Art by Maryna Timchenko
LITERÓTICA: ENGATINHANDO NA NOITE
AZUL – De repente tudo fica deliciosamente
excedente entre nós. A dimensão dela deixa tudo com ar de fantasia cosmogônica
num idílio para lá de transcendental. E isso era mais que um sonho real. Toda a
via-láctea ali, ao nosso dispor. E ei-la linda mameluca com sua angélica
brancura na noite azul, com sua franzinice primaveril e uma gula gigantesca no
seu olhar Sinéad O´Conoor, com as querências inauditas dos seus desejos mais
secretos. Tímida com o querer maior que o mundo. Parceira de ir além da última
curva do universo. Por um lapso de tempo nos espreitamos atraídos pelo mútuo
ardor das carnes incendiadas de paixão. Quase não ser possível manter-me
distante da sua provocação corpórea nua, com seus peitinhos de goiaba-boa que
me enche a boca d´água e deságua no meu sexo como lança pronta para desferir o
golpe certeiro. Impossível desgrudar daquele corpo que é um verdadeiro
aconchego de gozo. Para minha grata surpresa, ela arqueia e sai engatinhando na
minha direção: língua lambendo os beiços, olhos imantados no meu sexo. Ousei
uma artimanha: recuei dificultando sua chegada. Mas ela engatinhou e sorriu
safada como quem se dispunha a bordejar genuflexa entre as estrelas oníricas do
nosso cenário jubiloso. Perseguiu firme ela por todos os cantos da cama,
perseverou com desassossego até que com seu jeito Cristina Kirchner, fermento
do meu desejo a me envolver e se apoderar da minha emanação total, levando-me
pelos limites do prazer. É quando ela jura todo o seu amor eterno e perjurando
das suas para batizar-se nas minhas crenças, a se entregar por inteiro como
quem vai pro carrasco no cadafalso da sua última hora. Ah, como tudo é tão bom!
Bom demais. Muito demais. É quando todas as delícias degustadas, exauridas e
satisfeitas, ela tão Marina Lima sela o nosso amor com um beijo de paixão. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS – Quando
a razão dorme, as sereias cantam. Pensamento do pintor e escultor do Surrealismo alemão
Max Ernst (1891-1976). Veja mais aqui.
ALIENAÇÃO – [...] É
função essencial das mitologias transferir problemas sócio-históricos fundamentais
do desenvolvimento humano para um plano atemporal, e o tratamento
judaico-cristão da problemática da alienação não é exceção à regra geral.
Ideologicamente mais típico é o caso de certas teorias da alienação do século
XX, nas quais conceitos como “alienação do mundo” têm a função de negar
categorias históricas autênticas e substituí-las pela pura mistificação [...]. Trecho da obra A teoria da alienação em Marx (Boitempo,
2006), do filósofo húngaro e um dos mais importantes intelectuais marxistas da
atualidade István Mészarós. Veja mais aqui.
LA SUIVANTE – [...] Amo seguir as
regras; mas longe de mim tornar-me escravo delas, eu as afrouxo e as estreito
de acordo com a necessidade que tem o meu tema, e quebro mesmo sem escrúpulos
aquela concernente à duração da ação, quando a sua severidade parece-me
absolutamente incompatível com as belezas dos acontecimentos que descrevo. Saber
as regras e entender o segredo de manejá-las habilmente em nosso teatro são duas
ciências bem diferentes; e talvez agora, para alcançar êxito em uma peça, não seja
suficiente estudar os livros de Aristóteles e de Horácio. [...] Contudo o meu parecer é o de Terêncio: dado
que fazemos poemas para serem representados, o nosso primeiro objetivo deve ser
o de agradar a corte e o povo e de atrair um grande número de pessoas para as
representações. É necessário, se possível for, nelas acrescentar as regras, a
fim de não desgostar os doutos e receber um aplauso universal; mas, sobretudo,
ganhemos a voz pública; de outro modo, a nossa peça em vão será regular; se ela
sucumbir no teatro, os doutos não ousarão se declarar a nosso favor, e
preferirão dizer que nós entendemos mal as regras, que oferecer-nos elogios
quando somos desacreditados pelo consentimento geral dos que veem a comédia
apenas para divertir-se. [...]. Extraído da obra Théâtre complet (Bordas, 1993), do dramaturgo do Neoclassicismo
francês Pierre Corneille (1606-1684). Veja mais aqui.
SONETO DO BURACO DO CU – Franzida e obscura flor, como um cravo
violeta, / Respira, humildemente aninhado na turva / Relva úmida de amor que
segue a doce curva / Das nádegas até ao coração da greta. / Filamentos iguais a
lágrimas de leite / Choraram sob o vento ingrato que as descarna / E as impele
através de coágulos de marna / Para enfim se perder na rampa do deleite. / Meu
sonho tanta vez se achegou a essa venta; / Do coito material, minha alma
ciumenta / Fez dele um lacrimal e um ninho de gemidos. / É a oliva extasiada e
a flauta embaladora, / O tubo pelo qual desce o maná de outrora, / Canaã
feminil dos mostos escondidos.
Poema do poeta Arthur Rimbaud (1854-1891). Veja mais aqui.
Art by Maryna Timchenko
KARYME HASS – A linda cantora, interprete e compositora paranaense Karyme Hass é uma artista das mais promissoras.Ela lançou seu primeiro cd “Tempo de gritar”, álbum independente aos 21 anos de idade. Depois lançou o cd “Amor solene”, realizando shows e levando ao público o seu trabalho que mistura pop, bossa, MPB e eletrônica. Eis algumas letras das canções dela.
CARNE VERMELHA
EI!Feche a porta e venha fazer um carinho em mim;
Fique a vontade, pois só esta noite é que vai ter sim;
A vida ao teu lado não está nada fácil;
Meus planos, meus sonhos escorrem pelas mãos;
Te provei vai embora, você é só carne eu não to com fome não;
Você pensa que eu não vou embora, que eu não sumo;
Que não sei viver no rumo;
Sem o teu dinheiro entrar;
Minha cama não mais nossa, não há quem possa;
Agüentar essa cachaça todo dia;
De manhã quando o sol vai levantar;
Sei lá, sei lá, sei lá não sei;
To indo embora pra bem longe eu te falei!
Sei lá, sei lá, sei lá, não sei, não;
Na tua vida eu vou faltar, mas passe bem!
Sei lá, sei lá, meu bem eu sei sim;
To indo embora da tua vida e passe bem!
ESTRADA DE FLORES
Não me encontro neste dia;
O meu nome não é o mesmo;
A cidade está vazia;
A minha vida está tão cheia;
Ouço a voz de uma montanha;
Me dizendo pra partir;
Dessa gente que não explode;
Que não sabe sorrir;
Eu vou, vou pegar uma estrada estranha;
Eu vou me perder de vez no meu país;
Eu vou mergulhar no mar os meus problemas;
Eu vou respirar.
Tomo vento no meu corpo;
Sinto o sol e a maresia;
Me completo pouco a pouco;
Eu me enxergo neste dia;
Eu agora vejo flores;
Já sou parte desse mundo;
Faço pouco do meu tempo;
ESTRANHO ESTAR
Eu aqui sem sorrir;
Num mudo mundo;
Não ouço mais;
Sentimento me trai;
Fico longe de tudo;
Longa noite que acorda meu sono;
Sempre aberta minha mente está;
Mas eu não entendo estar;
Você ontem me prometeu quase tudo;
E teu corpo se uniu ao meu, fato profundo;
Beijou saiu, deixou meu quarto vazio;
A solidão me incomoda então, de manhã espero você ligar
Veja mais Karyme Hass no MySpace.
MUSA DA SEMANA
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& Holística, André Malraux, Leilah Assumpção, Haroldo
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