domingo, novembro 27, 2011

GUSTAV SUITS, ELIANE BRUM, MARGARET FULLER, LAGERKVIST, EDUCAÇÃO & PALAVRA MÍNIMA

 

A arte do fotógrafo húngaro Cornell Capa (1918-2008). Veja mais abaixo.

 

DO FLERTE AO DESAPARECIMENTO - À memória de Maria Célia Corrêa (1945-1974) - Durante o intervalo ou nos horários vagos da faculdade, recolhia um livro e ia lê-lo no pátio, enquanto fumava. Havia sempre um olhar familiar em minha direção, aquele mesmo que cruzava comigo nos corredores das salas, ou onde quer que eu estivesse. Era ela, fascinantemente linda. Depois de tantos olhares e flertes, ela achegou-se e encostou-se ao meu lado: Você faz que curso? Letras. Eu faço Ciências Sociais. Ah, que legal! Entabulamos conversa: Você gosta de ler, né? É. Que livro é esse? É sobre o monadismo de Leibniz. Filosofia, legal. É. Você faz o que da vida? Estou bancário querendo ser escritor. Eu também sou bancária, vi você naquele curso de Finanças Bancárias, lembra? Lembro, claro. Do curso ou de mim? Fiquei sem jeito, não lembrava de tê-la visto lá, disfarcei. E puxou conversa. Todos os dias trocávamos olhares e impressões: Por que você é tão tímido? Flagrou minhas faces avermelhadas e caiu na risada: Não precisa ruborizar, menino, sou sua amiga, compreendo isso. Esses encontros aconteceram até o dia em que apareceu um apressado estudante de Medicina, a chamou do lado, conversaram exaltados, acho que discutiam e não se entendiam. Da forma como ele chegou, foi-se. Ela voltou-se para mim: Você deveria ir na viagem com a gente. Para onde? Pro Araguaia. Espantado, fitei bem seus olhos: E o banco? Vou embora para o Araguaia, quer ir com a gente? Sim. Mal respondi e ela já acertava o local e o horário da nossa partida na madrugada do dia seguinte. Tudo combinado, não conseguia pregar os olhos. Ao despertar, estava atrasado. Corri o mais que pude, perdi a condução e o possível futuro amor. Algum tempo depois soube que ela havia ido ao encontro do irmão no Araguaia e passou a se chamar Rosa. E como era o nome dela? Eu não sabia, era Célia. Agora, Rosa e, para mim, parecia prestes a aparecer a qualquer momento para finalmente atarmos o que nos ligava. Passou-se um ano, dois, outros, soube que se perdera dos companheiros e fora à casa de um tal Manoelzinho das Duas que tentou convencê-la a se render: Prefiro morrer do que me entregar. Estava curioso para saber detalhes a respeito, aí soube que o tal sujeito a atacou e ao dominá-la, entregou-a ao delegado de São Domingos. Sim, e daí? Na prisão viram-na amarrada, magra e suja. Como assim? Levaram-na para Bacaba. Onde é isso? De lá foi levada por um helicóptero, presa de olhos vendados e, ao aterrissar, recebeu a ordem de que andasse cinco passos em direção ao rio, com as mãos na cabeça. Centenas de tiros foram disparados. Como é que é? Nunca mais se teve notícias, dada por desaparecida desde então. Soube mais detalhes ao ler o livro Operação Araguaia, de Taís Morais e Eumano Silva, e depois, o A lei da selva, de Hugo Studart. Sequer imaginava uma desaparecida política, jamais foram encontrados seus restos mortais. Veja mais aqui e aqui.

 

A arte do fotógrafo estadunidense Cornell Capa (1918-2008). Veja mais aqui.

 

DITOS & DESDITOS - Tudo ao nosso redor está o que não entendemos nem usamos. Nossas capacidades, nossos instintos para esta nossa esfera atual estão apenas parcialmente desenvolvidos. Se você tem conhecimento, deixe os outros acenderem suas velas nele. A existência é uma verdade tão profunda: Sem o dual, onde está a unidade? Que toda mulher, que uma vez começou a pensar, examine a si mesma. Pensamento da jornalista e feminista estadunidense Margaret Fuller (1810-1850), autora do livro Woman in the Nineteenth Century (Dover, 1999), considerado o primeiro trabalho literário feminista nos Estados Unidos e associada ao movimento transcendentalista.

 

ALGUÉM FALOU: De pé no lugar do suplício, contemplava agora aquele que estava pregado à cruz do centro, sem poder tirar os olhos de lá. Não tivera a intenção de subir até ali, onde tudo era impuro e infecto, pois, quando se punham os pés naquela área de terra maldita, deixava-se nela qualquer coisa de si mesmo: podia-se voltar, forçado por impulso maléfico, para nunca mais sair dali. Crânios e ossadas jaziam espalhados pelo chão, ao lado de cruzes tombada, meio apodrecidas, não prestando mais para nada. Ninguém tocava neles. Por que permanecia ali? Não conhecia o crucificado e nada tinha que ver com ele. Que fazia no Gólgota, se tinha sido libertado? Trecho extraído da obra Barrabás (O Cruzeiro, 1963), do escritor sueco e Prêmio Nobel de 1951, Pär Lagerkvist (1891-1974). Veja mais aqui.

 

A DOR DA TORTURAMinha filha nasceu em setembro de 1976, durante o Governo Geisel. Eu tive de fazer o parto num hospital privado, fiz uma cesariana, sofri muita pressão. Eles diziam que tinha de fazer como na Indonésia: matar os comunistas até a terceira geração para eles não existirem mais. E depois, a entrega da minha filha foi muito difícil. Eu a entreguei para a minha sogra, pois minha família estava toda no exílio. Foi a pior coisa da minha vida, a mais dolorida. A separação de uma criança com três meses é muito dura para uma mãe, é horrível. É uma coisa que nunca se supera. É um buraco. De toda a minha história, essa é a mais dramática. A minha gravidez resultou do primeiro caso de visita íntima do Rio de Janeiro. Meu marido estava preso na Ilha Grande e, quando da passagem do Governo Médici para o Geisel, havia uma reivindicação para que nos encontrássemos. Fazia cinco anos que não nos víamos. Foi nessa conjuntura que eu fiquei grávida. A nossa prisão foi muito violenta. Fomos levados para o DOI-Codi, onde fomos muito torturados. As torturas foram tudo que você pode imaginar. Pau de arara, choque, violência sexual, pancadaria generalizada. Quando chegamos lá, tinha um corredor polonês. Todas as mulheres que passaram por ali sofreram com a coisa sexual. Isso era usado o tempo todo. Depoimento da historiadora e professora Jessie Jane Vieira de Souza, à época militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) e estudante secundarista, quando foi presa em 1º de julho de 1970, no Rio de Janeiro (RJ). Ela é autora do livro Círculos operários: a igreja católica e o mundo do trabalho no Brasil (UFRJ, 2002), no qual utiliza os círculos operários que surgiram na primeira metade do século XX como estudo de caso da complexa relação entre a sociedade civil, o Estado e a Igreja. Veja mais aqui e aqui.

 

A VIDA QUE NINGUÉM VÊ – [...] Por que em todo lugar, por mais cinzento, trágico e desesperançado que seja, há sempre alguém ainda mais cinzento, trágico e desesperançado. [...]. Trecho extraído da obra A Vida que Ninguém Vê (Arquipélago, 2006), da jornalista, escritora e documentarista brasileira Eliane Brum, autora dos livros Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes & Ofícios, 1994), O Olho da Rua – uma repórter em busca da literatura da vida real (Globo, 2008) e Uma delas (LeYa, 2011), bem como codiretora dos documentários Uma história Severina (2005) e Gretchem Filme Estrada (2010). Dela também as expressões: Nenhuma matéria é mais importante que a vida de uma pessoa. Eu sou uma contadora de histórias. Esta é a conexão. Sou, principalmente, uma "escutadeira". Seja da história do outro, seja da história dos outros de mim. Veja mais aqui e aqui.

 

INSPIRATION - Isto é tão estranho. / Este não é o começo certo. / Ou é? / O fato. / Tudo é um milagre. / I-weather e algo dentro. / Vida. / A criança cresce, dia após dia, hora após hora. / Depois de você, para longe de você e de volta para você novamente. / Seu próprio milagre. / O tempo às vezes pára, ele parece estar carregando você. / Existem rachaduras dentro e infiltrações entre eles. / Bom, ruim, às vezes bastante aleatório. Você não entende. / Você é grato. / Seu próprio milagre. / O dia está normal, até chato. / Não há vontade, mas deve. / Um não o fez, o outro provavelmente está bebendo novamente. / Você ainda pode praguejar, mas mesmo aquele dia / não tirará toda a esperança. / E há alguma leveza. / Seu próprio milagre. / Na verdade, esta vida não é tão curta. / Às vezes você pode sentir / que o céu está alto e distante, / mas de alguma forma ele interage com você. / Esta claridade e luz especiais que / realmente esclarecem tudo. / E se você for uma vez, você voltará / quando o tempo que lhe foi dado foi somado / e descobrirá / quando o fogo se apaga. / Então nada permanece. / Isto é tão estranho. Poema do poeta estoniano Gustav Suits (1883-1056).

 


AS FASES EDUCACIONAIS NO BRASIL
EDUCAÇÃO TRADICIONAL – Esta se reflete na reprodução das relações de dominação e da ideologia dominante. É quando a Igreja Católica assume a hegemonia da sociedade civil através da arma política que é a educação. Consiste em subjugar pacificamente a população e torná-la dócil. Esteve sempre enraizada na sociedade de classes escravistas da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria, sobrevivendo até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa. O objetivo central desta fase educacional é conduzir o aluno ao conhecimento da verdade universal, para a qual ele deve estar sempre disponível. A metodologia preconizada se compõe da exposição e demonstração feitas pelo professor. O aluno, nesta abordagem, atua como receptor das verdades universais que lhe são transmitidas. A relação que se dá entre professor e aluno é essencialmente marcada pela verticalização, onde o professor é o detentor de todo o saber, programa, recursos e controles que partem de si para o aluno que os recebe passiva e acriticamente. Esta fase predominou do descobrimento do Brasil até 1930, centrada no adulto e na autoridade do educador, marcadamente religiosa e voltada para o ensino privado. Esta fase pedagógica conhecida por tradicional privilegia o conteúdo, o discurso e, por sua vez, terá o foco centrado na profissionalização para o trabalho. Durante este período, se caracteriza a pedagogia tradicional pelo fato do homem ser apenas adestrado para a produção; onde o mundo é visto como algo pronto que é traduzido pelo conhecimento sistematizado e acumulado ao longo dos anos. Ele é essencialmente externo ao indivíduo e é constituído de verdade universal. Poderíamos dizer, então, que foi essencialmente externo ao indivíduo e constituído pela verdade universal. O homem era visto como universal, desvinculado de sua realidade concreta. O seu objetivo central era conduzir o aluno ao conhecimento da verdade universal, para a qual ele deve estar disponível. O conhecimento é caracterizado pela aquisição de conteúdos culturais transmitidos de fora, pois são eles que vão conformar a personalidade individual.

EDUCAÇÃO ESCOLANOVISTA - Esta surgiu de forma mais clara, a partir da obra de Rousseau, desenvolvendo-se nestes últimos dois séculos e trouxe consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das metodologias de ensino. As técnicas de Freinet, por exemplo, são aquisições definitivas. Tanto a concepção tradicional de educação, quanto a nova, amplamente consolidadas, terão um lugar garantido na educação do futuro. Este modelo se caracteriza através do processo econômico, numa tomada de consciência por parte da sociedade política, da importância estratégica do sistema educacional para assegurar e consolidar as mudanças estruturais ocorridas tanto na infra como na superestrutura. A jurisdição estatal passa a regulamentar a organização e o funcionamento do sistema educacional. A igreja passa a ter cada vez menor influência sobre este processo. Ocorre neste modelo a transformação progressiva do sistema educacional, transformando-o gradualmente de instituição outrora privada da Igreja em um perfeito aparelho ideológico do Estado. Com isso a educação passa a ser um instrumento mais eficaz de manipulação das classes subalternas. O trabalho exige maior qualificação e diversificação, e portanto, um maior treinamento. O homem, nesta educação, é dotado de poderes individuais (liberdade, iniciativa, autonomia e interesses). Se facilitada sua auto-expressão, irá sempre surpreender a todos pela sua unicidade. O homem-mundo estão em interação e atualização, uma vez que o homem se atualiza com o mundo, com isso também transforma o mundo. As idéias novas em educação, que apareceram como teoria educacional adequada às novas circunstâncias de rompimento com uma sociedade basicamente agrária, foram o resultado da adesão de educadores brasileiros ao movimento europeu e norte-americano, chamado de "escola nova". Este visava o restabelecimento daquele sentido do humano, ameaçado pelas exigências econômicas como pelas exigências políticas advindas da industrialização e da nacionalização que pressionava a educação para o trabalho e para a nação.  É assim que surge o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova introduzindo diretrizes de uma política escolar, inspirada em novos ideais pedagógicos e planejada para uma civilização urbano-industrial. Ao proporem um novo tipo de homem para a sociedade capitalista e defenderem princípios ditos democráticos e, portanto, o direito de todos se desenvolverem segundo modelo proposto de ser humano, uma proposição de um único ideal de homem. Caracteriza-se pelo estabelecimento da relação dialética entre educação e desenvolvimento, numa reação categórica, intencional e sistemática contra a velha estrutura do serviço educacional, artificial e verbalista, montada para uma concepção vencida. Para eles, a escola deveria criar para que os princípios de liberdade e os ideais de solidariedade humanos tivessem vigência. Nesta escola a pedagogia esteve fundamentalmente centrada nos alunos, encarados numa ótica individual. Sofrendo grande influência da psicologia, o discurso e as práticas pedagógicas assentavam numa perspectiva pedocêntrica, ainda que aqui e ali matizada por uma abordagem sociológica, à maneira de Dewey ou de um Adolfo Lima. O componente central da intervenção educativa era, no entanto, o indivíduo-aluno na sua tripla dimensão: cognitiva, afetiva e motora. Os movimento ligados à dinâmica de grupos, que se desenvolveram no pós-Guerra, vão acentuar a importância das interações no processo educativo, conduzindo às pedagogias não-directivas da década de 60.

EDUCAÇÃO TECNICISTA - Verificou-se através da internacionalização do mercado e com o aumento da produtividade agora é assegurado pela introdução de moderna tecnologia e know-how desenvolvido nas metrópoles e pelo excedente estrutural de força de trabalho que permite manter os salários extremamente baixos. A educação estará a serviço dos interesses econômicos que fizerem necessária a sua reformulação, criando um instrumento de controle e de disciplina sobre estudantes e operários. As medidas tomadas tanto no interesse econômico quanto no político trocam quantidade por qualidade, introduzindo uma seleção para cooptar a classe média alta que constituirá a classe tecnocrática auxiliar do governo militar e a classe consumidora dos bens produzidos ao modelo brasileiro. E é também a primeira vez que a alfabetização assume caráter tão evidentemente ideológico e visa de forma tão explícita inculcar no operariado os valores do capitalismo autoritário. Ou seja, seguindo um lema de que abandonariam a escola somente aqueles que não tivessem mais condições para estudar, vendo-se forçados a ingressar no mundo do trabalho. Continuariam estudando aqueles cujos pais pudessem financiar estudos. Onde a rede oficial produz os recursos humanos para o setores modernos da economia em expansão e a rede privada continua suprindo os setores tradicionais. A concepção de mundo, traduzida em leis e planos e lançada pela classe ou frações de classe hegemônicas na sociedade civil, é absorvida, modificada e transformada em senso comum. A concepção tecnicista em educação é conhecida como a teoria do capital humano ou de economicismo educativo. A fase tecnicista no Brasil iniciou-se na sombra da Pedagogia Nova, na década de 50, com base no progressivismo de Dewey e se firmou nos anos 60, com base no behaviorismo e na abordagem sistêmica. No tecnicismo acredita-se que a realidade contém em si mesma suas próprias leis, bastando aos homens descobri-las e aplicá-las. O mundo já é construído. E uma das importantes metas do ensino, é preparar o aluno para usar as habilidades e conhecimentos que ele aprendeu e prepará-lo para aprender mais a respeito do que lhe foi ensinado. Um ensino, segundo esta orientação, só é eficaz se atinge os objetivos previamente estabelecidos, promovendo o aluno a modificação esperada, em direção desejada ao invés de em direções indesejáveis. O problema do subdesenvolvimento deve ser tratado, predominantemente, como um problema técnico. A educação, portanto, passa a ser encarada como o único caminho disponível para as classes médias, de conquistar postos e, para as empresas, de preencher os seus quadros. A escola tecnicista que foi bastante assimilada e empregada durante o regime ditatorial pós-64, fundada a partir das transformações por influência do taylorismo, com uma base teórica metodológica na aprendizagem do behaviorismo, na teoria da comunicação, na teoria dos sistemas, e nesse formato com a psicologia behaviorista, a engenharia comportamental, a ergonomia, a informática, a cibernética, toda essa sustentação teórica assentada na abordagem filosófica  neopositivista e no método funcionalista. A versão humanista desta escola tem afinidade com o cognitivismo, porém o destaque está para o subjetivismo. Sendo assim, a escola tecnicista privilegia a técnica com todo o seu aparato de recurso que venham a facilitar a aprendizagem. A ênfase estará centrada nos recursos tecnológicos que definem a metodologia a ser utilizada, tendo sempre presente a racionalidade necessária para atingir os resultados.

ESCOLA TRANSFORMADORA - A didática da escola transformadora se dá implícita na orientação do trabalho escolar, pois, de alguma forma, o professor se põe diante de uma classe com a tarefa de orientar a aprendizagem dos alunos. A atividade escolar é centrada na discussão do meio socioeconômico e cultural, da comunidade local, com seus recursos e necessidades, tendo em vista a ação coletiva frente a esses problemas e realidades. O trabalho escolar não se assenta, prioritariamente, nos conteúdos de ensino já sistematizados, mas no processo de participação ativa nas discussões e nas ações práticas sobre questões da realidade social imediata. No desenvolvimento desse processo pedagógico são utilizados a discussão, relatos de experiência, assembléia, pesquisa participante, trabalhos em grupo e outros recursos. Para atingir a consolidação dos conhecimentos, o professor tem uma atuação como coordenador e animar dos grupos. Nesta fase a visão de mundo não é separada da visão de homem. A realidade/mundo que o homem vê, num primeiro momento pode ser uma visão ingênua. A visão crítica do mundo se dará mediante a aproximação com a realidade, quando, para tal, torna-se uma consciência da mesma e neste processo crítico o homem toma uma posição epistemológica, ou seja: posição de elaborador e construtor do mundo percebido. A realidade não pode ser modificada senão quando o homem descobre que é modificável e que ele pode fazê-lo. A aprendizagem, portanto, implica em tomar consciência do real e, através dos conteúdos, programas e métodos, o homem seja sujeito e pessoa, estabelecendo com os outros relações de reciprocidade e de transformação do mundo. Todo o processo de ensino-aprendizagem só será válido se levar em consideração a visão ontológica do homem de ser sujeito e não objeto e, além disso, que haja participação livre e crítica por parte do educando. O objetivo central da escola transformadora é a transformação do processo mental do educando na sua relação homem-mundo e não na transmissão de conteúdos culturais sujeito-objeto. A relação professor-aluno está assentada no princípio da horizontalidade, onde educador e educando tem trocas a fazer, num processo de aprendizagem mútua, através do processo participativo nas situações vividas quotidianamente. Ou seja, o objetivo central da pedagogia libertadora é a transformação do processo mental do educando na sua relação homem-mundo e não a transmissão de conteúdos culturais sujeito-objeto.

CONCLUSÃO - Todas as fases acima permanecem vigentes na educação brasileira, distribuídas de acordo com a ideologia predominante do relevante em cada processo educativo de um entidade escolar. Tanto a Tradicional, quanto a Escola Nova, Tecnicista ou Transformadora prosseguem no seio da metodologia escolar brasileira, representando as tantas dicotomias da miscigenação e do sincretismo do nosso país. Veja mais aquiaqui.

PALAVRA MÍNIMA - O projeto Palavra Mínima traz a música de Luiz Alberto Machado e a poesia de Fátima Maia, no dia 02 de dezembro, a partir das 20hs, no Teatro Linda Mascarenhas.

LUIZ ALBERTO MACHADO – O escritor, compositor e radialista Luiz Alberto Machado é editor do Guia de Poesia do Projeto SobreSites do Rio de Janeiro, membro da Cooperativa da Música Alagoana (Comusa) e cônsul em Alagoas do Poetas del Mundo. É autor de 6 livros de poesias, 8 infantis, 2 de crônicas e de diversas músicas gravadas por novos nomes da música brasileira, inclusive foi premiado com sua música Desejo no FEMI-2010, no Japão, gravada pela cantora Sonia Mello. Está em cartaz com seu espetáculo infantil Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas e com temporada do show poético musical Tataritaritatá – Vamos aprumar a conversa -, com a sua banda e apresentações solo. Seu trabalho está reunido na sua home page www.luizalbertomachado.com.br.

FATIMA MAIA – A escritora, compositora e poeta Fátima Maia, é autora da música tema do programa infantil Caralâmpia (TV e Rádio Educativa local), dos livros e CDs: Criar e Recrear, gravado pelo Quinteto Violado, indicado ao premio Sharp de música, e da História de Tatibitati, gravado pelo SESC/AL. Ela foi finalista dos festivais, Canta Nordeste e MPB SESC/PB com as músicas Colibris, Lua Luana e Passarinhos. Fátima Maia se apresenta agora trazendo seus poemas para o público do Projeto Palavra Mínima.

SERVIÇO: PROJETO PALAVRA MÍNIMA – LUIZ ALBERTO MACHADO & FATIMA MAIA
Quando: dia 02 de dezembro, a partir das 20hs
Onde: Espaço Cultural Linda Mascarenhas – Av. Fernandes Lima – Maceió - AL.
Realização: Comusa & IZP.
Informações: 82 9606.4436 

PS: No dia 16/12, estarei com o Tataritaritatá no Sopa de Letrinhas (o sarau do Caiubi), no Bagaça Boutequim, em São Paulo.


Veja mais sobre:
O partoril de ponta de rua, Rainer Maria Rilke, Giacomo Puccini, Leucipo de Mileto, Jean-Luc Godard, Maria Callas, Katiuscia Canoro, Anna Karina, Louis Jean Baptiste Igout, Paolo Eleuteri Serpieri & Julia Crystal aqui.

E mais:
Papai noel amolestado, Maceió, José Paulo Paes, Egberto Gismonti, Paulo Leminski, Gerd Bornheim, Ralph Burke Tyree, Marco Vicário, Laura Antonelli, Daryl Hannah, Neurociência & Educação aqui.
O prazer do amor na varada da noite aqui.
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A retórica de Reboul, Cultura Popular & Jorge Calheiros aqui.
Gestão do Conhecimento & o Clima Bom de Jorge Calheiros aqui.
Chérie, Ma Chérie & LAM com Gal Monteiro no Programa Vida de Artista aqui.
O catecismo de Zéfiro & O rol da paixão aqui.
Todo dia é dia da mulher aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá 
Veja aquiaqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: 
 Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.




LAUREN ELKIN, AKSINIA MIHAYLOVA, VANESSA NAKATE & BRENDA BAZANTE

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Fruto (2004), Candeias (2009), Faces (2016) e Inzu (2019), da pianista, compositora e pe...