AH, MARIA, ÉTANT
DONNÉS – Imagem: Étant Donnés (1966), do artista francês Marcel Duchamp
(1887-1968). – Dou-me, Maria, pela brecha à cachoeira
do seu ventre na primavera e à musa nua da fantasia sou hipnotizado por sua
graciosidade a respirar exalando arte de suas frestas que só eu alcanço e sou
mais que monstros vivos para capturá-la. Dou-me, Maria, porque a quero
profetisa e o mar ia por ali para mergulhar suas funduras e altos brados,
cantos, metamorfoses, seus rastros, todos os oceanos e peço à Peggy todo dia
para que traga sua presença sem parêntesis. Dou-me, Maria, e me doa a graça da
sua aranha de Bourgeois, como exaltada maneira Salomé nua, refestelada na grama
dos nossos prazeres voluptuosos e roubasse sua sombra na liberdade secreta de
suas pernas ao léu para que minha cupidez imorredoura erga-me dado sobre o seu
Implacável na paisagem dos seios que ocupam minhas mãos para a queda d’água dos
gozos na sua carne paradisíaca. Dou-me, Maria, para você disposta inquietante, Glebe-ailes, para me dizer que vem dos
trópicos e eu não esqueci jamais sua mão esquerda a segurar meu lampião aceso mais
que vulcão prestes a explodir para sua vulva aberta, sendo dado mais que a paixão das trinta e cinco cartas desesperadas do seu
Impossível, ah grande dama dos meus desejos, dou-lhe Boite-envalise com o meu sêmen, Paisage
Faultiif na tentação da sua Amazônia. Dou-me, Maria, para seu fogo devorador
de animismo tropical e escaparmos à civilização em nossa gaiola e eu privar do seu
Oitavo Véu, onde sou mais atrevido porque amo pela primeira vez sem reservas,
porque fez Coubert na minha retina o seu torso e mar que vai e vem para
subverter minha vida à soma dos nossos dias como se eu fosse o seu However. ©
Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS:
[...] Na excitação em
torno do desenrolar de suas potencialidades científicas e técnicas o homem
moderno construiu um sistema de produção que violenta a natureza e um tipo de
sociedade que mutila o homem. [...] O dinheiro é considerado onipotente; se não
pode realmente comprar valores imateriais, como justiça, harmonia, beleza ou
mesmo saúde, pode ao menos burlar a necessidade destes ou compensar sua perda.
O progresso da produção e a aquisição de riqueza, assim, tornaram-se as metas
mais elevadas do mundo moderno com referência às quais todas as outras, não
importa quanto ainda se fale delas da boca para fora, acabaram por ficar em segundo
plano. [...] Essa é a filosofia do
materialismo e é essa filosofia - ou metafísica - que está sendo agora
contestada pelos acontecimentos. Nunca houve época, em qualquer sociedade de
qualquer parte do mundo, sem seus sábios e seus mestres para contestarem o
materialismo e pleitear uma ordem diferente de prioridades. [...].
Trechos extraídos da obra O negocio e ser pequeno; um estudo de
economia que leva em conta as pessoas (Guanabara,
1983), do economista britânico Ernst Schumacher (1911-1977), abordando
temas como ecologia e combate à poluição, sob todas as suas formas; preservação
dos recursos naturais; alternativas energéticas, esgotamento de combustíveis
fósseis, ameaças da energia nuclear e do lixo atômico; transferência de
tecnologia aos países do Terceiro Mundo; escolha da tecnologia adequada para os
países em desenvolvimento; uso de tecnologia intermediária, em oposição à
tecnologia requintada, como sendo, mais apropriada para os países menos
avançados; desenvolvimento regional rural, a fim de combater a excessiva
urbanização e a proliferação de favelas em volta das megalópoles; aumento da
eficiência da ajuda aos países pobres, para que se evite os desapontamentos
verificados com a pouca eficiência desse auxílio; criação de pequenas e médias
empresas,-revertendo-se a tendência de desumanização do trabalhador,
característica da grande indústria; educação, única fórmula para se controlar a
explosão populacional, causa da pobreza que se alastra na maior parte do mundo.
UMA
NOITE EM SAMPA, DE UGO GIORGERTTI
O drama Uma
noite em Sampa (2016), do cineasta Ugo Giorgetti, conta a história
de um grupo que depois de assistirem a uma peça no teatro Ruth Escobar,
espera o ônibus que vai levá-los de volta às suas casas. Eles já não moram em
São Paulo, mudaram-se em busca de melhor qualidade de vida e maior segurança. Na
saída do espetáculo, o ônibus está trancado e o motorista não está por perto. Ficam
amedrontados e começam a perceber os moradores de rua e a
escuridão ao redor. Sobre o cineasta foi publicado o livro Ugo Giorgetti - o sonho intacto (IOESP –
Coleção Aplauso Cinema Brasil, 2004), de Rosane Pavam. Veja mais aqui.
A ARTE DE MARIA MARTINS
Eu sei que minhas Deusas e sei que meus
Monstros sempre te parecerão sensuais e bárbaros. Eu sei que você gostaria ver
reinar em minhas mãos a medida imutável dos elos eternos
A arte da escultora, desenhista, gravurista, pintora, escritora
e musicista Maria Martins
(1894-1973).
Sobre ela há uma série de publicações, tais como Maria Martins (Gryphus, 2004), de Ana
Arruda Callado; Maria Martins (Cosac
Naify, 2010), de Charles Cosac; Maria
Martins: escultora dos trópicos (ArtViva, 2000), de Graça Ramos; Maria com Marcel: ou releituras da
modernidade periférica (UFMG, 2010) de Raúl Antelo; e o documentátio Maria, não esqueça que eu venho dos trópicos
(2017), que descreve a vida e obra da artista e embaixatriz, dirigido por Ícaro
Martins, Francisco C. Martins & Elisa Gomes.
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A arte do
artista francês Marcel Duchamp (1887-1968) – Imagem: Chess Master and
Artist Marcel Duchamp playing Artist Eve Babitz, Pasadena Art Museum 1963 – aqui.
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