Imagem: Acervo ArtLAM.
Ao som do álbum É frevo, meu bem! (Aple Music, 2011),
Esse é o meu carnaval (Tratore, 2007) e o DVD Pernambuco para o Mundo
(Tratore, 2014), da cantora Nena Queiroga, considerada a Rainha do
Carnaval pernambucano. Veja mais aqui.
RUBRICA DE
CRONÓTOPO... – Se não tivesse o coração amando, eu não
seria nada. Se não soubesse o dia o que seria a noite, não valeria a vida.
Pensando bem, ainda há pouco era um menino da beira do rio e, já mal dobrara algumas
poucas esquinas, nem via direito o tanto que passou. Era como se já fosse março
e perdesse quantos dias e meses, se tudo o mais esqueci nas últimas três ou
quatro décadas, quantos motivos teria senão a pilhéria pronta. Ontem mesmo
pelas três da tarde ou sei lá se tanto, tivera um susto ao esbarrar com a Simone Weil: As soluções não são fáceis de conceber...
Todos os pecados são tentativas de preencher vazios... Nem dois segundos sequer bastaram, quandei fé já passava das nove da
noite e o cochilo. Foi então que pude ver os urubus como verdadeiros túmulos
povoando o dia no meu momento crepuscular. Do outro lado, nada mais que esfaimados
e furibundos na festa da minha febre noturna e quem morreu de espanto ninguém
acreditava. É tão Brasil quanto imoral, que importa. Dizia-me Sarah Kane: Depois de ter percebido que
a vida é muito cruel, a única resposta é viver com tanta humanidade, humor e
liberdade que puder... Eles vão me amar por aquilo que me destrói... Não
sei quantos milênios atravessei, se quadras percorri de A a Z e lá estava eu
tão longe quanto o país das trinta e seis mil vontades, no cercado mágico de
Maurois. Como quem não conseguia decorar O corvo e a raposa de La Fontaine, sabia lá se sonhos ou loucura, andava dez vezes mais. E parecia
nem ter saído do lugar, como se arrastasse pelas areias que davam pro mar do
Tempo Perdido, uma sujeira espessa com perfume de rosas. E, apesar disso, ali
ainda não era março, mas foi onde apenas uma mulher não tinha nem nunca teve
problema algum. Fui ver de perto e era a belíssima moira Aisa: Ô cabra andejo,
para quieto! Ela, pra quem não sabe Átropos, inamovível, inflexiva, dizia ser
uma das sobreviventes daquele voo 370 desaparecido da Malasya Air Line. Como
podia? Nem atinava nada direito, azucrinava muito o cricrilar persistente de
grilos machos, coisa mais chata! Então, virou-se pra mim informando ser ali o País
do Presente de Poe – de Pym of Nantucket, na verdade - e esqueci
quem era e o que fazer. Cá com meus botões: se não era o Triângulo das Bermudas,
estava no meio do maior quebra-cabeça. Então me sussurrou Ada Negri: Não
há momento que não pese sobre nós o poder de todos os tempos... Aí celebrei:
abençoada seja pelos cotovelos no tumulto dos dias, terra de água acima, fogo
de vento abaixo. Cada um a sua vida. Se sabia onde pisava, não poderia jamais esquecer das esquinas e pedras
falsas. Tudo poderia acontecer. Então pisei devagar, os mortos agradeceram...’Ainda não era e deslembrei, assim mesmo, perdendo a raiz. Não precisava
mais de ontem nem amanhã, vivia agora. Até mais ver.
QUATRO POEMAS
Imagem: Acervo ArtLAM.
UMA ROSA É UMA ROSA É UMA ROSA É UMA ROSA - Uma
rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa \ Encanto extremo. \ Botina extra. \ Encanto
extremo. \ O mais doce sorvete. \ Páginas épocas página épocas página épocas.
ÍNFIMA VELHA ESTRELA - Ínfima velha estrela. \
Fluída sempre. \ Foste um triste percentual. \ Faz um dia de sol. \ Vigia ou
água. \ Tão logo a lua ou um pesado velho assédio.
ENTRE - Entre um lugar e um uma bala de
açúcar existe uma estreita trilha a pé que mostra mais subida que qualquer
coisa, tão mais real que o significado de um chamado um travesseiro uma coisa
completa como aquilo. Uma virgem uma completa virgem é julgada feita e assim
entre curvas e esboços e estações reais e mais dos óculos e um perfeito arranjo
sem precedente entre duas senhoras e leves resfriados não há bosque de cetim
brilhando.
UMA SOMBRINHA DESFECHADA - Qual era a
utilidade de não deixá-la lá onde ela ficaria pendurada qual era a utilidade se
não havia chance de nunca tê-la visto aqui e mostrar que ela era bonita e certa
a forma de mostra-la. A lição é ensinar que ela se mostra assim, que ela se
mostra assim e que nada mais, que não há nada a mais, que não há mais que se
fazer com ela e assim tanto quanto existe lá bastante motivo para se fazer uma troca.
Poemas da escritora e feminista estadunidense
Gertrude Stein (1874-1946). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui,
ABANDONO - […] Na verdade, o termo “perdoar e esquecer” não faz sentido para mim. Perdoar nos permite parar de pensar
em um problema, o que nem sempre é saudável. Mas se esquecermos, não aprendemos
com nossos erros. E isso pode ser mortal [...]. Trecho da obra Abandon (Point, 2011),
da escritora e roteirista estadunidense Meg Cabot, que na obra Ninth Key (Turtleback,
2004) expressa: […] Posso estar morto há cento e
cinquenta anos, Susannah,... mas isso não significa que não sei como as pessoas
dizem boa noite. E geralmente, quando as pessoas dizem boa noite, elas guardam a língua para
si mesmas. [...]. E na obra Twilight (Avon, 2005)
evidencia que: [...] O que é um mediador, você pergunta? Ah, uma pessoa que atua como elo de
ligação entre os vivos e os mortos. Ei, espere um minuto... o que você
está fazendo com essa camisa de força? [...], afora nos contemplar com frases lapidares: Escreva o tipo de
história que você gostaria de ler. As pessoas lhe darão todo tipo de
conselho sobre como escrever, mas se você não estiver escrevendo algo que
goste, ninguém mais vai gostar. Você não é uma nota de cem dólares, nem todo
mundo vai gostar de você. Se você ama alguma coisa, liberte-a. Se fosse para ser, ele voltará para
você. Veja mais aqui e aqui.
A TECNOLOGIA É NOSSA ESCRAVA, NÃO NOSSA
MESTRA - O ambiente
digital está alterando nosso cérebro de forma inédita. O primeiro é o impacto
das redes sociais na identidade e nos relacionamentos. O segundo é o impacto
dos videogames na atenção, agressividade e dependência. E o terceiro é sobre o
impacto dos programas de busca no modo como diferenciamos informação de
conhecimento, como aprendemos de verdade. É claro que há muitos estudos que
ainda precisam ser feitos, mas certamente há cada vez mais evidências sobre
aspectos positivos e negativos. Agora, só porque vemos um aumento de QI em quem
joga videogames não quer dizer que haja um aumento de criatividade ou
capacidade de escrita. Também se sabe, por alguns estudos, e por exames de
imagem, que os videogames aumentam áreas do cérebro que liberam dopamina.
Também sabemos que, em casos extremos, nos quais as pessoas gastam até 10 horas
por dia na frente da tela, existe uma forte correlação com anormalidades em
exames cerebrais. Como costumamos dizer, uma andorinha só não faz verão. Então
é importante fazer mais estudos. Isto não é definitivo, em se tratando de
ciência nada é definitivo, por isso é importante começar a fazer pesquisa
básica porque, até agora, está claro que coisas boas e coisas ruins estão
acontecendo de um modo que não haviam acontecido em gerações passadas. É um
desafio, mas o que temos que fazer é tentar pensar em maneiras, não tentar
negar a tecnologia. Nós podemos, na nossa sociedade maravilhosa, com toda essa
tecnologia, com todas as oportunidades que temos, dar aos nossos filhos um
mundo tridimensional interessante para viver. A partir disso eu infiro que as
pessoas estão construindo uma identidade no ciberespaço que em boa parte é
formada pela visão das outras pessoas. Eu acho interessante essa tendência de
que mesmo que você sinta-se muito importante, muito conectada, você se sente
insegura, tenha baixa autoestima, sinta-se constantemente inadequada. Eu acho
que precisamos olhar para as estatísticas em vez de apenas levar em conta as
impressões pessoais ou os meios de comunicação. De acordo com as estatísticas,
os chamados nativos digitais, gente que nasceu após 1990, apresentam níveis de
uso alarmantes. Trechos
extraídos da entrevista da revista Fronteiras (2018) concedida pela
neurocientista britânica Susan Greenfield. Veja mais aqui.
LIBERTINAGEM & ESTRELA DA MANHÃ, DE
MANUEL BANDEIRA
A sereia sibila e o ganzá do jazz-band
batuca. \ Eu tomo alegria!
Trecho do poema Não sei dançar, extraído da
obra Libertinagem & Estrela da Manhã (Nova Fronteira, 2000), do poeta,
tradutor, crítico literário e de arte, Manuel Bandeira (1886-1968). Veja mais
aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
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Poemagens &
outras versagens aqui.
Diário TTTTT aqui.
Cantarau
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Teatro Infantil:
O lobisomem Zonzo aqui.
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