
ROMANCE DE AUTRAN DOURADO
[...] Mas
enfim não estou censurando ninguém, férula na mão cada um faz de sua obra o que
quer, não há ainda um Patrimônio para todas as obras literárias, queira Deus
nunca haja, tão perigoso é o leviatã social. Eu mesmo me incluo no rol dos
torturados. Só que a minha tortura é diferente, não sei se é melhor ou pior; há
muito venho procurando me libertar. Para me entregar a outra braga e prisão?
Não sei. Eu mesmo sofri o espartilho daquela “nobre” disciplina que procuro
satirizar através dos devaneios do personagem-fio O risco do bordado. Eram os
meus professores de português [...] a
martirizarem os nossos ouvidos com aquela cantilena de que o menino João,
desesperado e só pensando em lugares-comuns mesmo, nas suas cartas imaginárias,
se fingia boquiaberto e que procurava imitar, para concluir finalmente – e aí
está a chave – “escrever assim é uma merda”. “O lugar-comum não é para a sua
obra”, me aconselham generosamente. E eu, em verdade, vos digo que o que é para
mesmo é o lugar-comum. [...] Um
menino tatenado no escuro os dolorosos passos da “arte de escrever”. O que
procurei e procuro (não sei se consegui ou conseguirei, é capaz de que não, e
então se terá razão) é aquilo que os filmes mudos americanos conseguiram – a
comédia, eu digo – através do lugar-comum e do clichê, dos tiques e triques. [...].
Trechos de Estilo e lugar-comum, extraído da obra Uma poética do romance (Perspectiva, 1973), do
escritor, advogado e jornalista Autran
Dourado (1926-2012). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Veja
mais sobre:
O
sisifismo da semana, Tempo e antitempo na ficção de Luiz Toledo Machado, Quingumbo
& a poesia norte-americana, Tempo & literatura de Raúl H. Castagnino, Händel & Meghan Lindsay, a música de Paulinho da Costa, a pintura de
Mary Addison Hackett & Steve Hester, Alain Bonnefoit
& Robert Rauschenberg, a arte de
Nina Moraes & Trampo aqui.
E mais:
Canto a
mim mesmo de Walt Whitman aqui.
Brincarte
do Nitolino, A forma fêmea de Walt Whitman, O rapto de Perséfone & Gian Lorenzo Bernini, a música de Richard Strauss & Diana Damrau, Evolução do Teatro de Francis
Fergusson, o cinema de Reinaud Victor & Sandrine Bonnaire, a pintura de Alessandro Bronzino & a charge
de Charb aqui.
A
desgraça de um é a risada de outro, a música de Gonzaguinha, a pintura de Rosie
Scribblah & Milton Dacosta, a arte de Jean-Michel Basquiat & Nitolino
no Reino Encantado de Todas as Coisas aqui.
Dos
gostos e desgostos da vida, a pintura de Claude
Monet, a escultura de Ewald
Mataré, a fotografia de Chris Maher, a arte de Marlina Vera & Quanto
mais a gente vive, mais se enrola nas voltas do tempo aqui.
A República
no reino do Fecamepa: lições de ontem e de hoje pro que não é, A República
de Platão & Cícero, O príncipe de Nicolau
Maquiavel, O espírito das leis de Montesquieu, O contrato social de Jean-Jacques Rousseau, História da
consciência de classe de Georg Lukács, Escitos & ensaios de Norbert Elias,
Ética pós-moderna de Zygmunt Bauman & Revolução burguesa no Brasil de Florestan Fernandes aqui.
Abram
alas pra revolta passar que os invísiveis apareceram, Neurofilosofia
& Neurociência Cognitiva, a pintura de Amadeo de Souza-Cardoso & a fotografia
de Debora Klempous aqui.
As
escolhas entre erros e acertos, a música de Laura
Canabrava, a escultura de Armand Pierre Fernandez, a pintura de Alexandra
Nechita & a arte de Raceanu Adrian aqui.
Das
vésperas & crástinos na festa do amor, o cinema de Peter Greenaway & Helen Mirren, a
pintura de Dalu Zhao, a arte de Luciah Lopez, A Notícia & Jamilton Barbosa
Correia aqui.
O melhor
do dia do homem é saber que todo dia é dia da mulher, a xilogravura
de Gilvan Samico & a arte de Francisco Milani aqui.
O mundo
todo cabe em um ato de paz, a pintura de René Magritte, a arte de Paul
Vilinski, a música de Cláudio Nucci & a escultura de Ricardo Brennand aqui.
Fecamepa: quando
o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
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DOIS POEMAS DE VIELIMIR KHLÉBNIKOV
I
Hoje de novo sigo a senda
Para a vida, o varejo, a venda,
E guio as hostes da poesia
Contra a maré da mercadoria.
II
Anos, países, povos
Fogem no tempo
Como água corrente.
A natureza é espelho móvel,
Estrelas – redes; nós – os peixes;
Visões da treva – os deuses.
Poemas
do poeta da vanguarda russa Vielimir Khlébnikov
(1885-1922), extraídos da obra Poesia
Russa Moderna (Perspectiva, 2001), organizada & traduzida por Augusto
de Campos, Haroldo de Campos, Boris Schnaiderman.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
As bailarinas
do fotógrafo Colin Solomon.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.