímpico e tetracampeão pan-americano no salto triplo e no salto em
distância, João Carlos de Oliveira, o João
do Pulo (1954-1999)
Veja mais sobre:
Em mim a vida & o estouro dos confins
de tudo, Corpus
Hermeticum de Hermes
Trismegistus, Ísis sem véus de Helena Blavatsky, O jardineiro do
amor de Rabindranath Tagore, a música de Kitaro, a arte de Ewa
Kienko Gawlik, a fotografia de Jovana Rikalo & Tataritaritatá no
Encontro dos Palmarenses aqui.
E mais:
E num é que a Vera toda-tuda virou a
bruxa das pancs na boca do povo,
Iluminações de Walter Benjamin, Os bruzundangas de Lima Barreto, Marxismo &
literatura de Cliff Slaughter, a música de Guiomar Novaes, a
pintura de Pedro Sanz & Sara Vieira, a arte de
Paolo Serpieri & Tataritaritatá na Gazeta de Alagoas aqui.
Vamos aprumar a conversa:
responsabilidade dos pais & da família, O amor e o ocidente de Denis de
Rougemont, As recordações de Isaías Caminhas de Lima Barreto, a música de
Stevie Wonder, a poesia de Murilo Mendes & Raimundo Correia, o teatro de
Friedrich Schiller, o cinema de Nelson Pereira dos Santos, a coreografia de
Martha Graham & a pintura de Georges Braque aqui.
Vamos aprumar a conversa, O homem, a mulher & a natureza de Allan Watts, Amar,
verbo intransitivo de Mário de Andrade, a poesia de Pedro Kilkerry &
Augusto de Campos, Amor de novo de Doris Lessing, a música de Christoph Willibald
Gluck, o teatro de Machado de Assis, Eurídice, o cinema de Walter Hugo Khouri
& Vera Fischer, a escultura de Joseph Edgar Boehm, a pintura de
Jean-Baptiste Camille Corot & a arte de Patrick Nicholas aqui.
A responsabilidade do agente político,
excesso de poder & desvio de finalidade aqui.
As trelas do Doro: olha a cheufra aqui.
Fecamepa: quando embola bosta, o empenado
não tem como ter jeito aqui.
A vida dupla de Carolyne & sua cheba
beiçuda, Psicologia
da arte de Lev Vygotsky, a poesia de William Butler Yeats, a música de Leonard
Cohen, a pintura de Boleslaw von Szankowski & Raphael Sanzio, o cinema de Paolo Sorrentino & World Erotic
Art Museum (WEAM) aqui.
Divagando na bicicleta, Dulce Veiga de Caio Fernando Abreu, Os
elementos de Euclides de Alexandria, O teatro e
seu espaço de Peter Brook, a música de Billie Myers, a fotografia de Alberto
Henschel, a pintura de Jörg Immendorff & Oda Jaune aqui.
A conversa das plantas, a poesia de Cruz e Sousa, Memória das
Guerras do Brasil de Duarte Coelho, Arquimedes de
Siracusa, a música de Natalie Imbruglia, Orientação Sexual, a arte de Hugo
Pratt & Tom 14 aqui.
Leitoras de James leituras de Joyce, a literatura & a música de James
Joyce, Ilustrações de Henri Matisse, a fotografia de Humberto
Finatti & a arte de Wayne Thiebaud aqui.
Incipit vita nuova, A divina comédia de Dante Alighieri,
Raízes árabes no sertão nordestino de Luís Soler, a música de Galina Ustvolskaya, a pintura de Paul
Sieffert, Ilustrações de Gustave Doré, a arte de Jack
Vetriano & Luciah Lopez aqui.
E se nada acontecesse, nada valeria..., Agá de Hermilo Borba
Filho,
Fábulas de Leonardo da Vinci, As glândulas endócrinas de M. W.
Kapp, a música de Tomoko Mukaiyama, Compassos Cia de Danças, a pintura de Bruno
Di Maio & Madalena Tavares, a arte de
Eric Gill & a xilogravura de Perron aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Art by Ísis
Nefelibata
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.