A arte
da pintora francesa Élisabeth-Louise
Vigée-Le Brun (1755-1842).
VALUNA: AS ABELHAS DE CUPIRA & O BEBEDOURO DE AGRESTINA - Eu era uma carpa de tempos remotos e me tornei cantador:
cantar no ar sem emudecer a terra, toada imitando a maviosa ária do tangerino:
aboio que quase não existe mais. Tirava a solfa deles, meu corpo sentia a dor
da Terra, da cidade, do país, do cosmos. Sentia o composto que se decompunha
como se sentindo a cumplicidade dos peixes e das pedras que rolam abandonadas. Outros
eu via ressentidos pelas agruras, ao deus dará. A comida entre o lixo e a
feiura, a dor e o fastio, graves e exaustos. Uma horrível tristeza, um retrato
pálido, insurretos que conformavam a revolta num país de equivocados com seus
insetos que picam inexoravelmente as ideias e o ânimo, e sempre foi e será
assim para os que vivem banhados de urina e as fezes do diabo. Quanta culpa
entre os impotentes e os fugidos apáticos, as redomas religiosas, milagres de
nenhum triunfo. Circunspecção de mágoas e frustrações, infelizes que levantam a
voz com sarcasmos como se só os outros fossem os fracassados, donos da razão,
incongruentes, extravagantes atrevidos, miseráveis, cicatrizes patéticas findam
maior aguaceiro. Ouvia quem dissesse de longe: Vá se meter com pidonas e depois
vai ver o que acontece. Era quem olhava no espelho, alguém metido a vencedor
apesar da penúria por todos os lados e lugar. Depois, batia no peito e ia pro
mundo como se fosse o indestrutível, invencível, açodado de tão acochado, aos
espirros, parecia mais sapo que adivinhava chuva. Aos cochichos ouvia-se não
sei quem: Traste de gente! Ah, se acha, não passa de uma ameba. Há quem se ache
nada de nenhum e siga como mais um qualquer, qual todos. A vida dali, deles
como podiam e tinham afora virarem a cara aos que davam adeuses de mão fechada
- abecados que abordoavam com umbigo de boi, sabiam e eu dizia: não façam
guerra que não é nada boa -, às vezes por versos de pés quebrados, quando não
aos acochos pulavam como se brincassem de roda, caçando ovos secos de acauã: um
santo remédio pras picadas de cobra e de gente dos olhos seca-pimenteira. De
cócoras, hoje contam história e a verdade é bem diversa. Amanhã, só uma será
com seus vieses. Como eu estava abafanético, me satisfazia dela, ali ao meu
lado, sem dar conta da pabulagem solta no terreiro. Eu lambia a sua pele de
Pornea, me nutria dela, uma criança priápica; em recompensa, os lábios dela por
toda minha pele, dos pés à cabeça. O verbo se fazia carne porque o sexo era a
aliança, a vida encarnada na ternura do lingan
e ioni. Ela completava a parte que me
faltava, preenchia meu vazio e a minha coluna de luz das coisas infinitamente
grandes ou pequenas. E eu a amei a noite inteira porque era ela como se fosse
Pathé, com posse e dependência. Fez-se para mim tal qual Eros com seus pés de
asas para que eu ficasse adulto maravilhado, antes da adolescência. E se fez Storqué,
a ternura da dança que curava a mim e a Terra. Ao despertar, seus cafunés nos
meus dengos. As cupiras zuniam para o mel ao redor da baraúna das Panelas. Eram
as abelhas do cupinzeiro que me trouxeram algarobas, umbuzeiros, ipês e
juazeiros do pau d’arco, onde a coroa-de-frade, os cactos e mandacarus reinavam
sobre jamelões, jaqueiras, pau-brasil e mangueiras, fruta-pão dos brejos, a
baraúna de Aleluia pelo Taboleiro até Gravatá. De lá do Peri-peri do Gato pro
serrote da Nazaré no Pau Ferrado, davam no Entroncamento e o poeta no lajeiro
de Imbiruçi, divisava Lage Dantas com Riachão de Fora, até Lagoa de Patos e a
Ribeira do Rio na Barra dos Gatos. Os versos dele passavam Bebida, Morcego,
Cangalha, Brejinho, da Bebida do Gado pro Boqueirão, as terras de Iraci e de
Igarapeba, Periperi e do Soberana. Era 13 de maio, data festiva não sei do quê.
Os daqui nem sabiam direito, quanto mais eu: coisas dos gravatudos e mandões. Do
outro lado, o quipa das cactáceas, quipaquipá, era coisa linda de se ver. E de
lá para o que era de Barra de Jangada, Pau Ferro, Queimadas, São Benedito e São
Sebastião da Barra que nem existe mais. Quando vi a palmeira Maraial, que vai
dar no Sertãozinho de Baixo ou no de Cima, logo sabia das duas jaqueiras no
meio do caminho, onde se deu a colônia Isabel. Depois, a estação ferroviária
que escoava o açúcar e ia dar no outeiro da capela da Conceição, onde a
locomotiva descarrilhou no engenho Limão e o socorro do trem que vinha de
Ribeirão-Cortês também caiu e em Bonito o maior quiproquó. Aí, pou! Era uma
vez... saiu um e saíram todos com muita raiva, até chegar no pé da coisa, putos
e prontos! Lept! Acocorado perto da loca, roliço de gordo, destamanho, judiava
demais, de oito em oito dias. Cadê? Oxe! O que havia de princeso e de prinspa
nas casas do vai e num volta dos fandangos, cirandas, maracatus, não davam
conta, faina pesada. E cada qual buscava suas melhoras com as bênçãos de quem
fica, rodamundo, as maldições ou historias de Caim. Um doido corria bicho e
ninguém sabia do que ladravam os cães, se nem aos gatunos oficiais. Nada barrava
a ganância e havia quem não saiba que fulano morreu depois dumas tantas e boas
que ninguém sabe direito; beltrano com o pé na cova e a polícia no encalço,
coisa de tirar bandeira, era ele afilhado dum maioral que lhe cobria as costas;
e sicrano segue nem aí com outranos malabaristas de anzóis e de coisas escusas
que sequer se adivinha de fato o que podia ser. Ele diz, ela diz, coisas e
fatos, o tempo passou, passou e passou, lá vai, lá vai, lameiro e atolava, pei
e pou. Hoje quase pegou, quase. Nem hoje nem nunca, de um canto a outro, mungangas
e ordem de faz-de-conta, brochas e espinhos, e passavam pela perna de pinto e
saíam pela perna de pato, sombra de cajueiro, brisa de pitangas, cajus, araçás.
Nada mais. Sabia apenas que ela rainha cupira & eu seu zangão, paragens,
altitudes, paisagens, longitude... um dia lá, outra noite... lembrava de quando
eu saí do cardume e me insinuava pelo brejo estreitinho até à nascente e lá
pensava porque eu era quem ia direto para onde desse, passageiro do tempo
noitedia pelo que inexistia e não, outonos a mais e volta ao mundo, as raízes
do chão e do céu, pés e cabelos, dos tempos da seca devastadora que jorrava o
Bebedouro e os milagres da talha de Santo Antônio. Era 11 de setembro daquele
tempo e a festa ia pela Barra do Chata e do Jardim, o Pé de Serra dos Mendes e
Araçatuba. Foi lá, outras mil vezes retornei, não havia ninguém. Desolado, coloquei
minha cabeça entre os joelhos e recebi a benção, inclinado sobre a terra,
porque voltei a ser filho. Ela era Agrestina, o meu altar, sou seu súdito. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS - As
palavras são a mais poderosa droga utilizada pela humanidade. Toda a gente está
mais ou menos louca em algum aspecto. O fracasso e o sucesso são impostores.
Ninguém fracassa tanto como imagina. Ninguém tem tanto sucesso como imagina.
Preencha o minuto em que você acha impossível perdoar por 60 segundos de
distanciamento. Os princípios são os princípios, nem que o sangue tenha de
correr pelas ruas! Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a
si mesmo. Nenhum homem tem o dever de ser rico ou grande ou sábio: mas todos
têm o dever de serem honrados. Viaja mais rápido quem viaja sozinho.
Pensamento do escritor britânico Rudyard Kipling (1865-1936). Veja maisaqui.
ALGUÉM FALOU: A única maneira de uma
mulher, assim como um homem, encontrar-se, conhecer-se como pessoa, é através
do trabalho criativo próprio. Não há outro caminho. O problema que não tem nome
(que é simplesmente o fato de que as mulheres são impedidas de crescer até a
plena capacidade humana) está afetando muito mais a saúde física e mental de
nosso país do que qualquer doença conhecida. Os homens não são o inimigo, mas
as vítimas. O verdadeiro inimigo é a denegrição das mulheres. Os homens tinham
que ser super-homens: bilhetes de refeição estoicos e responsáveis. Domínio é
um fardo. A maioria dos homens honestos admite isso. O envelhecimento não é "juventude
perdida", mas um novo estágio de oportunidade e força. Pensamento
da escritora e ativista feminista estadunidense Betty Friedan (1921-2006). Veja mais aqui.
BANALIDADE DO MAL – [...] Foi
como se naqueles últimos minutos estivessem resumindo a lição que este longo
curso de maldade humana nos ensinou — a lição da temível banalidade do mal,
que desafia as palavras e os pensamentos. [...]. Trecho extraído da obra Eichmann em Jerusalém — Um relato sobre a
banalidade do mal (Companhia da Letras, 1999), da filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975), contando a
história do sequestro do nazista Adolf Eichmann que foi levado até Jerusalém
para ser julgado, quando a autora investiga a capacidade do Estado de igualar o
exercício da violência homicida ao mero cumprimento da atividade burocrática. Apontado
como um monstruoso carrasco nazista, responsável pelo planejamento e
operacionalização da chamada "solução final", a figura de Eichmann se
apresenta, diante de Arendt como um funcionário pronto a obedecer a qualquer
voz imperativa, incapaz de refletir sobre seus atos ou de fugir aos clichês
burocráticos, quando ela Arendt se depara com a confluência entre a capacidade
destrutiva e a burocratização da vida pública. Na obra a autora retoma a questão
do mal radical kantiano, politizando-o, e analisa o mal quando este atinge
grupos sociais ou o próprio Estado. Segundo a filósofa, o mal não é uma
categoria ontológica, não é natureza, nem metafísica, é político e histórico: é
produzido por homens e se manifesta apenas onde encontra espaço institucional para
isso - em razão de uma escolha política, a trivialização da violência corresponde,
então para a autora, ao vazio de pensamento, onde a banalidade do mal se
instala. Veja mais aqui & aqui.
ÉDIPO REI - Quem
não tem medo de um ato menos medo terá de uma palavra. Para um homem, não há
mais nobre tarefa que ajudar os outros na medida de sua força e de seus
recursos. Censuras minha furiosa obstinação, enquanto não perceber a que habita
em ti, e é a mim que a seguir condenas! Esse dia te fará nascer e morrer ao
mesmo tempo. Rejeitar um amigo legal é na verdade privar-se de uma parte da
própria vida, isto é, daquilo que mais se preza. Um caráter como o teu faz
sofrer sobretudo a si mesmo, e é justo que seja assim. Mas o deus já publicou
sua sentença: para o assassino, para o ímpio que sou, é a morte. Guardemo-nos
de chamar um homem feliz, antes que ele tenha transposto o termo de sua vida
sem ter conhecido a tristeza. Trechos extraídos da peça teatral Édipo Rei, escrita por Sófocles no teatro antigo grego,
extraída da publicação Teatro Grego (W.M.Jackson, 1950),
organizada por J. B. Mello e Souza. Édipo Rei é a primeira obra de um
conjunto que inclui também Antígona e Édipo em Colono, centrada na família de
Édipo, descrevendo eventos com mais de 8000 anos. A história desta família é
determinada por uma profecia que Édipo irá matar o seu pai e casar com a sua
mãe; a ação desta primeira peça é a descoberta da realização dessa profecia. Veja
mais aqui, aqui & aqui.
Manoel D´Almeida Filho
Quando Jesus Cristo andou
Neste mundo de miséria
Ele fez muitos milagres
Em transformar a matéria
Em sã, forte e sadia
Quando já estava funérea.
É por isso que eu conto
Esse drama verdadeiro
Que Jesus numa viagem
Encontrou um ferreiro
O qual hospedou Jesus
Por ser muito hospitaleiro.
Jesus viu na parede
Tinha visível um letreiro
Dizia por esta forma:
“Na arte sou o primeiro
Eu sou o mestre dos mestres
Nessa arte de ferreiro”
Jesus então perguntou-lhe
Se aquilo era verdade
O ferreiro disse: - Amigo
Tenho essa propriedade
Nesta arte que exerço
Faço o que tenho vontade.
Jesus nada disse a ele
Porque de tudo sabia
Dormiu muito sossegado
Quando foi no outro dia
Chegou uma pobre velha
E uma esmola lhe pedia.
Essa pobre peregrina
Vivia sempre esmolando
Quando pediu a esmola
Jesus lhe foi perguntando:
- Diga se quer ficar moça
Para viver trabalhando?
Disse a velha: - Quem me dera
Eu ser moça e de saúde!
Só meus Deus ou Jesus
Faziam-me essa virtude
Jesus lhe disse: - Pois agora
Encontraste quem te ajude.
Então pediu ao ferreiro
Com sua força divina:
- Quero a licença de vós
Para na vossa oficina
Fazer essa velha moça
Que esta peça é muito fina.
O ferreiro disse: - Faça
Seu serviço de apreço
Que eu quero apreciar
Como se faz no começo
Porque na arte de fole
Esta parte eu não conheço.
Jesus preparou a safra
E botou fogo no fole
Botou a velha na brasa
Urgente fez o controle
Quando puxou para safra
Todo osso ficou mole.
Jesus meteu-lhe o martelo
Fez o serviço à vontade
A velha soltando as casacas
E chegando à mocidade
Pronto ela apresentava
Uns doze anos de idade.
O ferreiro quando viu
O serviço que Jesus fez
Ficou dizendo consigo:
“Aprendi todo de vez
Se eu for fazer isto, faço
Inda com mais rapidez”.
Jesus então despediu-se
Sua viagem seguiu
O ferreiro orgulhou-se
Assim que Jesus saiu
Disse: - Agora faço cousa
Que o povo nunca viu.
Aí chamou a mãe dele
Que era uma velha insossa
Disse: - Velha ande ligeiro
Que eu vou fazê-la moça
Você vai ficar agora
Uma boneca de louça.
A velha inda era dura
Era muito sacudida
Com a voz de ficar moça
Tornou-se mais enxerida
Disse? – Assim eu faço cousa
Que até o diabo duvida.
Disse ela – Eu ficando moça
Diga que danou-se o jogo
Porque eu não mais
Inda havendo muito rogo
Eu quero é gozar a vida
E namorar de pegar fogo.
O ferreiro disse: - Velha
Deixe de conversa mole
Botou-a dentro do fogo
Disse: - Eu tocar o fole
Você agüenta a quentura
Fica quieta e não se bole.
A velha caiu na brasa
Danou-se para gritar
Disse o ferreiro: - Eu não sei
Como você quer gozar
Para poder ficar moça
Tem que gemer e chorar.
Aí foi numa garrafa
Botou e bebeu um porre
Disse: - Velha, cale a boca
Ninguém aqui lhe socorre
Agüente tudo calada
Quem não pode viver morre.
E tocou fogo na velha
A pobre velha calou-se
Ele botou-a na safra
Um pedaço incendiou-se
Ele disse: - Isso é o diabo
Minha mãe desmantelou-se.
Quando pegou o martelo
Disse: - Aqui ninguém contesta
Bateu logo na cabeça
Chegou afundar a testa
Disse: - E pelo que eu vejo
Essa porqueira não presta.
O ferreiro aperreou-se
Foi tomou outra bicada
Voltou a velha ao fogo
Que estava fogulada
Disse: - Hoje te faço moça
Nem que fiques alejada.
Tirou a velha do fogo
E botou água fria
Para ver se dava o ponto
Do jeito que ele queria
Mas sem a força divina
Nada o ferreiro fazia.
Tirou a velha da água
Viu que de nada valeu
Foi de novo na garrafa
E disse quando bebeu:
- Quero ver se aquele homem
Trabalha mais do que eu.
Bateu tanto e pelejou
Que ficou desenganado
A garrafa estava seca
Este muito encachaçado
Vendo que não dava jeito
Ficou chorando humilhado.
A pobre velha virou-se
Numa pedra de carvão
O ferreiro disse: - Agora
Só tem uma solução
Vou chamar aquele homem
Pra vê se ele dá jeito ou não.
Correndo encontrou Jesus
Em um lugar hospedado
Quando o ferreiro chegou
Disse chorando cansado:
- Se o senhor não me valer
Eu sei que estou desgraçado.
- Fui fazer minha mãe moça
O ponto desmantelou-se
Ou foi de mais ou de menos
Em carvão ela tornou-se
Se o senhor não der um jeito
Minha mãe foi quem danou-se
Jesus disse: - Meu amigo
O erro já vem de atrás
O senhor é bom artista
Conhece tudo o que faz
E sendo mestre dos mestres
O que é que eu faço mais.
O ferreiro ajoelhou-se
Pediu com a fronte vencida:
- Peço que vá dá um jeito
À minha mãe querida
Porque eu perdendo ela
Perco gosto da vida.
Sendo assim disse Jesus:
- Eu vá já com rapidez
Porem lhe digo a verdade
Aviso por minha vez
Não garanto fazer nada
Diante do que você fez.
O ferreiro chegou adiante
Jesus vinha mais atrás
Chegando, o ferreiro disse:
- Está aí veja o que faz
Jesus disse: - Está queimada
Agora não presta mais.
- Do jeito que ela está
Não dá mais uma mulher
Mas ainda tem um jeito
Se acaso você quiser
Dela eu faço uma macaca
Diga se assim você quer.
O ferreiro disse: - Amigo
Eu quero é que dê um jeito
Já conheço seu trabalho
Sei que o senhor faz direito
Faça lá de qualquer forma
Que ficarei satisfeito.
Jesus fez logo o serviço
Isso sem haver demora
A macaca estava pronta
Em menos de uma hora
Entregou-a ao ferreiro
Despediu-se e foi embora.
Para quem tem consciência
Exemplo maior não há
Sempre nos diz o rifão:
“Veja o orgulho em que dá
Quem quer ser mais do que é
Fica pior do que está”.
O ferreiro ainda disse:
- Agora estou convencido
Mestre dos mestres é aquele
Fez o serviço polido
Minha mãe só ficou feia
Com este rabo comprido.
- Minha mãe velha ficou
Magra igual uma faca
Fazendo muita careta
Fedendo que só tacaca
Mas eu dou graças a deus
Ter por mãe essa macaca.
Eu peço a todos amigos
Ajudem um brasileiro
Cada um compre um folheto
Que é pequeno dinheiro
Quem não comprar vai ficar
Igual á mãe do ferreiro.
MANUEL D´ALMEIDA FILHO – o poeta e cantador paraibano Manuel D´Almeida Filho (1914-1995),publicou diversos folhetos de cordel, entre eles A Menina que Nasceu Pintada com as Unhas de Ponta e as Sobrancelhas Raspadas (1936), Vicente, o Rei dos Ladrões (1957), Vida, Vingança e Morte de Corisco (1986 ), Os Amigos do Barulho e o Bandido Carne Frita (1991), A Afilhada da Virgem da Conceição (1995), A Princesa que não ria e as Proezas de João Tolo, este o último dos seus romances de cordel. Ainda são de sua autoria os folhetos A Sorte do Amor, Rufino, O Rei do Barulho, Padre Cícero, o Santo do Juazeiro, Os Quatro sábios do reino, A Vitória de Floriano e a Negra Feiticeira, Vicente, o Rei dos Ladrões, Jesus e o Mestre dos Mestres, Josafá e Marieta, O Monstro Misterioso, O Feitiço Por Cima de feiticeiro, O Lobisomem Encantado, A Noiva do Diabo, Os Três Conselhos da Sorte, entre outros tantos títulos. Segundo o cordelista e pesquisador da cultura popular brasileira, Marco Haurélio, as obras de Manuel S´Almeida Filho ocupam lugar privilegiado na poesia popular destacando na sua extensa bibliografia Os Cabras de Lampião, a obra-prima do autor e, indubitavelmente, a melhor biografia em versos sobre o famoso cangaceiro. Com 652 estrofes, enumera os feitos do Rei do Cangaço e prima pela objetividade e riqueza na descrição dos fatos.
VEJA MAIS:
LITERATURA DE CORDEL
Veja
mais sobre:
De
domingo a domingo, Pierre
Weil, Hans Christian Andersen, Michala Petri, Francis Fergusson, Agnès Jauoi, Francisca Praguer Fróes, Pietro da
Cortona & Jura Mamede aqui.
E mais:
Trelas
do Doro: doidices na sucessão aqui.
A arte
de Cláudia Cozzela aqui.
Big Shit
Bôbras: Zé Bilola candidato a vereador em Xoxotópolis aqui.
A
pobreza aqui.
Carl
Rogers, Educação, Voyeurismo & Allen Jones aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Arte
Ísis Nefelibata.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.