VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
BRINCAR PARA APRENDER – Quando
publiquei o meu segundo livro infantil Falange, falanginha e falangeta
(Nascente, 1995), tive a grata satisfação de tê-lo adotado em diversas escolas
de Alagoas e de outros estados brasileiros, razão pela qual fui convidado para
realizar recreações com meu violão, cantando e contando estórias. Foi a partir
daí que empunhei as bandeiras da ética, cidadania, meio ambiente, pluralidade cultural
e respeito às diferenças, utilizando a literatura de cordel como veículo para
realização do meu trabalho com a garotada nos anos seguintes. À medida que eu
publicava mais um livro, mais estreitava meus contatos com os alunos da
Educação Infantil e primeiro ciclo do Ensino Fundamental das redes pública e
privada, até o momento que realizei uma atividade a convite da coordenadora de
uma escola pública, Ceiça Mota, proporcionando o surgimento do meu personagem Nitolino.
Por conta disso, ao reunir num mesmo balaio Literatura, Música e Teatro,
embasado em Lev Vygotsky, Paulo Freire, Johan Huizinga, Philippe Ariés, Donald
Winnicott, Ricardo Japiassu, Olga Reverbel, Ingrid Koudela, entre outros
autores, comecei a realizar palestras destacando a importância da arte no
desenvolvimento infanto-juvenil. Como resultado dessas atividades, recebi o
convite de Maria Luisa Russo e da Edufal, para ministrar a palestra, Brincar
para Aprender, realizada durante as atividades da V Bienal Internacional
do Livro de Alagoas, para professores e estudantes de Letras, Pedagogia e
Psicologia, destacando o
brincar, o brinquedo e o lúdico, os direitos da criança, a brincadeira na
educação e o desenvolvimento da criança. Tais experiências culminaram com as
atividades na área de Psicologia do Desenvolvimento, orientada pela professora
Ms Fátima Pereira, resultando num projeto denominado A arte no desenvolvimento da linguagem infantil sob a perspectiva da
teoria sócio-histórica, que resultou no artigo Vygotsky, o teatro e a criança,
que foi apresentado no Congresso Nacional de Psicologia, promovido pela
Sociedade Brasileira de Psicologia, na Uninove, em São Paulo. Vieram, então, as
atividades voltadas para a Psicologia Social, orientada pelo professor Ms Claudio
Jorge de Morais Gomes, nas quais passei a destacar a importância da Psicologia e
do profissional psicólogo no âmbito educacional, por meio de projetos de
extensão e de iniciação científica, culminando com a realização do projeto Infância, imagem e literatura: uma
experiência psicossocial na comunidade do Jacaré (AL), que resultou na
criação da história transformada para o teatro infantil O jacaré de óculos e a princesa
do Recanto da Ilha. À medida que esses projetos foram acontecendo, fui
ao mesmo tempo trabalhando articulações entre a arte e a psicologia na educação,
trabalhando as temáticas da Psicologia na
Educação Ambiental, Neuroeducação e
Psicodrama, e a Arte na Psicologia da
Saúde, todos voltados para prevenção e promoção da saúde no universo
infanto-juvenil. Tais realizações tem sido gratificantes pela acolhida que o
público tem expressado e, especialmente, por poder estar em constante contato
com o olhar e riso de ternura da criança a todo momento. Veja mais aqui, aqui,
aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Imagem da artista plástica brasileira Domitila Stabile de Oliveira
Curtindo o álbum Clara Schumann: lieder e piano solo (2011), com as obras eruditas
da pianista e compositora alemã Clara
Schumann (1819-1896), com a cantora, professora de canto, pesquisadora e
integrante do coral da Osesp e da Audi Coelum, Clarissa Cabral,
e a pianista, professora e pesquisadora Eliana Monteiro da Silva.
BRINCARTE DO NITOLINO – Hoje é dia do programa Brincarte do Nitolino pras crianças de
todas as idades, a partir das 10hs, no blog do Projeto MCLAM, com apresentação
de Isis Corrêa Naves. Na programação: Os Trapalhões, Charlie Brown Jr, Gabriel,
Os Três Porquinhos, Família dos Anjos, Cristina Mel, dicas para uma boa saúde
para as crianças e para todos nós, Aline Barros & Cia, Galinha Pintadinha, Leão
Cordeirinho, As Esquiletes, Nita, Meimei Corrêa, Maisa & muito mais poemas,
brincadeiras e dicas pra garotada. No blog, além da literatura infantil de Antonio Torres e dicas de Psicologia, Educação, Direito, Literatura, Música e Teatro, também consta a parceria MC Produções/Edições
Nascente/Alan Miranda e Câmara de Vereadores de Três Corações, realizando o curso
de oratória nos dias 19 e 26 de setembro, para a Câmara Mirim coordenada pelo advogado e diretor geral, Heloisio
Angelo Domintini – conhecido por Buluca -, e também pela coordenadora cultural,
Francesmara Valim Silva Pereira. Para conferir tudo isso e muito mais ao vivo e
online clique aqui ou aqui.
PSICOLOGIA DA LIBERTAÇÃO – No livro Psicologia Social para a América Latina: o resgate da Psicologia da
Libertação (Alínea,2009), organizado por Raquel Guzzo e Fernando Lacerda
Jr, encontro o artigo Para uma Psicologia
da Libertação, do psicólogo social e filósofo espanhol Ignácio Martin-Baró (1942-1989), do qual destaco o trecho: Com base em uma perspectiva geral, deve-se
reconhecer que a contribuição da Psicologia, como ciência e como práxis, à
história dos povos latino-americanos é extremamente pobre. Certamente, não
faltaram psicólogos preocupados com os grandes problemas do subdesenvolvimento,
dependência e opressão que agoniam os nossos povos. Mas, na hora de se
materializar, em muitos casos, essas preocupações tiveram de ser canalizadas
por meio de um compromisso político pessoal, à margem da Psicologia, cujos
esquemas eram inoperantes para responder às necessidades populares. [...] Os modelos dominantes na Psicologia
fundam-se em uma serie de pressupostos que apenas raramente são discutidos e
aos quais, cada vez menos, se propõem alternativas. Mencionarei cinco desses
pressupostos que, em minha opinião, têm marcado as possibilidades da Psicologia
latino-americana: o positivismo, o individualismo, o hedonismo, a visão
homeostática e o a-historicismo. [...] se
quisermos que a Psicologia realize alguma contribuição significativa à história
de nossos povos, se, como psicólogos, queremos contribuir para o
desenvolvimento social dos países latino-americanos, necessitamos redefinir
nossa bagagem teórica e prática, mas redifini-la valendo-nos da vida de nossos
próprios povos, de seus sofrimentos, de suas aspirações, de suas lutas. [...]
Com inspiração na Teologia da Libertação
podemos propor três elementos essenciais para a construção de uma Psicologia da
Libertação dos povos latino-americanos: um novo horizonte, uma nova
epistemologia e uma nova práxis [...]. Veja mais aqui e aqui.
ESSA TERRA – No romance Essa terra (Record, 1976), do premiadíssimo escritor, jornalista e
ocupante da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, Antônio Torres, destaco os trechos seguintes: O Junco: um pássaro vermelho chamado Sofrê, que
aprendeu a cantar o Hino Nacional. Uma galinha pintada chamada Sofraco, que
aprendeu a esconder os seus ninhos. Um boi de canga, o Sofrido. De canga: entra
inverno, sai verão. A barra do dia mais bonita do mundo e o pôr-do-sol mais
longo do mundo. O cheiro do alecrim e a palavra açucena. E eu, que nunca vi uma
açucena. Sons de martelo amolando as enxadas, aboio nas estradas, homens
cavando o leite da terra. O cuspe do fumo mascado da minha mãe, a queixa muda
do meu pai, as rosas vermelhas e brancas da minha avó. As rosas do
bem-querer:-Hei de te amar até morrer. Essa é a terra que me pariu.-Lampião passou
por aqui.-Não, não passou. Mandou recado [...] Ora, ele lá ia ter tempo de passar neste fim de mundo? [...] Dinheiro,
dinheiro, dinheiro. Cresce logo, menino, pra você ir para São Paulo. Aqui vivi
e morri um pouco todos os dias. No meio da fumaça, no meio do dinheiro. Não sei
se fico ou se volto. Não sei se estou em São Paulo ou no Junco [...] — Qualquer pessoa deste lugar pode servir de
testemunha. Qualquer pessoa com memória na cabeça e vergonha na cara. Eu vivia
dizendo: um dia ele vem. Pois não foi que ele veio? — O senhor está com razão. —
Ele mudou muito? Espero que ao menos não tenha esquecido o caminho lá de casa.
Somos do mesmo sangue. — Não esqueceu, não, tio — respondi, convencido de que
estava fazendo um esclarecimento necessário
não apenas a um homem, mas a uma população inteira, para quem a volta do meu irmão
parecia ter mais significado do que quando dr. Dantas Júnior veio anunciar que havíamos entrado no mapa do mundo, graças a
seu empenho e à sua palavra de deputado federal
bem votado. [...] — E eu sei que esse
dia está perto. Ora vejam bem: nossos avós tinham muitos pastos, nossos pais
tinham poucos pastos e nós não temos nenhum [...] Isso também está nas Sagradas Escrituras. Muitos pastos e poucos
rastos. Poucas cabeças, muitos chapéus. Um só rebanho para um só pastor. [...]
— Qualquer dia o Anticristo aparece. Será
o primeiro aviso. Depois o sol vai crescer, vai virar uma bola do tamanho de
uma roda de carro de boi e aí —dizia papai, dizia mamãe, dizia todo mundo.
Ninguém disse, porém, se a vinda da Ancar estava nas Sagradas Escrituras.
Ancar: o banco que chegou de jipe, num domingo de missa, para emprestar
dinheiro a quem tivesse umas poucas braças de terra. [...] A mala me fez pensar no correio e nos
envelopes gordos de antigamente, que chegava de mês em mês. Dinheiro vivo,
paulista, rico. Também me lembrei de mamãe: — Tomara eu tivesse mais um filho
igual a ele. Bastava um. Nelo, Nelo, Nelo. Um acalanto, uma toada, uma canção.
Nelo, Nelo, Nelo. Miragens sobre o poente, nosso sol atrás da montanha, sumindo
no fim do mundo. Nelo, Nelo, Nelo. São Paulo está lá para trás da montanha,
siga o exemplo do seu irmão. Nelo, Nelo, Nelo. Éramos doze, contando uma irmã
que já morreu. Só ele contava. Nelo, Nelo, Nelo. — Bastava mais um [...]. Veja
mais aqui, aqui e aqui.
CIDADANIA, AUTO-RETRATO
& A ARTE DE SER AMADA
– Na Antologia Poética (Dom Quizote,
1999), da poeta e ativista social açoriana Natália
Correia (1923-1993), destaco inicial o seu poema Cidadania: Buquê de ruídos úteis / o dia. O tom mais
púrpura / do avião sobressai / locomovida rosa pública. / Entre os edifícios a
acácia / de antigamente ainda ousa / trazer ao cimo a folhagem / sua dor de
apertada coisa. / Um solo de saxofone excresce / mensagem que a morte adia /
aflito pássaro que enrouquece / a garganta da telefonia. / Em cada bolso do
cimento / uma lenta aranha de gás / manipula o dividendo / de um suicídio lilás. Também o seu
Auto-retrato: Espáduas
brancas palpitantes: / asas no exilio dum corpo. / Os braços calhas cintilantes
/ para o comboio da alma. / E os olhos emigrantes / no navio da pálpebra / encalhado
em renúncia ou cobardia. / Por vezes fêmea. Por vezes monja. / Conforme a
noite. Conforme o dia. / Molusco. Esponja / embebida num filtro de magia. / Aranha
de ouro / presa na teia dos seus ardis. / E aos pés um coração de louça / quebrado
em jogos infantis. Por fim, o seu belíssimo A arte de ser
amada: Eu sou líquida mas recolhida / no íntimo estanho de uma
jarra / e em tua boca um clavicórdio / quer recordar-me que sou ária / aérea
vária porém sentada / perfil que os flamingos voaram. / Pelos canteiros eu
conto os gerânios / de uns tantos anos que nos separam. / Teu amor de planta
submarina / procura um húmido lugar. / Sabiamente preencho a piscina / que te
dê o hábito de afogar. / Do que não viste a minha idade / te inquieta como a
ciência / do mundo ser muito velho / três vezes por mim rodeado / sem saber da
tua existência. / Pensas-me a ilha e me sitias / de violinos por todos os lados
/ e em tua pele o que eu respiro / é um ar de frutos sossegados. Veja mais aqui.
CÓCEGAS & MUITA CALMA
NESSA HORA – O trabalho
da belíssima atriz e humorista Heloisa
Perissé teve início na televisão com o programa Escolinha do Professor
Raimundo, quando nasceu a parceria dela com a sua amiga, a atriz Ingrid
Guimarães para a encenação da peça Cócegas, seu primeiro trabalho teatral que
ficou em cartaz durante anos. Seguindo-se, então, sua participação nas peças
teatrais Cosquinha, Advocacia segundo os Irmãos Marx, o Mágico de Oz e, por
fim, W foram quase felizes para sempre. Ao mesmo tempo que participou dos
filmes Avassaladoras (2002), Lara (2002), Lisbela e o prisioneiro (2003), Xuxa
abracadabra (2003), Sexo, amor e traição (2004), Madafascar (2005), Os
porralokinhas (2007), Madagascar 2 (2008), Muita calma nessa hora (2010),
Madagascar 3 – os procurados (2012), O diário de Tati (2012), Odeio o dia dos
namorados (2013) e Muita calma nessa hora (2014). Além disso, ela tem marcado
presença constante em novelas, séries e programas humorísticos da televisão,
consolidando seu prestígio de talentosa atriz e projetando uma trajetória invejável
e digna de aplausos de pé. Veja mais aqui.
LÁBIOS SEM BEIJOS – O drama e romance Lábios sem beijos (1930), dirigido pelo cineasta pioneiro do cinema
brasileiro Humberto Mauro (1897-1983),
com roteiro de Ademar Gonzaga e trilha sonora do grupo francês DoubleCadence,
foi o primeiro filme produzido pela Cinédia na fase do cinema mudo, contando a
história da afronta moral de uma moça de família que mente ao dizer que vai a
um baile e, ao invés disso, vai passear e ficar com as juras de um amor eterno
com o seu namorado, por meio de sequencias e planos movimentados pelo enredo
que destaca a mulher não sujeita à submissão e ao recato, batendo de frente com
o conservadorismo e positivismo da sociedade dos anos 1920. Terno e de uma delicadeza sem precedentes, o filme representa um marco para o cinema nacional, destacando-se, evidentemente, o talento do seu diretor que além de ser um pioneiro do cinema brasileira, é também um dos nomes de maior destaque para a cinematografia pátria. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia de homenagear a ativista
autista e doutora estadunidense de ciência animal Temple Grandin, que sendo autista (Síndrome de Asperger)
revolucionou as práticas para o tratamento racional de animais vivos.
Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do programa
Domingo Romântico, a partir do meio
dia com a reprise de toda programação da semana, no blog do Projeto MCLAM, com
a apresentação sempre especial e apaixonante de Meimei Corrêa. Para conferir online acesse aqui.
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