OS
CINCO PRÊMIOS DO AMOR - Com
tantas provas que o amor me deu, premiado fui e sou mais que voo no pódio do
amor. Como primeiro prêmio, uma estrela nua do céu fez-se mulher, trazendo
outras tantas estrelas às mãos pra me presentear com o amor nascendo vigilante com
a graça do seu ser que emana o frescor de coisa viva e que amanhece Iaravi linda
índia acolhedora a me render com o fulgir da sua alma de céu. Logo fui premiado
pela segunda vez quando ela de manhã reluziu com seu colo perfumado a me dar o
paraíso que povoa em seu peito campo afora, o quente Sol do amor nos seus olhos
vivos macios e meigos, com seus lábios vermelhos de deusa bela encantadora nos
quais me encontro e me perco e nem sei quem sou viril errante no seu fruto
cheiroso tropical miraculoso que me faz sucumbir à sua aterradora entrega
alcançada, paara que eu seja probo dono dela mais que enlaçada índia na minha
loucura infinda. E eu sou inteiro mais que todo universo apertando as suas mãos
e a roçar sua palma oferecida e a beijar seu seio florido de carências e sinto
que me quer e posso cantá-la. E se de dia ela mansa submissa, de noite o meu
terceiro prêmio é vê-la a me tomar feita deusa Freya e a me levar pelo clarão
dos seus olhos que alumiam tudo e me acolhem nos seus braços pra que eu seja amparado
pelo lindo busto esplendorosamente nu, incendiando a minha gula brasa viva da
sua entrega almejada e que cativo pelo bendito talismã lascivo de sua alma
alada tentadora, sou mais que perdido desencontrado na vertigem louca de sua
reclusa flor, a rosa do seu sexo prometida que tudo exalta na doçura do seu
afago derramado e seus mimosos delírios nos meneios de eterna sedução de fêmea
que adorna felina com as ondulações de suas ancas, e mais louco embevecido ancoro
a minha nau para a noite propícia triunfante. É aí que ganho o quarto prêmio ao
me dá a sua boca sensual de imperiosa paixão com suas mãos carregadas de
carícias a erguer a minha rocha imperativa que sustenta o milagre da labareda
viva em que a alma se espelha na fúria desmedida da chama vibrante do seu beijo
que invado todos os seus mistérios mais inacessíveis. Eis-me pronto pra o
quinto prêmio degustando a água do seu corpo que mata minha sede e faz o amor vulcão
dentro de mim e beijo o seu rosário que me arrasta e me aventuro a florescer de
mim a mais profunda raiz que se faz tronco são nas suas paragens por toda ventura
que mereço. E premiado habito o seu ser que palpita e sou na torrente da sua
carne opulenta e ambicionada pelo amor levado, seu ser conduzido no aroma da
candura e carregado pela minha febre que fagulha na sua formosura e me ergo e
aprumo e queimo nas suas mãos ardentes com todos os êxtases lascivos das profanas
emoções do esplendor de sua escultura. No ápice do prazer é ela o prêmio e com
isso sonho e sonhando passo os dias e as noites no profundo desvario do amor
devotado e que não sabe o bem que me faz e nem toma o que me deu e dá pra que
cante em minhas veias gemedoras a flor imensa da sua dádiva. Mais que premiado,
a euforia modula o ritmo do meu ser e o meu destino nos seus passos porque suplanta
o que sou arrastado de paixão por ela e por ser minha, porque nasceu para ser
minha e possuir a sua carne como a minha taça transbordante que brindamos o coração
maior que o infinito, no premio de ser feliz recompensado em profusão. Ela
beija meus olhos e sou seu pra que seja a mais feliz entre as mulheres. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais aqui, aqui e aqui.
Curtindo Em
família (EMI, 1981), do
compositor e arranjador Egberto
Gismonti. Veja mais
aqui, aqui, aqui e aqui.
PESQUISA
O
livro História social
da criança e da família (LTC,
1981), do historiador e filósofo francês Philippe Ariès (1914-1984). Veja mais aqui e aqui.
LEITURA
Laços de família (Rocco, 1998), da escritora e jornalista Clarice Lispector (1920-1977). Veja
mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
PENSAMENTO DO DIA:
[...] Se
não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações
abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de
avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai
ser antes ou depois de se chocar contra o solo.
Trecho do livro
Divã (Objetiva, 2002), da
escritora gaúcha Martha Medeiros. Veja mais aqui.
Veja mais Saul Bellow, Barbara Sukowa, Quaternaglia, Ventura
de la Vega, Rainer Werner Fassbinder, Jasper Johns, Arthur Schnitzler & Dorothea Röschmann aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Nu, do artista plástico estadunidense Nelson Shanks (1937-2015).
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá