ÚLTIMA CARTA PARA TERESA – Minha
querida Teresa, tremo aqui enquanto escrevo. Você minha condessa
G romanhola, com seus olhos grandes atônitos de Ravenna, a que passou a ser a
lourinha da Gôndola do meu coração para sempre. Não sei o que será de mim nessa
distância grega, sem o seu cativante frescor, nua e bela como a madrugada,
quente como o meio dia. Não sei o que será de mim sem o seu olhar de submissão
na entrega, plácida, luminosa, doce, sempre apaixonada. Tenho em mim todos os
seus dotes, esses que me fazem viver: face, pele, coxas, ventre, tudo que amo. Não
sei o que será de mim sem a sua boca gulosa, desenhada como um arco de Cupido,
a me tomar por inteiro completamente ensandecido. Amor mio, você é a minha existência aqui e no futuro,
como sinto a falta dos seus beijos, seu doce jeito de em mim se aninhar e me
fazer inteiro, maior que o reinado de qualquer poder. Minha amadorada, eu amo
você e você me ama, endeusado por sua divina compleição. Mas eu mais do que lhe
amo, e não posso deixar de lhe amar, porque meu derradeiro amor, minha
última esperança – o amor nunca é feliz. Tudo se sacrifica, é o amor. E logo
para mim que sempre fui de muitas mulheres, agora, só você no meu coração: meu
tesouradorado. Tremo e serei sempre aquele que a ama. Só você exorciza meus
fantasmas, sempre só com os deuses domésticos agitando ao meu redor e afastado
do convívio dos vivos. Só você, meu amor, me completa. Sempre fui uma inútil
cabeça encaracolada, travesso desde que nasci com o pé coxo, deformado. Desde
meus oito anos de idade que sofro de amor. Sempre amei demais e logo fiquei farto da
minha terra que fazia frases e matava homens. Tornei-me indesejado: um poeta
por distração, um pirata por profissão: sou das blandícias do amor e dos apelos
das desventuras. Sou um redemoinho de paixões, não posso domar minha natureza,
o espírito da liberdade é o que conta. E você é a minha liberdade. Aqui, longe
de você eu quero apenas, no campo de batalha, um túmulo como soldado. Adeus,
meu grande amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo
& aqui.
DITOS & DESDITOS: [...] Nenhuma
Democracia, nem governo eleito, é perfeita. Porém, não podemos permitir que
grupos conspiradores violem a Constituição em nome de sua defesa. Toda
Democracia é perfectível, caso conte com a participação social. Hoje, a
democracia representativa está em questionamento, na qual o povo vota, fica por
quatro anos em estado de indefensibilidade, e os governantes fazem o que querem
e não o que devem. O desafio atual é passar à democracia participativa, onde a
sociedade decida sobre os grandes problemas que afetam o país, ao invés dos
grandes núcleos de poder econômico internos e externos. Aos povos de Nossa
América resta a resistência social, cultural e política, para defender os direitos
de todos, incluídas as nossas democracias. [...]. Trecho extraído de Democracias golpe a golpe (Instituto
Humanas Unisinos, 2016), do arquiteto e ativista argentino, Prêmio Nobel da Paz
de 1980, Adolfo Pérez Esquivel.
A ARTE
DE DÓRIS MONTEIRO
Eu gostava muito de fazer cinema, muito mesmo. E várias pessoas me
disseram que era melhor atriz que cantora. Tem pessoas que diziam que era uma
pena eu ter largado o cinema porque eu era excelente atriz. Eu gostava muito de
fazer cinema, era muito divertido, porque você estava sempre ali no set com os
amigos, sempre saía uma piada, uma brincadeira, você estava com um grupo
grande, você está muito mais cercada do que quando canta. Porque quando você
canta é você e o trio, que também é muito bom, mas não é aquela alegria do dia-a-dia.
Porque você sabe, você faz um show, depois vai embora para casa, os músicos
também vão, e acabou. Ali não, parecia uma família. E aí você estava sempre se
divertindo.
DÓRIS MONTEIRO – A arte da cantora e atriz Dóris Monteiro, que
além de musa e grande cantora, também atuou no cinema, como no longa-metragem
ficção Agulha no palheiro (1953), que
contava a história de uma jovem simples do interior, à procura de um noivo
carioca, que lhe dera um endereço em Copacabana, cujo nome era José da Silva e
estava grávida. Também participou do documentário Assim era a Atlântida (1974), reunindo os principais filmes que
sobreviveram a um incêndio nos estúdios da empresa, em 1952, e a uma inundação
em seus depósitos, em 1971. Também do drama Sol
sobre a lama (1963), que conta a história de uma comunidade que habita a
região da feira de Água dos Meninos, em Salvador, luta para defender a área da
sanha dos especuladores imobiliários. Além destes e outros, o Copacabana Palace, o filme (1962), em
que participa ao lado de João Gilberto, Tom Jobim, Norma Benguel, entre outros.
Veja mais aqui e aqui.
A ARTE DE JOSÉ
ÁLVAREZ CUBERO
A arte
do escultor espanhol José Álvarez de Pereira y Cubero (1768-1827). Veja
mais aqui.
A OBRA DE LORD
BYRON
Os espinhos que colhi, são da árvore que plantei.
LORD BYRON – O poeta
britânico Lord Byron (George Gordon Byron – 1788-1824), autor de
obras como Dom Juan, Manfredo, Horas do Ócio, Peregrinação de Childe Harold, O
Corsário e Lara, entre outras, se envolveu em extensa rede amores até o final
de sua vida. Aos oito anos de idade, ele estava violentamente
apaixonado por uma jovem chamada Mary
Duff. Aos dez anos, sua prima, Margaret
Parker, excitou nele uma paixão estranha e não infantil. Aos quinze, veio
uma das maiores crises de sua vida, quando ele se apaixonou por Mary Chaworth, cujo avô havia sido
morto em um duelo pelo tio-avô de Byron. Jovem como ele era, ele teria se casado
com ela imediatamente; mas a senhorita Chaworth era dois anos mais velha que
ele e absolutamente se recusava a levar a sério a devoção de um menino de
escola. Em Atenas, escreveu o belo poema para a "criada de Atenas" -
Miss Theresa Macri, filha do vice-cônsul
britânico. Voltou a Londres para se tornar de um salto o poeta mais admirado da
época e o maior favorito social. Cercado por mulheres: desde as empregadas mais
humildes até damas de alta patente, ele só tinha que jogar seu lenço para
conquistar. Algumas mulheres nem esperaram que o lenço fosse jogado. A ligação
que mais atraiu a atenção naquele momento foi aquela entre Byron e Lady Caroline Lamb. Byron foi muito
responsabilizado por sua parte; mas há muito a ser dito do outro lado. Lady
Caroline foi casada com o William Lamb, posteriormente Lord Melbourne, e
destinado a ser o primeiro primeiro ministro da rainha Victoria. Quando
conheceu Byron, ela gritou: “Esse rosto pálido é o meu destino!” E depois
acrescentou: “Louco, ruim e perigoso de se conhecer!” Mais tarde, ela ofereceu
seus favores a qualquer um que o matasse. Teresa Guiccioli (1800–1873) foi o seu
amor final. Quando se conheceram em Veneza, por volta de 1818, ela era casada
com um nobre italiano quarenta anos mais velho. Byron acabou saindo da Itália
para apoiar a campanha pela independência da Grécia, mas adoeceu antes que ele
pudesse pegar em armas. Ela escreveu o relato
biográfico Vida de Lord Byron – My recollections of Lord Byran and those of
eye-witnesses of his life. Alexandre Dumas a incluiu como personagem menor em seu
romance O Conde de Monte Cristo, usando o nome disfarçado de "Condessa G
-". Lord Byron também usou esse nome abreviado em seus diários. Há também
um volume tratando Das famosas cartas de amor (From
Famous Love Letters - The Reader's Digest Association, Inc.,
1995), organizado por Ronald Tamplin. Veja mais aqui.