VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
CANÇÃO DE TERRA – Quando
escrevi os versos das páginas do Canção
de Terra (Bagaço, 1986), eu tinha em mente tudo que eu havia vivido na
minha terra: o lugar onde eu nasci. Da infância na Rua do Rio com as
timbungadas de quase morrer afogado no Una e no engenho Badalejo com os avós
Arlindo e Benita, o quintal de Pai Lula & Carma, a professora Hilda Galindo
Correia e a escola primária da Fraternidade Palmarense – para quem dediquei
quadrinhas poéticas publicadas no suplemento o Junior, do Diário de Pernambuco;
as travessuras no Caçotinho – hoje Cohab I – e chupando cana na ponte de Japaranduba
pras maloqueiragens no Riacho dos Cachorros; as presepadas no Rio Pirangi
quando saía das aulas no Ginásio Municipal; os templos criados nos bares, no
Alto Lenhador e no Cantochão com a fuga pela rua Esconde Negro; o Beco do Mijo
onde bati o centro nas safadezas de pré-adolescente depois das experiências deliciosas
vividas atrás da igreja de São Sebastião com as moças que seguiam pelo arruado
da usina que dava pra bica de Serro Azul; a Rua Nova da poesia de Raimundo
Alves de Souza e Abel Fraga; a antologia Poetas de Palmares que me pegou
querendo ser poeta aos doze anos de idade; as sessões do Cine Apolo, o arrasta-pé
no Ferroviário; a rua da Palma que me valeu das amizades da apurada dupla
Afonso Paulo e Tininho, bem como das peraltices arteiras com Gulu, Mauricinho,
Ozi, Ripe e Carneirinho nas tardes do Diocesano e das árvores do Nossa Senhora
de Lourdes; as andanças juvenis pelo Engenho São Manuel até Água Preta ou do
Santa Rosa pra Serra da Prata, em Catende de Pelópidas Soares, onde eu mandei
ver no Leão XIII; a biblioteca pública aprumada pela professora Jessiva nas
leituras que viravam noite adentro até madrugar de manhã; a festa do dia 8 de
dezembro com seus curaus nos trinques e moças lindas de morrer com suas vestes
domingueiras; as guloseimas do mercado público – hoje praça da matriz; os
caboclinhos do Rabeca, as poses de Veludo, o Beco do Galo do Grucalp de Teles
Junior, o hem-hem de Otacílio, o mostra peito de Guiomar Verdureira, as
pinturas de Milton, o vozeirão de Everaldo Souza no dedilhado de Zito Arão; as
audições operísticas com João Costa, os bacamarteiros e Avitropal; as longas
conversadas com Gildásio, Heitor e Bartô Parízio; a vida que fizera o cenário
inicial de Ascenso, de Hermilo, de Darel Valença, de Murilo La Greca e de
Tunga; o teatro das filhas de Lelé Correia e as tragédias de Fenelon Barreto –
não tive acesso ao teatro de Miguel Jassely; as cidades da Mata Sul, desde São
Bento de Alceu Valença e Gilvan Lemos, até às Várzeas do Una de Rio Formoso, rincões
que fizeram o diâmetro das minhas mais esgueiradas traquinagens. Enfim, tudo
isso e mais a lavagem de culpa, sentimentos esdrúxulos, safadezas e papel
safado, mungangas e avultamentos que restaram num gesto da maior gratidão pelas
palavras de Luiz Berto e Paulo Caldas na apresentação do livro, as ilustrações
de Rolandry Silvério, a capa de Jerônimo Netto e o trabalho de impressão feito
pelas Edições Bagaço. Quando vi o livro pronto escrevi Una dos Ambulantes de Deus: A vida: o Una, rebotalho de águas
mansas. Alguns dias ficava calmo, sereno, levado na correnteza quase sem
pressa. Ninguém precisava nem se tocar de sua presença, nem quando amanhecia,
nem de tarde, nem de noite, nem na madrugada. Uma companhia invisível, só
lembrada quando a carestia reinava e buscava-lhe pra saciar a fome e a sede.
Noutros, quando dava a invernada abundante, era a sua irrefreável fúria
inundando segredos e adjacências citadinas, lavando tudo: as paixões, as
misérias e a fé. Marcando presença indomável. De repente, uma nesguinha de
nada, menor que o menor dos brejos, menor que as valetas miúdas, fiapinho tênue
se valendo do encontro dos pedregulhos para chacota dos incólumes que não se
atreviam desafiá-lo, coitado, que riem de seu assoreamento até findar-lhe
insepulto. Nada não, passa. Ainda é a essência de algumas experiências
exclusivas, inuptas, verdadeiramente ímpares, na oportunidade de remontar
memórias, ver-se peixe, ou pedra funda, ou alga, ou redemoinho, ou carreirão
pro mar. Fizera-se pelo escoamento dos dias e noites nas corredeiras, levando
pela correnteza até onde pudesse dar, desconhecendo se um caudaloso Amazonas,
um movimentado Reno, um sinistro Mississipi, um avexado Volga, só testemunhando
a vida, alegrias e revertérios, despropósitos e pusilanimidades, afogamentos e
navegações alheias. De certeza, não seria nenhum Tâmisa, nem Sena, nem Tejo, era
a minha sina pelas turbulências menores, nos redemoinhos perto do areial, na
sede da nascente, na distância do leito, na entrega da foz. Lá, todos os
fantasmas de doidos, desvalidos e autóctones emergiam das entranhas mais
profundas para mostrar-se que a beleza maior escorria pelos cabelos de Iemanjá,
descia como estrelas cadentes por seus belos seios, deslizava por seu ventre e
alcançava o feliz idôneo que mergulhasse a coragem de viver no meio de um Nilo
que testemunhara toda abastança e toda decadência. Era como se pudesse ser um
São Francisco descendo de São Bento, atravessando Catendes, alagando Palmares
com Águas Pretas pelos Barreiros até alcançar nas Várzeas o Atlântico de seu
chegar, carregando por séculos e milênios reminiscênias de embarcações furtivas
de origem francesa, holandesa, portuguesa; refugiando negros quilombolas,
assistindo índios caetés e carregando a verdadeira história dos fatos nas
mensagens de suicidas com cartas de amor no interior de garrafas; nos acaris,
nos caritos, nas cundundas; no jangadeiro que saía de uma margem à outra sem a
menor pressa de ver que o tempo passou e já ficou quase tarde para viver; no
voluntário que timbungasse com as nojeiras de antanho e se safasse são e salvo,
pronto e invulnerável; na lágrima dos que sofreram com as lâminas do passado e
não sabiam do presente e muito menos enxergavam futuro algum; na manchete
estampada num jornal velho que repisa o momento presente que não consegue sair
do mesmo lugar de sempre; no remorso mantido à custa de tanta ignomínia; no
fedor da nobreza brega que se arrastava energúmena; no urinol repositário de
todas as maledicências; nos adultérios consentidos, nas bancarrotas
escandalosas, nas reputações arranhadas, riscadas e borradas que andavam com o
pau da venta em pé de empáfias nas lufadas das infâmias e de astuciosos ardis
nas adiposidades de rapapés fingidos; na demência de ver que a vida é outra
coisa além deste marasmo que judia ao lado do chocante das banalidades e
trafegam nas catacumbas da honra; na ferrugem da coragem que se expressa no
legado pobretão; de herdeiros acéfalos e indigentes nos saques dos famintos,
das ticoqueiras, dos bóias-frias nômades, dos calungas, do mané-gostoso, do
nego-bom, dos cardumes, dos lixeiros, dos desejos não correspondidos nos
esgotos, nas fotos do lambe-lambe, nas molduras encardidas, nas gavetas
cabalísticas, nas jantes inexoráveis da erosão descabida e na demência dos que
não conseguem viver de solidariedade. Por mim, não posso esquecer que sempre
fora este o meu batismo e a minha mais vã crença de voluntário ambulante de
deus. (Canção de Terra, Luiz Alberto Machado. Recife: Bagaço, 1986). E veja
mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Imagem: Firework Display at the Castel Sant Angelo in Rome (La_Girandola), do pintor de paisagens
inglês Joseph Wright of Derby
(1734-1797).
Curtindo o álbum duplo Clube da Esquina 2 (EMI, 1978), de Milton Nascimento. Veja mais aqui.
BRINCARTE DO NITOLINO – Hoje é dia de reprise do programa Brincarte do Nitolino pras crianças de
todas as idades, nos horários das 10hs e das 15hs, no blog do Projeto MCLAM,
com apresentação simpaticíssima de Ísis
Corrêa Naves. Na programação muitas atrações: Paul Eluard, Nitolino
chamando a meninada, Bébé Lilly, Llona Mitrecey, The Crazy Frogs, Loulou,
Madeline, Tchoutchoua, Sebasto, Bézu, Nita, Meimei Corrêa & muito mais
poesia, brincadeira, histórias e entretenimento pra garotada. No blog dicas de
Psicologia, Educação, Direito das crianças e adolescentes, Música, Teatro &
Literatura infantis pra garotada. Para conferir clique aqui ou aqui.
CUIDADO COM A TACOCRACIA – No livro Não nascemos prontos! Provocações filosóficas (Vozes, 2013), do
filósofo e professor Mario Sérgio
Cortela, encontro Cuidado com a tacocracia que tem o seguinte teor: Se você não se cuidar, a tacocracia vai
pegar você! Os antigos gregos, avós da cultura ocidental, quando usavam o termo
tákhos (rápido) para expressar uma característica ou a qualidade específica de
algo, não poderiam imaginar que um dia seus herdeiros fôssemos capazes de
escolher a velocidade como o principal critério de qualidade para as coisas em
geral. Estamos próximos, muito próximos, de uma tacocracia, na qual a rapidez
em todas as áreas aparece como um poder quase despótico e como exclusivo
parâmetro para aferir se alguma situação, procedimento ou relação serve ou não
serve, se isso é bom ou não. A pressa não é mais inimiga da perfeição? Devagar
não se vai mais ao longe? Há, ainda, algum valor que possa ser atribuído a algo
que demora um pouco mais para ser feito, fruído ou conquistado? Não, não temos
mais tempo! Cada dia levantamos mais cedo e vamos dormir mais tarde, sempre com
a sensação de que o dia deveria ser mais extenso ou de que não soubemos nos
organizar direito. Nem o relógio olhamos mais para ver que horas são, mas, isso
sim, para verificar "quanto falta". É essa urgência de visualizar o
intervalo espacial entre os ponteiros que fez, por exemplo, com que os relógios
de pulso digitais não obtivessem sucesso duradouro, pois precisam ser lidos, em
vez de apenas percebidos de relance; hoje, só os usam os que têm algum tempo
sobrando para fazer cálculos. Vai demorar para ficar pronto? Vou demorar para
aprender isso? A conexão é demorada? A leitura desse livro é demorada? A visita
ao museu é demorada? O culto é demorado? Aprender a tocar este instrumento é
demorado? Cuidar mais do corpo é demorado? Demora para fazer essa comida?
Então, não posso querer. Será um exagero pensar que estamos sendo invadidos
pela tacocracia? Bem, lembremos somente uma situação modelar: a alimentação.
Embora essa seja uma das maiores fontes de prazer e convivência para a nossa
espécie, querem que eu, o tempo todo (em vez de ser opção eventual), procure um
tipo de comida em função da qual não precise pensar muito para selecionar,
posso numerá-la, no lugar de nomeá-la e, claro, não espere além de um minuto
para recebê-la. Ademais, essa comida deve ter uma consistência que me permita
dispensar o trabalho de mastigar muito, podendo comê-la com as mãos, após ser
tirada do interior de um saco de papel. O melhor de tudo é que eu consiga fazer
isso sentado em fixos banquinhos desconfortáveis (diante de incômodas mesas)
ou, como ápice civilizatório, dentro do carro, enquanto dirijo. É prático, sem
dúvida. Mas é bom? Possibilita que eu ganhe tempo, mas o que faço com o tempo
que ganho? Vou desfrutar mais lentamente outras coisas ou continuar correndo?
Há alguma coisa errada nessa turbinação toda. Afinal, para além dos gregos que
traímos, vamos pelo menos respeitar os latinos, para os quais curriculum vitae
significava o percurso da vida, e não a vida em correria... Veja mais aqui.
ANA
KARENINA – O romance Ana Karenina (Cosac & Naify, 2010),
do escritor russo Liev Tolstói
(1828-1910), conta o caso extraconjugal da bela e rica personagem principal que
é uma aristocrata da Rússia czarista, que se apaixona por um nobre conde que se
dispõe a casar com ela depois do seu divórcio com o marido oficial do governo.
Da obra destaco o trecho inicial: Todas
as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes, são infelizes cada uma à
sua maneira. Havia grande confusão em casa dos Oblonski. A esposa acabava de
saber das relações do marido com a preceptora francesa, e comunicara-lhe que
não podiam continuar a viver juntos. Durava já há três dias a situação, para
tormento não só do casal mas também dos demais membros da família, e da
criadagem. Todos, na casa, se davam conta de que não havia mais razão alguma
para manter aquele convívio, sentindo que as pessoas que por acaso se
encontrassem numa estalagem teriam talvez mais afinidades entre si. Ela, a
esposa, não saía dos seus aposentos; há três dias que o marido não parava em
casa; as crianças corriam de um lado para o outro, como que perdidas; a
preceptora inglesa indispusera-se com a governanta e escrevera a uma amiga
pedindo que lhe arranjasse outra colocação; na véspera o cozinheiro abandonara
a casa à hora do jantar; o cocheiro e a copeira tinham pedido que lhes fizessem
as contas. No terceiro após a altercação, o príncipe Stiepan Arcádievitch
Oblonski – Stiva, como lhe chamavam os íntimos – acordou à hora do costume, ou seja,
às 8 da manhã, não no quarto conjugal, mas no escritório, deitado no divã de
couro. Revolveu o corpo, gordo e bem tratado, sobre as molas do divã, como se
quisesse adormecer de novo, e abraçou-se ao travesseiro, apertando-0 contra a
face. De repente, porém, sentou-se e abriu os olhos. “Como? Como era?”, pensou,
lembrando-se do sonho que tivera. “Como era aquilo”: Ah, já sei! Alabin dava
um jantar em Darmstadt; não; não em Darmstady, era na América. Sim, no sonho
Darmstadt ficava na América. Alábin oferecia um jantar servido em mesas de
cristal e as mesas cantavam Il Mio Tesoro! Talvez não fosse Il Mio Tesoro, mas
qualquer coisa melhor, e havia umas garrafinhas, que afinal eram mulheres. Os
olhos de Stiepan Arcádievitch brilharam alegremente e, sorrindo, ficou a cismar
[...] Veja mais aqui.
BRAÇOS
& FLOR DO MAR – No
livro Obras completas (EdUnesp,
1998), do poeta do Simbolismo brasileiro Cruz
e Souza (1861-1898), destaco, inicialmente, o seu soneto Braços: Braços nervosos, brancas opulências, / brumais
brancuras, fúlgidas brancuras, / alvuras castas, virginais alvuras, / lactescências
das raras lactescências. / As fascinantes, mórbidas dormências / dos teus
abraços de letais flexuras, / produzem sensações de agres torturas, / dos
desejos as mornas florescências. / Braços nervosos, tentadoras serpes / que
prendem, tetanizam como os herpes, / dos delírios na trêmula coorte... / Pompa
de carnes tépidas e flóreas, / braços de estranhas correções marmóreas / abertas
para o Amor e para a Morte! Tambem o soneto Flor do Mar: És da origem do mar, vens do secreto, / Do estranho mar
espumaroso e frio / Que põe rede de sonhos ao navio, / E o deixa balouçar, na
vaga, inquieto. / Possuis do mar o deslumbrante afeto, / As dormências nervosas
e o sombrio / E torvo aspecto aterrador, bravio / Das ondas no atro e proceloso
aspecto. / Num fundo ideal de púrpuras e rosas / Surges das águas mucilaginosas
/ Como a lua entre a névoa dos espaços... / Trazes na carne o eflorescer das
vinhas, / Auroras, virgens musicas marinhas, / Acres aromas de algas e sargaços...Veja mais aqui.
DAS CENAS E DO TEATRO – O livro Arte poética – Epístola aos Pisões, do filósofo e poeta lírico e
satírico romano Quinto Horácio Flaco
(65-8aC), compreende uma longa epístola de quase quinhentos versos que trata de
vários aspectos literários, incluindo o teatro, posicionando-se favorável a
necessidade do papel social do poeta e dignidade pela importância do seu
trabalho. Da obra destaco o trecho a seguir: [...] Há ações que se representam n o palco, outras só se relatam depois de
cometidas. O que se transmitir pelo ouvido, comove mais debilmente os esporitos
do que aquelas coisas que são oferecidas aos olhos, testemunhas fiéis, e as
quais o espectador apreende por si próprio. Não faças, no entanto, representar
na cena o que deva passar nos bastidores, retira muitas coisas da vista, essas
que melhor descreve a facúndia de uma testemunha. Que Medeia não trucide os
filhos diante do público, nem o nefando Atreu cozinhe publicamente entranhas
humanas; tão-pouco em ave Procne se transforme ou Cadmo em serpente. Detestarei
tudo o que assim me mostrares, porque ficarei incrédulo. Que a peça nunca tenha
mais do que cinco atos nem menos do esse número, se acaso desejar que voltem
para pedi-la e tornar à cena depois de estreada. Que na peça não intervenha um
deus, a não ser que o desenlace seja digno de um vingador; nem tão-pouco se
canse um quarto ator a falar da mesma cena. Que o coro defenda a sua
individualidade recitando o seu papel como um ator, e não cante, no meio dos
atos, o que não se relacionar nem se adaptar intimamente ao argumento. Que ele
seja propicio aos bons e, com palavras antigas, os aconselhe aos irados
insuflando calma e aos que temem pecar, concedendo amor. Que louve as iguarias
da mesa frugal e assim também a justiça saneadora e as leis, tal como a paz que
se goza de porta aberta. Que não revele os segredos confiados e peça aos deuses
e lhes suplique que a Fortuna volte aos desgraçados e abandone os soberbos [...]
Os poetas ou querem ser uteis ou dar
prazer ou, ao mesmo tempo, tratar de assunto belo e adaptado à vida. Se algum
preceito deres, sê breve, para que rapidamente apreendam e decorem as tuas
lições os ânimos dóceis e fieis de quem te ouve: tudo o que foi supérfluo
ficará ausente da memoria, carregada em demasia. As tuas ficções, se queres
causar prazer devem ficar próximas da realidade e não se pode apresentar tudo
aquilo em que a fabula deseja que se creia, como quando se tira viva do ventre
de Lâmia a criança há pouco por esta devorada. As centúrias dos mais velhos
repudiam todo o poema que não for proveitoso, mas os que pertencem à tribo de
Ramnes não gostam, desdenhoso, dos poemas austeros. Recebe sempre os votos o
que soube misturar o útil ao agradável, pois deleita e ao mesmo tempo ensina o
leitor; é este o livro que dá dinheiro aos Sósios, que passa os mares e oferece
ao celebre escritor imortal renome. Veja mais aqui.
MADADAYO – O filme Madadayo (1993) do cineasta japonês Akira Kurosawa (1910-1998), é baseado numa história real de um professor
que se aposentou de trinta anos de magistério, lecionando literatura alemã para
se tornar escritor. Com
grande carisma e humor peculiar, conquistou o repeito e a amizade de seus
alunos na forma de comemoração: todos os anos, no dia de seu aniversário, era
comemorado o "Madakai", quando os alunos perguntam "Mada
kai?" (Pronto?), e ele depois de uma imensa taça de cerveja respondia
"Mada dayo!" (Ainda não!) significando que seus alunos teriam que
"agüentá-lo" por mais um ano. Trata-se do último filme dirigido pelo
cineasta que pintou o fundo surrealista que aparece na sequencia final do
filme. Essa é uma das mais interessantes e belas obras do autor, uma das que mais impactaram e me proporcionaram momentos de reflexão e ponderação acerca da vida e do mundo. Veja mais aqui, aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da bailarina e coreógrafa Debora Colker, conhecida por seus balés
aclamados nacional e internacionalmente.
Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do
programa Quarta Romântica, a partir das
21hs, no blog do Projeto MCLAM, com a apresentação sempre especial e
apaixonante de Meimei Corrêa. Em
seguida, o programa Mix MCLAM, com
Verney Filho e na madrugada Hot Night,
uma programação toda especial para os ouvintes amantes. Para conferir online
acesse aqui.
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