quinta-feira, maio 28, 2015

FLORBELA, MARX, ISHII, LARSSON, MAGLIETTA, JOÃO DO PULO, PSICODRAMA & MUSICOTERAPIA.


VAMOS APRUMAR A CONVERSA? – ESPERA: A vida levando, sombria esperança. / Os dias tato tontos servindo estranheza. / A utopia de ser existente. / O fácil vazio que só arrefece em praça tolhida, / Em ser condução: / Esperando Pinheiros no Largo da Paz. / Eu não sei agonia se espero amanhã. / O fato existe em não ser amanhã. / Sem tempo presente, imediato, um átimo sensível / De não se expressar. / Eu não sei ironia se já anoitece. /Se bem que meu peito nem amanhecia. / A pedra está por todos os lugares. / E a solidão de um banco de praça / É fruto do ermo em sensação. / E reveste meu corpo em chuva fininha / Que aglutina e já é temporal / Sequer o ônibus Pinheiros, sequer, / Apontou no Eldorado. / Minha praça vazia, meu coração. / Todos os outros pegaram seu rumo / Esqueceram a poeira no cansaço marcado. / Já não posso molhar meu corpo na chuva. / Nele só cabe o mormaço da vida. /Esperando Pinheiros no Largo da Paz. (Primeira Reunião: Bagaço, 1992). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

Imagem: Female Nude with Grapes, do pintor francês Carl Larsson (1853-1919)

Curtindo Three percussion concerti by the legendary Japanese composer, homemade instruments (Inovva Recording, 2011), do compositor de música erudita contemporânea japonesa Maki Ishii (1936-2003), performance do percussionista canadense Ryan Scott & Esprit Orchestra, conductor Alex Pauk.

GLOSAS CRÍTICAS – A obra Glosas Críticas Marginais ao Artigo "O Rei da Prússia e a Reforma Social". De um Prussiano (1844 – Expressão Popular, 2009), dp economista, filósofo, historiador, jornalista e teórico político alemão Karl Marx (1818-1883), aborda o fundamento ontológico do ser social e que o trabalho é o fundamento ontológico do ser social, tratando acerca da tensão entre Estado e sociedade civil, defendendo que tanto o Estado como a política devem ser extintos numa sociedade comunista, enun ciando a polarização entre a emancipação humana e a emancipação política. Da obra destaco os trechos seguintes na tradução de Ivo Tonet: [...] O intelecto político é político exatamente na medida em que pensa dentro dos limites da política [...] Gostaríamos de confidenciar ao "prussiano" o que é "uma revolução social com uma alma política"; com isso também lhe revelamos o segredo de porque ele não consegue, mesmo nos seus torneios estilísticos, elevar-se para além do limitado ponto de vista político. Uma revolução "social" com uma alma política ou é um completo absurdo, se o "prussiano entende por revolução "social" uma revolução "social" contraposta a uma revolução política e apesar de tudo confere à revolução social uma alma política, além de social, ou, então, uma "revolução social com uma alma política" não é mais do que uma paráfrase do que já se chamou uma "revolução política" ou "simplesmente uma revolução". Toda revolução dissolve a velha sociedade; neste sentido é social. Toda revolução derruba o velho poder; neste sentido é política. Que o "prussiano" escolha entre a paráfrase e o absurdo! Contudo, se é parafrásico ou absurdo uma revolução social com uma alma política, é racional, ao contrário, uma revolução política com uma alma social. A revolução em geral - a derrocada do poder existente e a dissolução das velhas relações - é um ato político. Por isso, o socialismo não pode efetivar-se sem revolução. Ele tem necessidade desse ato político na medida em que tem necessidade da destruição e da dissolução. No entanto, logo que tenha início a sua atividade organizativa, logo que apareça o seu próprio objetivo, a sua alma, então o socialismo se desembaraça do seu revestimento político. Toda essa prolixidade foi necessária para rasgar o tecido de erros que se esconde em apenas uma coluna de jornal. Nem todos os leitores podem ter a cultura e o tempo necessários para perceber uma tal charlatanice literária. Não tem, portanto, o "prussiano", diante do público leitor, o dever de renunciar momentaneamente a qualquer atividade de escritor no campo político e social, bem como às declamações sobre a situação da Alemanha, e de começar um consciencioso exame da sua própria situação? Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

SÓROR SAUDADE – A obra poética Livro de Sóror Saudade (1923 – Estampa, 2012), da poeta portuguesa Florbela Espanca (1894-1930), reúne trinta e seis de seus sonetos que compreendem a refundição dos seus livros Livro do Nosso Amor e Claustro de Quimeras, expondo seus sentimentos vivos do amor e da paixão às quais ela se entrega totalmente, reforçando a importância do motivo do beijo, marcando a presença do romantismo de fim de século acompanhado de um erotismo. Do volumo destaco Fanatismo: Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida. / Meus olhos andam cegos de te ver. / Não és sequer razão do meu viver / Pois que tu és já toda a minha vida! / Não vejo nada assim enlouquecida... / Passo no mundo, meu Amor, a ler / No mist'rioso livro do teu ser / A mesma história tantas vezes lida!... / "Tudo no mundo é frágil, tudo passa...” / Quando me dizem isto, toda a graça / Duma boca divina fala em mim! / E, olhos postos em ti, digo de rastros: / "Ah! podem voar mundos, morrer astros, / Que tu és como Deus: princípio e fim!...". Também meritório de destaque Os versos que te fiz: Deixa dizer-te os lindos versos raros / Que a minha boca tem pra te dizer! / São talhados em mármore de Paros / Cinzelados por mim pra te oferecer. / Têm dolências de veludos caros, / São como sedas brancas a arder... / Deixa dizer-te os lindos versos raros / Que foram feitos pra te endoidecer! / Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda... / Que a boca da mulher é sempre linda / Se dentro guarda um verso que não diz! / Amo-te tanto! E nunca te beijei... / E, nesse beijo, Amor, que eu te não dei / Guardo os versos mais lindos que te fiz! Por fim O nosso mundo: Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos / Como um divino vinho de Falerno! / Poisando em ti o meu amor eterno / Como poisam as folhas sobre os lagos... / Os meus sonhos agora são mais vagos... / O teu olhar em mim, hoje, é mais terno... / E a Vida já não é o rubro inferno / Todo fantasmas tristes e pressagos! / A vida, meu Amor, quer vivê-la! / Na mesma taça erguida em tuas mãos, / Bocas unidas hemos de bebê-la! / Que importa o mundo e as ilusões defuntas?... / Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?... / O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!... Veja mais aqui e aqui.

TEATRO PEDAGÓGICO – O livro Teatro pedagógico: bastidores da iniciação médica (Ágora, 1992), Do médico com doutorado em Psiquiatria e Psicodrama Arthur Kaufman, aborda temas como educação médica, socionomia, teatro pedagógico, passeio pelos bastidores, questionamento produtivo do próprio ensino médico, mudança nas expectativas de papel de professor e de aluno, diagnóstico institucional e proposta profilática das situações vividas, elucidação do papel de aluno em situação, inicio da descoberta do próprio papel médico, legitimação do aprendizado, integração de papéis, repercussão favorável na relação médico-paciente, criação de novas técnicas, proposta de conceituação, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho: [...] A abordagem socionômica é uma forma de abordagem especifica que pode apresentar excelentes resultados isoladamente ou combinada a outros modos de ensinar. O teatro pedagógico é um método que utiliza como instrumento a interpretação ou desempenho de papéis, apresentando as seguintes vantagens médicas: amplificação da percepção dos estudantes através do jogo de papéis – amplia-se a percepção dos papéis sociais, sobretudo os de médico e seus complementares; maior iluminação no campo [...] aumento da força de coesão do grupo – e por conseguinte da união, receptividade e continência na relação entre os participantes [...] que o teatro pedagógico seja conceituado como um método educacional que utiliza combinação das técnicas de teatro espontâneo, role-playng, jogos dramáticos e sociodrama. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

TEORIA DA MUSICOTERAPIA – O livro Teoria da musicoterapia: contribuição ao conhecimento do contexto não-verbal (Summus, 1988), do músico e psiquiatra argentino Rolando Benezon, trata de temas como termos de música, complementos sonoros e som-ser e humano-som, princípios fundamentais, princípio ISO, significado gestáltico, imprinting, objeto intermediário, musicoterapia didática, locais de trabalho, instrumental, corporal, natureza, natatórios, conceito de regressão, História de Marcelito, sessão de musicoterapia, reflexão em torno do contexto não-verbal, técnica, avaliação neurosonora-musical, tratamento musicoterápico do afásico, contribuição para neurosonorologia musical, entre outros assuntos. Da obra destaco os trechos: Na musicoterapia, procura-se o êxito em diferentes objetivos terapêuticos. Um grupo desses objetivos está relacionado com a percepção e expressão de emoções. [...] A musicoterapia é uma técnica de comunicação que utiliza o som, a música e o movimento como objetos intermediários; e que esses elementos pré-verbais e não-verbais permitem retroceder a comunicação a estados muito regressivos, que nos facultam reelaborar uma aprendizagem do paciente. [...] O primeiro grupo de objetivos está relacionado com a expressão de emoções e compreende: comunicação, reforço do sentido de identidade, contato com a realidade sua percepção, contato com o corpo como meio de expressão, contato com os próprios sentimentos, percepção e expressão da mensagem verbal. O segundo grupo de objetivos está relacionado com a linguagem falada e são imagem vocal, ritmo da palavra, relação melodia e palavra. O terceiro grupo de objetivos está relacionado com a estimativa psicomotora em geral e é focalizado a partir da percepção, memória, reprodução. [...] Os critérios de agrupamento levam em consideração: a capacidade de comunicação verbal e nã0-verbal do paciente; sua capacidade de perceber e interpretar a realidade; sua tolerância das tensões que surgem à raiz da sua afasia e dos sintomas que podem acompanha-la (exemplo hemoplegia); suas defesas egoicas ante as mobilizações produzidas pelas perdas que implicam a sua enfermidade. [...] Veja mais aqui.

ÁGATA E LA TEMPESTA – A comédia romântica Ágata e La Tempesta (Ágata e a tempestade, 2004), dirigida por Silvio Soldini, com roteiro do próprio diretor com Doriana Leondeff e Francesco Piccolo, e trilha sonora de Giovanni Venosta, conta a história de uma bela mulher que é livreira e que só oferece na livraria boa literatura e que se apaixona por um homem casado. Num clima de ambiguidade e redescobertas, ela põe à prova seus conceitos e sua atitude diante da vida. Trata-se de uma caricatura do diretor sobre a sua antipatia pela auto-ajuda e sobre crise de identidade da massa italiana, denunciando gurus e fórmulas mágicas de felicidade. Na película o destaque vai para versátil atris de teatro, cinema e dança Licia Maglietta. Veja mais aqui.






















IMAGEM DO DIA

Hoje é dia do saudoso atleta medalhista olímpico e tetracampeão pan-americano no salto triplo e no salto em distância, João Carlos de Oliveira, o João do Pulo (1954-1999)


Veja mais sobre:
Em mim a vida & o estouro dos confins de tudo, Corpus Hermeticum de Hermes Trismegistus, Ísis sem véus de Helena Blavatsky, O jardineiro do amor de Rabindranath Tagore, a música de Kitaro, a arte de Ewa Kienko Gawlik, a fotografia de Jovana Rikalo & Tataritaritatá no Encontro dos Palmarenses aqui.

E mais:
E num é que a Vera toda-tuda virou a bruxa das pancs na boca do povo, Iluminações de Walter Benjamin, Os bruzundangas de Lima Barreto, Marxismo & literatura de Cliff Slaughter, a música de Guiomar Novaes, a pintura de Pedro Sanz & Sara Vieira, a arte de Paolo Serpieri & Tataritaritatá na Gazeta de Alagoas aqui.
Vamos aprumar a conversa: responsabilidade dos pais & da família, O amor e o ocidente de Denis de Rougemont, As recordações de Isaías Caminhas de Lima Barreto, a música de Stevie Wonder, a poesia de Murilo Mendes & Raimundo Correia, o teatro de Friedrich Schiller, o cinema de Nelson Pereira dos Santos, a coreografia de Martha Graham & a pintura de Georges Braque aqui.
Vamos aprumar a conversa, O homem, a mulher & a natureza de Allan Watts, Amar, verbo intransitivo de Mário de Andrade, a poesia de Pedro Kilkerry & Augusto de Campos, Amor de novo de Doris Lessing, a música de Christoph Willibald Gluck, o teatro de Machado de Assis, Eurídice, o cinema de Walter Hugo Khouri & Vera Fischer, a escultura de Joseph Edgar Boehm, a pintura de Jean-Baptiste Camille Corot & a arte de Patrick Nicholas aqui.
A responsabilidade do agente político, excesso de poder & desvio de finalidade aqui.
As trelas do Doro: olha a cheufra aqui.
Fecamepa: quando embola bosta, o empenado não tem como ter jeito aqui.
A vida dupla de Carolyne & sua cheba beiçuda, Psicologia da arte de Lev Vygotsky, a poesia de William Butler Yeats, a música de Leonard Cohen, a pintura de Boleslaw von Szankowski & Raphael Sanzio, o cinema de Paolo Sorrentino & World Erotic Art Museum (WEAM) aqui.
Divagando na bicicleta, Dulce Veiga de Caio Fernando Abreu, Os elementos de Euclides de Alexandria, O teatro e seu espaço de Peter Brook, a música de Billie Myers, a fotografia de Alberto Henschel, a pintura de Jörg Immendorff & Oda Jaune aqui.
A conversa das plantas, a poesia de Cruz e Sousa, Memória das Guerras do Brasil de Duarte Coelho, Arquimedes de Siracusa, a música de Natalie Imbruglia, Orientação Sexual, a arte de Hugo Pratt & Tom 14 aqui.
Leitoras de James leituras de Joyce, a literatura & a música de James Joyce, Ilustrações de Henri Matisse, a fotografia de Humberto Finatti & a arte de Wayne Thiebaud aqui.
Incipit vita nuova, A divina comédia de Dante Alighieri, Raízes árabes no sertão nordestino de Luís Soler, a música de Galina Ustvolskaya, a pintura de Paul Sieffert, Ilustrações de Gustave Doré, a arte de Jack Vetriano & Luciah Lopez aqui.
E se nada acontecesse, nada valeria..., Agá de Hermilo Borba Filho, Fábulas de Leonardo da Vinci, As glândulas endócrinas de M. W. Kapp, a música de Tomoko Mukaiyama, Compassos Cia de Danças, a pintura de Bruno Di Maio & Madalena Tavares, a arte de Eric Gill & a xilogravura de Perron aqui.
Fecamepa – quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
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