Meu tempo está
inscrito entre o esquecimento do meu nascimento e a morte desconhecida. Isso
inevitavelmente me enche de medo da inexistência física. Assim como é
impossível me separar de meu corpo no sentido anatômico - visto de fora, também
é impossível para mim me separar de meu corpo no sentido físico - visto de fora.
O credo do
artista, da fotógrafa e artista visual performática
polonesa Irena Nawrot, no catálogo da exposição Woman About Woman, na Bielska
BWA Gallery, Bielsko-Biała, em 1996.
A QUE ERA LAURA – Ela tinha tudo de atriz, se parecia até, tal e qual:
solfejava ao meu ouvido todos as tentações da carne. Quando não, cantava a
minha volúpia, sua sedução: mordia os lábios, friccionava o tecido da saia,
dedos inquietos. Seus olhos brilhavam nos meus, um sorriso libidinoso de quem
sonsa guardava todas as astúcias lascivas: prendia a respiração como se
agigantasse dentro de si. Aí, passos tímidos , digitígrados, ela flutuava vestes
soltas, braços alados, o toque mágico de sua mão no meu sexo: a ignição fervia
músculos e entranhas. Acariciava-o, agarrava firme encostando seus lábios aos
meus. Assim levitava na palma da minha mão na descoberta de sua fonte minando,
pernas abertas, corpo nu embaixo do vestido. E nela eu me atracava, mãos febris
na sua geografia, enquanto ela sussurrava inquieta: Ho voglia di te, Ginevra nua e inteira na minha boca. E gritava que Laura não estava aqui, porque
era Stefania e queria ser tomada corpalma por merecer as dores de todos os
prazeres da carne. E se contorcia e revirava Francesca no Pazzo d'amore, no Vacanze sulla neve e no Passo a
devido. E mais queria enlouquecida Monica no Via del Corso, e se incendiava
nua Giulia Mai + come prima, e mais exigia Rosalba para que eu não fosse
apenas L'amico di
famiglia, e mais
provocava deslumbrante
como Il caso dell'infedele Klara para
enfeitiçar meu coração priápico a vê-la engatinhar despida pelos cantos do
quarto para que fosse devorada pelo meu insaciável bote nas suas ancas
reboladoras, porque era Marcella no Gli
amici del bar Margherita e isso para que Io, loro e Lara, quando queria se passar por estudante fascinante em
Baarìa - La porta del vento e mais faustosa
Desdêmona para que eu fosse Otelo viril desfrutando de todo seu repasto e
ignorássemos as tramas de Iago e aproveitássemos ao máximo a vida e o Universo.
E mais crescia e mais dilatava e mais se alargava e copulamos como se fosse
Silvia em Alhures, e mais me beijava
ronronando Cristiana que Il mattino ha
l'oro em Bocca, até me ensinar como a bela Micol o que nunca tive nem soube
do Manuale d'amore. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais Literótica aqui.
DITOS & DESDITOS - Deem-me erros frutíferos, cheios de sementes, rebentando
com as suas próprias correções. Podem guardar a vossa verdade estéril para vós
mesmos. Pensamento do sociólogo, economista e
cientista político italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), que tem mais
outras: É um fato conhecido que
quase todas as revoluções foram obra, não do povo comum, mas da aristocracia, e
especialmente da parte decadente da aristocracia. As diversas naturezas dos
homens, combinadas com a necessidade de satisfazer de alguma maneira o sentimento
que deseja que eles sejam iguais, teve como resultado que nas democracias eles
se esforçaram para fornecer a aparência de poder ao povo e a realidade do poder
no uma elite.
ALGUÉM FALOU: O cinema é uma
arte que nasce da identificação dos polos contrários – é por isso que todo
cinema forte é ambíguo. Pensamento do ator e
cineasta Rogério Sganzerla (1946-2004). Veja mais aqui e aqui.
O CASO DA INFIEL KLARA – O drama/romance The Case
of Unfaithful Klara (2009), Roberto
Faenza, é vagamente baseado no romance com o mesmo nome de Michal Viewegh, conta a história de um
músico italiano que mora em Praga e se tornou professor perdidamente apaixonado
e tomado por um ciúme incontrolável por sua namorada Klara, uma estudante de
história da arte prestes a se formar. Desconfiado ele designa um detetive que
descobrirá uma verdade singular. O destaque fica por conta da bela atriz e
cantora italiana Laura Chiatti. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
CONVIDADO SURPRESA – [...] através do caos dos meus
sentimentos e sensações eu buscava resolver o enigma que era para mim o telefonema
dela, sim, tratava-se de um enigma e mesmo de um desafio ao entendimento [...] assim como quem não quer nada, como se diz, perguntei se ela sabia da
morte de Michel Leiris; ela respondeu que tinha escutado a notícia mas que
nunca tinha lido nada dele, era um bom escritor? Dei de ombros. Não era o
momento de falar de literatura. Com certeza não. Mas não havia dúvida: a morte
de Michel Leiris não teve nenhum efeito sobre ela, o anúncio do desaparecimento
de Michel não repercutira nem um pouco no desaparecimento dela nem a incitara a
me telefonar como supus e no fim essa metáfora tinha sido apenas uma invenção
minha para dar relevo e sentido ao seu telefonema e para que ele encontrasse no
universo a repercussão que provocara em mim [...] as rosas eram as únicas flores que suportava ver cortadas [...] Eu não sabia mais o que pensar a não ser que
tinha a intuição e mesmo a certeza de que ela não havia dito uma incongruência,
de jeito nenhum, pelo contrário, sua pequena frase tinha um sentido [...] Eu não tinha a menor ideia do que isso
significava, mas tudo em mim dizia que se tratava de um segredo que ela queria
me revelar, e não tinha eu vindo a essa festa com a esperança de que algo assim
acontecesse? [...] Eu tinha a
absoluta certeza naquele instante de que ela me entregara a chave do seu
silêncio de muitos anos e esta só podia funcionar e girar na fechadura da nossa
história [...] Tinha entre as mãos
inúmeras frases que resolviam de uma só vez as perguntas que para mim ficaram
sem resposta [...]. Trechos extraídos da obra O convidado surpresa (Cosac Naify, 2009), do escritor
francês Grégoire Bouillier, que é autor de outras obras,
tais como Rapport sur moi (2002), L'invité mystère
(2004) e Cap Canaveral (Allia, 2008).
O PODER DO AMOR – O destino nos concede o poder do amor / como ele rubor
necessário / e palidez de vida, / porque duas metades alienados, / eles
suspiram por terra e mar / para a divindade que captura seu infortúnio, / como
derramar lágrimas rapidamente / Jesus quando ele abraçou seus discípulos / enquanto
a vingança abundante do metal insensível / alimentou seu peito. Poema do poeta
neerlandês Bertus Aafjes
(1914-1993).
EDUCAÇÃO PARA CIDADANIA - A educação tem
assumido importante papel nas pautas de discussões mundiais, depois,
principalmente, da Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em
março de 1990, em Jontien, na Tailândia, onde foram debatidas as necessidades
de se compreenderem tanto os instrumentos fundamentais da aprendizagem, como a
alfabetização, a expressão oral, a aritmética e a solução de problemas; quanto
o conteúdo básico da aprendizagem nos
conhecimentos, capacidades, valores e atitudes, de que necessitam os
seres humanos para sobreviver, desenvolver plenamente suas possibilidades,
viver e trabalhar dignamente, participar plenamente do desenvolvimento,
melhorar sua qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e continuar
aprendendo. Essa importância da educação se reproduz no reecaminhamento de
propostas, revalorização e restauração de realidades, possibilitando um refazer
paradigmático adequado às novas realidades proporcionadas pela pós-modernidade,
no sentido de acompanhar a velocidade transformadora que caracteriza o tempo
presente com as suas mutações constantes e peculiares, exigindo de cada um que
se encontre antenado com a habilidade especializada, para que o indivíduo possa
agir tanto na direção de metas individuais, quanto na coletividade e no seu
meio. Neste tocante, observa Arroyo (1999:36) que A educação moderna vai se configurando nos
confrontos sociais e políticos, ora como um dos instrumento de conquista da
liberdade, da participação e da cidadania, ora como um dos mecanismos para
controlar e dosar os graus de liberdade, de civilização, de racionalidade e de
submissão suportáveis pelas novas formas de produção industrial e pelas novas
relações sociais entre os homens. Desta forma, a educação se reposiciona no
sentido de alcançar uma amplitude multicultural, se propondo a analisar,
criticamente, os currículos monoculturais atuais e procurando formar
criticamente os professores, para que mudem suas atitudes diante dos alunos
mais pobres ou com problemas de aprendizagem, e elaborarem estratégicas instrucionais
próprias a educação das camadas populares, procurando, antes de mais nada,
compreendê-las na totalidade de sua cultura e de sua visão de mundo. Ou seja,
como bem diz Gadotti (2000:42) "uma
estratégia de alfabetização, numa concepção multicultural, deveria partir do
relato da experiência do trabalho e de vida deles mesmos, isto é, da biografia
dos próprios educandos e não do desenho das letras que é uma técnica
anticientífica". Além disso, a educação se articulando com uma
política de formação para os direitos humanos, inicialmente centrada no mero
estudo e conhecimento dos direitos humanos, e em sua difusão, derivando
posteriormente para uma necessidade de aprofundar na matéria. Mais ainda, na
ampliação do debate de sua função para a igualdade, na necessidade de propor
mudanças mais profundas, que partam da aceitação do próprio sexo, dos
diferenciais raciais, das potencialidades e das limitações pessoais, do
conhecimento do outro e a convivência enriquecedora de ambos, em condições
reais de igualdade de oportunidades. Isso, enfim, levando a um processo que se
destine ao desenvolvimento, inicialmente ligada ao âmbito da cooperação, que
não se isole dos problemas mais diretamente e amplamente observados, na
tentativa de compreender os conflitos se socorrendo de uma explicação global, o
que demanda uma resposta cultural diferente, um novo comportamento de
indivíduos e sociedades em relação a outras culturas, opondo-se a toda
manifestação de discriminação e violência, em favor da justiça (Gadotti, 2000;
Yus, 1998; Bordenave & Pereira, 1977). Assim, a escola, neste sentido, na observação de Gaddotti (2000:41)
"(...) precisa atuar num cenário
policultural numa época de globalização da economia e das comunicações, de
acirramentos das contradições inter e intrapovos e nações, época do
ressurgimento do racismo e de certo triunfo do individualismo"
necessitando, portanto, de uma educação, uma ética e uma cultura da
diversidade. Tal colocação chama a atenção para que nesse contexto global, duas
dimensões, a seu ver, devem ser
destacadas, dentre as quais, a dimensão interdisciplinar, experimentando a
vivência de uma realidade global que se inscreva nas experiências cotidianas do
aluno, do professor e do povo, articulando o saber, o conhecimento, a vivência,
a escola, a comunidade, o meio ambiente, que é o objetivo da
interdisciplinaridade traduzida na prática por um trabalho escolar coletivo e
solidário; e uma dimensão internacional, engajando as crianças e adolescentes
para viver no mundo da diferença e da solidariedade entre diferentes,
preparando o cidadão para participar de uma sociedade planetária, sendo local,
como ponto de partida, internacional e intercultural como ponto de chegada
(Gadotti, 2000). Neste sentido, defende-se que a escola não deve apenas
transmitir conhecimento, mas, também, preocupar-se com a formação global dos
alunos, numa visão onde o conhecer e o intervir no real se encontrem. Para isso
é preciso saber trabalhar com as diferenças, isto é, é preciso reconhecê-las,
não camuflá-las, e aceitar que para se conhecer, precisa-se conhecer o outro. Assim,
a escola precisa fazer a síntese entre continuidade e ruptura em relação à
cultura de massa, partindo para respeitar a identidade cultural das crianças e
adolescentes populares (Gadotti, 2000). É nesta direção que se encaminha o
processo educacional para exercício da cidadania, na aquisição de uma
consciência de direitos e deveres consignados no processo democrático,
construída como um processo oriundo da prática
social e política das classes. Neste sentido, Arroyo (1999:79) defende que
"a luta pela cidadania, pelo
legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro
processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma
precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do
processo de sua constituição". O que quer dizer que o conhecimento, a
informação e uma visão mais ampla dos valores, são a base para a cidadania em
sociedades plurais, cambiantes e cada vez mais complexas, nas quais a hegemonia
do Estado, dos partidos ou de um setor social específico tende a ser
substituída por uma pluralidade de instituições em equilíbrios instáveis, que
envolvem permanente negociação dos conflitos para estabelecer consensos.
(Mello: 1998). A necessidade de se voltar as atenções para a cidadania frente a
era de competitividade atual que provoca uma luta desigual entre os indivíduos,
via aprimoramento, competência e qualificação, traz à lume uma série de
questionamentos necessários ao resgate do cidadão mediante as mudanças
implementadas pela política da nova ordem expressa através da globalização, vez
que os mercados precisam de indivíduos preparados que sejam capazes de
desempenhar todo o tipo de atividades e tarefas que definam as novas formas de
trabalho, pelo fato que, indivíduos com um nível mais alto de formação, são os
que melhores se adaptam às exigências de um mercado de trabalho mutante. O
compromisso com a construção da cidadania pede, necessariamente, uma prática
voltada para a compreensão da realidade e dos direitos e responsabilidades em
relação à vida pessoal inserida na coletividade e, consequentemente, com o seu
meio. Isso se reflete de forma tal, no sentido de que o homem não pode mais
pensar na vida ou no seu bem-estar, prescindindo de inerências fundamentais que
estão peculiarmente interligadas ao seu convívio social, político, educacional,
ambiental, dentre outras. E a educação tem sido fortalecida nessa busca de
encontro entre a realidade e a consciência cidadã. Neste sentido, observa
Bordenave & Pereira (1977:78) que: (...) a educação é um processo social
indispensável à formação da mentalidade dos cidadãos de uma sociedade e, assim,
inequivocamente, fundamental para a construção das estruturas cognitivas (no
nível do indivíduo) e conceituais (no nível da produção social do conhecimento)
que lastreiam o desenvolvimento de uma sociedade. Isto quer dizer que será
necessário um redimensionamento na exploração das potencialidades produtivas
individuais arregimentadas para uma consciência cidadã que qualifique o atual
modelo e consagre a liberdade e a igualdade como meio de alcançar o fim educacional
no desenvolvimento almejado. E, diante desse fato, a educação é convocada,
prioritariamente, para expressar uma nova relação entre o desenvolvimento e os
diversos fatores que possam contribuir para associar o crescimento econômico à
melhoria da qualidade de vida sem prejuízo à consolidação dos valores humanos. A
educação, portanto, vai se dirigindo a levar o ser a um ato cognoscente,
tornando indispensável o diálogo, a crítica fundada na criatividade,
estimulando a reflexão e ação verdadeira dos homens sobre a realidade, atenta
às mudanças e que corresponda à condição dos homens no contexto do exercício da
cidadania. Assim, defende Ferreira (1993:221) que "a educação para a cidadania precisaria empenhar-se em expurgar de cada
homem as crenças, as fantasias, as ilusões e, quem sabe, as paixões que em nada
contribuem para o desenvolvimento de uma consciência crítica". Com
isso, observa, então, que as pessoas precisam do conhecimento sistemático para
chegar a ser cidadãos, tratando que a cidadania vai além da aquisição do
conhecimento de conteúdos sistematizados, necessitando a racionalidade técnica,
com o interesse de dominação, ligada aos princípios epistemológicos do
positivismo, trabalhando com os pressupostos da predição e controle, com o pressuposto
do consenso social; a hermenêutica, cujo interesse é a comunicação, filiada à
perspectiva da fenomenologia, na qual o binômio intencionalidade/significação é
o ponto fundamental; e a emancipatória, cujo interesse básico é a libertação do
homem, e avança na crítica às relações sociais, nas quais se estabelecem os
óbices à emancipação dos homens: as relações de poder, as normas e as
significações elaboradas pelo próprio sistema. Assim, a cidadania aparece como
o resultado da comunicação intersubjetiva, através da qual indivíduos livres
concordam em construir e viver numa sociedade melhor (Ferreira, 1993; Giroux,
1986). Mediante isso, destaca-se que educar o homem para a cidadania,
significa, então, prepará-lo para viver em sociedade de classe, seguindo
padrões de uma política necessária à existência de um mínimo de consenso
social. Neste sentido, apreende-se que o homem precisará estar sintonizado de
forma equilibrada consigo e com o seu ser, enquanto indivíduo coletivo, agindo
interativamente e sendo co-responsável por seus aspectos positivos e negativos
advindos das metaformoses da atualidade. Com a promulgação da Constituição
Federal do Brasil de 1988, principalmente, a partir do seu art. 205, que define
as regras que regerão as coisas afeitas à educação e que será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento do
cidadão, preparando-o para a cidadania e qualificando-o para o trabalho. Tais
determinações levaram à Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo
as diretrizes e bases da educação nacional, reafirmando que a educação abrange
os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. O que
quer dizer que fica especificado que as práticas sociais e políticas e as
práticas culturais e de comunicação, são integrantes do exercício do cidadão. Inspirada
nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, a presente
LDB passou a ter a finalidade de desenvolver o educando de forma a prepará-lo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para a vida e para o trabalho.
A sua característica fundamental é tratar a educação delineando princípios
norteadores suficientemente maleáveis para que o ensino aconteça em cada
momento e em cada local de acordo com as condições necessárias e
características próprias, valorizando a integração da escola com o mundo real e
do trabalho, além do aproveitamento pela escola, de todo e qualquer
conhecimento ou habilidade adquiridos pelo educando em sua vida (Dornas,1997). Tal
lei, entretanto, defende que a aprendizagem não esteja condicionada apenas a
conteúdos específicos da pedagogia tradicional, mas que além da instrução
conteudística de um currículo pré-estabelecido, estejam presentes,
transversalmente, temas outros que possibilitem a formação do sujeito, a
globalização do conhecimento, a preparação para o trabalho e o exercício da
cidadania. Neste tocante, comenta Carneiro (1998:10) que: O texto da 9394/96
oferece um espaço de flexibilidade para que os sistemas de ensino operem,
criativamente os seus ordenamentos. A lei respalda a prática da autonomia
pedagógica e administrativa e da gestão financeira como condição para a escola
executar, realmente, o seu projeto pedagógico. A lei abrangente como se
constata, trata dos princípios básicos, da estrutura do ensino, do calendário
escolar, da incumbência de todos, da gestão democrática no ensino público, da
competência do estabelecimento de ensino, da educação infantil, passando pela
educação especial, à distância e experimental, até o superior, calcada na
estética da sensibilidade, na política da igualdade e na ética da identidade,
orientando, assim, as escolas pelos valores apresentados nos fundamentos de
interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, no respeito ao bem comum
e à ordem democrática e no fortalecimento dos vínculos da família, os laços de
solidariedade humana e tolerância recíproca. Com isso, a escola proposta será
aquela que se direcionará a produzir cidadãos e cidadãs alfabetizadas na
compreensão, na atitude crítica e no uso de linguagens várias, dentre elas as
audiovisuais e as da informática, no contexto de indivíduos com um conhecimento
cultural de base que lhes permita situar a informação e dar-lhe sentido, como,
por exemplo, o de integrarem-se a um mercado de trabalho possibilitando o
processo de inclusão, além de se tornarem mais solidários e tolerantes. E,
neste sentido, a LDB se organiza a partir dos princípios da estética da
sensibilidade, que estimula a criatividade, o espírito inventivo, a curiosidade
pelo inusitado, a afetividade para facilitar a constituição de identidades
capazes de suportar a inquietação, conviver com o incerto, o imprevisível e o
diferente; a política da igualdade, no reconhecimento dos direitos humanos e
exercício dos direitos e deveres da cidadania como fundamento da preparação do
educando para a vida civil com condutas de participação e solidariedade,
respeito e senso de responsabilidade, pelo outro e pelo público; e a ética da
identidade, que se constitui a partir da estética e da política, para o ideal
do humanismo num processo de construção de identidades, pelo desenvolvimento da
sensibilidade e pelo reconhecimento do direito à igualdade, além do
reconhecimento da identidade própria e do outro. Sedimentada a partir destes
pressupostos, a LDB dedica do art. 58 ao 60, todo aparato legislativo para
desenvolvimento da educação especial, como sendo a modalidade de educação
escolar oferecida preferencial para educandos portadores de necessidades
especiais. Tais artigos tratam do atendimento educacional, da oferta, do
sistema através de currículos, métodos, técnicas, recursos, dentre outros,
visando a terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível
exigido, bem como da formação para o trabalho visando a efetiva integração na
vida em sociedade e o acesso igualitário aos benefícios. Veja mais aqui, aqui, aqui,
aqui, aqui e aqui.
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1998
BIENAL DO LIVRO DE ALAGOAS
TATARITARITATÁ NA BIENAL DO LIVRO DE ALAGOAS & ANIVERSÁRIO DA
CIDINHA MADEIRO – Hoje, penúltimo dia da V Bienal Internacional
do Livro de Alagoas, um acontecimento merece destaque: aniversário da minha
amiga média e crítica literária, Cidinha Madeiro. Feliz aniversário, Cidinha.
Registro a presença do cantor, compositor e
jornalista alagoano, Mácleim
Presença do cantor e compositor alagoano, Ibys
Maceioh
Do escritor e secretário de cultura de
Marechal Deodoro, Carlito Lima
Do cantor e compositor Naldinho
Da escritora Lucciana Fonseca
Do músico Fagner Dubrown
PORTAL DO POETA BRASILEIRO/ EDITORA ILUMINATTA – Uma performance ocorreu no estande do Portal do
Poeta Brasileiro da Editora Iluminatta, comandado pela Aline Romariz e Teco
Seade.
De primeira Aline Romariz e Teco Seade
PERFORMANCE NO ESTANDE DA FUNDAÇÃO DE AÇÃO CULTURAL – No estande da Fundação Cultural ocorreu a
performance comandada pelo poeta Demis Santana.
ENCONTROS ESPECIAIS E COMEMORAÇÕES –
Ocorreram vários encontros e comemorações no estande da Secult/Biblioteca
Pública Estadual aqui meritoriamente registradas:
ESTANDE
DA SECULT/BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO – Estarei todos os dias até o dia 30 no
estande da Secult/Biblioteca Pública do Estado, com exposição de todos os meus
livros infantis, DVD e folheto de cordel, além da distribuição gratuita do zine
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