domingo, outubro 30, 2011

GRÉGOIRE BOUILLIER, NAWROT, VILFREDO PARETO, BERTUS AAFJES, EDUCAÇÃO & CIDADANIA

 

Meu tempo está inscrito entre o esquecimento do meu nascimento e a morte desconhecida. Isso inevitavelmente me enche de medo da inexistência física. Assim como é impossível me separar de meu corpo no sentido anatômico - visto de fora, também é impossível para mim me separar de meu corpo no sentido físico - visto de fora.

O credo do artista, da fotógrafa e artista visual performática polonesa Irena Nawrot, no catálogo da exposição Woman About Woman, na Bielska BWA Gallery, Bielsko-Biała, em 1996.

 


A QUE ERA LAURA – Ela tinha tudo de atriz, se parecia até, tal e qual: solfejava ao meu ouvido todos as tentações da carne. Quando não, cantava a minha volúpia, sua sedução: mordia os lábios, friccionava o tecido da saia, dedos inquietos. Seus olhos brilhavam nos meus, um sorriso libidinoso de quem sonsa guardava todas as astúcias lascivas: prendia a respiração como se agigantasse dentro de si. Aí, passos tímidos , digitígrados, ela flutuava vestes soltas, braços alados, o toque mágico de sua mão no meu sexo: a ignição fervia músculos e entranhas. Acariciava-o, agarrava firme encostando seus lábios aos meus. Assim levitava na palma da minha mão na descoberta de sua fonte minando, pernas abertas, corpo nu embaixo do vestido. E nela eu me atracava, mãos febris na sua geografia, enquanto ela sussurrava inquieta: Ho voglia di te, Ginevra nua e inteira na minha boca. E gritava que Laura não estava aqui, porque era Stefania e queria ser tomada corpalma por merecer as dores de todos os prazeres da carne. E se contorcia e revirava Francesca no Pazzo d'amore, no Vacanze sulla neve e no Passo a devido. E mais queria enlouquecida Monica no Via del Corso, e se incendiava nua Giulia Mai + come prima, e mais exigia Rosalba para que eu não fosse apenas L'amico di famiglia, e mais provocava deslumbrante como Il caso dell'infedele Klara para enfeitiçar meu coração priápico a vê-la engatinhar despida pelos cantos do quarto para que fosse devorada pelo meu insaciável bote nas suas ancas reboladoras, porque era Marcella no Gli amici del bar Margherita e isso para que Io, loro e Lara, quando queria se passar por estudante fascinante em Baarìa - La porta del vento e mais faustosa Desdêmona para que eu fosse Otelo viril desfrutando de todo seu repasto e ignorássemos as tramas de Iago e aproveitássemos ao máximo a vida e o Universo. E mais crescia e mais dilatava e mais se alargava e copulamos como se fosse Silvia em Alhures, e mais me beijava ronronando Cristiana que Il mattino ha l'oro em Bocca, até me ensinar como a bela Micol o que nunca tive nem soube do Manuale d'amore. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais Literótica aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Deem-me erros frutíferos, cheios de sementes, rebentando com as suas próprias correções. Podem guardar a vossa verdade estéril para vós mesmos. Pensamento do sociólogo, economista e cientista político italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), que tem mais outras: É um fato conhecido que quase todas as revoluções foram obra, não do povo comum, mas da aristocracia, e especialmente da parte decadente da aristocracia. As diversas naturezas dos homens, combinadas com a necessidade de satisfazer de alguma maneira o sentimento que deseja que eles sejam iguais, teve como resultado que nas democracias eles se esforçaram para fornecer a aparência de poder ao povo e a realidade do poder no uma elite.

 

ALGUÉM FALOU: O cinema é uma arte que nasce da identificação dos polos contrários – é por isso que todo cinema forte é ambíguo. Pensamento do ator e cineasta Rogério Sganzerla (1946-2004). Veja mais aqui e aqui.

 

O CASO DA INFIEL KLARA – O drama/romance The Case of Unfaithful Klara (2009), Roberto Faenza, é vagamente baseado no romance com o mesmo nome de Michal Viewegh, conta a história de um músico italiano que mora em Praga e se tornou professor perdidamente apaixonado e tomado por um ciúme incontrolável por sua namorada Klara, uma estudante de história da arte prestes a se formar. Desconfiado ele designa um detetive que descobrirá uma verdade singular. O destaque fica por conta da bela atriz e cantora italiana Laura Chiatti. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

 

CONVIDADO SURPRESA – [...] através do caos dos meus sentimentos e sensações eu buscava resolver o enigma que era para mim o telefonema dela, sim, tratava-se de um enigma e mesmo de um desafio ao entendimento [...] assim como quem não quer nada, como se diz, perguntei se ela sabia da morte de Michel Leiris; ela respondeu que tinha escutado a notícia mas que nunca tinha lido nada dele, era um bom escritor? Dei de ombros. Não era o momento de falar de literatura. Com certeza não. Mas não havia dúvida: a morte de Michel Leiris não teve nenhum efeito sobre ela, o anúncio do desaparecimento de Michel não repercutira nem um pouco no desaparecimento dela nem a incitara a me telefonar como supus e no fim essa metáfora tinha sido apenas uma invenção minha para dar relevo e sentido ao seu telefonema e para que ele encontrasse no universo a repercussão que provocara em mim [...] as rosas eram as únicas flores que suportava ver cortadas [...] Eu não sabia mais o que pensar a não ser que tinha a intuição e mesmo a certeza de que ela não havia dito uma incongruência, de jeito nenhum, pelo contrário, sua pequena frase tinha um sentido [...] Eu não tinha a menor ideia do que isso significava, mas tudo em mim dizia que se tratava de um segredo que ela queria me revelar, e não tinha eu vindo a essa festa com a esperança de que algo assim acontecesse? [...] Eu tinha a absoluta certeza naquele instante de que ela me entregara a chave do seu silêncio de muitos anos e esta só podia funcionar e girar na fechadura da nossa história [...] Tinha entre as mãos inúmeras frases que resolviam de uma só vez as perguntas que para mim ficaram sem resposta [...]. Trechos extraídos da obra O convidado surpresa (Cosac Naify, 2009), do escritor francês Grégoire Bouillier, que é autor de outras obras, tais como Rapport sur moi (2002), L'invité mystère (2004) e Cap Canaveral (Allia, 2008).

 

O PODER DO AMOR – O destino nos concede o poder do amor / como ele rubor necessário / e palidez de vida, / porque duas metades alienados, / eles suspiram por terra e mar / para a divindade que captura seu infortúnio, / como derramar lágrimas rapidamente / Jesus quando ele abraçou seus discípulos / enquanto a vingança abundante do metal insensível / alimentou seu peito. Poema do poeta neerlandês Bertus Aafjes (1914-1993).

 

EDUCAÇÃO PARA CIDADANIA - A educação tem assumido importante papel nas pautas de discussões mundiais, depois, principalmente, da Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em março de 1990, em Jontien, na Tailândia, onde foram debatidas as necessidades de se compreenderem tanto os instrumentos fundamentais da aprendizagem, como a alfabetização, a expressão oral, a aritmética e a solução de problemas; quanto o conteúdo básico da aprendizagem nos  conhecimentos, capacidades, valores e atitudes, de que necessitam os seres humanos para sobreviver, desenvolver plenamente suas possibilidades, viver e trabalhar dignamente, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar sua qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e continuar aprendendo. Essa importância da educação se reproduz no reecaminhamento de propostas, revalorização e restauração de realidades, possibilitando um refazer paradigmático adequado às novas realidades proporcionadas pela pós-modernidade, no sentido de acompanhar a velocidade transformadora que caracteriza o tempo presente com as suas mutações constantes e peculiares, exigindo de cada um que se encontre antenado com a habilidade especializada, para que o indivíduo possa agir tanto na direção de metas individuais, quanto na coletividade e no seu meio. Neste tocante, observa Arroyo (1999:36) que  A educação moderna vai se configurando nos confrontos sociais e políticos, ora como um dos instrumento de conquista da liberdade, da participação e da cidadania, ora como um dos mecanismos para controlar e dosar os graus de liberdade, de civilização, de racionalidade e de submissão suportáveis pelas novas formas de produção industrial e pelas novas relações sociais entre os homens. Desta forma, a educação se reposiciona no sentido de alcançar uma amplitude multicultural, se propondo a analisar, criticamente, os currículos monoculturais atuais e procurando formar criticamente os professores, para que mudem suas atitudes diante dos alunos mais pobres ou com problemas de aprendizagem, e elaborarem estratégicas instrucionais próprias a educação das camadas populares, procurando, antes de mais nada, compreendê-las na totalidade de sua cultura e de sua visão de mundo. Ou seja, como bem diz Gadotti (2000:42) "uma estratégia de alfabetização, numa concepção multicultural, deveria partir do relato da experiência do trabalho e de vida deles mesmos, isto é, da biografia dos próprios educandos e não do desenho das letras que é uma técnica anticientífica". Além disso, a educação se articulando com uma política de formação para os direitos humanos, inicialmente centrada no mero estudo e conhecimento dos direitos humanos, e em sua difusão, derivando posteriormente para uma necessidade de aprofundar na matéria. Mais ainda, na ampliação do debate de sua função para a igualdade, na necessidade de propor mudanças mais profundas, que partam da aceitação do próprio sexo, dos diferenciais raciais, das potencialidades e das limitações pessoais, do conhecimento do outro e a convivência enriquecedora de ambos, em condições reais de igualdade de oportunidades. Isso, enfim, levando a um processo que se destine ao desenvolvimento, inicialmente ligada ao âmbito da cooperação, que não se isole dos problemas mais diretamente e amplamente observados, na tentativa de compreender os conflitos se socorrendo de uma explicação global, o que demanda uma resposta cultural diferente, um novo comportamento de indivíduos e sociedades em relação a outras culturas, opondo-se a toda manifestação de discriminação e violência, em favor da justiça (Gadotti, 2000; Yus, 1998; Bordenave & Pereira, 1977). Assim, a escola, neste sentido,  na observação de Gaddotti (2000:41) "(...) precisa atuar num cenário policultural numa época de globalização da economia e das comunicações, de acirramentos das contradições inter e intrapovos e nações, época do ressurgimento do racismo e de certo triunfo do individualismo" necessitando, portanto, de uma educação, uma ética e uma cultura da diversidade. Tal colocação chama a atenção para que nesse contexto global, duas dimensões, a seu ver,  devem ser destacadas, dentre as quais, a dimensão interdisciplinar, experimentando a vivência de uma realidade global que se inscreva nas experiências cotidianas do aluno, do professor e do povo, articulando o saber, o conhecimento, a vivência, a escola, a comunidade, o meio ambiente, que é o objetivo da interdisciplinaridade traduzida na prática por um trabalho escolar coletivo e solidário; e uma dimensão internacional, engajando as crianças e adolescentes para viver no mundo da diferença e da solidariedade entre diferentes, preparando o cidadão para participar de uma sociedade planetária, sendo local, como ponto de partida, internacional e intercultural como ponto de chegada (Gadotti, 2000). Neste sentido, defende-se que a escola não deve apenas transmitir conhecimento, mas, também, preocupar-se com a formação global dos alunos, numa visão onde o conhecer e o intervir no real se encontrem. Para isso é preciso saber trabalhar com as diferenças, isto é, é preciso reconhecê-las, não camuflá-las, e aceitar que para se conhecer, precisa-se conhecer o outro. Assim, a escola precisa fazer a síntese entre continuidade e ruptura em relação à cultura de massa, partindo para respeitar a identidade cultural das crianças e adolescentes populares (Gadotti, 2000). É nesta direção que se encaminha o processo educacional para exercício da cidadania, na aquisição de uma consciência de direitos e deveres consignados no processo democrático, construída como um  processo oriundo da prática social e política das classes. Neste sentido, Arroyo (1999:79) defende que "a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição". O que quer dizer que o conhecimento, a informação e uma visão mais ampla dos valores, são a base para a cidadania em sociedades plurais, cambiantes e cada vez mais complexas, nas quais a hegemonia do Estado, dos partidos ou de um setor social específico tende a ser substituída por uma pluralidade de instituições em equilíbrios instáveis, que envolvem permanente negociação dos conflitos para estabelecer consensos. (Mello: 1998). A necessidade de se voltar as atenções para a cidadania frente a era de competitividade atual que provoca uma luta desigual entre os indivíduos, via aprimoramento, competência e qualificação, traz à lume uma série de questionamentos necessários ao resgate do cidadão mediante as mudanças implementadas pela política da nova ordem expressa através da globalização, vez que os mercados precisam de indivíduos preparados que sejam capazes de desempenhar todo o tipo de atividades e tarefas que definam as novas formas de trabalho, pelo fato que, indivíduos com um nível mais alto de formação, são os que melhores se adaptam às exigências de um mercado de trabalho mutante. O compromisso com a construção da cidadania pede, necessariamente, uma prática voltada para a compreensão da realidade e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal inserida na coletividade e, consequentemente, com o seu meio. Isso se reflete de forma tal, no sentido de que o homem não pode mais pensar na vida ou no seu bem-estar, prescindindo de inerências fundamentais que estão peculiarmente interligadas ao seu convívio social, político, educacional, ambiental, dentre outras. E a educação tem sido fortalecida nessa busca de encontro entre a realidade e a consciência cidadã. Neste sentido, observa Bordenave & Pereira (1977:78) que: (...) a educação é um processo social indispensável à formação da mentalidade dos cidadãos de uma sociedade e, assim, inequivocamente, fundamental para a construção das estruturas cognitivas (no nível do indivíduo) e conceituais (no nível da produção social do conhecimento) que lastreiam o desenvolvimento de uma sociedade. Isto quer dizer que será necessário um redimensionamento na exploração das potencialidades produtivas individuais arregimentadas para uma consciência cidadã que qualifique o atual modelo e consagre a liberdade e a igualdade como meio de alcançar o fim educacional no desenvolvimento almejado. E, diante desse fato, a educação é convocada, prioritariamente, para expressar uma nova relação entre o desenvolvimento e os diversos fatores que possam contribuir para associar o crescimento econômico à melhoria da qualidade de vida sem prejuízo à consolidação dos valores humanos. A educação, portanto, vai se dirigindo a levar o ser a um ato cognoscente, tornando indispensável o diálogo, a crítica fundada na criatividade, estimulando a reflexão e ação verdadeira dos homens sobre a realidade, atenta às mudanças e que corresponda à condição dos homens no contexto do exercício da cidadania. Assim, defende Ferreira (1993:221) que "a educação para a cidadania precisaria empenhar-se em expurgar de cada homem as crenças, as fantasias, as ilusões e, quem sabe, as paixões que em nada contribuem para o desenvolvimento de uma consciência crítica". Com isso, observa, então, que as pessoas precisam do conhecimento sistemático para chegar a ser cidadãos, tratando que a cidadania vai além da aquisição do conhecimento de conteúdos sistematizados, necessitando a racionalidade técnica, com o interesse de dominação, ligada aos princípios epistemológicos do positivismo, trabalhando com os pressupostos da predição e controle, com o pressuposto do consenso social; a hermenêutica, cujo interesse é a comunicação, filiada à perspectiva da fenomenologia, na qual o binômio intencionalidade/significação é o ponto fundamental; e a emancipatória, cujo interesse básico é a libertação do homem, e avança na crítica às relações sociais, nas quais se estabelecem os óbices à emancipação dos homens: as relações de poder, as normas e as significações elaboradas pelo próprio sistema. Assim, a cidadania aparece como o resultado da comunicação intersubjetiva, através da qual indivíduos livres concordam em construir e viver numa sociedade melhor (Ferreira, 1993; Giroux, 1986). Mediante isso, destaca-se que educar o homem para a cidadania, significa, então, prepará-lo para viver em sociedade de classe, seguindo padrões de uma política necessária à existência de um mínimo de consenso social. Neste sentido, apreende-se que o homem precisará estar sintonizado de forma equilibrada consigo e com o seu ser, enquanto indivíduo coletivo, agindo interativamente e sendo co-responsável por seus aspectos positivos e negativos advindos das metaformoses da atualidade. Com a promulgação da Constituição Federal do Brasil de 1988, principalmente, a partir do seu art. 205, que define as regras que regerão as coisas afeitas à educação e que será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento do cidadão, preparando-o para a cidadania e qualificando-o para o trabalho. Tais determinações levaram à Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo as diretrizes e bases da educação nacional, reafirmando que a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. O que quer dizer que fica especificado que as práticas sociais e políticas e as práticas culturais e de comunicação, são integrantes do exercício do cidadão. Inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, a presente LDB passou a ter a finalidade de desenvolver o educando de forma a prepará-lo para o exercício da cidadania e sua qualificação para a vida e para o trabalho. A sua característica fundamental é tratar a educação delineando princípios norteadores suficientemente maleáveis para que o ensino aconteça em cada momento e em cada local de acordo com as condições necessárias e características próprias, valorizando a integração da escola com o mundo real e do trabalho, além do aproveitamento pela escola, de todo e qualquer conhecimento ou habilidade adquiridos pelo educando em sua vida (Dornas,1997). Tal lei, entretanto, defende que a aprendizagem não esteja condicionada apenas a conteúdos específicos da pedagogia tradicional, mas que além da instrução conteudística de um currículo pré-estabelecido, estejam presentes, transversalmente, temas outros que possibilitem a formação do sujeito, a globalização do conhecimento, a preparação para o trabalho e o exercício da cidadania. Neste tocante, comenta Carneiro (1998:10) que: O texto da 9394/96 oferece um espaço de flexibilidade para que os sistemas de ensino operem, criativamente os seus ordenamentos. A lei respalda a prática da autonomia pedagógica e administrativa e da gestão financeira como condição para a escola executar, realmente, o seu projeto pedagógico. A lei abrangente como se constata, trata dos princípios básicos, da estrutura do ensino, do calendário escolar, da incumbência de todos, da gestão democrática no ensino público, da competência do estabelecimento de ensino, da educação infantil, passando pela educação especial, à distância e experimental, até o superior, calcada na estética da sensibilidade, na política da igualdade e na ética da identidade, orientando, assim, as escolas pelos valores apresentados nos fundamentos de interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, no respeito ao bem comum e à ordem democrática e no fortalecimento dos vínculos da família, os laços de solidariedade humana e tolerância recíproca. Com isso, a escola proposta será aquela que se direcionará a produzir cidadãos e cidadãs alfabetizadas na compreensão, na atitude crítica e no uso de linguagens várias, dentre elas as audiovisuais e as da informática, no contexto de indivíduos com um conhecimento cultural de base que lhes permita situar a informação e dar-lhe sentido, como, por exemplo, o de integrarem-se a um mercado de trabalho possibilitando o processo de inclusão, além de se tornarem mais solidários e tolerantes. E, neste sentido, a LDB se organiza a partir dos princípios da estética da sensibilidade, que estimula a criatividade, o espírito inventivo, a curiosidade pelo inusitado, a afetividade para facilitar a constituição de identidades capazes de suportar a inquietação, conviver com o incerto, o imprevisível e o diferente; a política da igualdade, no reconhecimento dos direitos humanos e exercício dos direitos e deveres da cidadania como fundamento da preparação do educando para a vida civil com condutas de participação e solidariedade, respeito e senso de responsabilidade, pelo outro e pelo público; e a ética da identidade, que se constitui a partir da estética e da política, para o ideal do humanismo num processo de construção de identidades, pelo desenvolvimento da sensibilidade e pelo reconhecimento do direito à igualdade, além do reconhecimento da identidade própria e do outro. Sedimentada a partir destes pressupostos, a LDB dedica do art. 58 ao 60, todo aparato legislativo para desenvolvimento da educação especial, como sendo a modalidade de educação escolar oferecida preferencial para educandos portadores de necessidades especiais. Tais artigos tratam do atendimento educacional, da oferta, do sistema através de currículos, métodos, técnicas, recursos, dentre outros, visando a terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido, bem como da formação para o trabalho visando a efetiva integração na vida em sociedade e o acesso igualitário aos benefícios. Veja mais aquiaqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
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GIROUX, Henry. Teoria crítica e resistência em educação. Petrópolis: Vozes, 1986.
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MANTOAN, Maria Tereza Egler. Todas as crianças são bem-vindas à escola. Campinas: LEPED/FE/Unicamp, 2001
MELLO, Guiomar Namo. Cidadania e competitividade: desafios educacionais do terceiro milênio. São Paulo: Cortez, 1998
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YUS, Rafael. Temas transversais. Porto Alegre: Artmed, 1998

BIENAL DO LIVRO DE ALAGOAS
TATARITARITATÁ NA BIENAL DO LIVRO DE ALAGOAS & ANIVERSÁRIO DA CIDINHA MADEIRO – Hoje, penúltimo dia da V Bienal Internacional do Livro de Alagoas, um acontecimento merece destaque: aniversário da minha amiga média e crítica literária, Cidinha Madeiro. Feliz aniversário, Cidinha.


Registro a presença do cantor, compositor e jornalista alagoano, Mácleim


Presença do cantor e compositor alagoano, Ibys Maceioh


Do escritor e secretário de cultura de Marechal Deodoro, Carlito Lima


Do cantor e compositor Naldinho


Da escritora Lucciana Fonseca


Do músico Fagner Dubrown


PORTAL DO POETA BRASILEIRO/ EDITORA ILUMINATTA – Uma performance ocorreu no estande do Portal do Poeta Brasileiro da Editora Iluminatta, comandado pela Aline Romariz e Teco Seade.

De primeira Aline Romariz e Teco Seade




















PERFORMANCE NO ESTANDE DA FUNDAÇÃO DE AÇÃO CULTURAL – No estande da Fundação Cultural ocorreu a performance comandada pelo poeta Demis Santana.






ENCONTROS ESPECIAIS E COMEMORAÇÕES – Ocorreram vários encontros e comemorações no estande da Secult/Biblioteca Pública Estadual aqui meritoriamente registradas:

















ESTANDE DA SECULT/BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO – Estarei todos os dias até o dia 30 no estande da Secult/Biblioteca Pública do Estado, com exposição de todos os meus livros infantis, DVD e folheto de cordel, além da distribuição gratuita do zine Tataritaritatá. Espero você por lá. Veja mais desse evento no Brincarte.


Veja mais sobre:
Infância, imagem e literaturaHermilo Borba Filho, Ixchel, Diego Rivera, Jean Sibelius, Epicuro de Samos, Horácio, Anne-Sophie Mutter, Irene Ravache, Ziraldo & Maria Luísa Mendonça aqui.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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