domingo, setembro 14, 2025

NOÉMIA DE SOUSA, PAMELA DES BARRES, URSULA KARVEN, SETÍGONO & MARCONDES BATISTA

 

Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Sempre Libera (Deutsche Grammophon, 2004), Violetta - Arias and Duets from Verdi's La Traviata (Deutsche Grammophon, 2005), Verdi’s La Traviata (Deutsche Grammophon, 2006), The Opera Gala (Deutsche Grammophon, 2007) & Anna Netrebko Live At The Metropolitan Opera (Deutsche Grammophon, 2011), da soprano russa Anna Netrebko (Anna Yuryevna Netrebko). Veja mais aqui.

 

Reiteramentos setigonais: só a poesia torna a vida suportável!... - O fim foi anunciado na escatologia da contemporaneidade, detectado pela frase de Theodor Adorno: Depois de Auschwitz, a poesia não é mais possível! Ninguém mais poderia olvidar nem mesmo ficar indiferente à barbárie e o que já vinha desde o século 19, convencionando-se que o poema, depois de Mallarmé, era um inevitável fracasso, uma obra falhada. Em meados do século 20, na Die Panne (A Pane – uma história ainda possível) de Dürrenmatt, a indagação: Existem ainda histórias possíveis? – e a obra foi adaptada para o cinema com o título La più bella serata della mia vita (ou seja, A mais bela noite de minha vida), dirigido pelo Ettore Scola. E o tempo passou, como dizia Mário Faustino, neste mundo infame como ainda é o nosso. O estardalhaço das mortíferas bombas deixou escapulir o recado de Apollinaire: a de que a função social do poeta era renovar incessantemente a aparência de que se reveste a natureza aos olhos dos homens. E acompanhado de um puxão de orelha do Ernst Fischer: a função da arte é abrir portas fechadas. Aí Salman Rushdie pegou pesado: É a função do poeta: nomear o inominável, apontar as fraudes, tomar partido, despertar discussões, dar forma ao mundo e impedir que adormeça. Estávamos em plena guerra fria e atravessando sucessivas crises capitalistas, até nos deparar com a tão fartamente anunciada pandemia. Nessa barafunda toda, eis que surge o Setígono! E o que é isto? Apesar de novíssimo, há uma vastíssima definição. Veja-se: para o cocriador Admmauro Gommes é um poema formado por 7 versos: um novo mundo criado em 7 dias. Para outro cocriador, Cicero Felipe: poema perfeito. Já para outros participantes do modelo poético, como Pedro Henrique: transcende a vida. Daí por diante, para Wilson Santos: uma obra de arte! Maria Rima o definiu como: uma arte viva terapêutica, em sete doses sem contraindicação, além de unir povos. Sylvia Beltrão: vacina e cura; Ivon das Aldeias: é ser no presente: o passado e o futuro; Caio Vitor Lima: um exercício complexo de metalinguagem; Enoque Gabriel, o Lorde Égamo: uma constelação brilhante com sete notas musicais, sete fôlegos de felino, sete astros brilhantes no espaço poético sideral – inclusive, ele está lançando um livro com e sobre o tema. Para Adailton Lima: é vida que pulsa, um mundo em sete versos. Para Pamella Emanuella: uma reinvenção exibindo não só poesia e forma, como também uma filosofia implícita. Já no dizer de Romilda Andrade: é a criação e resposta perfeitas para o nosso tempo, uma vez que o leitor, ao decodificá-lo, imprime suas sensações e denota para si o significado. Doutro modo expõe Patuska Quokka: instiga diálogos poéticos, oferta inúmeras possibilidades para inspirações a revigorar o sentir, o criar e o idioma. Na ótica de Rosa Custódia: conecta corações, tantos corações apaixonados. Na definição de Hanna da Hora: sempre pede bis! E Carlos Roberto alerta: Leia com atenção! Aí a Maria de Lourdes Joana Ribeiro saúda: é bom, muito bom, é muito bom setigonar. E na visão da designer gráfica do livro Setigonando a vida, Ana Luisa Monteiro: é o imagético em 7 pedaços, o vermelho nas extremidades realçando as cores do arco-íris na bandeira pernambucana. Enfim, sintetiza o cocriador Durán: uma festa, um vulcão em erupção! Daí o convite da Jaque Monteiro: Vamos setigonar, esse brasileirinho ousado! – ela também está lançando, em parceria com a Noi Soul, um livro com diversas formas de setígonos: fractal, prosa setigonal e o sui gêneris. (E só para constar: já são cometidas variadas tipologias setigonais, como o concatenado, o maior, o de rima única, o cruzado, o concatenado fechado, e por aí vai). Em resumo: um eflúvio num mundo entre a pandemia devastadora, a iminência de uma estúpida 3ª guerra mundial e a reboque do letal domínio de capital caprichoso do zilionário umbigocentrismo mercadológico. Cabum! Ou seja: pelo visto, parece mais atrevido ramo de pujante florzinha brotando serelepe numa rachadura tumular de asfalto bruto. Tá. E eu digo: Néstogas! (outra invenção do AG). Sim e digo deixando de pacutia e passando a régua, a reiterar: Antes do Fiat Lux havia apenas néstogas! E por isso tive de vivenciar uma iniciática condução alquímica pelo Graal na Tábua de Esmeralda do Corpus Hermeticum, alinhando os planetas à luz dos princípios matemáticos das mônadas e cheguei à conclusão: o setígono é mesmo néstogas! – o que foi, é e será mutuamente progressivo em número, grau e gênero! E é um enigma cabalístico: 2*5&5*7 - Dois versos saltam do escuro. Cinco emoções exorcizam as dores. Eis as sete razões pro poema salvar sua vida! Até mais ver.

 

Judith Schalansky: Ao escrever, assim como ao ler, uma pessoa pode escolher seus próprios ancestrais e estabelecer uma segunda linha hereditária intelectual para rivalizar com a herança biológica convencional... A escrita não pode trazer nada de volta, mas pode permitir que tudo seja vivenciado.... Veja mais aqui & aqui.

Anna Deavere Smith: Cada pessoa tem uma literatura dentro de si... Este momento se insere na tradição da poesia e da arte de protesto que remonta a séculos. Espero que essa dor leve a belas obras de arte... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Tamika Mallory: Estamos em estado de emergência... Veja mais aquí.

 

SÚPLICA

Imagem: Acervo ArtLAM.

Tirem-nos tudo, \ mas deixem-nos a música! \ Tirem-nos a terra em que nascemos, \ onde crescemos \ e onde descobrimos pela primeira vez \ que o mundo é assim: \ um labirinto de xadrez… \ Tirem-nos a luz do sol que nos aquece, \ a tua lírica de xingombela \ nas noites mulatas \ da selva moçambicana \ (essa lua que nos semeou no coração \ a poesia que encontramos na vida) \ tirem-nos a palhota  ̶ humilde cubata \ onde vivemos e amamos, \ tirem-nos a machamba que nos dá o pão, \ tirem-nos o calor de lume \ (que nos é quase tudo) \ - mas não nos tirem a música! \ Podem desterrar-nos, \ levar-nos \ para longes terras, \ vender-nos como mercadoria, \ acorrentar-nos \ à terra, do sol à lua e da lua ao sol, \ mas seremos sempre livres \ se nos deixarem a música! \ Que onde estiver nossa canção \ mesmo escravos, senhores seremos; \ e mesmo mortos, viveremos. \ E no nosso lamento escravo \ estará a terra onde nascemos, \ a luz do nosso sol, \ a lua dos xingombelas, \ o calor do lume, \ a palhota onde vivemos, \ a machamba que nos dá o pão! \ E tudo será novamente nosso, \ ainda que cadeias nos pés \ e azorrague no dorso… \ E o nosso queixume \ será uma libertação \ derramada em nosso canto! \ - Por isso pedimos, \ de joelhos pedimos: \ Tirem-nos tudo… \ mas não nos tirem a vida, \ não nos levem a música!

Poema da escritora, jornalista, tradutora e ativista política moçambicana Noémia de Sousa (Carolina Noémia Abranches de Sousa Soares – 1926-2002), autora do livro Sangue Negro (2001), condensando a sua produção poética de 1948 a 1951.

 

VIVER A VIDA[...] Tive que lutar essa batalha como se estivesse em um ringue de boxe — com o público e a imprensa... e ainda sou chamada de vagabunda... [...] Eles definitivamente me veem como uma mulher empoderada fazendo o que queria fazer contra todas as probabilidades naquela época... [...]. Trechos da entrevista How Pamela Des Barres Finally Transcended ‘The Band (Los Angeles Magazine, 2025), concedida pela escritora, atriz e musicista estadunidense Pamela Des Barres (Pamela Ann Miller), autora do livro de memórias I'm with the Band: Confessions of a Groupie (1987), no qual detalha suas experiências na cena musical dos anos 1960 e 1970, em que atuou produzindo os GTOs, grupo de música experimental de Frank Zappa. Ela também publicou outro livro de memórias, Take Another Little Piece of My Heart: A Groupie Grows Up (1993), inspirando o filme Almost Famous (2000), de Cameron Crowe. É autora de outras obras como Rock Bottom: Dark Moments in Music Babylon (1996); Let's Spend the Night Together: Backstage Secrets of Rock Muses and Supergroupies (2007) e Let It Bleed: How to Write a Rockin' Memoir (2017). Veja mais aqui & aqui.

 

A VIDA AOS 50... – [...] Adoro novos desafios e cresço com eles... [...] Nasci assim, com um forte senso de perfeccionismo. Por outro lado, tenho a capacidade de me perder completamente na natureza. Quando estou na floresta, realmente sinto meu eu interior. É uma mistura de alta aspiração e completa modéstia... [...] Um dos meus objetivos é ajudar a fazer a diferença na educação de meninas em outro país. Quero me envolver em uma organização beneficente que se concentre na educação feminina, porque a educação é o bem maior. É muito importante.... [...] Eu celebro minha vida e todos que fazem parte dela. Só quero agradecer a todos que viajaram comigo ao longo dos muitos anos... [...] Eu sempre tento aproveitar ao máximo minha situação e entender a mensagem. Sempre há uma mensagem. [...] Trechos recolhidos da entrevista (Discover Germany, Switzerland and Austria), concedida pela escritora, atriz e modelo alemã Ursula Karven, autora dos livros Yoga für die Seele (2003), Sina und die Yogakatze (2005), Das große Babybuch (2006), Das große Schwangerschaftsbuch (2006), Sinas Yogakatze und der singende Weihnachtsbaum (2007), Yoga für Dich (2007), yoga für dich und überall (2007), Yoga del Mar – Power Yoga II (2009), Mein Kochbuch für Kochmuffel (2011) e Loslassen Yoga-Weisheiten für dich und überall (2013).

 

AULA-ESPETÁCULO DE MARCONDES BATISTA

Neste 16 de setembro, das 14 às 17h, o IbaValeUna promove a Oficina de Desenho & Pintura – aula-espetáculo gratuita com o artista Marcondes Batista. Imperdível. Veja mais aqui, aqui & aqui.

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SEMINÁRIO MALUNGUINHO & CATIMBÓ NA JUREMA

Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

Veja mais sobre MJ Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.



 


NOÉMIA DE SOUSA, PAMELA DES BARRES, URSULA KARVEN, SETÍGONO & MARCONDES BATISTA

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Sempre Libera (Deutsche Grammophon , 2004), Violetta - Arias and Duets from Verdi's La Tra...