segunda-feira, maio 26, 2025

CAN XUE, EVANGELINE GRAHAM, KANANDA ELLER & ARTE NA ESCOLA

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Mémoire Vivante (Berimbau, 1995), La Trinidad (Buda, 2010) e Le Sens Des Sens (Buda, 2023), da premiada violeira e violonista francesa, Fabienne Magnant, que é professora do Conservatoire Départemental d’Evry Centre Essonne, em París, França.

 

Uma carta na dobra do antimeridiano... - Rodagem de Serro Azul de um anuário qualquer – pouco importava AEC, EC, ou AM, PM, ou mesmo outra sigla do efêmero, bastava o instante, o triz. E o céu mais anil carregado de esperanças. Às margens o festival da diversidade atlântica dos arvoredos, com fruteiras robustas ao alcance da mão, ornada pela sinfonia de gorjeios numa festa primordial. A brisa trazia o chamado do Pacífico porque seguia filho do Leste, a alma perdida nos passos transgressores pássaros varridos de pavores pelas léguas do medo quase treva, no tempo latejante das travessias inacabadas. Ouvi o meu nome, voz de mulher. Entre os galhos floridos, dois olhos acesos e a impressão de que fora finalmente fisgado por implacável Súcubus imprevisível ou oceânida errática que preferia atravessar meu caminho. Não, não era. Quedei-me sustando a respiração, mirei firme e a sua aura resplandecia doces olhos das coisas simples e intacta ternura. Em sua mão silenciosa nascia o dia como se me perdesse num vasto suspiro de porvires sobre os ossos da memória. Apontou-me a morte como uma bruxa nua consumida pelas chamas no patíbulo do outeiro. Ao lado do seu sacrifício uma pedra inventava os dias de Data, eclipses, arco-íris. Deu-me a impressão que jamais morresse de tão orvalhada com o cheiro de maresias, amanheceres e suores. Era dia já quase meio e foi preciso ali tão perto vespertino milagre. Seu nome? Iaravi, Selenita, ou outros nomes do afeto, da minha predileção ocasional. E logo anoitecia como num passe de mágica. Os meus versos eram perguntas sem respostas, apenas a revelação: ela dormia cúmplice dentro de mim parindo estrelas na satisfação inédita de correr ao encalço delas. E me lavou torrenciais chuvas cantantes irrigando o chão dos mortos e das desventuras vivas pelas correntes dos rios intermináveis. E me levou aos ventos seculares que varriam triunfos e derrocadas insulares por vastidões infindas. E aqueceu o meu ser afugentando o caos na vitalidade da Luz para a plenitude do Amor. Já era outro dia e ali eu era o que nunca fui. E ela, quem? Fazia pouco caso dos mortais que a tratavam por Deus há milênios, pretéritos equívocos. Só sei ali perto, entre sonhos aéreos, o arrebatado poema saltou da missiva para que a vida fosse uma canção renascida a cada dia. Quem escreveu a missiva, em mim, a vivência de leitor. Até mais ver.

 

Julia Ward Howe: É sempre legítimo desejar superar a si mesmo, nunca superar os outros... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Lea Goldberg: Sento-me horas sem nome / diante da árvore cujo nome eu sei. / Às vezes penso sem nome / naquele cujo nome eu não sei... Veja mais aqui e aqui.

Alfonsina Storni: Você, que abriu sóis em meu coração... Veja mais aqui.

 

PROBLEMA MITOCONDRIAL

Imagem: Acervo ArtLAM.

EU - Foi uma longa viagem até o Kansas para o homem / e seu cachorro, mas você tem que entender / Ele disse que ela não voa. / O que não me lembra de cagar no carro / latindo ou choramingando, mas um cão que escolhe / não fazê-lo, assim como todos os cães que voam / talvez o que eles estejam sonhando quando estão deitados no tapete ou na grama, / com galhos estendidos, prontos para levitar a qualquer momento / como aquela figura na pintura de Florine Stettheimer de um / piquenique de aniversário para Marcel Duchamp, um homem de terno que mente de bruços / - no gramado amarelo com a / determinação firme de quem está prestes a decolar.

II. - O cachorro da família já não está nada / bem há dez dias, nossa mãe menciona no chat do grupo. / As filhas dela estão em outros países e às vezes, / quando não há novas mensagens, ela posta uma foto do cachorro / cujo rosto está sempre triste. Nosso pai diz: Você tem que entender que / o cachorro tem um problema mitocondrial / é por isso que ele continua procurando corpos / d'água para se jogar nos observando tristemente por que ele não consegue trabalhar / mais do que um fio de urina, por que nossa mãe espera / por sua morte repentina. Nosso pai me diz / Você e eu não somos tão loucos quando se trata de animais / olhe para o resto desta família.

III. - Em cães e mulheres, etc., as mitocôndrias geram / energia para diferentes funções celulares: / uma espécie de ambição ou impulso de uma célula / transmitido pela linha feminina. Florine e as irmãs Ettie / Carrie, solteira, morava com a mãe, rica, uma de nove / irmãs, uma espécie de fortaleza / mitocondrial. No piquenique / Marcel chega em um carro esportivo vermelho-tijolo / como dois troncos de árvore, é seu trigésimo aniversário! Mais tarde na vida / Carrie usava tiaras e / coleiras de cachorro com joias. Por definição, DNA mitocondrial / é um ponto de diferença entre filha / e pai. O Sr. Stettheimer partiu para a Austrália.

IV - Ou talvez o motivo do cachorro estar doente: todo mundo está / alimentando ele secretamente. Nossa mãe diz que ele é tão popular / As pessoas / ligam para perguntar se ele quer dar uma volta. / Sinto muito, diz nossa mãe, ele está fora agora, mas acho que ele está livre / Amanhã. Até agora, só o nosso pai entrou na chamada em grupo. / Ele liga o vídeo para me mostrar o jardim ficando mais pixelado. / a cada passo, quando duas meninas tímidas entram no vídeo / e perguntam se podem pegar o cachorro emprestado. Duas irmãs: nosso pai / me contou tudo sobre elas, as meninas da rua, ele as chama de / maneiras adoráveis. Nossa mãe diz: "Você tem que entender uma / o vizinho compra xampu e calcinhas para as meninas e / todo mundo as alimenta secretamente.

V. - As meninas da rua gostariam de pegar o cachorro emprestado, mas / a irmã mais velha também se apresenta determinada / Encontramos este pássaro com a asa quebrada. Ela o segura / enrolado em uma folha de uva. Desculpe. / As meninas dizem ao meu pai que não podemos fazer nada. Então ele pergunta / como se só eu pudesse ouvi-lo. Será que fui muito duro? / Espere, eu digo, por que você não dá a eles uma caixa de sapatos / e água com açúcar em um conta-gotas como quando eu encontrei o bebê? / Tordo dentro do macrocarpa cortado, / sem mãe. Mas não morreu?, ele me pergunta. / Sim, eu disse. Morreu durante a noite. Mas / cuidei dele a tarde toda.

Poema da escritora, editora e artista neozelandesa Evangeline Riddiford Graham.

 

DOUTOR DESCALÇO - [...] Este jovem era meditativo, indeciso e cheio de remorso. Naquela época, Gray trabalhava no jardim de ervas da Sra. Ti e lia alguns livros de medicina nas horas vagas. Mas ainda não havia decidido se tornaria um médico descalço. Gostava de ervas, medicina chinesa, acupuntura e do cheiro forte da farmácia. Mas não gostava de pacientes e achava que as pessoas doentes tinham falhas de caráter. Acreditava que eram as falhas de caráter que deixavam as pessoas fisicamente doentes [...] A Sra. Yi lentamente descobriu o que causava a doença nos aldeões: algumas pessoas adoeciam devido a dificuldades na vida. Faltava-lhes tempo e condições adequadas para proteger a saúde. Mas a maioria não tinha vidas particularmente difíceis. Adoeciam porque ansiavam por algo. Muitas vezes, queriam alcançar um certo nível de sucesso em seus empreendimentos. Embora não conseguissem explicar o que era sucesso, todos o entendiam. A comunicação entre si estimulava todos a exigir mais de si mesmos. O que quer que estivessem fazendo — agricultura, fabricação de tofu, cabeleireiro ou construção de casas — os aldeões trabalhavam tanto dia e noite que sua saúde se deteriorava gradualmente. Foi somente depois de envelhecerem que começaram a se preocupar com a saúde [...]. Trechos extraídos da obra Barefoot Doctor (Yale, 2022), da escritora chinesa Can Xue (Deng Xiaohua), que no livro Love in the New Millennium (Yale, 2018), ela expressou que: [...] Não o mundo inteiro, estou sempre vagando por perto. [...] Os vasos... cabem pombas. O vaso parece pequeno quando, na verdade, é enorme por dentro — enorme a um ponto que não podemos imaginar, então precisamos de um avaliador de tesouros como você para medi-lo [...] Eles não têm a nossa sorte, ainda não viraram história. É preciso sofrimento e espera. [...]. Ela também é autora das obras Os Sapatos Bordados: Histórias (2015), Vertical Motion (2011), Frontier (2008) e Blue Light in the Sky & Other Stories (2006). Veja mais aqui.

 

DEUSA CIENTISTA - [...] a ciência é uma ferramenta social que busca se aproximar e descrever a realidade – e não tem como fazer isso sem estar próximo a ela. É muito importante que esta realidade também esteja próxima do que a ciência produz, ou seja, é uma via de mão dupla. [...] A divulgação científica é uma área muito generosa da ciência, mas ainda muito julgada pela própria academia, que se coloca em um pedestal de distanciamento da população. [...] Neste sentido, a divulgação científica tem o papel fundamental de incentivar pessoas, trazer autoestima, mostrar como é atuar na ciência. Até porque as pessoas ainda têm uma visão um pouco irreal do que é produzir conhecimento científico. [...] Acredito que a gente pode aproximar as pessoas da ciência, e facilita muito se for feito um trabalho conjunto, da sociedade, usando bem meios como a televisão, que ainda atinge um grande público. [...] Sempre gostei muito de estudar, mas sou movida também pela transformação social, e as discussões ambientais sempre mexeram muito comigo. Sempre estive em escolas associadas a projetos de transformação ambiental, de impacto positivo na natureza, e de trazer resoluções para o meio ambiente. [...]. Trechos da entrevista Kananda Eller: divulgar ciência para transformar o mundo (ScienceArena, 2024), concedida pela química e cientista ambiental Kananda Eller (Kananda Eller Souza da Paixão), mais conhecida como Deusa Cientista.

 

A ARTE DE MAURÍCIO MELO JÚNIOR

[...] Foi na primeira infância, em Palmares. Não sei precisar o momento exato, quando me dei conta já tinha me tornado um leitor compulsivo. E lia tudo que me chegava: gibis, poesia, romances, tudo de interessante que encontrava nas prateleiras da banca de revistas de seu Odilo e na Biblioteca Fenelon Barreto, sob a tutela de dona Jessiva. Gostava de dizer que comecei a ler por ser péssimo jogador de futebol. Enquanto os meninos da rua iam jogar, eu ficava em casa lendo [...].

Trecho da entrevista concedida pelo escritor, jornalista e crítico literário Maurício Melo Júnior. Veja mais aqui, aqui & aqui.

&

ARTE NA ESCOLA – LER BEM

Esta edição é dedicada aos professores Fátima Portela, Luciana Girlan & Wellington Batista da Silva. Confira aqui, aqui & aqui.

 

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segunda-feira, maio 19, 2025

JAMAICA KINCAID, JEWEL KILCHER, ELIANE BRUM & MARCOS NANINI

 

Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Villa-Lobos Piano Music (8 Vols. Naxos, 1999/2008), da pianista Sonia Rubinsky.

 

Um dia e outro, qual amanhã...Dá licença, faça um favor! Chegue mais perto, sim? Dê-me sua mão nessa rua... E vamos pela manhã: o dia não espera por nós. Vamos pela tarde, a vida é uma lembrança perdida nos olhos. Vamos pela noite: há tempo de sobra para ainda ouvir a canção porque em nossas mãos o mundo é nosso. Vamos. Uns dias às carreiras da correnteza, noutros a chatura do vagar das coisas mansas quase paradas. É a vida e não só isso. A vida não é só isso não. Para onde ir, pra que lado pender, pelo menos um copo d’água gelada, por gentileza. Quem sabe minhas chagas sejam a sua dor e as dores dos outros, doutras mais fundas que há milênios nos fazem doer e chorar. Melhor acender o Fogão e frever no passo, né não? Dias pendurados na memória, dias esquecidos redivivos... Tudo passa. De longe as luzes dos postes são vagalumes em fila parados no ar. Os faróis são relâmpagos nas paredes. Os motores são trovões poluentes sufocando e ouço quem assobiava uma modinha tarde da noite, não sei, porque ouvi pisadas, um disparo, parece: alguém foi desta para melhor. Dias que ficaram dos idos sem fim... Reapareceram os que levam o nariz no umbigo e tudo de novo: quem mandou mexer com quem tá quieto? Se servir de consolo: vá se foder! Vamos vivendo pelos sonhos espiralados com imagens desbotadas de séculos reiterados do genocídio. A rua agora é uma serpente dançante reluzindo nuvens explosivas, meu chão é todo mundo e o mundo todo. De canto a recanto e tudo tem uns dias de chuva, outros de sol. A gente tem de mudar de preferências, de condução, avalie. Fui aprendendo com o tempo a ficar só, a me virar comigo mesmo e do jeito que der. Hoje os meus estão todos no cemitério, os que sobraram estão por aí e quase não sei, passaram os últimos... O que restou das matas, dos canaviais, das queimadas, repinicado dos violeiros, motes e glosas dos repentistas. Hoje é tudo muito brega com suas devoções cegas, com suas orações exaltadas e o que há para comer de enlatados e pré-cozidos, outros sonhos comprados nos supermercados, farofada na praia domingueira, bater perna pelo asfalto abrasado, olhares que seguem os automóveis e as fotos nas redes sociais. Os posudos endinheirados ninguém sabe como enriqueceram de uma hora pra outra, da noite pro dia. São só os queimas de estoques nas promoções do comércio e na zoada dos carros de som, a última moda, está tudo caro e custando os olhos da cara nas prestações intermináveis. E as recepcionistas vistosas para portabilidades infindas de amigo, de bancos, de telefônicas, de afetos e até de cara e cabelo, do que quiser e mudar de casa, de bairro, de condomínio, tudo muda, é só ligar a tevê, esquentar no micro-ondas, matar a barata, besouros infernais, jatos de inseticida, onde a pressa escondida atravessa a ponte, quem sabe, sobe ladeirão, desce pelo calçadão, aproveita o sinal aberto, pé na bunda... Desde criança que falo sozinho, as árvores, os bichos e outros eus com as paredes, coisas, sonhos de olhos abertos, acordados farrapos pelas noites roucas e resistem ao amanhecer, inevitáveis acordes de um redemoinho irisado, dramáticos arrependimentos de auroras nubladas. Estamos todos desorientados, doidos varridos, tontos aloprados. Quantos não lubrificaram seus cumbucos na dor de cotovelo de suas xués paixões, hem? Tá. Urdi invenções de desejos preteridos na palavra arredia, indomável, fugidia da semeadura dos meus pais e escapuli pro esvaziamento dos simulacros. Removi dos olhos as montanhas amedrontadas e desliguei os pavorosos motores para que a vida ecoasse Sol na alma e eu me sentisse livre da fuga humana, a sorrir da fortuna dos meus infortúnios. Só queria caraminholar ao léu como um cabrito solto no berro lá, bezerro mugindo sol, sapo coaxando si, deformado pelo dó, inconformado com o ré, desconforme de mi, a loucura vigente sou, cão desgovernado por sustenidos e bemóis desentoados. Meu coração pulsa aventureiro do escambau no oco do mundo como se fosse o núcleo da Terra prestes a explodir se estendendo por raízes e rizomas nos talos e todos os troncos pelos galhos de todas as folhas e flores, dos frutos que saltam no abissal instante dos ventos nos bicos dos pássaros, o polém que os zangões semeiam do grão de tudo, inutescência de nada. Rabiscado de catataus na barba maluca sou o cafuzo das mamelucas na minha pele de macuco. O que voga: o muro é só pro exercício do pulo com a visita da saúde e a hostilidade correndo frouxa à revelia preu pegar o beco, porque machucava os inutensílios, a música papulá e o que não vale um xis. E futucava caloteiros porque sempre só comigo mesmo, qualquer hesitação podia ser letal. O caduco aos agradinhos engabeladores pela pinoia, xingado, praguejado, tanto um como outro, tudo passa e a arte fica nua. E a poesia um arroz no prato com feijão e quitutes comestíveis feitos pela vó, cada casa é uma sombra de paiol arruinado. E se perdeu a condução, vai na outra, a fila do caixa, os preços subiram de novo, putzgrilla! Nunca mais viu-se o sol da manhã, faz tempo que não se aprecia o fim de tarde, só a moda da atriz, o galã da vez, o último sucesso das paradas, cair nas quebradas, dar um rolê, o que importa é estar empregada, sindicato pra quê, votar mesmo pra quê, tanta coisa pra quê? O padre falou o que o pastor disse, valha-me, Jesus! A urgência do instante, agora ou já! Não há pra depois! E não abrir mão de insinuar: se Deus quiser, dará! Vou de primeira, de segunda, de terceira e o que mais der na cabeça num zunzunzum, no corpo um chamego bom que ninguém de ferro. Preste atenção! Prestenção! Acode, cruz-credo! E como curar as chagas da fé? Um comprimido, cápsula, drágea, tem na farmácia e farmácia tem em tudo quanto é lugar, em todo canto. Estamos mesmo doentes demais, doentes de doer. Tem de cuidar da vista, de ir ao dentista, à manicure, fazer o cabelo, os mesmos, as mesmas semanas, os meses, os mesmos últimos anos, um barulho ensurdecedor e é só dobrar a esquina ou trocar de roupa a saborear tudo datado, não o prato frio, pra uns está sempre quente como se fosse a primeira vez, o impacto da primeira vez. Também tenho tudo e o que não quero, muito inventei. O que vi e o que li está no Tataritaritatá. Salve terra boa, mãe de todo vivente (de coisas que parecem até estarem vivas, de gente que só quer trempe e geme por manha e até por não ter o que fazer, nem preste para tal). Nasci na beira do rio e nele aprendi o que nem se ensinou: pra descer, vento e correnteza; pra subir, tem de nadar. Inventei outras tantas coisas, muito além do céu por limite, subterrâneo da maior fundura. Coisas que vi e amei, doutras nem sei o que é que diga - do raso nunca quis, todos os lados. Do alto pra baixo, do fundo pra cima, viscerais sucatas, cascatas viris e vitais. Tenho de ir embora, não importa o que vivo agora. Só tenho este instante, pouco importa o que passou ou virá. Meu nome é nada e tudo perece a cada momento a morrer. A vida é o meu circo, a poesia o meu pão. Até mais ver.

 

Mary di Michele: O inverno é longo demais para o meu gosto. Prefiro as estações intermediárias, as temperadas. Adoro maio, quando tudo floresce ao mesmo tempo aqui, incluindo os bordos com suas flores verde-ácidas; as florezinhas cobrem as calçadas... Veja mais aqui.

Rebecca Goldstein: Se você não se esforça, ou se seus esforços não valem de muita coisa, então é como se você nem tivesse se dado ao trabalho de aparecer para a sua existência... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Jenny Odell: Estou sugerindo que protejamos nossos espaços e nosso tempo para atividades e pensamentos não instrumentais e não comerciais, para manutenção, para cuidado, para convívio. E estou sugerindo que protejamos ferozmente nossa animalidade humana contra todas as tecnologias que ignoram e desprezam ativamente o corpo, os corpos de outros seres e o corpo da paisagem que habitamos... Veja mais aqui.

 

TRÊS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

EU NÃO ESTOU AQUI - Eu não sou daqui \ Meu cabelo cheira o vento \ e está cheio de constelações, \ E eu me movo sobre este mundo \ com uma descrença saudável. \ E eu me aproximo dos meus dias e do meu trabalho \ Com a consequência vaporosa \ Um toque que é translúcido, \ Mas pode violar a pedra.

PAIXÃO - A paixão é um estranho \ - Uma coisa. \ Uma criatura óssea fina com a alimentação de si mesma. \ É viciado não em seu assunto, mas em sua própria fome vã. \ E precisa apenas de um rosto bonito para alimentar sua imaginação desenfreada. \ É sofá húmido e palmas suas. \ São tapetes carnudos em chamas com conquista. \ Mas quando a conquista é completa, \ O sangue deixa seus membros e fica desencantado. \ Decepcionado até mesmo ao ponto de nojo \ com seu sujeito, que se senta então, como um tronco oco, \ Esvaziado da sua preciosa carga \ e deixado para desaparecer como navios de guerra derrotados. \ Uma semente aliviada de sua casca transparente, \ para se dissolver finalmente em uma língua áspera e impaciente.

AO ENTRAR NA MINHA VAN - Alegria, pura alegria, eu sou \ O que eu sempre quis \ Para crescer e ser \ As coisas estão se tornando \ Mais de um sonho com \ A cada dia de vigília... \ As sobrancelhas pesadas da vida diária \ Estão a ficar incrustados \ com brilho e o dedo agitramador \ A consequência é \ Começando a rir \ Homens velhos mal-humorados \ Tenha as asas \ Queimaduras esportes Halos \ e embotamento do dia-a-dia \ Já começou a respirar \ Como eu me lembro do \ Incrível leveza \ de viver.

Poemas da poeta, cantora, compositora e atriz estadunidense Jewel Kilcher, autora da obras livros A Night Without Armor (1998), Chasing Down The Dawn (2000), Chasing Down The Dawn PV (2001), Angel Standing By (1998), Heart Song (1998), Pieces Of Dream (1999) e Never Broken (2015), entre tantos outros.

 

AUTOBIOGRAFIA - A raça não é muito interessante para mim. O poder é. Quem tem poder e quem não tem. A escravidão me interessa porque é uma violação incrível que não parou. É preciso falar sobre isso. A raça é uma diversão... Eu realmente não entendia o racismo porque cresci em uma sociedade totalmente negra, então eu não vi como era possível não gostar de mim!... Estou tão acostumada a ser mal interpretada... Uma das coisas que a leitura faz, torna sua solidão administrável se você é uma pessoa essencialmente solitária... Pensamento da escritora de Antíqua e Barbuda, Jamaica Kincaid, autora da obra The Autobiography of My Mother (Farrar Straus Giroux, 2013), no qual expressa: […] Não importa o quão feliz eu tenha sido no passado, não sinto saudades. O presente é sempre o momento que eu amo. [...] O passado é uma sala cheia de bagagem e lixo e, às vezes, coisas que são úteis, mas se são realmente úteis, eu as guardei. […]. Já no livro Generations of Women: In Their Own Words (Chronicle Books Llc, 1998), assinalando que: […] O que eu não escrevo é tão importante quanto o que eu escrevo [...]. Ela também é autora das obras The Best American Essays (1995), Lucy (1990), A Small Place (1988), At the Bottom of the River (1983), entre outros.

 

BANZEIRO ÒKÒTÓ - [...] uma das experiências de alegria mais importantes que vivi. Alegria da partilha, alegria por ser liberada de precisar explicar o tempo todo por que não podemos destruir a única casa que temos, alegria por encontrar um lugar no sem lugar do mundo. Alegria por pertencer, eu que vivo despertencida [...] Não aconteceu de repente. Foi acontecendo. Ainda acontece. Nunca mais vai parar de acontecer, acho. A Amazônia não é um lugar para onde vamos carregando nosso corpo, esse somatório de bactérias, células e subjetividades que somos. Não é assim. A Amazônia salta para dentro da gente como num bote de sucuri, estrangula a espinha dorsal do nosso pensamento e nos mistura à medula do planeta. Já não sabemos que eus são aqueles. As pessoas seguem nos chamando por nossos nomes, atendemos, aparentemente estamos com nossas identidades intactas — mas o que somos, já não sabemos. O que nos tornamos não tem nome [...]. Trechos extraídos da obra Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do Mundo (Companhia das Letras, 2021), da escritora e jornalista Eliane Brum, que no livro Brasil, construtor de ruínas: Um olhar sobre o Brasil, de Lula a Bolsonaro (Arquipélago Editoria, 2019), ela expressou: […] Podemos concluir que, no senso comum, a infância não foi inventada para todas as crianças [...] E assim, com os males reais sendo invisibilizados e apagados, tudo continua como está. E aqueles que gritam seguem cimentados na mesma posição na pirâmide social. [...] Mesmo que isso não seja óbvio para todos, é a arte que expande a nossa consciência mais do que qualquer outra experiência, justamente por deslocar o lugar do real. Ao fazer isso, ela amplia a nossa capacidade de enxergar além do óbvio. [...]. No livro Meus Desacontecimentos: A História da Minha Vida Com as Palavras (Arquipélago, 2017), ela expressa que: [...] É este afinal o sentido da literatura da vida real. Ou pelo menos um deles. Tentar amalgamar pela linguagem o que foi separado pela carne. Mas a palavra é desde sempre insuficiente para abarcar a vida e aquele que escreve se condena ao fracasso. [...] Escolhi viver sem fronteiras definidas, nações não me interessam, limites só me importam os da ética. Tenho um coração andarilho, um corpo mutante, uma mente transgênera. [...]. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

A ARTE DE MARCOS NANINI

[...] Sou do Recife, com orgulho e com saudade, como dizia o Frevo nº 3, e gosto muito de pitombas! Essa é minha característica... [...] Teatro é minha vida! Porque logo que me entendi como pessoa, eu quis fazer teatro. Quando tinha teatro na escola, achava aquilo muito interessante! Ali não tinha profissionais da área, mas adorava aquela situação de fazer uma peça. Eu quis muito fazer isso dali por diante e é o que eu tenho feito até hoje. Eu já vivi muitas vidas graças ao teatro [...] O teatro tem um ponto. É uma referência grande para mim, pois ali começou tudo. Os outros eu tive que me adaptar. Porque quando fui fazer televisão, era tudo diferente. Aí fui observar, entender, compreender aquilo tudo. Só então, fiquei mais à vontade. A mesma coisa aconteceu com o cinema, porém gosto dos três. Até porque não gosto quando me falta um deles para fazer [...].

Trechos da entrevista Nanini, com orgulho e com saudade (Viver – Diário de Pernambuco, 2024), concedida ao jornalista Robson Gomes, pelo ator, autor, produtor teatral e dramaturgo Marcos Nanini (Marco Antônio Barroso Nanini), que teve sua biografia O avesso do bordado: Uma biografia de Marco Nanini (Companhia das Letras, 2023), publicada pela premiada jornalista, roteirista e professora universitária Mariana Filgueiras. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

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Dareladas – a arte de Darel Valença Lins aqui.

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segunda-feira, maio 12, 2025

DEBORAH LEVY, OLGA MARTYNOVA, ALEXANDRIA VILLASEÑOR & MARIANNE PERETTI

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Anima (CGD Leste-Oeste, 1997), Stanze (BMG, 1992), Ama (Sony Music, 2002), Sozinho (EMI Classics, 2006), Instanti (Egeu, 2009), Le mie corde (Sony Classical, 2013)) e Stanze (Decca, 2014), da harpista, compositora, cantora e escritora italiana, Cecilia Chailly, com composições próprias e partituras originais de Ludovico Einaudi.

 

A vida passa e já vai longe... – Bati o pé e cá comigo: não perdi o paraíso, mesmo que nada mais fosse que um sobrevivente dos abismos pela deslizante dança dos dias. Confesso: escapei pelas frestas de todas as espessuras, no meio dos gritos da noite e disparos de rumores, sequer governei a mim mesmo. Comia distância para extirpar meus demônios, sei lá como! Até prova em contrário, só me restava o brilho do sete-estrelo quando dava o ar da graça, com todas as dúvidas pro acerto, todos os beijos pra celebração, todas as vontades pro arrependimento e todos os passos pra consumação. Nada mais insignificante para quem fugia da persistente ameaça da miséria, célere mais que veemente no encalço da esperança e deleite das coisas, com promessa de reservar pragora o melhor que sempre ficou pra depois. E de repente corresse o fogo até as cinzas arremessadas aos ventos desatados, caindo nas chuvas pelas ondas empinadas das correntes marítimas, arrebentando na areia a lamber a Terra para que desse frutos sem que precisasse semear. Coisa mais sem graça, o mundo é tão cedo como diverso e se fizesse tão belo mesmo escorregando pela encruzilhada das horas e desse ali o não sabido, com uma topada no quatrivium da talmúdica Asmodéia – a rainha esquecida de Sodoma e do avéstico Aeshma deva de Zoroastro, arrastando o alarido de seus zis amantes. Dei de cara com a lascívia de suas 7 formas e tremia mais que vara verde com a ira de sua luxúria, as tentações de compradora de Sombras. Era a senhora dos descaminhos, dava fé, e com ela a solidão gemia e o escuro jamais teria fim. Caçou-me brincante às suas jornadas para me jogar no mar do esquecimento. Mesmo refém, não perdi minha sombra porque nunca venderia a alma ao diabo, escapulia. A alma avessa não dizia meu nome, judiava do meu pesar. Ao me caçar perdeu o sono e não arrastaria as malas na viagem em vão: apossou-se da minha flauta de Pã e, vingativa, nela extraiu a dulcíssima canção dos seus desvelos. Silenciei ao cabo de instantes sucessivos, sem que houvesse repouso: ela dominava meus sentidos e me fez pervertido insone a perseguir de seus meneios e passos. Quantas tentativas ousei a malograr diante da ameaça de ser corroído pela metástase de seus feitiços: muros desabados, fortaleza vulnerável. Nada perdi porque nunca tive e muito menos sei o que vou achar daqui pra diante. Mas não há nada para sempre assim e a palavra prévia suscitou a chance: a sorte antiga debelada ressuscitou e interviu shamir em meu socorro – como poderia, mesmo menor que um grão de cevada, quebrou todas as pedras, ferro e diamantes, chamou-me a atenção aos baques repetindo insistentemente: Ubuntu! Ubuntu! Não atinava, precisei de muito tempo para assimilar: eu só sou porque você é... Assim me salvei, acho, a vez do chega pra lá e peguei na virada - como se ela desencantasse e comigo servisse: a humanidade para todos. Um dia e outro não é sempre igual, já passou. E passará. Até mais ver.

 

Leonora Carrington: Quem pode dizer: um Deus para todo o universo? Acho que deve haver milhões de deuses! E nem todos são muito gentis... Veja mais aqui, aqui e aqui.

Mônica Martelli: Escolher é renunciar. Se opto estar aqui, não vou poder estar lá. Uma vez feita a escolha, tem que ir com tudo, tem que pisar fundo... Veja mais aqui.

Tina Fey: Não desperdice sua energia tentando mudar opiniões... Faça o que você faz e não se importe se eles gostam... Veja mais aqui.

 

QUATRO LONGOS MINUTOS

Imagem: Acervo ArtLAM.

1 - Quatro longos minutos a andorinha riu dormindo (as noites são curtas aqui) e murmurou e suou sob a asa, então ela suspirou e voou para longe a negócios. — as poupas cortam o ar com seu semicírculo - (sul), - a manhã do queijo cottage continua sem data - (de repente). Quatro longos minutos a chuva soltou e escondeu suas garras, e Chvirik ouviu: la-la, a música caiu de folha em folha, caiu e flutuou para longe (desapareceu). — é hora de revelar como ele é, Chvirik: - Ele não tem um terno decente. - toc-toc, diz o pássaro, o outro responde: piar, - O que Chvirka realmente está pensando?

2 - Mas a questão é que Chvirik não é um pássaro.

3 - Ele quer escrever algo, e o caderno se desfaz. Três longos minutos – e aquele caderno desapareceu. Em dois minutos a floresta desmoronou, tornou-se lixo, pó, nudez. Um minuto não foi suficiente para a subida íngreme, para derramar no pequeno lago lá de cima. Chvirik foi esse momento.

4 - Oh Chvirik, quando sou uma sombra sorridente fico envergonhado Eu deslizarei para este mundo, construído por nós em carne e osso (o que é estranho), voando pelas encostas das árvores, com sua vida presa na casca... - Oh Chvirka, não pense nisso, então vamos embora daqui. - Ó Chvirik, diga-me: sem engano? - Chvirka, oh minha chvirka! Os pássaros ouviram e começaram a rir: hee-hee. 0 E não existe tal minuto, e não há minuto, nem terceiro nem quarto, nem o primeiro nem o segundo.

Poema da premiada escritora russo-alemã Olga Martynova, autora de obras como Postup´yanvarskikh sadov (1989), Sumas`shedshiy kuznechik (1994), Chetyre vremeni nochi (1998), Frantsuzskaia biblioteka (2007) e Ó Vvedenskom. O Chvirike i Chvirke / Issledovaniya v stikhakh (2010).

 

CUSTO DE VIDA – [...] A vida desmorona. Tentamos nos controlar e nos manter firmes. E então percebemos que não queremos nos manter firmes. [...] Nunca deixarei de lamentar meu antigo desejo por um amor duradouro que não reduza seus protagonistas a algo menor do que eles são. [...] A liberdade nunca é de graça. Quem já lutou para ser livre sabe o quanto isso custa. [...]. Trechos extraídos da obra The Cost of Living: A Working Autobiography (Bloomsbury, 2019), da escritora e dramaturga britânica Deborah Levy, que na obra Hot Milk (Bloomsbury, 2017), ela expressou que: […] Confesso que muitas vezes me perco em todas as dimensões do tempo, que o passado às vezes parece mais próximo que o presente e muitas vezes temo que o futuro já tenha acontecido. [...]. Noutra de suas obras, a Things I Don't Want to Know (Hamish Hamilton, 2018), ela expressa que: […] Para me tornar um ESCRITOR, tive que aprender a INTERROMPER, a falar mais alto, a falar um pouco mais alto, e depois MAIS ALTO, e então apenas falar com minha própria voz, que NÃO É NEM UM POUCO ALTA. [...]. Na obra Swimming Home (Bloomsbury, 2012), ela observou que: […] A vida só vale a pena ser vivida porque esperamos que ela melhore e que todos cheguemos em casa em segurança. Mas você tentou e não conseguiu chegar em casa em segurança. Você não conseguiu chegar em casa de jeito nenhum. [...]. Por fim, na sua obra Pillow Talk in Europe and Other Places (Dalkey Archive Press, 2004), ela considerou que: […] Certifique-se de aproveitar a linguagem, experimentar maneiras de falar, ser exuberante mesmo quando não tiver vontade, porque a linguagem pode tornar o seu mundo um lugar melhor para se viver. [...].

 

GREVE PELAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS – [...] Minha geração sabe que as mudanças climáticas serão o maior problema que enfrentaremos [...] É perturbador que minha geração tenha que pressionar esses líderes a agir. Não vamos parar de fazer greve até que mais leis sejam aprovadas. [...]. Trechos do depoimento recolhido na matéria We won't stop striking': the New York 13 year-old taking a stand over climate change (The Guardian, 2019), em que a jovem ativista climática estadunidense Alexandria Villaseñor, faz um alerta de greve por conta das mudanças climáticas. Ela é adepta do movimento Fridays for Future, cofundadora da US Youth Climate Strike e fundadora da Earth Uprising. Durante a solenidade da Child petitioners protest lack of government action on climate crisis (UNICEF Headquarters, 2019), ela assinalou que: Estamos aqui como cidadãos do planeta, como vítimas da poluição que tem sido despejada descuidadamente em nossa terra, ar e mar por gerações, e como crianças cujos direitos estão sendo violados. Hoje estamos lutando. Há 30 anos o mundo nos fez uma promessa. Praticamente todos os países do mundo concordam que as crianças têm direitos que devem ser protegidos. E os países que assinaram o 3º Protocolo Facultativo sobre Comunicação se comprometeram a nos permitir apelar às Nações Unidas quando esses direitos estiverem sendo violados. Então é exatamente isso que estamos fazendo aqui hoje. Cada um de nós teve seus direitos violados e negados. Nossos futuros estão sendo destruídos. E na matéria New York’s Original Teen-Age Climate Striker Welcomes a Global Movement (de Carolyn Kormann, no The New Yorker, 2019), ela expressou: Vejo mais as estruturas que a sociedade criou. E é por isso que a minha geração teve tanto impacto no movimento climático. Estamos nos organizando fora das estruturas em que os adultos trabalham. Desde que me envolvi, vejo como o sistema está quebrado, e isso é uma das coisas que precisam mudar.

 

A ARTE MONUMENTAL DE MARIANNE PERETTI

[...] Enquanto houver um artista com talento e capaz de desenhar em tamanho real e artesão com sabedoria e paciência, teremos vitrais para iluminar nossa vida [...] Os grandes tamanhos me agradam, porque neles posso me exprimir com mais liberdade e sempre estou incorporando elementos novos e também diferentes dessas linguagens, uns aos outros, tudo com muita liberdade [...].

Trechos extraídos do catálogo da exposição A arte monumental de Marianne Peretti (Museu Nacional – Conjunto Cultural da República, Brasília, 2016), da vitralista e artista plástica Marianne Peretti (Marie Anne Antoinette Hélène Peretti – 1927-2022). Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

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ROMEU & JULIETA, COM ARAMIS TRINDADE

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HAN KANG, ALIZÉE DELPIERRE, KARINA SACERDOTE & RECIFE

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som de Apu: Poema Sinfônico para Orquestra (2017), Concertino Cusqueño (2012), Elegia Andina (2000), Esc...