LENDAS, FACÉCIAS
& LOAS DE ALUMBRAMENTO – Imagem: arte da
artista plástica e visual estadunidense Alyssa
Monks. UMA: O MALOGRO DA PRINCESA DE
BAMBULUÁ – Tantas diziam da Gruta da Pedra que, de tanto ouvir, um dia fui
tirar a limpo. Não pensei que fosse tão longe, andei que só, o dia pela tarde e
já escurecendo cheguei ao local. Estava tão cansado que resolvi tirar um
cochilo para me refazer da caminhada. Acordei no meio da noite escura com uma
visagem: o rosto de uma linda mulher me pedindo socorro. Eu me assustei, ora,
não era pra menos, só via-lhe o rosto, mais nada, pedia-me para salvá-la. Isso
é coisa doutro mundo, só pode. O medo me paralisou, não tinha pra onde correr. Segurei
na coragem e perguntei: Como posso salvá-la? Entre na gruta e lá tem tudo que
precisa. Hum, hum. Entrar na gruta, essa não estava nos meus planos, pensei que
fosse coisa mais fácil. Destá. Já que estava ali, resolvi atender, entrei na
gruta e logo divisei um banquete com tudo do bom e do melhor. Tomei um banho
morno que já estava pronto, jantei uma ceia das mais lordes e me deitei na rede
esperando o que poderia acontecer. Logo ela reapareceu e me disse que à
meia-noite eu deveria subir a serra e me deitar embaixo da árvore que tem lá. Ih,
está piorando. Aí ela falou, contou disso e daquilo e me convenceu. E
aconselhou que lá, ao me deitar, eu não deveria fazer nada, nem me defender,
deixasse acontecer, não gritasse, não me levantasse, nem fizesse nada, haja o
que houver, deixe que lhe empurrem rolando até embaixo, chegando aqui estará a
salvo. Arrepara só a roubada! Pensei desistir, porém ela aparecia chorosa com
minha covardia: Você não é homem não? Olhei pra ela, pronto pra desistir, mas
não sei o que me deu, sustentei na vera. Eu me arrependi duzentas e cinquenta
mil vezes, porém minha boca dizia outra coisa, acho que eu estava enfeitiçado
por ela, só sendo. Assim foi, cumpri à risca: à meia-noite deitei-me embaixo da
árvore da serra, mal cochilava e logo ouvi uma zoada de vozes e risadas, tremi
que só vara verde e não demorou muito fui açoitado, espancado, empurrado,
aguentei tudo calado até ver-me salvo diante da gruta. Vitimado pela sova,
passei uns dias sendo cuidado não sei por quem, sei que me deram de comer e
beber durante toda convalescença. Restabelecido, a visagem reapareceu: Está
pronto pra hoje de novo à meia-noite? Claro que não, eu queria era arredar
dali, mas o que eu disse: Estou. Pode? E assim fui mais uma vez escorraçado por
espíritos malignos e zombeteiros. Por três vezes fui desmantelado pelo abuso
desses malefícios e quase desfalecido, finalmente, a linda princesa apareceu
desencantada: de corpo inteiro. Confesso que já estava desenganado, pedindo
penico e pronto pra morrer. Era muito linda, e como era. Tem jeito? Eu pensava
não e só dizia sim. E depois que ela me paparicou foi que eu percebi que valeu
a pena todo sofrimento. Será? Ela, então, me disse: Você agora é o meu noivo.
Amanhã vou para Bambuluá fazer os preparativos pro nosso casamento. Daqui um
ano eu volto para lhe buscar. Você ficará com a idosa professora para aprender
a língua dos pássaros e o que for necessário para você se tornar um príncipe. Como
é? Explicou, repetiu e eu com a maior cara de besta: Acha que vou cair nessa?
Caí. E assim ela foi, estudei com afinco – língua de pássaros, pode um negócio
desse? Não tem coisa mais difícil não? É tudo só pra me lascar mesmo! -, e lá
estava eu no meu aprendizado, firme e determinado. Não sei o que houve, no dia
aprazado pro retorno dela, eu dormi três dias e três noites. A velha professora
me disse que ela não me queria mais. Fiquei abatumado com tudo aquilo, chapéu
de otário é marreta, mas não desisti, bicho besta que sou, até hoje espero pelo
retorno da princesa do Bambuluá. (PS:
Historieta apresentada nas minhas atividades de contação de história, releitura
das lendas do folclore brasileiro, baseadas em material recolhido por folcloristas
brasileiros). DUAS: REVELAÇÃO DA QUEDA -
Pra quem for primeiro, me chama que eu vou. Pra quem ficou, já fui. Há
tempos apostei o coração à própria sorte, lugares que nunca estive, vozes que
nunca ouvi. De resto a minha carne cansada entre a carga e o alívio, o
sacrifício e o prazer, a fortuna e a miséria, cacos de vidro, vísceras, talhos,
calafrios, eu só tenho a palma da mão exposta para nada, a planta dos pés sem
ter para onde ir, os poros da pele sem saber o que fazer. Entre ignaros e
incautos eu me fiz pedaços e perdi as estações, os pontos cardeais, nunca se
sabe, deixei para trás a promessa do amanhã inventando asas teimosas, um dia
pra ir e nunca mais voltar. Amei demais da conta, caí e me destrocei, refiz
tudo e me remendei para desencalhar pessoas, como quem dispensa as paixões
obsidentes, como quem releva o conspícuo para singrar o mistério. Foi na minha primeira
morte a cada dia que ouvi a alma falar coisas incomuns, obscuridades
interiores, simplesmente absurdas, a descoberta de ter estado sempre engaiolado
na minha finitude, exposto ao fracasso e à falibilidade, na aflição da minha
inutilidade diante de tudo. A voz anímica me ensinou a ir além das lonjuras
oceânicas e siderais, além das profundezas do ser e da Terra, a correr o risco
da errância, assim ressuscitei no primeiro instante, cônscio de que nada sou,
pronto para ser feito. Perdi o medo e era como se o caroço desabrochasse na
procriação dos ossos e eu me refizesse para ser outro em mim mesmo, o brotar da
alteridade no que me tinha por solidário. Tornei-me inteiro, assim me senti apesar
dos meus múltiplos fragmentos perdidos pelos quatro cantos do mundo. Os dias
passaram e eu vou em frente pro que vier e seja. TRÊS, A SAIDEIRA: É SEGUNDA, PÉ NA TÁBUA - O que passou, passou! Agora
é outra vez, assim, tipo ano novo, vida nova. Pouco importa o já feito, agora é
só o que há pra fazer e de novo refazer o que sobrou, se é que algo ainda reste
depois de tudo. Agora sorrio a memória esvaziada
pela contaminação do esquecimento. Mergulhei na água e o meu batismo na
purificação do fogo, valho-me apenas da intuição. Aceno pra todos que ficaram e
saúdo os que estão embaixo da terra gozando a paz na salvação da chatura de
carteiros, intimações, credores e de toda doideira que é este mundo de meu Deus.
Agora sorrio plenamente, aprendi com as minhas calamidades: o poeta que nunca
fui me ensinou a olhar para as coisas e ações, desde a alvorada ao crepúsculo e
da noite pra madrugar novo amanhecer, tudo passa, ficam lições aprendidas ou
não. Não mais cair e chorar, eu próprio construí o meu destino entre escolhas
pensadas e açodadas. Tudo é muita coisa, eu mesmo faço parte dessa rede de intermináveis
ramificações que nem sei onde vai dar, pouco importa. Dou-me bom dia pra sair
pro mundo, boa tarde pra prosseguir meu caminho, boa noite pra que tudo renasça
amanhã. Vamos, inté. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
Veja mais aqui.
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá é dia de especial com a música do multi-instrumentista,
composutor, orquestrador, band-leader e educador musical Carlos Malta: Tudo coreto com Coreto Urbano, Tupyzinho com Pife Muderno
& Instrumental Sesc Brasil ao vivo; da violinista russa Natasha Korsakova: Autunm and winter Astor Piazzolla, Porgy and bess fantasy
Gershwin & Romance Dvorak; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog
& nos 35 Anos de Arte
Cidadã. Para conferir é só ligar o
som e curtir.
PENSAMENTO DO DIA – A
felicidade é uma função natural da nossa capacidade de ser inteiros, de ser
verdadeiros, de ser tudo o que somos. A tarefa da educação é facilitar que a
pessoa seja tudo o que ela é, nem mais, nem menos. Pensamento do antropólogo e
psicólogo Roberto Crema. Veja mais aqui e aqui.
CRISE ECOLÓGICA - [...] Não
haverá verdadeira resposta à crise ecológica a não ser em escala planetária e
com a condição de que se opere uma autêntica revolução política, social e
cultural reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais.
Esta revolução deverá concernir, portanto, não só às relações de forças
visíveis em grande escala, mas também aos domínios moleculares de
sensibilidade, de inteligência e de desejo. [...]. Extraído da obra As três ecologias (Papirus, 1990), do
filósofo, psicanalista e militante revolucionário francês Félix Guattari
(1930-1992). Veja mais aqui e aqui.
LEITURA DO MUNDO - [...] A
atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a
leitura. É muito mais importante saber ler do que saber escrever. O melhor que
a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Se um
aluno não se sair muito bem em outras atividades, mas for um bom leitor, penso
que a escola cumpriu em grande parte sua tarefa. Se, porém, outro aluno tiver
notas excelentes em tudo, mas não se tornar um bom leitor, sua formação será
profundamente defeituosa e ele terá menos chances no futuro do que aquele que,
apesar das reprovações, se tornou um bom leitor. [...]. Trecho extraído de Alfabetização e lingüística (Scipione,
2004), do professor universitário Luiz
Carlos Cagliari. Veja mais aqui.
COLAS BREUGNON [...] Os
negócios não vão bem. É bobagem se fatigar. Já trabalhei muito na vida. Agora
vamos folgar um pouco. Cá estou à mesa, um copo de vinho à minha direita, um
tinteiro à esquerda; à minha frente, um caderno novinho em folha me abre os
braços. [...]. Sou um bom tratante!
Quanto menos tenho, mais tenho. E o sei muito bem. Encontrei um meio de ser
rico sem nada possuir, rico dos bens dos outros. Tenho poder sem
responsabilidade. Quem falou desses velhos anciãos, que ao serem despojados,
depois de darem tudo a seus filhos ingratos, até a camisa e as calças, ficam
desamparados, parados, a verem todos os olhares empurrarem-nos para a cova?
Isso são os pobres infelizes. Nunca fui, palavra de honra, tão amado, tão
mimado quando na minha pobreza. É que não fui idiota de me despojar de tudo,
sem nada guardar. É somente a bolsa o que se pode dar? Eu, mesmo dando tudo,
guardo o melhor para mim, guardo a minha alegria, o que ajuntei em cinqüenta
anos de caminhada, de um lado para outro da vida, o bom humor e a malicia, a
loucura ajuizada e o juízo louco. E a provisão está longe de acabar. Abro-a a
todos, que todos dela se sirvam! Isso não vale nada? se recebo dos meus filhos, também lhes dou,
estamos quites. E se acontece que um dá mais que o outro, o afeto concorre para
equilibrá-los; e no fim ninguém se queixa. Quem quiser ver um rei sem reino, um
João sem terra, um feliz tratante, quem quiser ver Breugnon da Gália, que venha
ver-me hoje em meu trono, presidindo o festim fervente! É hoje a Epifania. [...].
Trechos extraídos de Colas Breugnon
(Delta, 1963), do novelista, biógrafo e músico francês e Prêmio Nobel de Literatura
de 1915, Romain Rolland (1866-1944).
Veja mais aqui.
SEIS POEMAS –1 - O mundo cochila.Dentro de mim. Meu caminho
de mato, terra e mar. Quando pequena tinha galinha de estimação. Gato do mato
comeu. Noite de tempestade. Mãe ouviu barulho na cozinha, os olhos brilhantes
do bicho, relâmpago. ficaram só os dois pezinhos da galinha. Não lembro seu
nome. ciscava pelo quintal e bicava a gente. A gente corria. A gente ria. Meus
irmãos comiam formiga. Nunca comi.Gostava não.comia fruta colorida do mato e imaginava
mundos. Agora adormecem aqui dentro. Depois da tempestade sopra vento pra
descanso. 2 – Antes sofria de poetização crônica. Hoje apenas sofro. / Aqui
dentro habita um hiato. Que seja breve. / (Sê) mínima. / Minha secura é tua:se
áspero te arranho. 3 - Lá fora céu virou prata, / Cá dentro tinta secou. 4 - Descia pela grama. Ignorava o aviso. Saia e
cabelos. Voavam. 5 - Mordeu. Feito manga fiapo nos dentes. / Lambuzou-se rosto,
pescoço, mãos. / Escorreu. Peito, barriga, sexo. / Pés inundados. 6 - Poça de
gozo-fruta. / Bruta. / Enfim... chão. Poemas da atriz, cantora e poeta Karen Menatti.
CRIME NA CATEDRAL
[...] Côro (Enquanto um Te deum em latim é cantado
na distância) Louvamos-te, Senhor, pela tua gloria manifestada em todas as
criaturas da terra. Na neve na chuva, no vento e na tempestade; em todas as
tuas criaturas, as que perseguem e as que são perseguidas. Porque todas as
coisas existem apenas na medida em que as vês, na medida em que as conheces;
tudo existe apenas em Tua luz, e Tua glória se manifesta mesmo naquilo que Te
nega; como as trevas manifestam o esplendor da luz. Os que Te negam não poderia
negar-Te se não existisses; e sua negação não é completa, pois se o fosse eles
não existiriam. Vivendo eles te afirmam; tudo o que é vivo te afirma; o pássaro
no ar, seja o falcão ou o pardal; os animais da terra,seja o lobo ou o
cordeiro; e o verme na terra e o verme nas entranhas. Assim o homem, que
criaste para te conhecer, deve conscientemente louvar-te em palavras,
pensamentos e ações. Mesmo com a vassoura nas mãos, ou inclinadas sobre a
lareira, ou de joelhos lavando o chão, nós, as pobres, as pobres mulheres de
Cantuária, curvadas ao peso da labuta, vergadas ao peso do pecado, velando o
rosto com o medo, inclinando a cabeça sob a dor, mesmo em nós, os ruídos das
estações, o fungar do inverno, o cantar da primavera, o zumbir do verão, as
vozes dos bichos e das aves, cantam os Teus louvores. Nós te damos graças pelos
Teus dons do sangue, por Tua redenção pelo sangue, porque o sangue de Teus mártires
e santos fertilizará a terra, criará lugares sagrados. Pois o lugar onde um
santo viveu, onde um mártir deu o seu sangue pelo sangue de Cristo, esse é o
chão consagrado, cuja santidade não se apagará. Ainda que exércitos o pisem,
ainda que os visitantes venham, munidos de guia, examiná-lo; desde as praias da
Iônia que o mar ocidental corroi, até a morte no deserto, às preces em lugares
esquecidos, junto das colunas imperiais quebradas, desse chão brita aquilo que
eternamente renova a terra, apesar de sempre ser negado. Assim, oh! Deus, Te
agradecmos por teres concedido uma tal graça a Cantuária. Perdoai-nos, Senhor,
confessamos ser gente comum, da raça dos homens e das mulheres que cerram a
porta e se sentam à lareira; que temem a benção de Deus, a solidão da noite de
Deus, o abandono exigido, a privação infligida; que têm mais medo à justiça de
Deus que à injustiça dos homens; que temem menos a mão forçando a janela, o
fogo no colmo do telhado, a rixa na taverna, o empurrão dentro do rio, menos do
que temem o amor de Deus; confessamos nossas ofensas, nossa fraqueza, nossa
culpa; confessamos que o pecado do mundo recai sobre nós, que o sangue dos
mártires e a agonia dos santos recaem sobre nós. Senhor tende piedade de nós.
Cristo tende piedade de nós. Senhor tende piedade de nós. Bem-aventurado Tomás,
orai por nós.
Trecho
extraído da cena final da peça teatral em dois atos Crime na catedral (Delta, 1966), do poeta, dramaturgo, crítico
literário inglês e Prêmio Nobel de 1948, Thomas Stearns Eliot (1888-1965).
Veja mais aqui e aqui.
Veja mais:
A folia do frevo no meu coração, a música de Nelson Ferreira, a
arte de Jae Ellinger, o Frevo & o Galo da Madrugada aqui.
Folia
& Frevo, Galo da Madrugada, Mário Souto Maior, Roberto DaMatta, Mauro Mota, Valdemar de Oliveira, Capiba,
Orquestra Contemporânea de Olinda, Márcio Melo, Zsa Zsa Gabor & Helena Isabel Correia
Ribeiro
aqui.
Folia Tataritaritatá, Cecília Meireles, Gregório de Matos
Guerra, Camargo
Guarnieri, Heitor Shalia, Albert Marquet, Sarah Siddons & Graciela
Rodriguez, Priscila Almeida & Lei Maria da Penha aqui.
Folia Caeté, Ascenso Ferreira, Nelson
Ferreira, Baco, Frevo, Chiquinha Gonzaga, Teatro & Carnaval, Dias de Momo,
Adolphe William Bouguereau, Peró Batista de Andrade & As Puaras aqui.
Santa Folia & Cikó Macedo, James
Joyce, Charles Darwin, Marilena Chauí, Henri Matisse, Auguste Rodin, Frank
Capra, Arto Lindsay, Donna
Reed,
Mademoiselle George, Acervum, Irina Costa & Graça Graúna aqui.
Amor Imortal, Carnaval, Pedro Nava,
Manuel Bandeira, Arlequim & Carlo Goldoni, Carybé, SpokFrevo Orquestra,
Luís Bandeira, Hugo Carvana e Chico Buarque, Tatiana Cañas & Claudia Maia
aqui.
Alvorada, Capiba, Pablo Neruda, João
Ubaldo Ribeiro, Egberto Gismonti, Ricardo Palma, Fernanda Torres, Tsai
Ming-liang & Chen
Shiang-Chyi, Cristiane
Campos, Digerson
Araújo, Asta Vozondas, O
cérebro autista & Germina aqui.
Slavoj Zizek, Victor Hugo, Martin Baró, Pier Paulo
Pasolini, Altay Veloso, Agildo Ribeiro, Silvana Mangano, Maria Creuza &
Honoré Daumier aqui.
Murilo Mendes, António Damásio, Benedetto
Croce, Pierre-Auguste Renoir, George Harrison, Bigas Luna, Mathilda May &
Joyce Cavalccante aqui.
ARTE DE ALYSSA MONKS
A arte da artista plástica e visual estadunidense Alyssa Monks.