terça-feira, março 26, 2019

ERNST SCHUMACHER, VIKTOR FRANKL, MARIA MARTINS & DUCHAMP, UGO GIORGETTI & AH, MARIA!


AH, MARIA, ÉTANT DONNÉS – Imagem: Étant Donnés (1966), do artista francês Marcel Duchamp (1887-1968). – Dou-me, Maria, pela brecha à cachoeira do seu ventre na primavera e à musa nua da fantasia sou hipnotizado por sua graciosidade a respirar exalando arte de suas frestas que só eu alcanço e sou mais que monstros vivos para capturá-la. Dou-me, Maria, porque a quero profetisa e o mar ia por ali para mergulhar suas funduras e altos brados, cantos, metamorfoses, seus rastros, todos os oceanos e peço à Peggy todo dia para que traga sua presença sem parêntesis. Dou-me, Maria, e me doa a graça da sua aranha de Bourgeois, como exaltada maneira Salomé nua, refestelada na grama dos nossos prazeres voluptuosos e roubasse sua sombra na liberdade secreta de suas pernas ao léu para que minha cupidez imorredoura erga-me dado sobre o seu Implacável na paisagem dos seios que ocupam minhas mãos para a queda d’água dos gozos na sua carne paradisíaca. Dou-me, Maria, para você disposta inquietante, Glebe-ailes, para me dizer que vem dos trópicos e eu não esqueci jamais sua mão esquerda a segurar meu lampião aceso mais que vulcão prestes a explodir para sua vulva aberta, sendo dado mais que a paixão das trinta e cinco cartas desesperadas do seu Impossível, ah grande dama dos meus desejos, dou-lhe Boite-envalise com o meu sêmen, Paisage Faultiif na tentação da sua Amazônia. Dou-me, Maria, para seu fogo devorador de animismo tropical e escaparmos à civilização em nossa gaiola e eu privar do seu Oitavo Véu, onde sou mais atrevido porque amo pela primeira vez sem reservas, porque fez Coubert na minha retina o seu torso e mar que vai e vem para subverter minha vida à soma dos nossos dias como se eu fosse o seu However. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] Na excitação em torno do desenrolar de suas potencialidades científicas e técnicas o homem moderno construiu um sistema de produção que violenta a natureza e um tipo de sociedade que mutila o homem. [...] O dinheiro é considerado onipotente; se não pode realmente comprar valores imateriais, como justiça, harmonia, beleza ou mesmo saúde, pode ao menos burlar a necessidade destes ou compensar sua perda. O progresso da produção e a aquisição de riqueza, assim, tornaram-se as metas mais elevadas do mundo moderno com referência às quais todas as outras, não importa quanto ainda se fale delas da boca para fora, acabaram por ficar em segundo plano. [...] Essa é a filosofia do materialismo e é essa filosofia - ou metafísica - que está sendo agora contestada pelos acontecimentos. Nunca houve época, em qualquer sociedade de qualquer parte do mundo, sem seus sábios e seus mestres para contestarem o materialismo e pleitear uma ordem diferente de prioridades. [...].
Trechos extraídos da obra O negocio e ser pequeno; um estudo de economia que leva em conta as pessoas (Guanabara, 1983), do economista britânico Ernst Schumacher (1911-1977), abordando temas como ecologia e combate à poluição, sob todas as suas formas; preservação dos recursos naturais; alternativas energéticas, esgotamento de combustíveis fósseis, ameaças da energia nuclear e do lixo atômico; transferência de tecnologia aos países do Terceiro Mundo; escolha da tecnologia adequada para os países em desenvolvimento; uso de tecnologia intermediária, em oposição à tecnologia requintada, como sendo, mais apropriada para os países menos avançados; desenvolvimento regional rural, a fim de combater a excessiva urbanização e a proliferação de favelas em volta das megalópoles; aumento da eficiência da ajuda aos países pobres, para que se evite os desapontamentos verificados com a pouca eficiência desse auxílio; criação de pequenas e médias empresas,-revertendo-se a tendência de desumanização do trabalhador, característica da grande indústria; educação, única fórmula para se controlar a explosão populacional, causa da pobreza que se alastra na maior parte do mundo.

UMA NOITE EM SAMPA, DE UGO GIORGERTTI
O drama Uma noite em Sampa (2016), do cineasta Ugo Giorgetti, conta a história de um grupo que depois de assistirem a uma peça no teatro Ruth Escobar, espera o ônibus que vai levá-los de volta às suas casas. Eles já não moram em São Paulo, mudaram-se em busca de melhor qualidade de vida e maior segurança. Na saída do espetáculo, o ônibus está trancado e o motorista não está por perto. Ficam amedrontados e começam a perceber os moradores de rua e a escuridão ao redor. Sobre o cineasta foi publicado o livro Ugo Giorgetti - o sonho intacto (IOESP – Coleção Aplauso Cinema Brasil, 2004), de Rosane Pavam. Veja mais aqui.

A ARTE DE MARIA MARTINS
Eu sei que minhas Deusas e sei que meus Monstros sempre te parecerão sensuais e bárbaros. Eu sei que você gostaria ver reinar em minhas mãos a medida imutável dos elos eternos
A arte da escultora, desenhista, gravurista, pintora, escritora e musicista Maria Martins (1894-1973).
Sobre ela há uma série de publicações, tais como Maria Martins (Gryphus, 2004), de Ana Arruda Callado; Maria Martins (Cosac Naify, 2010), de Charles Cosac; Maria Martins: escultora dos trópicos (ArtViva, 2000), de Graça Ramos; Maria com Marcel: ou releituras da modernidade periférica (UFMG, 2010) de Raúl Antelo; e o documentátio Maria, não esqueça que eu venho dos trópicos (2017), que descreve a vida e obra da artista e embaixatriz, dirigido por Ícaro Martins, Francisco C. Martins & Elisa Gomes.
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A arte do artista francês Marcel Duchamp (1887-1968) – Imagem: Chess Master and Artist Marcel Duchamp playing Artist Eve Babitz, Pasadena Art Museum 1963 – aqui.
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A obra do neurologista e psiquiatra austríaco Viktor Frankl (1905-1997) aqui, aqui e aqui.