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quarta-feira, fevereiro 24, 2021

MAYA ANGELOU, CLARISSA PINKOLA, ANNA TSYGANKOVA, DUTILLEUX, TEMPOS DE FOLIA & CASSE-NOISETTE

 

 

TRÍPTICO DQC: Viagens da janela – Ao som do concerto para violoncelo e orquestra Tout un monde lointain..., do compositor francês Henri Dutilleux (1916-2013), na interpretação da violoncelista alemã Konstanze von Gutzeit & Orchestra of the University of Music Franz Liszt Weimar, conductor: Nicolás Pasquet (2016). – Diante da noite a vida é uma incógnita! O que passou, nunca mais: se aprendi, ao meu redor não, quase ninguém. Um fantasma ronda ameaçador com as suas garras devastadoras no noticiário e quantos ignoram, parece que nem se dão conta o quão maravilhoso é viver. Ou se preferem a morte em alvoroço, alaridos de festa. Eis que se aproxima presciente, ali e acolá, não poupa quem alcança, mesmo que muitos escapem. O seu alarde me traz de onde eu vim das águas de sal e sangue: reminiscências emolduradas com os pesadelos de agora. O que estou fazendo aqui: reles equilibrista entre as lapadas das borrascas, as mordidas da indiferença e os devires movediços. Para onde vou, o que será de mim: braços abertos para o amanhã, mãos dadas com Maya Angelou: O amor não conhece barreiras. Ele salta obstáculos, pula cercas, penetra paredes para chegar ao seu destino cheio de esperança. Assim voo, viagens da janela.

 


DOIS: O Reino das Bonecas – Ao som da Suíte nº 1 – O Quebra Nozes, op. 71, do compositor russo P. I. Tchaikovsky, executada pela Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (OSES), sob a regência de Leonardo David. – Não sei como, só sei que despertei na antecâmara de Silberhaus, na companhia de... Quem é você? Drosselmayer e me conduziu por um prado até a galeria pavimentada por macarrões e pistaches e colunas de açúcar de malte. Para onde vamos? Não me respondeu, ele apontou para as pastoras e caçadoras alvoroçadas pela floresta perfumada da aldeia de Marzipã. Às pressas fui levado por ele em uma jangada de conchas e gemas, puxadas por golfinhos de ouro, que me levaram até o bosque de Doceburgo, onde encontrei uma multidão venerando o líder espiritual deles. Quem é? Era o Confeiteiro que falava sobre metempsicose. Virei-me para ele que se mantinha mudo e disse: Isso aqui se parece com Histoire d'un casse-noisette (1844 - Nova Veja, 2018), do escritor, desenhista e compositor alemão, E. T. A. Hoffman (1776-1822), adaptado por Alexandre Dumas: Erguendo-se em esplendor na ilha havia um magnífico palácio, uma cintilante construção em pedra colorida e torreões circulares. Janelas salpicavam as torres, brilhando com cristais e vidros. Ao concluir a exposição do orientador, logo me encaminhou para o palácio – é que eu havia sido convidado para tomar chá com as princesas-bonecas de Marie, sequer sabia, mas fui servido por pequenos pajens da cabeça de pérola, corpo de rubi e esmeraldas e os pés de ouro puro. Ao tomar o primeiro gole do chá, me falaram do gigante Boca-Faminta que, naquele exato momento, comeu uma torre. E me apresentou a Hawthorn, o Regente do Reino das Flores; depois Shiver, Regente do Reino dos Flocos de Neve; e a Mãe Ginger: ...uma mulher, com um vestido de babados laranja e vinho com a barra decorada com borlas de cortinas. Os cabelos encaracolados ruivos eram fofos e estavam presos com uma fita amarela. Ela era a Regente do Reino do Divertimento. Logo me levaram a cada reino – um grandioso cenário cinematográfico, criado por Lasse Hallström e Joe Johnston -, e, ao final do passeio, em uma reunião solene me disseram: A sua missão é dizimar milhares de ratos comandados por um Rei de Sete Cabeças e, depois, enfrentar o Boca-Faminta. Eita! O inventor Drosselmayer que estava sentado sobre um relógio me disse: Você será amado por uma linda senhora! Quem será ela? Ah, é a Fada Plum! E antes mesmo de balbuciar mais qualquer sílaba, Marie, então, me deu uma espada e fui enfrentá-los: uma luta e tanto, parada dura. Uma batalha além do que podia, mas no fim saí vencedor. Confesso: para um eterno perna-de-pau em tudo, ganhar essa parada foi caisa para lá de desgastante. Pela primeira vez na vida êxito em alguma coisa, razão pela qual pude entender melhor a situação: o primeiro reino era inabitado; no segundo, o tempo transcorria muito lentamente; o terceiro, o que existia ali não poderia ser levado para o mundo real: coisas que não são possíveis aqui são possíveis no Reino; e o quarto... Era sinistro. Aí o autor apareceu de repente, veio em meu socorro: O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes. Em amor, não há último adeus, senão aquele que se não diz. Ao dizer-me isso, Dumas sorriu passando seu braço sobre meu ombro e me conduzindo aos meus aposentos: Boa noite. Será? Jamais pregaria os olhos.

 


TRÊS: A DANÇA DAS SÁBIAS - Despertei no meio da noite e, ao meu lado, ela estava sensualmente sentada com os pés sobre o centro: era Keira Knightley. E me falou sobre A dança das mulheres sábias A descoberta e a aceitação do sagrado feminino e do seu poder (Marcador, 2019), da Clarissa Pinkola Estes: A poesia faz-se necessária para explicar a força vital de uma mulher: a dança, a pintura, a escultura, os ofícios do tear e da terra, o teatro, os adornos pessoais, as invenções, escritos apaixonados, estudo em livros e nos nossos sonhos, conversas com outras que sejam sábias, o atento intuir, refletir, sentir e pressentir... Criações e realizações de todos os tipos são necessárias... Pois existem certos assuntos místicos que as palavras concretas isoladas não conseguem expressar, mas que as ciências, contemplações do que é invisível porém palpável, e as artes conseguem. E me contou de uma antiga tradição húngara sobre a ocasião do casamento de uma jovem, quando as velhas se reuniam para dançar enquanto distraiam o noivo antes dele se introduzir no quarto nupcial. Contou-me e saiu. Fiquei um tempo sozinho matutando acerca de tudo que me dissera. Logo, ela irrompeu e novamente sentou-se, agora com um vestido para lá de sedutor. Depois de um longo tempo seus olhos em mim, ela levantou-se: Não importa onde ou como vivamos, não importa em que condições... Nunca estamos sem nosso supremo aliado, pois, mesmo que nossa estrutura externa seja insultada, agredida, apavorada ou mesmo destroçada, ninguém poderá extinguir o estopim dourado, e ninguém poderá matar sua guardiã subterrânea. Sim? Novamente saiu sem dizer mais nada. Ouvi o barulho de abrir e fechar de portas. Trocou de roupa e novamente entrou como se assomasse levitando, retirou a blusa e: ...uma ocasião especial é qualquer ocasião à qual a alma esteja presente. Escolher tornar-se mais sábia significa sempre escolher aprender de novo. Deu-me a mão e me levou para a Sala dos Tronos: a música roubava meus sentidos. Ao vê-la, era ela a bailarina russa Anna Tsygankova nua a me convidar para o Pas de Deux. E se era sonho eu só queria uma coisa: nunca mais acordar. Até mais ver.

 

TEMPOS DE FOLIA



[...] Parte significativa da produção intelectual que se dedicou a pensar o frevo é constituída de crônicas, que mereciam não só estudo acurado, mas que viessem à luz em novas publicações. [...]

Trecho extraído da obra Tempos de folia: estudos sobre o carnaval no Recife (FUNDAJ/Massangana, 2018), organizado por Isabel Cristina Martins Guillen e Augusto Neves Silva, reunindo textos e autores, a exemplo de Debates historiográficos em torno do Carnaval do Recife, dos organizadores; Carnaval do Recife: a alegria guerreira de Rita de Cássia Barbosa de Araújo, O Carnaval regenerado do Recife: a consagração das elites modernas nos dias de folia da década de 1910, de Lucas Victor Silva; O Estado, a festa e a cidade: medidas de controle e ordem nos dias de Carnaval no Recife (1930-1945), de Mário Ribeiro dos Santos; Viva o frevo original: o ideal é sorrir e ao passo da Federação aderir, de Francisco Mateus Carvalho Vidal; O Carnaval tem seus direitos, quem não pode com ele não se meta! Os maracatus-nação no Carnaval do Recife no século XX, de Isabel Cristina Martins Guillen; Tristeza no reino da alegria: enfrentamentos entre o Interclubes e o Rei Momo no Carnaval de chumbo do Recife (1969-1972), de Diogo Barreto Melo; É na magia do samba que eu vou! Os duelos de Estudantes e Gigantes no Carnaval do Recife, de Augusto Neves da Silva; e Batalhas para além de confetes e serpentinas. A espetacularização no Carnaval pernambucano e nos maracatus-nação, de Ivaldo Marciano de França Lima. Veja mais aqui e aqui.


 


sábado, junho 03, 2017

GARATUJA DE GINSBERG, REPARAÇÃO DE IAN MCEWAN, AS ESCULTURAS DE BIHOREL & PROGRAMA TATARITARITATÁ!

PROGRAMA TATARITARITATÁ – Tudo começou na primeira metade dos anos 1980, nas tardes das terças, quintas e sábados, quando apresentei ao lado de Gilberto Mélo, o programa HorAgá, na Rádio Cultura dos Palmares, com entrevistas, notícias, debates, músicas e entretenimento. Em 1986, assumi o Departamento de Jornalismo da Rádio Quilombo FM, em Palmares – PE, redigindo e apresentando de manhã o Grande Jornal Quilombo com a Crônica do Dia, ao meio dia a Tribuna do Povo e, nas tardes dos domingos, o programa Panorama, com músicas, curiosidades e entrevistas na seção Destaque, na qual tive a oportunidade de entrevistar grandes nomes da música brasileira, como Milton Nascimento, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Marina Lima, Beto Guedes, entre outros. Nesse período assumi a direção regional do Sindicato dos Radialistas de Pernambuco, na gestão de Roberto Calou. Na segunda metade dos anos 1990, editei o Boletim Nascente, oriundo do tablóide Nascente Lítero-Cultural, transformado em 1998 no Boletim Tataritraitatá, até 2002, ocasião em que ocorreu a criação do blog Tataritaritatá, numa parceria com a poeta e webdesigner Mariza Lourenço e o cartunista Márcio Baraldi. Em 2004 foi a vez da criação do Zine Tataritaritatá, uma parceria com a atriz Mirita Nandi, a psicóloga Ana Bia Luz e a saudosa webdesiner Derinha Rocha. Em 2006 transformamos em sítio na internet, com croniquetas, noveletas e eventos culturais e artísticos. Em 2007 passei a ministrar a palestra/oficina Tataritaritatá: Vamos aprumar a conversa, sobre literatura de cordel e arte popular, realizado em escolas e faculdades, a exemplo do Projeto Protejo do Ministério da Justiça, culminando, em 2008, com o lançamento do folheto de cordel Tataritaritatá. O resultado dessas atividades levou a criação e apresentação do programa Tataritaritatá, inserido no Alagoas Frente & Verso, do jornalista João Marcos Carvalho, na Rádio Difusora de Alagoas, em 2009. Por consequência, em 2010, transformei em show poético-musical, apresentado no projeto Palco Aberto, ArtNor e em outros eventos, tanto com a banda como em apresentação solo. Deu-se, então, em 2012, a inserção do programa na grade da Rádio Cidade FM, em Minas Gerais, passando a integrar o extinto Projeto MCLAM até 2015. Agora, completamente renovado e revigorado, volta com todo pique, no formato de um programa envolvendo o universo da arte com curiosidades, humor, música, notícias e entretenimento. A estréia será na próxima sexta-feira, dia 09 de junho, a partir da meia noite e você, pessoamiga, já está convidada a participar. Aguardo sua inestimável presença e participação. Vamos aprumar a conversa? Vamos juntos & tataritaritatá! © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui e aqui.

REPARAÇÃO DE IAN MCEWAN
[...] todo amor que não fosse fundado no bom senso estava fadado ao fracasso. [...] Porém, não havia gaveta oculta, diário com cadeado nem sistema de criptografia que pudesse esconder de Briony a verdade pura e simples: ela não tinha segredos. Seu desejo de viver num mundo harmonioso, organizado, negava-lhe as possibilidades perigosas do mal. A violência e a destruição eram caóticas demais para seu gosto, e além disso lhe faltava crueldade. Vivendo, na prática, como filha única, e numa casa relativamente isolada, permanecia, ao menos durantes as longas férias de verão, afastada das intrigas com as amigas. Não havia nada em sua vida que fosse interessante ou vergonhoso que chegasse para merecer ser escondido; ninguém sabia do crânio de esquilo debaixo de sua cama, mas também ninguém queria saber. Nada disso era particularmente aflitivo; ou melhor, só passou a ser visto assim em retrospecto, depois que uma solução foi encontrada. [...] então o mundo, o mundo social, era insuportavelmente complicado, dois bilhões de vozes, os pensamentos de todo mundo a se debater, todos com igual importância, investindo tanto na vida quanto os outros, cada um se achando o único, quando ninguém era único. [...].
Trechos da obra Reparação (Companhia das Letras, 2001), do escritor britânico Ian McEwan, contando a história de uma menina inocente que sonha em ser escritora e não entende o mundo adulto da paixão e da sexualidade, acusando injustamente o seu irmão de criação. Esse drama psicológico que trata de sentimento de culpa, arrependimento, esperança e das tensões de classe da sociedade britânica durante a Segunda Guerra Mundial, foi transformado para o cinema em 2007, com o título de Desejo & Reparação (Atonement), dirigido por Joe Wright, premiado com o Globo de Ouro em 2008, e com destaque para atuação da atriz e modelo britânica Keira Knightley.

Veja mais sobre:
Betúlia, a belezura e os restos nos confins do mundo, Kadish de Allen Ginsberg, Porto calendário de Osório Alves de Castro, Evolução do teatro de Francis Fergusson, a pintura de Federico Beltrán Massés & Fayga Ostrower, a arte de Claudia Andujar, Iemanjá, Mãe D’Água de Petrolina – PE & a música de Consuelo de Paula aqui.

E mais:
Terra do que sou, vida que me cabe, O vento geral de Thiago de Mello, Elogio da madrasta de Mario Vargas Llosa, Galalaus & batorés de Mário Souto Maior, a pintura de Natalia Goncharova, a videoinstalação de Rachel Mascarenhas & Ana Paula Pessoa, a fotografia de Yan Pierre, a música de Eduardo Ponti, a arte de Shelley Bain & Taha Hassaballa Malasi aqui.
Uivo & outros poemas de Allen Ginsberg aqui.
Brincarte do Nitolino, Menino de engenho de José Lins do Rego, Noite & neblina de Alain Resnais, a música de Charles Lecocq, Canção de Allen Ginsberg, Signo Teatral, Choque das civilizações de Samuel P. Huntington, a arte de Catherine Deneuve, a pintura de Raoul Dufy, Milton Nascimento & Fernando Brant aqui.
Velho Chico, o Rio São Francisco, Virgulino Ferreira Lampião de Isabel Lustosa, Violão Brasil de Turíbio Santos, Música & saúde de Even Ruud, Sonetos de Cláudio Manuel da Costa, Amor em campo minado de Dias Gomes, Vai trabalhar, vagabundo de Hugo Carvana, Paulette Goddard, a pintura de Natalia Goncharova, a arte de Ítala Nandi & Neila Tavares aqui.
A surpresa no reino do amor aqui.
Por um novo dia, O evangelho segundo Padre Bidião, Nada de novo sob o Sol de Ayn Rand, Elucubrações pós-modernas de Christopher Hitchens, Iconoclastia de Mirian Macedo & Os lixões das cidades aqui.
A espera de Bia, ariana, Crônica de amor por ela & Elas fazem poesia & sexo aqui.
LAM na Educativa FM & Marco Antonio, Tributos & direito tributário aqui.
A teoria política do individualismo possessivo de Hobbes a Locke aqui.
Direito: teorias, interpretação e aplicação aqui.
A qualidade na gestão escolar aqui.
Fecamepa no aluado mundo mágico aqui.
A poesia de Catarina Maul aqui.
A vida por uma peínha de nada, As mil & uma noites, A crise da atualidade de Ivo Tonet, O leitor e a leitura de Roger Chartier, a pintura de Umberto Boccioni, Violência & drogas de Necilda de Moura Santana, a coreografia de Angelin Preljocaj, Um número de Caryl Churchill, a escultura de Kaleb Martyn, o cinema de Christine Jeffs & Alicia Fulford-Wierzbicki, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, a música de Eveline Hecker, a arte de Luciah Lopez & Sonho real amanhecido aqui.
Tem dia pra tudo, até pro que eu não sei, Uso & abuso da história de Moses Finley, A mulher fenícia & os fenícios, A era do globalismo de Octavio Ianni, A grande transformação de Karl Polanyi, Tarde demais de Antonio Tabuchi, Blasted de Sarah Kane, a coreografia de Béjart Ballet Lausanne, Narradores de Javé de Eliane Caffé, entrevista de Mano Melo, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, a arte de Sueli Finoto, a música de Clara Sandroni, a pintura de Shahla Rosa & Arthur Hunter-Blair aqui.
De perto ninguém é mesmo normal, O coração do homem de Erich Fromm, A civilização dos astecas de Jean Marcilly, A carta roubada de Edgar Allan Poe, Os sertões de Euclides da Cunha & José Celso Martinez Corrêa, o cinema de Peter Greenaway & Federico Fellini, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, a pintura de Paul-Albert Besnard, Jean-Paul Riopelle & Beatriz Milhazes, a música de Maya Beiser, a coreografia de Martha Graham, a escultura de Auguste Clésinger, a fotografia de Luiz Garrido, entrevista de Geraldo Carneiro & As mil faces do disfarce aqui.
O equilíbrio mortevida do malabarista, A divina comédia de Dante Alighieri, Educação & contemporaneidade de Antonio Dias Nascimento & Tânia Maria Hetkowski, A autobiografia de Vladimir Maiakovski, A divina comédia de William Blake, entrevista de Silviane Bellato, A gaia ciência de Friedrich Nietzsche, a pintura de José Manuel Merello & Camila Soato, a arte de Victoria Soyanova, a música de Nádia Figueiredo, a coreografia de Svetlana Zakharova, Teatro de Anônimo, Billion Dollar Crop & Nega Besta aqui.
Todo dia é dia da criança, Formação social da mente de Lev Vygotsky, Escrita das crianças de Paulo Freire, Jogos infantis de Eliza Santa Roza, Futuro de nossas crianças de Clara Bellar, entrevista de Rachel de Oliveira Pereira Lucena, Crônica de amor por ela, Esculturas de Protásio de Morais & Dona Irinéia, a Galeria do Dim, a xilogravura de Amaro Francisco, Bumerangue do Grop, art naif de Ronaldo Mendes, Teatro infantil & Lobisomem Zonzo aqui.
História da mulher: da antiguidade ao século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.

GARATUJA DE ALLEN GINSBERG
Rexroth, seu rosto refletindo a cansada
Bem-aventurança humana
Cabelo branco, sobrolho vincado
Bigode tagarela
Flores jorrando
Da cabeça triste,
Ouvindo Edith Piaf e suas canções de rua
Enquanto ela passeia com o universo
E toda sua vida que passou
E as cidades que desapareceram
Só ficou o Deus do amor
Sorrindo.
Poema extraído da obra Uivo, Kadish & outros poemas (1953-1960, L&PM, 1984), do poeta estadunidense da geração beat Allen Ginsberg (1926-1997), Uivo, Kadish e outros poemas (L&PM, 1984). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
Imagens: esculturas digitais do artista francês Jean-Michel Bihorel.
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja os vídeos aqui & mais aqui e aqui.
 

segunda-feira, março 16, 2015

JAMES BALDWIN, HELENE STÖCKER, PHILIP GUSTON, MARY WIGMAN & CÉSAR VALLEJO

A arte do pintor canadense Philip Guston (1913-1980)

 

A SOLIDÃO DE PHILIP... – Filho de fugitivos do antissemitismo ucraniano, sua família migrou para o Canadá. Depois foram para Los Angeles: a tragédia do suicídio do pai, subempregado que lutava. Daí aprendeu sozinho a arte, sua história e política. Seu irmão mais velho morre num acidente e um de seus murais foi vandalizado pelo Esquadrão Vermelho da Polícia: não deveria nunca se meter contra a Ku Klux Klan. Era um aviso. A injustiça, os desafios dos refugiados, os inquisidores espanhóis, o fascismo italiano, a suástica nazista e outros malfeitores: A luta contra o terrorismo. Seu interesse estava voltado para os quadrinhos, os renascentistas italianos, os modernistas ousados, os muralistas mexicanos. E o autodidata pintou murais e estabeleceu-se em New York entre os do Federal Art Project. Incluiu-se entre os expressionistas abstratos que abandonaram a arte representacional depois da tragédia da segunda grande guerra e do holocausto. De Goldstein tornou-se Guston e o mascaramento dos eventos históricos, tudo escondido em nome do terror. E a sua zombaria: É como se eu quisesse uma máscara... A autotransformação diante da intuição e franqueza de seus pares: Eu queria chegar a uma tela e ver o que aconteceria se eu apenas pintasse... Isolou-se em Woodstock diante de tantas revoltas, assassinatos e motins: Fiquei muito perturbado com a guerra e as manifestações. Elas se tornaram meu assunto, e eu fui inundado por uma memória... Era o morticínio no Vietnã. O sucesso, turbulências e o bufão Klansman encapuzado – o seu anti-herói cômico, brutal e sombrio: São autorretratos... Eu me percebi estando atrás do capuz... O escândalo na Marlborough Gallery, as críticas, Pintar, fumar, comer... A Musa e o Ciclope, as dúvidas e as mudanças de estilo, a arte confessional e apocalíptica, o seu escrutínio destemido e o verdadeiro assunto: É a liberdade... E sucumbiu aos ataques cardíacos e à vida difícil. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Em toda a minha infelicidade eu estava me movendo, e de repente, esse movimento se tornou uma expressão, uma fala... Eu sabia que, sem matar o humor criativo, eu tinha que manter o equilíbrio entre a minha explosão emocional e a disciplina impiedosa de um controle super-pessoal, submetendo-me assim a lei auto-imposta da composição de dança... Uma arte forte e convincente nunca surgiu das teorias... Pensamento da bailarina, coreógrafa e professora de dança alemã Mary Wigman (1886-1973). Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

ALGUÉM FALOU: A sociedade não tem o direito de considerar a prevenção da maternidade relutante um crime que justifique a prisão... Onde e com que direito o direito penal proíbe os indivíduos de exercerem controle completo sobre si mesmos?... Pensamento da feminista, pacifista, filósofa, escritora e jornalista alemã Helene Stöcker (1869–1943).

 

O FOGO DA PRÓXIMA VEZ - [...] Imagino que uma das razões pelas quais as pessoas se apegam ao ódio com tanta teimosia é porque elas sentem que, quando o ódio acaba, elas serão forçadas a lidar com a dor. [...] A vida é trágica simplesmente porque a Terra gira e o sol inexoravelmente nasce e se põe, e um dia, para cada um de nós, o sol se porá pela última, última vez. Talvez toda a raiz do nosso problema, o problema humano, seja que sacrificaremos toda a beleza de nossas vidas, nos aprisionaremos em totens, tabus, cruzes, sacrifícios de sangue, campanários, mesquitas, raças, exércitos, bandeiras, nações, para negar o fato da morte, o único fato que temos. Parece-me que se deve regozijar com o fato da morte — deve-se decidir, de fato, ganhar a morte confrontando com paixão o enigma da vida. Somos responsáveis pela vida: ela é o pequeno farol naquela escuridão aterrorizante de onde viemos e para onde retornaremos. [...] O amor tira as máscaras que tememos não poder viver sem e sabemos que não podemos viver dentro delas. Eu uso a palavra "amor" aqui não meramente no sentido pessoal, mas como um estado de ser, ou um estado de graça - não no sentido americano infantil de ser feliz, mas no sentido duro e universal de busca, ousadia e crescimento. [...]. Trechos extraídos da obra The Fire Next Time (Vintage, 1992), do escritor estadunidense James Baldwin (1924-1987), que no seu livro Another Country (Vintage, 1992), ele expressou: […] As pessoas não têm misericórdia. Elas rasgam você membro por membro, em nome do amor. Então, quando você está morto, quando elas o mataram pelo que fizeram você passar, elas dizem que você não tinha caráter. Elas choram lágrimas grandes e amargas - não por você. Por elas mesmas, porque perderam seu brinquedo. [...]. Também no seu Holt McDougal Library, High School with Connections: Student Text The Fire Next Time (Olt, Rinehart and Winston, 2000), ele expressou que: […] Por favor, tente lembrar que o que eles acreditam, bem como o que eles fazem e fazem você suportar, não testemunha sua inferioridade, mas sim a desumanidade deles. [...]. Veja mais aqui e aqui.

 

TRILCE – No livro Trilce (1922 - Philobibliom, 1984), do poeta vanguardista e dramaturgo peruano César Vallejo (1892-1938), destaco o poema XXXV, traduzido por Thiago de Mello: O encontro com a amada, / tanto de uma vez, é um simples detalhe, / quase um programa hípico violeta, / de tão comprido não se pode dobrar bem. / O almoço com ela que servira / o prato que ontem estava tão gostoso / e se repete agora / só que com um pouco mais de mostarda; / o garfo absorto, seu galanteio radiante / de pistilo em maio, e seu pudor / de um centavo, por dá cá aquela palha, / e a cerveja lírica nervosa / zalada por seus dois mamilos sem lúpulo, / e que não se deve beber em demasia. / E os tantos outros encantos da mesa / que aquela núbil companha borda / com suas próprias baterias germinais / que funcionaram toda a manhã, / segundo me consta, a mim, / amoroso tabelião de suas intimidades / e com as dez varinhas mágicas / de seus dedos pancreáticos. / Mulher que, sem pensar em outra coisa, / solta o melro e começa a nos falar / com palavras ternas ; como lancinantes alfaces recém-colhidas. / Outro copo e me vou. E vamos, / agora sim, trabalhar. / Entretanto, ela se enfia / entre os cortinados e, oh agulha dos meus dias / desgarrados!, senta-se à beira / de uma costura, a me costurar as costas / as suas costas, / a pregar o botão dessa camisa / que tornou a cair. Mas já se viu! Veja mais aqui, aqui, aqui, aquiaqui.

Imagem da pintora realista francesa Rosa Bonheur (1822-1899). Veja mais aqui.

Ouvindo o Recital (1995), do compositor clássico vienense Franz Joseph Haydn (1732-1809) pela mezzo-soprano espanhola Teresa Berganza, sob a regência de Raymond Leppard na Scottish Chamber Orchestra. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 


SALVE DIONISO, EVOÉ BACO! – Imagem: O jovem Baco e seus seguidores (1885) do pintor acadêmico francês William-Adolphe Bouguereau (1825-1905) - Longe de ter uma visão sectária ou maniqueísta do mundo por entender que há dualidades que são, na verdade, unidades ou trindades que se tornam quartetos e outras multiformes e polimorfas expressões, e, também, para não mergulhar apenas no canhestra mundo apolíneo & Fabos & umbigocentristas, salve Dioniso, evoé Baco! Hoje, na mitologia greco-romana, é consagrado o primeiro dia do Bacanal, o Festival de Dioniso/Baco, deus do vinho, dos grãos, da fertilidade e da alegria. É a prova de que a vida prossegue. Poucos dias atrás estávamos sob o reino dionisíaco, o nosso maravilhoso carnaval: tudo alegria, paz, satisfação. Mal acabou a festa, já viramos panelaços, protestos, batendo no peito & mandando ver! Tudo isso no reino do Fecamepa! Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá. Veja mais aqui.

EXERCÍCIOS E JOGOS DO TEATRO – No livro 200 exercícios e jogos para o ator e não-ator com vontade de dizer algo através do teatro (Civilização Brasileira, 1983), o dramaturgo, ensaísta e escritor brasileiro Augusto Boal (1931-2009), trata a respeito da história do teatro Arena de São Paulo, abordando sobre jogos e exercícios, aquecimento físico, ideológico, vocal e emocional; jogos de integração do elenco, exercícios de máscaras e rituais; quebra da repressão, exercícios gerais sem texto; ensaios de motivação com texto, sequencia e ensaios pique-pique, entre outros assuntos. Da obra destaco: [...] começamos a estudar metodicamente os trabalhos de Stanislawsky. A nossa primeira proposta foi esta: que a emoção seja prioritária, que ela possa determinar, livremente a forma final. Mas como poderíamos esperar que as emoções se manifestassem livremente através do corpo do ator, se precisamente tal instrumento (o corpo) está mecanizado, muscarlarmente automatizado e insensível em 90% das suas possibilidades? Uma nova emoção descoberta corria o risco de ser canalizada pelo comportamento mecanizado do ator. Por que é que o corpo do ator está mecanizado? Pela enorme capacidade que têm os sentidos para registrar sensações, aliada a uma igual capacidade para selecionar e hierarquizar essas emoções. [...] Quando começamos com os Laboratório de Interpretação no Teatro Arena ainda não pensávamos nas máscaras sociais, naquela época, a mecanização era entendida sob uma forma puramente física: ao desenvolver sempre os mesmos movimentos, cada pessoa mecaniza o seu corpo para melhor os efetuar, privando-se então de uma atuação original em cada oportunidade. Podemos rir de mil maneiras diferentes, mas quando nos contam uma piada não nos pomos a pensar num modo original de rir, portanto, fazemo-lo sempre da mesma maneira. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

MÉTODO PERIGOSO – A psiquiatra e psicanalista russa Sabina Spielrein (1885-1942), tornou-se uma personagem romanesca que adquiriu celebridade, vez que sua história é singular e reveladora de todos os móbeis transferenciais do movimento psicanalítico. Desde criança que ela apresentava problemas, sendo vitima de alucinação por angustias e fobias, desordem mental, sentava-se nos calcanhares a ponto de fechar o ânus impedindo a defecação por duas semanas seguidas, entregou-se à masturbação, tudo durante a infância até aos oito anos de idade, quando a situação piorou. Aos dezoito anos foi atingida por crises de depressão, teve surtos psicóticos, passando a ser tratada na Suíça, por Jung com um caso de histeria e que ficou finalmente curada. Esse tratamento resultou em uma paixão incontrolável entre o terapeuta e a paciente. Simultaneamente polígamo, sedutor e obcecado pelo pecado e a loucura, Jung sempre teve uma atração particular pelo tipo de feminilidade encarnado por ela que foi aconselhada por Freud e por seu pai a encontrar uma solução sozinha. O que ela fez. Fez então estudos de medicina e orientou-se para a psiquiatria. Diplomada em 1911 com uma tese sobre a esquizofrenia, trabalhou depois com intensidade, apresentando uma exposição da sua tese sobre a pulsão de destruição, na qual Freud se inspiraria para escrever Muito além do princípio do prazer. Ao mesmo tempo paciente e estudante de psiquiatria, ela participou do debate sobre esquizofrenia no início do século XX. Depois experimentou o principio da transferência e do tratamento pelo amor, tornando-se a testemunha privilegiada da ruptura de Jung e Freud. O primeiro, seu amante e analista, o segundo, seria o seu mestre. Mais tarde inventou a noção de pulsão destrutiva e sádica, da qual nasceria a pulsão de morte. Enfim, atravessou as duas grandes tragédias: o genocídio dos judeus na Europa e a transformação do comunismo em stalinismo na Rússia. Durante dez anos ela continuou seus trabalhos e atividades clínicas na Alemanha, na Suíça e na Áustria, tendo por aluno Jean Piaget (1896-1980). Seus últimos artigos foram destinados aos temas da linguagem infantil, à afasia e a origem das palavras papai e mamãe, ocupando-se na Rússia de pedologia, afirmando ser capaz de curar Lenin de sua doença. Em 1935 foi apanhada, com toda a sua família, pela engrenagem do sistema totalitário. Seu marido morreu de infarto e seus dois irmãos levados pelos expurgos e desaparecendo no Gulag. Em 1942, ela foi massacrada com as suas duas filhas na ravina de Viga da Serpente, em meio a cadáveres coberto de sangue. O seu envolvimento amoroso com Jung virou tema da peça teatral The talking cure, de Cristopher Hampton, e transformada pro cinema num drama e suspense dirigido por David Cronenberg, A Dangerus Method (Um método perigoso, 2011), destacando-se o papel da atriz e modelo inglesa Keira Knightley. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui e aqui



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