É ELA A SOBERANIA
DO MAR NA FOZ DO MEU RIO – Imagem: Ilha do
Mel (PR), foto da poeta, artista
visual e blogueira Luciah Lopez. - Mais de
uma vez ela me beijou como quem salva vítima de perigo eminente e eu mais que
gemente padecia de sua ausência. E muitas e tantas vezes com seus beijos Iaravi
das Manhãs, Freya das Noitas, de mim os seus lábios Freyaravi se fez amante
como torrentes gigantescas de suas águas oceânicas na barra dos meus prazeres pra
sua arrebentação. E me fez pedras do Brejatuba para me golpear com seus
lascivos arroubos de paixão desmedida, como se eu fosse o bravo e destro guerreiro
Itacunhatã atiçado aos ventos dançantes da sua mercê Jurucê. E se acercou de
mim com a sua língua impávida feito varrido sobre a minha pele de areia na
praia dos seus deslizes, com todas as volúpias das tempestades pra me levar ao
olho do seu furacão, como se eu fosse alteroso Ipê a me dourar as flores com
suas luas e marés, baldeando tudo até desembocar precipitosa e escachoante vaga
impetuosa e espumejante sobre a minha fortaleza com a graciosa chama do seus olhar
hipnotizador, com a mansidão de jaguatirica a me fazer pedra e pedregulho,
rocha e rochedo, vielas e valetas, barrancos e rieiras, montes e montanhas,
serras e picos. E me fez mais que margens pros seus transbordantes de brejos e
riachos, tornados lagoas que se fizeram rios de mim por todos os seus regos e
regatos, estradas e caminhos. E me afagou com seu braço de mar nas juras de
amor das agitações do oceano que se desmorona rugindo soberano aos abalos, como
catadupa que jorra em fúria assombrosa contra os penhascos que sou ao seu ensurdecedor
estrondo apavorante feito cascata imensa refulgente em íris multicores,
esbarrando na minha carne brilhante pro seu reduto aos pulos de jaguamirim e a
se mandar pelas águas de Guaratuba até toda sua dilatada região que sou eu em
ebulição pelo vale do Ivaí, a foz do Pirapó, os campos de Jacarei, as correntes
do Paranapanema, do Crumbataí, a serra dos Dourados, o Tibagi, o Piquiri, além
das coisas que nascem e desaparecem com seus destinos. E ela inchando a
desaguar sobre a minha dureza, a manhar com a voz de dúlcidos solfejos encantados
de versos cantados aquietando os ventos e as feras, a me dar o que não tenho, corpalma
lavada por seu sobejo que irradia a minha a bravura de vociferar nem que tenha
de fazer parar o balanço das ondas, nem que tenha de arredar o mar desta terra,
até o lado de lá onde nasce o horizonte e brilha a aurora pra ser feito por
gente feliz e o bem maior da vida na mais venturosa união, ah como é bom o que
ela faz no meu coração. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
Curtindo os álbuns Lucidez (Sonarts, 2011) e Interior
(Mills Records, 2011), da excelente cantora, atriz, jornalista e produtora Marianna Leporace.
Veja mais sobre:
As duas mortes de dona Zezé, Jacques-Antoine-Hyppolyte, Jane Birkin, Rafael Hidalgo de Caviedes, Frances McDormand, Frank Miller, Violência
contra a mulher, Diva Cunha, Regina Souza Vieira & Deize Messias aqui.
E mais:
Friedrich Schelling, Dante Alighieri, Lewis Carroll, Djavan, Rosa Parks,
Paula Rego, Fernando Fábio
Fiorese Furtado, Carrie-Anne
Moss & Jaorish Gomes Telles aqui.
A filosofia idealista de Benedetto Croce aqui.
O pensamento de Tales de Mileto aqui.
O Budismo aqui.
Vardhamana
& o Jainismo aqui.
Beda & a psicologia de
Geroge Kelly aqui.
O Narrador de Walter Benjamim aqui.
A violência do mundo & a
psicologia de Gordon Allport aqui.
Lukács, Psicologia Social &
Filosofia do Direito aqui.
A poética de Aristóteles aqui.
Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda aqui.
Quadrinhos: a nona arte aqui.
A literatura de Gustave Flaubert aqui.
O Grande Circo Místico de Jorge de Lima aqui.
A poesia de João Cabral de Melo Neto aqui.
&
DESTAQUE: VIDAS PARTIDAS
O drama Vidas
Partidas (2016), dirigido por Marcos Schectman, conta a história de um
casal que se apaixona perdidamente, casam-se e tornam-se pais de duas filhas. Tudo
vai bem até que ela avança em sua carreira de cientista brilhante e ele fica
desempregado. Ela tenta com o ex-marido secretamente conseguir um novo emprego
pra ele e consegue, porém ao igualar-se financeiramente a ela, surge nele uma
agressividade até chegar à prática deprimente de violência doméstica. O destaque
fica por conta da atriz Naura Schneider
e da oportuna reflexão de vigência da Lei Maria da Penha. Veja mais aqui, aqui,
aqui e aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA;
_____leva-me
em teus voos, homem-pássaro abençoa-me com o teu suor purifica-me com o sal da
tua carne. Voa-me em teus gozos plena criatura sou, ao receber teu falo feito
espada____separando-me de todo e qualquer medo renascendo em mim a fêmea-mulher
tua. Homem-pássaro, eleva-me! Voa-me!
Os teus voos, poema/imagens da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra: