
O CAPITALISMO DE JOHN GRAY
[...] A
espécie humana expandiu-se a tal ponto que ameaça a existência dos outros
seres. Tornou-se uma praga que destrói e ameaça o equilíbrio do planeta. E a
Terra reagiu. O processo de eliminação da humanidade já está em curso e, a meu
ver, é inevitável. Vai se dar pela combinação do agravamento do efeito estufa
com desastres climáticos e a escassez de recursos. [...] Os seres humanos diferem dos animais
principalmente pela capacidade de acumular conhecimento. Mas não são capazes de
controlar seu destino nem de utilizar a sabedoria acumulada para viver melhor.
Nesses aspectos, somos como os demais seres. Através dos séculos, o ser humano
não foi capaz de evoluir em termos de ética ou de uma lógica política. Não
conseguiu eliminar seu instinto destruidor, predatório. No século XVIII, o
Iluminismo imaginou que seria possível uma evolução através do conhecimento e
da razão. Mas a alternância de períodos de avanços com declínios prosseguiu inalterada.
Regimes tirânicos se sucederam. A história humana é como um ciclo que se repete,
sem evoluir. [...] A crença moderna
na possibilidade de melhoria gradual acompanha uma visão da história bastante
diferente daquela do mundo antigo. Na Grécia e em Roma, na Índia e na China,
por exemplo, a história era compreendida em termos cíclicos como a ascensão e a
queda de civilizações. Avanços na ética e na política eram reais e valia a pena
lutar por eles, mas eles sempre seriam perdidos no curso das próximas gerações
– enquanto o conhecimento pode crescer ao longo do tempo, o ser humano
permanece o mesmo. As falhas inerentes e incuráveis do animal humano sempre
prevalecerão em qualquer civilização avançada. Como eu coloquei no The silence
of animals, a civilização é natural para os seres humanos – mas também é a
barbárie. [...].
Trechos
extraídos de Como viver juntos
(Temporada, 2015), do escritor e filósofo britânico John Gray, autor da obra Falso amanhecer: os
equívocos do capitalismo global (Record, 1998), na qual sustenta que as
sociedades de todo o mundo estão sendo forçadas a participar de uma experiência
de engenharia social com as falsas expectativas de um livre mercado libertador,
em particular a idéia de que só quando se permite que o mercado opere sem
qualquer controle governamental é capaz de trazer prosperidade e estabilidade. Para
o autor, este culto ao livre mercado sem obstáculos - como é promovido pelo FMI
e o Banco Mundial - resultará, na maior parte dos países, em um misto de
anarquia e concentração de riqueza e irresponsabilidade, criticando duramente
as políticas neoliberais e a desregulamentação do mercado tida para ele como irreversível
e cruel, levando a uma efetiva destruição dos estados nacionais e a uma
catástrofe social. Foi o que aconteceu em países como a Inglaterra e a Nova
Zelândia, onde aumentaram a miséria, a insegurança, a delinquüência e até mesmo
o índice de dissolução de casamentos.
Veja
mais sobre:
Renascido
da segunda morte, João Ternura de Aníbal Machado, Modernidade líquida de Zygmunt Bauman, Comunicação
em prosa moderna de Othon Moacir Garcia,
a música de Jacob de Haan, a charge de Andy Singer, a arte de
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Em mim
& Primeira Reunião, O anão de Pär Lagerkvist, Os últimos dias de Paupéria de Torquato Neto, a música
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Meier, A mais forte de August Strindberg, Gainsbourg de Joann Sfar &
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a poesia de Alexandre Dáskalos, Safo
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Taylor-Wood & Dakota Johnson, a arte de Eduardo Schloesser & Kel
Monalisa aqui.
Cobiça
& Crônica de amor por ela, o pensamento de Buda, As moças de Montesquieu, A desconhecida de Ciro
Alegría, A natureza de Lucrécio, a música de Magda Tagliaferro, A farsa
quixotesca de Cervantes, o cinema de Vicente Escrivá & Millie Perkins, a arte de Jussanam Dejah, a
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A peça
teatral Sobrados e Mocambos
(Civilização Brasileira, 1972), do escritor e dramaturgo Hermilo Borba Filho (1917-1976), é uma transposição cênica da obra homônima
de Gilberto Freyre, mostrando a formação e declínio da sociedade patriarcal. A peça
foi encenada pela Cia. Teatro de Seraphim, com direção de Antônio Cadengue.
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