DA EDUCAÇÃO AO
COPERNICANISMO AO CONTRÁRIO – Uma coisa é
falar sobre educação para quem acha que isso é só papo de professor ou coisa
que valha. Outra é tratar sobre o sistema nervoso quando isso é tratado como
papo de gente doida, pinel de jogar pedras e outras zuretadas. Rótulos são o
que não faltam ao senso comum. Há quem reduza a educação apenas à
escolarização, sem levar em consideração a pesquisa e a extensão, afora outras
coisas mais além do ensino. Há quem trate sobre neuroeducação restringindo tudo
apenas às funções e potencialidades cerebrais, sem levar em conta que além do
sistema nervoso central, há também o autônomo e o periférico, afora a importância
das glândulas endócrinas e da homeostase para o equilíbrio do organismo humano.
Mesmo assim, vai lá que a metáfora leve a conversa de lá praqui e vai dá cá
para ali e acolá, enfim, a coisa dá uma engrenada boa e vai praquela do quer
dizer então que... É, que bom, dúvidas e perguntas afloram e isso torna
qualquer papo para lá de interessante, relacionando a sinapse neuronal e a
articulação sistêmica com reciprocidade de relações entre seres humanos. Ou seja,
assim como é o funcionamento do organismo humano, pode – e deve – ser também nas
relações entre uns e outros no convívio cotidiano. O que ficou de mais positivo
foi saber que não há órgão mais importante que outro no corpo humano, cada qual
cumpre sua função e papel no contexto da anatomia e fisiologia corporal. Assim poderia
ser com a gente: cada um funcionando conforme o projeto cósmico, interagindo
com a natureza, no que se poderia chamar de cooperação colaborativa, sem nada
de interesse por trás, assim, apenas por ser. Foi com essa condução que ocorreu
o bate-papo no último sábado, com os comparecentes à Associação dos Artesãos
Palmarenses, que atenderam o chamado da Escola de Filosofia, Artes e Política
de Palmares, sob a coordenação do professor Carlos Calheiros. Uma conversa que
começou pelas vinte horas e passou da meia noite, com muitas indagações e
esclarecimentos, uma confraternização. Por minha conta, me dei para lá de
satisfeito com a presença e participação de todos, tomara que assim também com
cada um que lá esteve. O que ficou de evidente para mim, conclusivamente, foi a
constatação da necessidade de se construir elos, utilizando a metáfora dos
dedos e da mão, para que se possa realizar uma verdadeira revolução copernicana
ao contrário: a mudança tem que começar por mim, no meu domicilio e
comportamento, numa atitude de sujeito cônscio de suas responsabilidades com o
seu tempo e a sua terra, para que, só depois disso, possa interagir e atuar em
defesa da minha rua, do meu bairro, da minha cidade, estado e nação. Minha
gratidão paratodos. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja
mais aqui.
DITOS & DESDITOS
Houve um tempo em que Manaus
tinha calçadas, largos passeios em mármore de Liós, aqui e ali os canteiros de
fícus-benjamim distribuindo sombra aos transeuntes. Não há mais calçadas.
Caminha-se quase sempre numa terra de ninguém, entre o esgoto a céu aberto e a
posta de trânsito. Uma cidade onde o tecido urbano foi destruído e não há uma
rua, uma artéria intata. Atravessa-se a cidade e tem-se a impressão de que
quase todas as edificações estão inacabadas. [...] O caldo dos trópicos. A alegria da agonia.
Manaus é a cidade mais odiada do mundo. Não fosse assim, não a teriam enfeiado
tanto [...] Manaus é odiada talvez
por não cumprir com o que promete. Engana as gentes das barrancas, os inocentes
dos rios. Engana os que chegam de muito longe, carregados de misérias e
pesadelos. Essa gente enganada não perdoa a cidade, e castiga Manaus, cada uma
delas como células fazendo crescer o tumor canceroso em que foi transformada a
velha e orgulhosa capital dos barés. Cidade degenerada, de alegria favelada
acostumada a se contentar com pouco. Talvez por isso odiada também pelos que
juram amá-la, amor da boca para fora dos que deveriam amá-la ao menos por dever
de ofício. Manaus dos últimos acenos de gentileza em meio ao alarido arrivista.
Cidade mal-amada. Cidade acostumada a apanhar na cara, a ser violentada, a ser
roubada vergonhosamente pelos seus amantes. [...]. Trechos extraídos da
obra A caligrafia de Deus (Marco
Zero, 1994), do escritor amazonense Marcio Souza. Veja mais aqui e aqui.
AGROECOLOGIA: HORTAS
DO BEM COMUM E DA FELICIDADE COMUNITÁRIA
A Economia do Bem Comum é um arranjo econômico
alternativo e completo, atualmente em discussão e aprimoramento em vários
países ao redor do mundo, motivada pela percepção dos múltiplos fracassos
ambientais, sociais e econômicos do modelo econômico neoliberal vigente.
Enquanto não temos condições diretas de mudar o atual arranjo econômico no
Brasil, focado na acumulação de riquezas financeiras de investidores com
atuação global, cada vez mais acelerada e concentrada na mão de poucos, podemos
nos inspirar começando com uma economia de bem comum ao nível local. Com base
comunitária, entre vizinhos, partindo dos nossos terrenos e quintais, para as “Hortas do Bem Comum e da Felicidade
Comunitária em Aldeia”. O sistema das hortas do bem comum se fundamenta em oito
elementos básicos e uma rede composta por cinco grupos de colaboradores. O
sistema das hortas do bem comum é composto por cinco grupos de colaboradores,
ou parceiros, formando uma rede. Nesta arranjo, colaboradores específicos podem
se enquadrar em vários grupos. Os hortelãos, por exemplo, podem ao mesmo tempo
ser beneficiadores, produzindo conservas da colheita, os consumidores podem ao
mesmo tempo fazer parte dos apoiadores, entre outros.
Texto introdutório sobre o projeto agroambiental desenvolvido
pelo engenheiro ambientalista alemão que atua na área de gestão de recursos
naturais e resíduos sólidos, Thilo Smith
& da agrônoma especialista em agroecologia, Simone Miranda, por meio de cursos de Cultivo Ecológico e práticas
de agricultura urbana como forma de dialogar com as pessoas sobre novas formas
de produzir, consumir e se relacionarem entre si e com o meio ambiente. Ambos
prestam consultoria e ministram cursos voltados ao cultivo de hortas orgânicas
em um projeto de economia solidária, na Rua Limeira – Km 12, da Estrada de
Aldeia, Camaragibe – PE. Veja detalhes aqui.
A ARTE DE MARIA CARMEN
A arte
da saudosa pintora, escultora e desenhista Maria
Carmen (Maria Carmen de Queirós Bastos – 1935-2014), que realizou
exposições em Recife, Salvador, Brasília, Aracaju, Vitória, São Paulo, Lisboa,
Bélgica, França, Peru, República Tcheca, entre outras. Veja mais aqui.
A MÚSICA DE CONSUELO DE
PAULA
Tenho acompanhado há tempos o talento desta competente e
belíssima cantora, compositora, poeta e produtora, Consuelo de Paula. Por conta disso, degusto quase que
cotidianamente a encantadora voz e verve desta que, para mim, é uma das maiores
e mais expressivas artistas da música brasileira contemporânea: uma voz de
ontens e amanhãs que se fazem presentes em tons e versos que fascinam o coração
e a alma de quem contempla o prêmio instantâneo de tamanha maravilha. No
próximo dia 16 de março, a partis das 20:30hs, no Espaço 91, próximo ao Sesc
Pompeia, São Paulo, ela anuncia Ventoyá, a próxima obra dela: Maryakoré. Ventoyá
é movimento de amor e de luta, um mergulho no dentro do tronco da árvore, vôo
rasante sobre as folhas das árvores resistentes. Veja mais dela aqui, aqui,
aqui & aqui.
&
muito
mais na Agenda aqui.