O CORPO DE
LELOUP – Uma leitura além de esclarecedora foi
a que fiz da obra O corpo e seus
símbolos (Vozes, 1999), do PhD em Psicologia Transpessoal, doutor em
Teologia e professor de Filosofia, Jean-Yves Leloup. O livro de forma
geral chama atenção para o fato de que o
corpo não mente, uma vez que ele conta muitas histórias que deixam marcas
profundas e que é preciso descobri-las para que se tenha paz, satisfação e tranquilidade na
vida. Observa a flexibilidade de todas as articulações do corpo, além das de
natureza psíquica e da inteligência humana, fazendo leituras e reflexões tanto física
quanto psíquica de cada parte corporal. Começa pelos pés que são os alicerces e raiz do corpo, a
semente, aqueles que escutam a terra. Saber o seu cheiro ou odor, o prazer ou
não de pisar a terra, lavá-los a si e os de outros, como proporcionar
capacidade de prazer e amor. Segue para os tornozelos que são as primeiras
articulações, das quais dependem a harmonia e livre circulação da energia,
assim como sua relação com o momento entre a vida antes e depois do nascimento:
a saída do útero e a vida. Já os joelhos são importantes porque a sua rigidez
afeta diretamente a coluna vertebral e os rins, fato que evidencia torná-los
bastante flexíveis, uma vez que possuem relação direta com o peito e os seios, o
colo e as lembranças orais da infância, relacionando-se, portanto, com as causas da bulimia
ou anorexia, entre outras enfermidades. Por sua vez, as pernas e as coxas são responsáveis pela postura, condução,
caminhar e de apresentar-se, a identidade e perfil de cada um. O destaque para a região sagrada por ser aquela
que define os sentimentos de perda, guarda ou falta, fazendo com que seja
necessário respeito com esta dimensão para se livrar dos tabus e seguir para a
integração, recomendando: “A
matéria só se salva se deixarmos que a luz atinja suas profundezas”. Enfatiza
ainda que o estudo do sacro envolve a imagem que a sociedade e as religiões têm
da sexualidade, as atrações e repulsões individuais, a qualidade dos orgasmos e, por consequência, o bem-estar e a felicidade. Com
relação aos genitais, o autor chama atenção: o encontro de dois seres não é
apenas o encontro de duas libidos, mas de duas almas, de dois espíritos, dois
seres interiores que se completam. Portanto, observa que “O
sexo é o local onde se encarna a vida, onde se transmite a vida. Por isto é
algo muito sagrado”. Por conseguinte, o ventre é o
local onde existem o pai e a mãe, pelo qual o corpo é religado ao que se passa
no mundo e as emoções: escutá-lo significa ter o centro da gravidade, a
possibilidade das transformações, exigindo-se de cada um a postura justa,
relaxada, adequada para acolher o sopro. Além do mais, o fígado está associado
com o humor, sujeito a sintomas e distúrbios que influenciam diretamente o
comportamento. Assim como juntamente com a vesícula biliar, o baço, o pâncreas e
o estômago que são identificados como os caminhos do autoconhecimento, o
discernimento. É essa parte do corpo que se relaciona com o perdão e o rancor,
a digestão. Os rins têm a forma de semente: escutam as mensagens interiores e são
os filtros que retiram as impurezas orgânicas. Por outro lado, referem-se à escuta para
enfrentar a existência e os acontecimentos. A coluna vertebral é
o local da escuta das solicitações da vida, como uma escada a subir e a lei
estruturante, o elo, a árvore da vida. As vértebras precisam estar ajustadas à
sua estrutura interior, mantendo-se ereta para estar em pé face às provações da
existência. O coração e os pulmões possuem relação direta com uma vida saudável:
respirar adequadamente para que se possa viver bem. O pescoço é o elo entre a
cabeça e o coração, o local onde a palavra nasce e se conhece o desejo, o
sussurro que nasce do interior, o contato com a identidade verdadeira. A nuca precisa
ser a mais flexível possível porque dela se amplia a inteligência. As mãos
representam a transmissão de conhecimento e carregam uma riqueza simbólica
como guia e auxílio. A cabeça e as linhas do rosto, a boca, o nariz e as orelhas,
estas possuem a forma de semente e escutam os dizeres e informações, e nos
revela a identidade e comportamento. Em suma, o que o autor chama atenção é que
o corpo inconsciente guarda os segredos tanto pessoais como os da história
coletiva, donde fica evidenciado que o corpo somatiza problemas que não são
apenas de cada um, mas a memória da família e da coletividade. Por fim, o autor
aconselha escutar o corpo, uma escuta infinita para conhecê-lo e respeitá-lo, sobretudo aceitá-lo para tornar-se feliz e, com isso, proporcionar a cura individual para curar o
mundo. Por tudo isso é uma leitura para lá de recomendável, necessária em todos
os sentidos do conhecer-se a si mesmo, conhecer o mundo ao redor e a própria razão de viver. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS:
[...] o significado do dinheiro junta-se com o do
poder; como este, o dinheiro é uma pura potência que acumula uma mera
antecipação subjetiva do futuro na forma de um presente objectivamente
existente. [...] dinheiro pode ser
comparado com a linguagem que também se transporta às mais divergentes direções
de pensamento e sentimento; o dinheiro pertence àquelas forças cuja
peculiaridade é a falta de peculiaridade, mas apesar disto, pode colorir a vida
de muitas cores porque a sua natureza meramente formal, funcional e
quantitativa é confrontada com conteúdos qualitativamente determinados e
direções de vida e induzi-las a gerarem novas formações qualitativas. [...]
Podemos então caracterizar o efeito do
dinheiro como uma atomização da pessoa, como uma individualização que ocorre na
pessoa. É uma tendência geral na sociedade que se estende ao interior do
indivíduo. [...] O mesmo processo de
diferenciação que deu ao indivíduo um significado especial tornando-o
relativamente único e insubstituível torna o dinheiro o equivalente e padrão de
muitos e diferenciados objetos; a sua crescente indiferenciação e subjetividade
torna-o progressivamente menos aceitável como equivalente de valores pessoais
[...] Se o homem moderno é livre – livre
de comprar e vender tudo – procura agora nos objetos esse vigor, estabilidade e
unidade interior que perdeu [...] O importante, entretanto, é que o dinheiro é
percebido em toda parte como fim e, com isso, muitas coisas que têm o seu fim
em si mesmos são rebaixados a simples meios. Ao mesmo tempo que o dinheiro, por
definição, é o meio, os conteúdos da existência se colocam num profundo
contexto teleológíco sem começo e sem fim
[...] A desproporcionalidade no aumento
dos preços leva a que determinados grupos de pessoas e profissões sejam
especialmente beneficiados e outros prejudicados. Em tempos históricos isso
acontecia com os camponeses. No final do século 17, o camponês inglês, sem
conhecimentos e sem meios, como ele era, foi literalmente espremido, entre as
pessoas que lhe deviam e o pagavam apenas o valor nominal, e as que ele devia
dinheiro e o exigiam a peso de ouro [...].
Trechos extraídos da obra Philosophy of Money (Routledge 2004), do
sociólogo e professor alemão Georg Simmel (1858-1918), na qual o
autor procura compreender quais as consequências da invenção, introdução e
difusão social desse meio de troca (simbólica), tendo em vista considerar que o
dinheiro alterou enormemente as relações sociais, provocando efeitos que
convergiram para a individualização ou individualismo, numa fase da história em
que as relações tradicionais ou pré-modernas, estavam em vias de serem
superadas pela emergência do modo de produção capitalista. Conforme demonstra o
autor, a relação de tipo monetária que se tornou predominante na época moderna
representa o patamar máximo da individualização humana. Veja mais aqui e aqui.
A ARTE DE MARI PAVANELLI
A arte
da artista Mari Pavanelli. Veja mais
aqui.
A POESIA DE JOEMA CARVALHO
EROS UMA VEZ - O rio corre nas
veias e sai do controle / Confundido pela poeira do asfalto nos olhos / Algum
tempo de abandono e solidão / A dança do dia-a-dia no meu microcosmo / Você no
céu e eu na lua / Seria tão bom se me prendesse com uma corda / Para que
flutuasse baixo e por perto / Fica esquecido no silêncio / No caminho da noite
escura / Na vida que passa e que se perde / Que de repente volta / Uma página
nas folhas de outono / Coloridas numa lira infinita / Soando longe / Estou
querendo te ter novamente / Na cidade, no sol, no mar / Em uma floresta que
desencanta todos os sonhos e desejos / Em algum hemisfério consciente / Acho
que o que um sente pelo outro não se finge / Pode ser que eu não seja mais 100%
/ Mesmo sabendo que serei mais inteira / As coisas vão ficando mais simples /
As cores do jardim estão refletidas no céu / Precipitam em gotas de amor /
Sentindo o ar conduzir / Os jasmins-dos-poetas estão em flor / E envolvem o
arco-íris junto ao vento da estação / Disse que voltou para me buscar / Não
sabia que estava tão perto / O acaso te trouxe / Mais rápido do que eu pude
processar / Ainda consome as minhas noites / Meu ciclo mensal / Meus sonhos /
De dia a rotina ocupa os meus poros e não sou mais ação / Os 100% ficam nos
bueiros / Escorrendo com o vento, com a poeira e com a enxurrada / E quando te
encontrar? / Agarro no seu pescoço / Te engulo com ossos, cabelos e todo o seu
cheiro? / Ou espero o momento certo / Com a diplomacia dos equilibrados? /
Depois da peça / Depois que abaixarem as cortinas? / Em algum momento que
houver um vácuo, uma deriva? / Em algum momento de aquecimento global e
globalização de Todas as células? / A hora certa? / Acho que te ter de novo não
será evolução do meu espírito / Muito menos da minha alma / Talvez eu vá
repetir o que tem sido / Mas o não ser, eis a questão? / Isso confunde minha
ilusão / Pode ser que se eu te olhar de novo / Deturpe os teus traços / Que
eles não sejam mais o que eu aprecie / Como água para chocolate / Como uma
pimenta rosa / Queria que assumisse o que eu sinto como sendo teu / Espero que
agora a gente possa esperar a lua fechar a noite / O carrossel do sol nascer /
Em um céu novamente nosso / A natureza determina / A onda que chega e que vai /
E a flor que desabrocha em paz e harmonia.
Poemas extraído da obra Luas & Hormônios (SEC-PR, 2010), da poeta, engenheira,
pesquisadora e consultora ambiental Joema
Carvalho. Veja mais da autora aqui.
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A POESIA QUÂNTICA DE ADRIANO SALES
O lado oculto da poesia quântica é o título do próximo lançamento em livro do poeta Adriano Sales que é
formado em Logística, Gastronomia, Informática e Psicanálise, atuando como
analista de sistema e consultor e é membro fundador da Academia Escadense de
Letras (AELE) da qual é vice-presidente, membro secretário da Academia
Palmarense de Letras (APLE), membro correspondente da Academia Tobiense de
Letras e Artes (ATLAS). É autor dos livros Eu – poesias em vias (2015), O
regozijo e a veemência (2016) e participa de diversas antologias. Veja mais do
autor aqui e aqui.
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A obra do PhD em Psicologia Transpessoal, doutor em
Teologia e professor de Filosofia, Jean-Yves Leloup aqui, aqui e aqui.