CIRCO ITINERANTE - Hoje tem
espetáculo? Tem sim, senhor! Às oito horas da noite? Tem sim, senhor. Pé na
estrada, rumo afora, o circo chegou! Ora, vambora! A vida é uma bola que rola
sem parar. Respeitável público! E a música ataca, tudo é luz, tudo é mistério. Tem
gente pendurado em todo espaço e lugar. Não pode chover, se chover a festa vai
acabar! Quem não foi é porque ficou, não sabe o que vai perder! Prossegue o
desfile de abertura, saltimbancos, palhaçadas, viva o domador! A vida é um
sonho a se realizar. As feras metem medo até quem está no poleiro! E todos caem
na gaitada com o maior dos clowns mais fuleiro! A moça bonita e a equitação, a
malabarista jeitosa em exibição, a magia e o ilusionismo, saltadores exímios!
No picadeiro os funâmbulos e os uniformes impecáveis, tudo acontece ao rufar
dos tambores! Todas as acrobacias, palhaços impagáveis nas presepadas passam
por lutadores! Lá vem o engolidor de espadas e a mulher que cospe fogo! Tudo é
um jogo, vale jogar, ganhar ou perder. A vida é uma escola pra se aprender. É
hora da linda equilibrista e o pas de
deux a cavalo, ou da bailarina formosa no arame e o globo da morte! Tudo é
pantomina, do gongo ao badalo: tudo é sonho, tudo é real. A contorcionista que
se enrola, o faquir por cima das brasas, ou a moça e o rapaz trapezista nas
cordas, prontos pros saltos mortais! Tudo isso é bom demais! E toda zoada vai
do começo ao fim das funções, quem viu, viu; quem não viu, não vê mais. A trupe
sumiu num quadro de Chagall. Foram proutras plagas, estrearam noutro arraial.
Tudo parece uma lenda de Picasso, ou atração de Ópera Bufa. Na hora do vamos
ver não tussa, nem vá atrapalhar. Mas arriaram a lona e zarparam, ficou na
memória iluminada tudo que mostraram. A vida é uma brincadeira, só vale mesmo é
brincar. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.
O CAPITALISMO DE JOHN GRAY
[...] A
espécie humana expandiu-se a tal ponto que ameaça a existência dos outros
seres. Tornou-se uma praga que destrói e ameaça o equilíbrio do planeta. E a
Terra reagiu. O processo de eliminação da humanidade já está em curso e, a meu
ver, é inevitável. Vai se dar pela combinação do agravamento do efeito estufa
com desastres climáticos e a escassez de recursos. [...] Os seres humanos diferem dos animais
principalmente pela capacidade de acumular conhecimento. Mas não são capazes de
controlar seu destino nem de utilizar a sabedoria acumulada para viver melhor.
Nesses aspectos, somos como os demais seres. Através dos séculos, o ser humano
não foi capaz de evoluir em termos de ética ou de uma lógica política. Não
conseguiu eliminar seu instinto destruidor, predatório. No século XVIII, o
Iluminismo imaginou que seria possível uma evolução através do conhecimento e
da razão. Mas a alternância de períodos de avanços com declínios prosseguiu inalterada.
Regimes tirânicos se sucederam. A história humana é como um ciclo que se repete,
sem evoluir. [...] A crença moderna
na possibilidade de melhoria gradual acompanha uma visão da história bastante
diferente daquela do mundo antigo. Na Grécia e em Roma, na Índia e na China,
por exemplo, a história era compreendida em termos cíclicos como a ascensão e a
queda de civilizações. Avanços na ética e na política eram reais e valia a pena
lutar por eles, mas eles sempre seriam perdidos no curso das próximas gerações
– enquanto o conhecimento pode crescer ao longo do tempo, o ser humano
permanece o mesmo. As falhas inerentes e incuráveis do animal humano sempre
prevalecerão em qualquer civilização avançada. Como eu coloquei no The silence
of animals, a civilização é natural para os seres humanos – mas também é a
barbárie. [...].
Trechos
extraídos de Como viver juntos
(Temporada, 2015), do escritor e filósofo britânico John Gray, autor da obra Falso amanhecer: os
equívocos do capitalismo global (Record, 1998), na qual sustenta que as
sociedades de todo o mundo estão sendo forçadas a participar de uma experiência
de engenharia social com as falsas expectativas de um livre mercado libertador,
em particular a idéia de que só quando se permite que o mercado opere sem
qualquer controle governamental é capaz de trazer prosperidade e estabilidade. Para
o autor, este culto ao livre mercado sem obstáculos - como é promovido pelo FMI
e o Banco Mundial - resultará, na maior parte dos países, em um misto de
anarquia e concentração de riqueza e irresponsabilidade, criticando duramente
as políticas neoliberais e a desregulamentação do mercado tida para ele como irreversível
e cruel, levando a uma efetiva destruição dos estados nacionais e a uma
catástrofe social. Foi o que aconteceu em países como a Inglaterra e a Nova
Zelândia, onde aumentaram a miséria, a insegurança, a delinquüência e até mesmo
o índice de dissolução de casamentos.
Veja
mais sobre:
Renascido
da segunda morte, João Ternura de Aníbal Machado, Modernidade líquida de Zygmunt Bauman, Comunicação
em prosa moderna de Othon Moacir Garcia,
a música de Jacob de Haan, a charge de Andy Singer, a arte de
Niki de Saint Phalle & Chris Cozen aqui.
E mais:
Em mim
& Primeira Reunião, O anão de Pär Lagerkvist, Os últimos dias de Paupéria de Torquato Neto, a música
de Camille Saint-Saëns & Waltraud
Meier, A mais forte de August Strindberg, Gainsbourg de Joann Sfar &
Lucy Gordon, a pintura de Carl Heinrich Bloch & a arte de Lena
Nyman aqui.
Fecamepa & a corrupção ineivada aqui.
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da rosa & Crônica de amor por ela, As mil e uma noites,
Figura de dança de Ezra Pound, A educação e o problema da inovação de Dermeval Saviani, a música de Almeida Prado, o pensamento de Heráclito de
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Cheney Johnston, a pintura de Washington Maguetas & a arte de Myrna
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amo & Crônica de amor por ela, Filosofia da práxis de Adolfo Sánchez
Vázquez, Futuro cidadão de José Craveirinha, A vida é um sonho de Calderón de
la Barca, o cinema de Alejandro Amenábar & Nicole Kidman, a música de Laura Finocchiaro, a pintura de Darel
Valença Lins, A pequena sábia, Rogério Manjate & a poesia de Moçambique, a
arte de Fatima Maia, Doro & o dia de são nunca aqui.
Por você
& Crônica de amor por ela, Do caos ao cérebro de Gilles Deleuze & Félix Guattari, a música de Khadja Nin,
a poesia de Alexandre Dáskalos, Safo
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Taylor-Wood & Dakota Johnson, a arte de Eduardo Schloesser & Kel
Monalisa aqui.
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& Crônica de amor por ela, o pensamento de Buda, As moças de Montesquieu, A desconhecida de Ciro
Alegría, A natureza de Lucrécio, a música de Magda Tagliaferro, A farsa
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de Rui Carruço, a música de Consuelo de
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TEATRO DE HERMILO BORBA FILHO
A peça
teatral Sobrados e Mocambos
(Civilização Brasileira, 1972), do escritor e dramaturgo Hermilo Borba Filho (1917-1976), é uma transposição cênica da obra homônima
de Gilberto Freyre, mostrando a formação e declínio da sociedade patriarcal. A peça
foi encenada pela Cia. Teatro de Seraphim, com direção de Antônio Cadengue.
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