VAMOS APRUMAR A CONVERSA? NÓS,
JUNG & A HOLÍSTICA –
Fazer uma reflexão sobre o momento presente requer de nós uma acurada e detida
observância acerca do passado para que tenhamos uma compreensão do que estamos
vivenciando no presente. Não seria outro o caminho, afinal para que saibamos a
pretensa completude de algo, convém atentar sobre a forma como feita ou
percorrida, como foi construída e elaborada, daí identificando, inclusive, quais
as consequências disso. E por conta disso, para que possamos entender o que nos
ocorre hoje é preciso ter a perspicácia de olhar pra trás, cônscios de que
estamos no trânsito daquilo que foi feito e no que resultou, ou do que fizemos
ou de como fomos diante de determinadas ocasiões, para entendermos a razão do
que realmente somos e a que ponto, então, chegamos agora. Por aí. Foi-me
possível realizar entre amigos uma abordagem acerca da psicologia junguiana e o
desenvolvimento da holística no nosso tempo. Para tal, fez-se necessário termos
de voltar no tempo e encontrar a base do método analítico, método este aplicado
por grandes nomes da Ciência, como o de Galileu, Bacon, Descartes, Newton,
Freud, uma via quantitativa com ênfase na parte e em fatos específicos e
particulares, determinista, via controle e exatidão na previsibilidade, objetivo
e reducionista, levando-se a ter uma visualização de como se sedimentou o
paradigma mecanicista que perdura até então por meio de um processo analítico
que decompõe do todo as suas partes, nos dando a visão fragmentada de tudo e
que, por consequência, nos leva às especialidades de visão apenas de parcela da
realidade. Acontece, porém, que com o advento da mecânica quântica de Max Planck
e da teoria da relatividade de Albert Einstein, uma outra forma de ver as
coisas foi desenvolvida, rumo ao sintético, complementando a ótica analista. Ou
seja, pela visão do todo numa via qualitativa, experiencial e voltada para a
unicidade e participação, tornou-se possível então ter-se uma perspectiva ampliativa
e globalista de tudo e de todas as coisas. Essa é a perspectiva que foi
trilhada por Jung, Frankl, Krishnamurti, não com uma condução antagônica ao
analítico, vez que são complementares e, justo por isso, requerendo-se que a
esta suceda o sintético unificador. É aí que nos defrontamos com a holística,
pensamento desenvolvido a partir de Smuts no início do século recém passado e
que tem se ampliado nas últimas décadas para formação de uma nova paradigmática
frente ao secular mecanicismo. Afinal, com a preponderância mecanicista temos a
sensação de que foi decepado o corpo caloso do planeta, a nos fazer crer que
cada hemisfério é distinto um do outro e sem a menor relação entre eles. A holística
recompõe essa estrutura cerebral do planeta, dando-nos a oportunidade de ver que
somos uma terra só não apenas ocidentalizada, mas como uma mãe que abriga a
pluralidade dos ecossistemas, entre os quais se insere o que denominamos de
espécie humana. Assim, embalado pelos acordes da Going for the one, do Yes, convido a conferir mais abaixo e aqui.
Imagem: Krajina s Kokořínem a Křivoklátem v bouři,
do pintor e ilustrador tcheco Antonín
Mánes (1784-1843).
Curtindo o som do Coletivo Chama criado para discutir a canção entendida como arte e
os novos rumos da MPB. Integram o Chama os músicos Thiago Amud, Pedro
Sá Moraes, Renato Frazão, Thiago Thiago de Mello, Ivo Senra, Cesar Altai e
Sérgio Krakowski.
BRINCARTE DO NITOLINO– Hoje é dia de reprise do programa
Brincarte do Nitolino para as crianças de todas as idades, nos horários das
10hs e das 15hs (no horário de verão), no blog do Projeto MCLAM e com
apresentação de Ísis Corrêa Naves.
Na programação sempre especial também tem atrações especiais chamando a
meninada com Toquinho, Chico Buarque & Milton Nascimento, Ivan Lins &
As Chiquititas, A. J. Cardiais, Mundo Bita, A onça Felinda, Meimei Corrêa,
Marina, Turma do Balão Màgico, Turminha da Natureza, Nita, Historinha Cantada,
Fabio Jr, O Reino Encantado de Todas as Coisas, A criação do mundo & muito
mais No reino encantado de todas as coisas. No blog, muitas dicas de Educação,
Psicologia, Direito das Crianças e Adolescentes, Teatro, Música e Literatura
infantil, com destaque pro Brincar da Criança e as historias em quadrinhos dos Aventureiros do Una. Para conferir ao
vivo e online clique aqui ou aqui.
VIÚVAS DE MARIDO VIVO – No livro Terra em Alagoas: temas e problemas (Edufal, 2013), organizado por
Luiz Sávio de Almeida, José Carlos da Silva Lima e Josival dos Santos Oliveira,
encontro o artigo O jeito mulher de lutar
pela terra, de Maria José Cavalcante, uma camponesa assentada e técnica em
Agropecuária Agroecológica, e Heloisa Muniz do Amaral, engenheira agrônoma e
mestre em Produção Vegetal, do qual destaco os trechos: [...] Nos processo de concentração das terras em
Alagoas, muitas famílias foram expulsas de suas terras e jogadas nas periferias
das cidades, onde passaram a viver, geralmente, marginalizadas. Neste processo
as mulheres foram as mais prejudicadas, pois muitas famílias se desfizeram e elas
tiveram de arcar com todas as responsabilidades da casa e dos filhos, as
chamadas viúvas de marido vivo, pois os homens foram trabalhar em outros
estados, cortar cana, colher laranja, trabalhar com cultura de café, etc., em
busca de trabalho e renda. Sem teto, sem emprego fixo e sem expectativas de
vida, muitas dessas famílias foram alcançadas pela proposta de luta pela terra
através das ocupações e através da resistência nos acampamentos que surgiram na
década de 80. [...] Quem eram essas
mulheres acampadas? Agricultoras, domésticas, desempregadas, solteiras,
cortadoras de cana, adubadoras, semeadoras, prostitutas, aposentadas, mulheres
que lutavam para manter a dignidade e encontraram na luta pela terra a saída
para a liberdade. [...] Mulheres que
vivem morrendo e que morrem vivendo: e não seria possível concluir sem falar da
Josiete, acampada com outras dezenas de famílias na Flor do Bosque, primeiro
acampamento realizado pela CPT em Alagoas. [...] Mulheres como Josiete vivem morrendo porque, muitas vezes, não são
respeitadas pelo caminhoneiro na estrada, pelo vizinho, muitas vezes pelo
próprio companheiro, mesmo assim morrem vivendo porque estão lutando pela
terra, pela sobrevivência. Morrem meio que gritando: continuem a luta a partir
de onde parei, continuem a luta porque para mim não será mais possível.
[...]. Veja mais aqui.
A
CONDIÇÃO HUMANA – O livro Malraux: no
caminho das tentações (Brasiliense, 1982), de Lourenço Dantas Mota, aborda
sobre a tentação da aventura, da história e da arte, o absurdo é uma pergunta e
abordando sobre o escritor francês André
Malraux (1901-1976), do qual destaco o trecho da expressão deste: Não creio que o verdadeiro romancista deva
criar personagens; ele deve criar um mundo coerente e particular, como todo
outro artista. Não fazer concorrência ao registro civil, mas fazer concorrência
à realidade que lhe é imposta, e da vida, ora parecendo submeter-se a ela, ora
transformando-a, para rivalizar com ela. Explica o autor que: Para Malraux a arte é o antidestino. A
transcendência que não encontrou na ação, seja na aventura, seja na História,
está na arte. A obra destaca o seu romance mais conhecido e clássico da
literatura mundial, A condição humana,
lançado em 1933 e premiado com Goncourt daquele ano, contando uma história inspirada
na revolução chinesa, em 1927, quando um homem corroído pela amargura vê-se em um país sacudido por
uma insurreição, em que homens planejam uma revolução, muitos divididos entre a
culpa e a ideologia. Este livro de Malraux é um depoimento pessoal sobre os
momentos históricos em tom de reportagem, tratando sobre questões morais,
intelectuais e políticas, com personagens que representam valores e formas de
ação. Veja mais aqui.
VOO – O livro Voo (Vidráguas, 2012), da poeta carioca Maria de Fátima Monteiro, é dividido em quatro partes: Voos (in)
Cupidos, Voos solo e Voos de escuta e haicais, Voos livres e Voos rasantes. Na
obra destaco inicialmente o poema Arte: Desenha
um poema no meu corpo, / compõe / e descompõe os meus cabelos, / esculpe com
teus beijos minha carne, / baila ao som que vem de mim, / dirige o espetáculo
sem plateia, / porque a Arte é tudo / e o Amor é mais... Também o Me tens: me tens no teu nunca mais / e no teu sempre
/ me tens no teu céu / e no teu inferno / me tens no teu corpo morno / no teu
suor me tens na tua pele / no teu cheiro
/ me tens em todos os teus pelos / nos cabelos / me tens no teu hálito / nos
teus fluidos / me tens nos teus olhos / e no olhar / me tens nos teus braços /
nos abraços / me tens nas tuas mãos / nos teus dedos sábios / nos lábios / me
tens. O belíssimo poema Dentro: Dentro
dos teus olhos / havia um mar / dentro do mar / um barco / dentro do barco / eu
/ dentro de mim / você. O belíssimo Espelho: Tem uma menina nos olhos teus / chega aqui / presta atenção / tem um
menino nos meus... Por fim, Depois: O
corpo / pede amor urgente / a alma sabe / pode esperar / depois / o corpo
cansado / a alma leve / quer amar / rir / falar / trocar / o mundo para / os
deuses calam / sublime momento / em que só as almas pares / podem se encontrar...
Veja mais aqui.
FALA
BAIXO SENÃO EU GRITO & ILUSTRÍSSIMO FILHO DA MÃE – A obra da dramaturga Leilah Assumpção compreenda as peças
teatrais Fala baixo senão eu grito (1969), Jorginho, o Machão (1971), Amanhã,
Amélia, de Manhã (1974), Roda cor de roda (1975), A Kuka de Kamaiorá (1975), Quatro
mulheres (1976), Sobrevividos (1977), Vejo um vulto na janela, me acudam sou
donzela (1979), Seda pura e alfinetadas (1980), O segredo da alma de ouro
(1981), Boca molhada de paixão calada (1984), Menino ou menina? (1986), Lua nua
(1990), Sal that I went to mayamoon (1991), Quem matou a baronesa (1992), Adorável
desgraçada (1994), O momento de Mariana Martins (1999), Intimidade indecente
(2001) e Ilustríssimo filho da mãe (2007). Também dedicou-se à teledramaturgia,
escrevendo as novelas Venha ver o sol na estrada (1974), Um sonho a mais (1984)
e a minissérie Avenida Paulista (1985). São mais de quarenta anos de carreira
devotados ao teatro brasileiro. Veja mais aqui, aqui e aqui.
BAIXO
GÁVEA
– O drama Baixo Gávea (1986),
dirigido pelo cineasta e roteirista Haroldo
Marinho Barbosa (1944-2013), trata
das inquietações de duas jovens cariocas que moram juntas e ensaiam uma peça de
teatro sobre o poeta português Fernando Pessoa. Uma delas dirige os ensaios ao
mesmo tempo que busca constantemente o homem correto e o amor da sua vida,
sendo que a outra é a homossexual que interpreta o poeta Mário de Sá Carneiro. Ela
é amiga e confidente da outra com quem divide um apartamento e que não percebe
o amor de quem é apaixonada por ela, que sempre a ajuda a recuperar-se das
decepções. Ao contrário do personagem Sá Carneiro, poeta do decadentismo, do
saudosismo, do metafísico e do vago, Ana é o lado pragmático de Clara, que por
muitas vezes traz uma visão desiludida como se fosse a do próprio Fernando
Pessoa, que pode estar associada aos conceitos dos heterônimos do poeta. Veja
mais aqui.
CARL JUNG: GRUPO DE PESQUISA – Realizou-se nesta terça, dia 03 de
novembro, mais uma das reuniões preliminares do Grupo de Pesquisa Carl Gustav Jung, formado pelos graduandos de
Psicologia do Centro Universitário Cesmac. As reuniões acontecem todas as
terças, a partir das 17hs, no Centro Acadêmico Martin-Baró, estando o grupo
aberto à participação de estudantes interessados sobre o autor em estudo,
bastando entrar em contato com qualquer dos membros. A reunião teve abertura
com a abordagem sobre a importância do projeto de pesquisa para realização de
trabalhos acadêmicos, deixando-se traçadas as coordenadas de construção e
feitura do projeto de pesquisa. Na ocasião foi oportunizada a realização de uma
abordagem acerca da psicologia de Jung com relação ao paradigma holístico. Veja
mais aqui.
IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da jornalista Goretti
Pompe na arte do arquiteto, escritor e
artista plástico Pedro Cabral Filho. Veja mais aqui.
Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do
programa Quarta Romântica, a partir
das 21hs (horário de verão), com a apresentação sempre especial e apaixonante
de Meimei Corrêa. Em seguida, o programa Mix MCLAM, com Verney Filho e na
madrugada Hot Night, uma programação
toda especial para os ouvintes amantes. Para conferir online acesse aqui .
CURSO DINÂMICO DE ORATÓRIA