Imagem: Acervo ArtLAM.
Ao som dos álbuns Sempre
Libera (Deutsche Grammophon, 2004), Violetta -
Arias and Duets from Verdi's La Traviata (Deutsche Grammophon, 2005),
Verdi’s La Traviata (Deutsche Grammophon, 2006), The Opera
Gala (Deutsche Grammophon, 2007) & Anna Netrebko Live At The
Metropolitan Opera (Deutsche Grammophon, 2011), da soprano russa Anna
Netrebko (Anna Yuryevna Netrebko). Veja mais aqui.
Reiteramentos
setigonais: só a poesia torna a vida suportável!... - O fim foi anunciado na
escatologia da contemporaneidade, detectado pela frase de Theodor Adorno:
Depois de Auschwitz, a poesia não é mais possível! Ninguém mais poderia
olvidar nem mesmo ficar indiferente à barbárie e o que já vinha desde o século 19, convencionando-se que o poema, depois de Mallarmé, era um inevitável
fracasso, uma obra falhada. Em meados do século 20, na Die Panne (A
Pane – uma história ainda possível) de Dürrenmatt, a indagação: Existem
ainda histórias possíveis? – e a obra foi adaptada para o cinema com o
título La più bella serata della mia vita (ou seja, A mais bela noite
de minha vida), dirigido pelo Ettore Scola. E o tempo passou, como dizia Mário Faustino, neste mundo infame como ainda é o nosso. O estardalhaço das
mortíferas bombas deixou escapulir o recado de Apollinaire: a de que a
função social do poeta era renovar incessantemente a aparência de que se
reveste a natureza aos olhos dos homens. E acompanhado de um puxão de orelha do Ernst Fischer: a função da arte é abrir portas fechadas. Aí Salman Rushdie pegou pesado: É a função do
poeta: nomear o inominável, apontar as fraudes, tomar partido, despertar
discussões, dar forma ao mundo e impedir que adormeça. Estávamos em plena
guerra fria e atravessando sucessivas crises capitalistas, até nos deparar com
a tão fartamente anunciada pandemia. Nessa barafunda toda, eis que surge o Setígono!
E o que é isto? Apesar de novíssimo, há uma vastíssima definição. Veja-se: para
o cocriador Admmauro Gommes é um poema formado por 7 versos: um novo
mundo criado em 7 dias. Para outro cocriador, Cicero Felipe: poema perfeito. Já
para outros participantes do modelo poético, como Pedro Henrique: transcende a
vida. Daí por diante, para Wilson Santos: uma obra de arte! Maria Rima o
definiu como: uma arte viva terapêutica, em sete doses sem contraindicação, além
de unir povos. Sylvia Beltrão: vacina e cura; Ivon das Aldeias: é ser no
presente: o passado e o futuro; Caio Vitor Lima: um exercício complexo de
metalinguagem; Enoque Gabriel, o Lorde Égamo: uma constelação brilhante com sete notas musicais, sete
fôlegos de felino, sete astros brilhantes no espaço poético sideral –
inclusive, ele está lançando um livro com e sobre o tema. Para Adailton Lima: é
vida que pulsa, um mundo em sete versos. Para Pamella
Emanuella: uma reinvenção exibindo não só poesia e forma, como também uma
filosofia implícita. Já no dizer de Romilda Andrade: é a criação e resposta
perfeitas para o nosso tempo, uma vez que o leitor, ao decodificá-lo, imprime
suas sensações e denota para si o significado. Doutro modo expõe Patuska
Quokka: instiga diálogos poéticos, oferta inúmeras possibilidades para inspirações
a revigorar o
sentir, o criar e o idioma. Na ótica de Rosa Custódia:
conecta corações, tantos corações apaixonados. Na definição de Hanna da Hora:
sempre pede bis! E Carlos Roberto alerta: Leia com atenção! Aí a Maria de
Lourdes Joana Ribeiro saúda: é bom, muito bom, é muito bom setigonar. E na visão
da designer gráfica do livro Setigonando a vida, Ana Luisa Monteiro: é o
imagético em 7 pedaços, o vermelho nas extremidades realçando as cores do arco-íris na bandeira pernambucana. Enfim, sintetiza o cocriador Durán: uma
festa, um
vulcão em erupção! Daí o convite da Jaque Monteiro: Vamos
setigonar, esse brasileirinho
ousado! – ela também está lançando, em parceria com a Noi Soul,
um livro com diversas formas de setígonos: fractal, prosa setigonal e o sui gêneris.
(E só para constar: já são cometidas variadas tipologias setigonais, como o
concatenado, o maior, o de rima única, o cruzado, o concatenado fechado, e por
aí vai). Em resumo: um eflúvio num mundo entre a pandemia devastadora, a
iminência de uma estúpida 3ª guerra mundial e a reboque do letal domínio de
capital caprichoso do zilionário umbigocentrismo mercadológico. Cabum! Ou seja:
pelo visto, parece mais atrevido ramo de pujante florzinha brotando serelepe numa
rachadura tumular de asfalto bruto. Tá. E eu digo: Néstogas! (outra invenção do AG). Sim e digo deixando de pacutia e passando a régua, a reiterar:
Antes do Fiat Lux havia apenas néstogas! E por isso tive de vivenciar uma iniciática
condução alquímica pelo Graal na Tábua de Esmeralda do Corpus Hermeticum, alinhando
os planetas à luz dos princípios matemáticos das mônadas e cheguei à conclusão:
o setígono é mesmo néstogas! – o que foi, é e será mutuamente progressivo em número, grau e gênero! E é um enigma cabalístico: 2*5&5*7 - Dois versos saltam do
escuro. Cinco emoções exorcizam as dores. Eis as sete razões pro poema salvar
sua vida! Até mais ver.
Judith Schalansky: Ao escrever, assim como ao ler, uma pessoa pode escolher seus próprios ancestrais e estabelecer uma segunda linha hereditária intelectual para rivalizar com a herança biológica convencional... A escrita não pode trazer nada de volta, mas pode permitir que tudo seja vivenciado.... Veja mais aqui & aqui.
Anna Deavere Smith: Cada pessoa tem uma literatura dentro
de si... Este momento se insere na tradição da poesia e da arte de
protesto que remonta a séculos. Espero que essa dor leve a belas obras de arte... Veja mais aqui,
aqui & aqui.
Tamika
Mallory: Estamos
em estado de emergência... Veja mais aquí.
SÚPLICA
Tirem-nos tudo, \ mas deixem-nos a música! \ Tirem-nos
a terra em que nascemos, \ onde crescemos \ e onde descobrimos pela primeira
vez \ que o mundo é assim: \ um labirinto de xadrez… \ Tirem-nos a luz do sol
que nos aquece, \ a tua lírica de xingombela \ nas noites mulatas \ da selva
moçambicana \ (essa lua que nos semeou no coração \ a poesia que encontramos na
vida) \ tirem-nos a palhota ̶
humilde cubata \ onde vivemos e amamos, \ tirem-nos
a machamba que nos dá o pão, \ tirem-nos o calor de lume \ (que nos é quase
tudo) \ - mas não nos tirem a música! \ Podem desterrar-nos, \ levar-nos \ para
longes terras, \ vender-nos como mercadoria, \ acorrentar-nos \ à terra, do sol
à lua e da lua ao sol, \ mas seremos sempre livres \ se nos deixarem a música!
\ Que onde estiver nossa canção \ mesmo escravos, senhores seremos; \ e mesmo
mortos, viveremos. \ E no nosso lamento escravo \ estará a terra onde nascemos,
\ a luz do nosso sol, \ a lua dos xingombelas, \ o calor do lume, \ a palhota
onde vivemos, \ a machamba que nos dá o pão! \ E tudo será novamente nosso, \ ainda
que cadeias nos pés \ e azorrague no dorso… \ E o nosso queixume \ será uma
libertação \ derramada em nosso canto! \ - Por isso pedimos, \ de joelhos
pedimos: \ Tirem-nos tudo… \ mas não nos tirem a vida, \ não nos levem a
música!
Poema da escritora, jornalista, tradutora e
ativista política moçambicana Noémia de Sousa (Carolina Noémia Abranches
de Sousa Soares – 1926-2002), autora do livro Sangue Negro
(2001), condensando a sua produção poética de 1948 a 1951.
VIVER A VIDA
– [...] Tive
que lutar essa batalha como se estivesse em um ringue de boxe — com o público e
a imprensa... e ainda sou chamada de vagabunda... [...] Eles
definitivamente me veem como uma mulher empoderada fazendo o que queria fazer
contra todas as probabilidades naquela época... [...]. Trechos da entrevista
How Pamela Des Barres Finally Transcended ‘The Band (Los Angeles Magazine,
2025), concedida pela escritora, atriz e musicista estadunidense Pamela Des
Barres (Pamela Ann Miller), autora do livro de memórias I'm with the
Band: Confessions of a Groupie (1987), no qual detalha suas experiências na
cena musical dos anos 1960 e 1970, em que atuou produzindo os GTOs, grupo de
música experimental de Frank Zappa. Ela também publicou outro livro de
memórias, Take Another Little Piece of My Heart: A Groupie Grows Up
(1993), inspirando o filme Almost Famous (2000), de Cameron Crowe. É autora de outras obras como Rock Bottom: Dark Moments in Music
Babylon (1996); Let's Spend the Night Together: Backstage Secrets of
Rock Muses and Supergroupies (2007) e Let It Bleed: How to Write a
Rockin' Memoir (2017). Veja mais aqui & aqui.
A
VIDA AOS 50...
– [...] Adoro novos desafios e cresço com
eles...
[...] Nasci assim, com um forte senso de perfeccionismo. Por outro lado,
tenho a capacidade de me perder completamente na natureza. Quando estou na
floresta, realmente sinto meu eu interior. É uma mistura de alta aspiração e
completa modéstia... [...] Um dos meus objetivos é ajudar a fazer a
diferença na educação de meninas em outro país. Quero me envolver em uma
organização beneficente que se concentre na educação feminina, porque a
educação é o bem maior. É muito importante.... [...] Eu celebro minha
vida e todos que fazem parte dela. Só quero agradecer a todos que viajaram
comigo ao longo dos muitos anos... [...] Eu sempre tento aproveitar ao
máximo minha situação e entender a mensagem. Sempre há uma mensagem. [...] Trechos
recolhidos da entrevista (Discover Germany, Switzerland and Austria), concedida
pela escritora, atriz e modelo alemã Ursula Karven, autora dos livros Yoga
für die Seele (2003), Sina und die Yogakatze (2005), Das große
Babybuch (2006), Das große Schwangerschaftsbuch (2006), Sinas Yogakatze
und der singende Weihnachtsbaum (2007), Yoga für Dich (2007), yoga
für dich und überall (2007), Yoga del Mar – Power Yoga II (2009), Mein
Kochbuch für Kochmuffel (2011) e Loslassen Yoga-Weisheiten für dich und
überall (2013).
AULA-ESPETÁCULO DE MARCONDES
BATISTA
Neste 16 de setembro,
das 14 às 17h, o IbaValeUna promove a Oficina de Desenho & Pintura –
aula-espetáculo gratuita com o artista Marcondes Batista. Imperdível. Veja mais
aqui, aqui & aqui.
&
SEMINÁRIO MALUNGUINHO & CATIMBÓ NA JUREMA
ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR: