terça-feira, setembro 02, 2014

JON FOSSE, ALICE TOKLAS, LUPINO & LITERÓTICA.

INCÊNDIO DAS PAIXÕES – Ela deu-me o seu corpo em brasa para incendiar os meus desejos indômitos. Ela deu-me a sua alma em chamas para incinerar minhas loucuras concupiscentes. Ela assim me veio como quem entrega a sua vida ao carrasco. E pronta para ser usada, seviciada, ultrajada, vilipendiada, até ver-se exaurida de todas as satisfações, ainda deu-me a boca sedenta de todas as sedes seculares. E ainda deu-me o ventre faminto de todo o cio acumulado. E ainda deu-me o gozo de todas as vontades satisfeitas. E assim viramos um do outro em si para sempre acasalados no incêndio das paixões. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aquiaqui.

 


DITOS & DESDITOS - Poucos entre nós são sábios o suficiente para saber o quão pouco sabemos. A ignorância das limitações é esperada de todo aquele que não vê além de si mesmo. O homem sábio, por outro lado, alcança uma medida de autotranscendência: ele vê além de si mesmo, até mesmo além do seu ambiente. Sabendo muito mais do que todos nós, ele compara seu conhecimento com o que poderia ser conhecido e confessa não saber quase nada. Um indivíduo tão raro pesa seu conhecimento finito na balança da verdade infinita, e sua consciência de suas limitações lhe diz para nunca dominar os outros. Tal pessoa renunciaria a qualquer posição de governo autoritário que lhe pudesse ser oferecida ou, se acidentalmente se encontrasse em tal posição, abdicaria – imediatamente!... Pensamento do economista estadunidense Leonard Read (1898-1983), ao se referir sobre um fato anedótico ocorrido nos primeiros anos da década de 1940, logo depois que Mises veio da Europa para a América. Ele estava jantando com Leonard Read e alguns outros defensores do livre mercado quando um deles lhe perguntou, quando a noite estava chegando ao fim, o que ele faria se fosse nomeado ditador dos EUA, num tempo que estava repleto de ditadores como Hitler e Stalin. A sua resposta imediata foi dizer “Eu abdicaria!” As razões pelas quais ele fez isto são interessantes porque, à primeira vista, pode parecer que um ditador como ele poderia de fato fazer algum bem antes de ser levado pela polícia por interferir no esforço de guerra. Não poderia ele emitir decreto após decreto desregulamentando a economia, perdoando os comerciantes do mercado negro da prisão, usando o seu escritório para transmitir conversas na rádio sobre os benefícios do mercado livre, e assim por diante. Talvez ele tenha percebido que, dado o estado de pensamento do país naquela época sobre a necessidade e a justiça das regulamentações econômicas, qualquer coisa que fizesse no cargo seria uma perda de tempo. Mises percebeu que seria preciso primeiro vencer a batalha de ideias antes de poder colocar em prática uma reforma econômica duradoura. Outra ideia deve ter sido a de que o poder político dos interesses instalados que beneficiavam de regulamentações, contratos e subsídios governamentais era tão grande que poderiam travar um contra-ataque muito potente a quaisquer reformas que ele pudesse introduzir enquanto ditador. No entanto, há também o argumento moral que deve ter passado pela sua mente, de que ser um ditador de qualquer tipo era em si uma violação dos direitos de outras pessoas. Assim, Mises não apenas abdicaria de altos cargos políticos, mas também da própria ideia de governo de uma pessoa sobre outra. Esta história sobre Mises deve ser lida juntamente com uma história semelhante que Frédéric Bastiat escreveu 100 anos antes, em 1847, “O Utópico”. Bastiat imagina-se como o ditador econômico de França e descreve todas as reformas radicais que planeia introduzir antes de recuar ao perceber que o povo francês não partilhava as suas opiniões sobre o mercado livre e nunca o apoiaria. Então ele renunciou imediatamente. O economista crioou a Foundation for Economic Education (FEE) e escreveu, entre outros tantos livros, o conhecido “Eu, lápis”. É a ele atribuídas frases como: Sempre que impomos decisões de uma fonte única para guiar milhões de decisões tomadas de forma individual temos caos.

 

ALGUÉM FALOU: Embora eu tenha enfrentado muitos obstáculos como mulher, me recuso a deixar que isso me desencoraje. Continuarei a lutar pela igualdade e representação... O mundo está cheio de histórias esperando para serem contadas. Sou apaixonado por procurar essas vozes e amplificá-las através do cinema... Pensamento da atriz e cineasta inglesa Ida Lupino (1918-1995). Veja mais aqui e aqui.

 

MEMENTO MORI - Respice post te. Hominem te esse memento. Memento mori! Ou seja: Olhe para trás. Lembre-se de que você é mortal. Lembre-se de que você deve morrer! (Veja mais aqui, aqui e aqui). O escritor Tolstoi a respeito menciona: Memento mori – lembre-se da morte! Estas são palavras importantes. Se tivéssemos em mente que em breve morreremos inevitavelmente, nossas vidas seriam completamente diferentes. Se uma pessoa sabe que morrerá em meia hora, certamente não se preocupará em fazer coisas triviais, estúpidas ou, principalmente, ruins durante essa meia hora. Talvez você ainda tenha meio século antes de morrer. O que torna isso diferente de meia hora? (Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Annie Ernoux expressa: Salvando algo do tempo em que nunca mais seremos... (Veja mais aqui, aqui e aqui). Já Emil Cioran: Cada vez que deixo de pensar na morte, tenho a impressão de estar trapaceando, de decepcionar alguém em mim...(Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui). O escritor Salman Rushdie: Com a morte vem a honestidade... (Veja mais aqui e aquiMargaret Atwwod: Não importa o quanto você tenha sido avisado, a morte sempre chega sem bater. Porque agora? É o choro. Porque tão cedo? É o choro de uma criança sendo chamada para casa ao anoitecer... (Veja mais aquiaqui, aqui e aqui) E, por fim, Yann Martel: Minha vida é como uma pintura memento mori da arte europeia: há sempre uma caveira sorridente ao meu lado para me lembrar da loucura da ambição humana... (Veja mais aqui).

 

LIVRO DE RECEITAS - [...] A experiência nunca é a preço de banana. [...] No cardápio deve haver um clímax e uma culminação. Venha com cuidado. Um será suficiente [...] A doença às vezes deixa a mente livre para vagar e supor. [...]. Trechos extraídos da obra Cookbook (Harper Perennial, 2010), da escritora estadunidense Alice B. Toklas (1877-1967). Veja mais aqui e aqui,

 

CINCO POEMAS - essas pedras \ e mais um movimento \ porém mais leve, \ não há mais nenhuma cor \ que esconda \ apenas pedras e leves movimentos \ (fecho as janelas do apartamento). II - Sob salgueiros podados crianças de cobre brincam \ e folhas brotam, trombetas soam. Cemitério sombrio \ Plumas escarlates entre as tristezas dos bordos \ Cavaleiros através dos centenários, moinhos vazios\ Ou pastores que cantam à noite e veados \ que vêm à fogueira. Velhas tristezas na floresta \ Dançarinos diante de uma parede negra \ Plumas escarlates, risos, loucura. Trombetas. III - Meus olhos azuis sumiram dos olhos \ O ouro escarlate do coração \ Oh minhas velas, como queimam taciturnas! \ Um casaco azul me envolve enquanto afundo. Você, \ sua boca encarnada que segura a noite. IV - a sombra em chamas, minha sombra em chamas, as cores \ do rosto agora claras, todas as sombras em chamas, cores afogadas de muitos rostos rostos claros, agora claros, agora\ V – EI: As horas tocam o vento \ e o coração é um anjo cansado. O céu \ parece um cachorro preto. 2 - O palhaço tem braços redondos \e com gestos sorridentes \ dança no relógio. O cachorro não abre a boca \ quando come os minutos. 3 - o coração é um anjo tonto \ com cabelo molhado na boca. Poema do escritor e dramaturgo norueguês Jon Fosse. Veja mais aqui.

 

PROGRAMA TATARITARITATÁ – O programa Tataritaritatá que vai ao ar todas terças, a partir das 21 (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação desta terça aqui Logo mais, a partir das 21hs, acontecerá mais uma edição do programa Tataritaritatá, com apresentação de Meimei Corrêa e com as seguintes atrações na programação: Rolando Boldrin, Vital Farias, Orquestra Armorial, Alceu Valença, Lenine, Bráulio Tavares, Xangai, Elomar, Ricardo Machado & Fernando Fiorese, Wilson Monteiro, Santanna O Cantador, Cikó Macedo & muito mais! Veja mais aqui.



SERVIÇO:
O que? Programa Tataritaritatá
Quando? Hoje, terça, 02 de setembro, a partir das 21hs
Onde? No MCLAM 
Apresentação: Meimei Corrêa


Veja mais sobre:
Lasciva da Ginofagia aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

E mais:
O lamentável expediente da guerra aqui.
Jorge Amado, Gonçalves Dias, Claudionor Germano, Al-Chaer, Dany Reis & Nina Kozoriz aqui.
Ismael Nery, Tomás Antônio Gonzaga, Juliana Impaléa & Keyler Simões aqui.
Miguel Torga, Alfred Gilbert, Pat Metheny, Luciene Lemos, Antonio Cabral Filho & Programa Tataritaritatá aqui.
Michel Foucault, John Coltrane, T. S. Eliot, Edina Sikora, Wender Nascimento & Programa Tataritaritatá aqui.
Nelson Rodrigues, Gauvreau, Antonio Menezes, Luiza Silva Oliveira, Luiz Fernando Prôa & Bárbara Lia aqui.
Jorge Luis Borges, Paulo Leminski, Jean-Michel Jarre, Jeanne Mas, Donizete Galvão, Fabio Weintraub & Regiane Litzkow aqui.
A refém do amor & Programa Tataritaritatá aqui.
Fritjof Capra, Instinto & Ismael Condição Humana aqui.
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Jards Macalé, Renata Pallottini, Silvia Lane, Hanfstaengl, Louise Von Franz, Miranda Richardson & Programa Tataritaritatá aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Ela... - Art by Ísis Nefelibata
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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ALICIA PULEO, CRISTINA GÁLVEZ MARTOS, TATYANA TOLSTAYA & BARRO DE DONA NICE

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