sexta-feira, dezembro 09, 2011

NAIM FRASHËRI, ROBERT LUDLUM, BONHEUR, LIUBOV POPOVA, LITERÓTICA & CANTARAU

 

A arte da pintora e escultora francesa Rosa Bonheur (1822-1899). Veja mais abaixo.

 

DITOS & DESDITOSO papel das 'artes representacionais' - pintura, escultura e até arquitetura… acabou, pois não é mais necessário para a consciência de nossa época, e tudo o que a arte tem a oferecer pode simplesmente ser classificado como um retrocesso. A era em que a humanidade entrou é uma era de desenvolvimento industrial e, portanto, a organização dos elementos artísticos deve ser aplicada ao design dos elementos materiais da vida cotidiana, i. e. para a indústria ou para a chamada produção. A nova produção industrial, na qual a criatividade artística deve participar, será radicalmente diferente da abordagem estética tradicional do objeto, na medida em que principalmente a atenção estará focada não na decoração artística do objeto (arte aplicada), mas na organização artística do objeto. O objeto de acordo com os princípios de criação do objeto mais utilitário... Se qualquer um dos diferentes tipos de belas-artes (ou seja, pintura de cavalete, desenho, gravura, escultura, etc.) ainda pode reter algum propósito, eles o farão então apenas: enquanto eles permanecem como a fase de laboratório em nossa busca por novas formas essenciais; e na medida em que servem como projetos e esquemas de apoio para construções e objetos utilitários e industrialmente manufaturados que ainda não foram realizados. Pensamento da pintora e ilustradora russa Liubov Popova (1889-1924), representante da vanguarda russa, cuja estética é transversal aos movimentos cubista, suprematista e construtivista, com trabalhos nos campos da pintura e do design.

 

ALGUÉM FALOU: A beleza sempre acabará sendo rasgada. O perfume é um parêntese, um momento de liberdade, paz, amor e sensualidade entre os problemas da vida moderna. Elegância não é uma questão de luxo ou dinheiro, mas sim de atitude. Se a elegância não vem do coração, então não é elegância. Eu nunca revoluciono. Eu apenas evoluo. Sempre imperceptivelmente. Pensamento da estilista e escritora francesa Sonia Rykiel (1930-2016).

 

A DOR DA TORTURA - Dois homens entraram em casa e me sequestraram, juntamente com meu marido, o jornalista Paulo Markun. No DOI-Codi de São Paulo, levei choques nas mãos, nos pés e nas orelhas, alguns tapas e socos, sendo inquirida sobre colegas de universidade e suas supostas ligações com o PCB. Durante o tempo em que isso aconteceu, eu usava um capuz preto que sufocava. Num determinado momento, eles extrapolaram e, rindo, puseram fogo nos meus cabelos, que passavam da cintura. Imediatamente retirei o capuz, apaguei o fogo com ele e encarei meu algoz, um senhor com rosto de pai de família e uns 60 anos de idade. Os torturadores auxiliares perguntaram: ‘E agora, acabamos de vez com ela?’. Tornei a olhar para o mais velho nos olhos e falei: ‘Isso que vocês estão fazendo comigo é um absurdo, sou católica e vou batizar minha filha no domingo’. E perguntei: ‘Você acredita em Deus? Você tem filhos?’. Os mais jovens avançaram sobre mim, e o mais velho disse: ‘Deixa’. Logo depois, fui jogada numa cela com outras mulheres. Lembro-me de uma camponesa que estava com o rosto desfigurado pela pancadaria. Ela não conhecia ninguém ali, nem sequer sabia o que era comunismo. Foi parar lá porque tinha se relacionado amorosamente com um militante. Ao ver aquilo e ouvir o relato das outras presas, muitas estupradas por vários homens e objetos, como garrafas e pedaços de pau, fi quei ainda mais apavorada. Ninguém se lembrou de mim por um dia inteiro e, na manhã do domingo, o carcereiro me disse: ‘Tire o macacão e vista sua roupa’. E saí de lá ao lado do Paulo. Pensei que seria punida pela minha ousadia de encarar o torturador. Mas não foi o que aconteceu. Os homens do Exército nos levaram direto para a igreja onde aconteceria o batizado. No final, meu pai convidou todos para ir à nossa casa ‘comemorar’. Lá, os homens deixaram as metralhadoras no chão da sala, almoçaram, beberam (muito) whisky e vinho. Paulo contou ao pai dele o que estava acontecendo e listou todos os nomes que estavam marcados. No fi nal da tarde, retornamos ao DOI-Codi, levando cobertores, sabonetes, chocolates e objetos de uso pessoal. Naquele dia teve festa na cadeia. Depoimento da jornalista e escritora Dilea Frate, quando da sua prisão enquanto estudante em 17 de outubro de 1975, em São Paulo. Ela é autora dos livros Procura-se Hugo, dirigiu a série Mulher Invisível (1998-2000) para o GNT; idealizou, dirigiu e roteirizou a série de programas educativos TV Piá; também dirigiu a série Crianças do Brasil (TV Futura - 2014) e o premiado curta-metragem O mar de Teresa (2015), trabalho experimental baseado no seu livro A menina que carregou o mar nas costas. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

A IDENTIDADE BOURNE - [...] O que um homem não consegue lembrar não existe para ele. [...] Eu vejo coisas e ouço coisas que não entendo. Sou um vegetal... habilidoso e habilidoso! [...] Quer dizer, todos nós estamos tentando descobrir quem diabos somos, não é? [...] Bem, deixe-me dizer-lhes, senhores, os jogos do diabo não se restringem aos confinados ao inferno. Outros podem jogá-los. [...] O sucesso de qualquer armadilha está em sua simplicidade fundamental. A armadilha reversa, pela natureza de sua única complicação, deve ser rápida e simples ainda. [...]. Trechos extraídos The Bourne Identity (Rocco/L&PM, 2009), do escritor estadunidense Robert Ludlum (1927-2001).

 

TRÊS POEMASCRENÇA: Curvando-se em seu solo, Albânia, / como o oráculo do templo de Dodene, / sinto o seu vapor vermelho que me embriaga / e depois canto. / E se geralmente acontece que a música não tem fio, / significa que devo estar bêbado / e conseqüentemente / muito mais sincero. POESIA: Poesia, / como você encontrou seu caminho para mim? / Minha mãe não conhece muito bem / o albanês, as letras são escritas como Aragão, sem pontos nem vírgulas; / em sua juventude, meu pai navegou sob outros céus. / No entanto, você veio / caminhando sobre as pedras da minha tranquila / cidade de pedra; / Você bateu timidamente na porta da casa de / três andares / no número 16. PODE SER: O mundo é pequeno: talvez / seus olhos encontrem / esses versos, / como a gazela ao leão na selva. / E nas letras pretas você / terá uma aparência triste. / Pode ser que seus olhos tremam com os versos / Mas os versos amarelados tremerão sob seus olhos? Poemas do poeta albanês Naim Frashëri (1846-1900).

 


A arte da pintora e escultora francesa Rosa Bonheur (1822-1899). Veja mais aqui e aqui.

 


TRÊS DE POEMAS DE AMOR À FLOR DA PELE

Image by Hiroko Sakai

DOAÇÃO

Para todos sou pedaços que me dou e me doo como o riso da criança no meio dia sem ter nem pra quê.



Pra você sou pedaços, os melhores de mim e os que me restam: aquela fatia de bolo com gosto de quero mais. É só o que tenho, nada mais.



Tivesse a vida, eu daria pra você como o sol todas as manhãs.



Do nada que sou e tenho faço os presentes de quem só tem aquilo pra dar: mas são como se fossem a maior das posses que qualquer ser humano tivesse na maior das farturas.



Sou apenas o que tenho - posse alguma, o mundo de cabeça pra baixo,  sem ter onde cair morto -, mas o pedaço inteiro que sou é seu.
© Luiz Alberto Machado.

FELAÇÃO

Minha
clava
se
torna
indestrutível
quando
toda
prateada
no
céu
da
noite
vem
a
no
rabo
do
cometa.
© Luiz Alberto Machado.

PUTONA

Começa bem cedo
A sua tentação
A lamber meu cambão
No maior dos chamegos

Abocanha sem medo
A língua em tição
A beijar meu vergão
Sem fazer arremedos

É meu pau seu folguedo
Sua degustação
Na maior felação
Em meu todo torpedo

Aumentando o enredo
É no meu mastro
Que ela faz o seu lastro
Pra meu desassossego

Nela mais me aconchego
E não dá distração
A mostrar seu bundão
Pros meus apegos

E eu vou de arrego
Hasteando bandeira
Na maior meladeira
Esfregando seu rego

E me faz de seu nego
Com uma rebolada
E sua mão alada
A me amolegar

E mais quer se esfregar
Ai ai ai u-lá lá

Aí eu soçobro
E mais eu lhe cobro
Dobro a aposta
E se ela gosta
Arrosta na trela

Dou picada bem nela
Agarrado à titela
De gemer todo cio
Aí me aproprio
Eu enfio, ela blasona
Feito gostosa putona
P´reu só macular

Ela quer copular
E diz mais: - Castiga!
Na maior das mangingas
A me enfeitiçar

E me a faz empurrar
Contra a parede
E ela pronta, adrede
Aceita a vergasta
Ela nem se afasta
Se achega mais tanto
Até por enquanto
Me dar a cara à tapa

Ela não me escapa
Tô bem todo nela
Ô safada cadela
Na sua caçapa

A gente se engata
Maior sacudida
Até ser bem fodida
No maior randevu

Botei tudo em seu cu
No maior arregaço
Chega senti seu regaço
Gostoso e quentinho

E no seu escaninho
Enfiei o pau na rodeira
E ela mais que bundeira
Pediu mais, que gulosa!
Pra melhorar minha prosa
E gozar como em choque
Já me fez seu reboque
Na maior guloseima

E eu todo boleima
Gozei todo esturro
Enfiei mais casmurro
Até encher o seu pódice
Com todo meu códice
Dela sorrir satisfeita
Como quem fez a colheita
Com a maior cara de anjo
Que deu pro marmanjo
A maior safadeza

Ela não sai ilesa
Mas toda dadeira
Me deu a chaleira
Do bico apitar.

Ah, na maior cara lisa
Feliz boa fruta
Bem manhosa me avisa:
- Ei, eu sou sua puta!!!!!!
© Luiz Alberto Machado.
Veja mais aquiaqui.



CANTARAU TATARITARITATÁComemorando os 5 anos e mais de 200 mil acessos do Tataritaritatá no YouTube, realizarei o cantarau (cantoria + sarau) no Sopa de Letrinhas – O sarau do Caiubi, dia 15/12, às 21hs, no Bagaça Botequim & Petiscaria, em São Paulo.

O SOPA DE LETRINAS – SARAU DO CAIUBI – É uma festa chacriniana com muita música, poesia e bom humor, produzido pelo poeta, compositor e agitador cultural Vlado Lima, dentro da programação do Clube Caiubi de Compositores. Acontece uma vez por mês, sempre na última sexta-feira, dessa vez excepcionalmente numa quinta-feira, dia 15/12, às 20hs, onde músicos, intérpretes, compositores, poetas e performers dos mais variados estilos aproveitam o palco aberto do Sopa e apresentam suas criações para uma plateia incrivelmente atenciosa e participativa.O público presente no evento ainda participa lendo poemas do poeta homenageado da noite, nesse caso Luiz Alberto Machado, e concorre a vários prêmios. No final do evento, é servida (na faixa) uma deliciosa sopa (de letrinhas).

SERVIÇO: TATARITARITATÁ NO SOPA DE LETRINHAS – O SARAU DO CAIUBI. Cantarau reunindo a música e a poesia de Luiz Alberto Machado. Dia 15/12, às 21hs, no Bagaça Botequim & Petiscaria (Rua Clelia 2023 – Lapa – esquina com a Jeroaquara – São Paulo. Participação especial: Meimei Correa. Informações pelo fone 011.2386.4915 e na Agenda do www.luizalbertomachado.com.br. Ingresso: 5 reais. Veja detalhes do show, repertório, clipes, músicas e outras informações no Tataritaritatá.




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PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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